Terça-feira, 1 de Março de 2011

Wall Street ajudou a disfarçar o défice que alimenta a crise na Europa

Enviado por Júlio Marques Mota


Por LOUISE STORY, LANDON THOMAS Jr. e NELSON D. SCHWARTZ


As tácticas de Wall Street são da mesma natureza das que geraram a crise do “subprime” na América, que levaram ao aprofundamento da crise financeira que abala a Grécia, pondo em causa o euro, ao ajudar os governos europeus a esconder os seus crescentes défices.

No momento em que as preocupações sobre a Grécia ressoam nos mercados mundiais, há registos e entrevistas que mostram que, com a ajuda de Wall Street, a Grécia se dedicou, ao longo de uma década, a tornear os limites europeus do défice. Um esquema criado pelo banco Goldman Sachs ajudou a esconder da supervisão orçamental de Bruxelas milhares de milhões de euros do défice.

Mesmo quando a crise se aproximava já do ponto crítico, os bancos ainda procuravam ajudar a Grécia a protelar o dia final do acerto de contas. Em Novembro - três meses antes de Atenas se ter tornado no epicentro do nervosismo financeiro global - uma equipa do banco Goldman Sachs chegou àquela velha cidade com uma proposta anunciada como muito moderna para governos em grandes dificuldades de pagar as suas dívidas, tal como relatado por duas das pessoas que participaram na reunião.

A equipa do banco, liderada pelo próprio Presidente do Goldman Sachs, Gary D. Cohn, apresentaram um esquema financeiro que permitiria remeter para um futuro longínquo o défice do sistema de saúde da Grécia, um esquema muito parecido com o que consistiu em levar os proprietários de casas a fazer uma segunda hipoteca para pagar dívidas correntes feitas com os cartões de crédito.

Este esquema já tinha funcionado antes. Em 2001, logo após a Grécia ter entrado para a União Monetária Europeia, o banco Goldman Sachs ajudou o governo grego a obter discretamente empréstimos de milhares de milhões de dólares, disseram pessoas ligadas a esta transacção. Este negócio, sem visibilidade pública porque foi tratado como transacção de divisas e não como empréstimo, ajudou a Grécia a cumprir as regras europeias relativas ao défice, ao mesmo tempo que continuava a gastar para além das suas posses.

Atenas não deu sequência a esta última proposta do banco Goldman Sachs, mas agora, vendo-se a Grécia a sufocar sob o peso da dívida e dado que os seus vizinhos mais ricos manifestam vontade em socorrê-la, as operações financeiras feitas na última década estão a levantar algumas questões sobre o papel que Wall Street desempenhou neste mais recente drama financeiro mundial.

o da Grécia, disse: “Este “swap” será sempre não rentável para o governo grego.”

publicado por Luis Moreira às 20:00
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Segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011

Uma história dos tempos modernos que nada têm a ver com Chaplin - por Júlio Marques Mota

Facebook, Goldman Sachs:  um outro mundo que não o nosso  mas que pelo nosso é pago

Em plena caldeirada com as acções do BPN e como se determina o seu valor sem bolsa, fora da bolsa e a partir do nosso bolso, o candidato Cavaco lá sabe como é mas diz que não explica, que não nos diz mais nada. Natural que assim fale, pois não tendo nunca sido bom professor, como é que agora consegue explicar que o que tem no seu bolso é,  na verdade, o que saiu do nosso bolso? Assunto bem delicado, tanto mais delicado, quando cada um de nós  a dar-lhe o voto é para isso convidado, assunto tanto mais delicado ainda quanto neste país e neste contexto  cada um de nós se sente pela banca  assaltado,  pela prática do nosso  governo do nosso futuro nos sentimos espoliado e pelo Presidente , pelo seu exemplo, com tudo isto bem aprovado.

Pois bem, sugestão aos nossos políticos e aos nosso comentadores de telejornais que não se devem ver ou de jornais que não se devem ler  : um telefonema, um email, à Goldman Sachs ou então a Marck Zuckerberg, criador de Facebook, Faceb$$k, e eles dizem-nos como é que se injecta 1,4 mil milhões de dólares nestas mesmas condições. Ao pé disto, o silêncio do Cavaco refere-se a cêntimos  ainda por cima de uma moeda com a qual querem acabar.

Aqui vos deixo, alguns textos  sobre a questão e interroguem-se sobre o significado do parágrafo final de um deles:


“Zuckerberg, nós esperaríamos que você tivesse uma outra  ideia de tudo isto. E para aqueles que possam querer atribuir a sua decisão à sua juventude,  lembre-se que  Napoleão tornou-se primeiro cônsul da França aos  28 anos de idade. “

Boa leitura e se têm muito dinheiro de lado já sabem. Contactem, contactem então Goldman Sachs mas tenham cuidado: A recente multa que lhe foi imposta pelo regulador americano mostra que GS também sabe levar a zero, com a especulação, os títulos que negoceia, os títulos que vende,  e meus caros se o conselho seguem, podem ficar como eu, de bolsos rotos a apanhar ar. Cuidado, pois.

Júlio Mota

I Parte : A Bolsa

1.O Fiscal  da Bolsa americana  debruça-se  sobre o investimento feito por  Goldman Sachs em Facebook

O fiscal  da Bolsa americana  (SEC) acompanha  de muito perto o investimento do banco  Goldman Sachs em Facebook. A SEC  quer assegurar-se de que não estão a ser  contornadas  as regras que enquadram as sociedades não - cotadas, afirmou terça-feira o Wall Street Journal.

Regras em vigor

Segundo este jornal  que cita  fontes próximas do processo ,  os responsáveis da  Securites and Exchange Commission  querem  «examinar  os veículos de  investimento especiais como o que foi criado por  Goldman Sachs e  Facebook para determinar se forem concebidos com o  objectivo principal   de  contornar a regra dita dos 500 accionistas”.

De acordo com os regulamentos actuais, que data  dos anos 60, quando uma sociedade não - cotada atinge o limiar de 500 accionistas, fica forçada a divulgar certas informações financeiras.

500 milhões de dólares

Numerosos comentadores  viram no investimento de 500 milhões de dólares efectuado por Goldman Sachs com o grupo russo mail.ru   um meio para o síte  social Facebook ter  acesso aos clientes do prestigioso banco americano permanecendo ao mesmo tempo sob este limiar  e livrando-se, portanto,  de eventuais constrangimentos quanto à  transparência face ao mercado e às autoridades.

O financiamento de Goldman conta com efeito como tendo sido feito  por  um só accionista, enquanto que agrupa todos os clientes.

“Se a SEC considerar  que o veículo financeiro  foi criado para contornar a regra dos 500 accionistas, a agência poderia forçar Facebook a contar cada um dos accionistas desta estrutura no total da sociedade”, explica   Wall Street Journal.

Facebook não - cotado

publicado por Carlos Loures às 21:00

editado por Luis Moreira às 21:41
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Quarta-feira, 29 de Setembro de 2010

Wall Street - O Dinheiro não dorme



Sete anos passados na prisão deixam muito tempo para pensar e o personagem de Michael Douglas está de regresso à liberdade.

Quem não percebeu muito bem como é que a especulação deitou por terra a economia mundial, concentre-se numa cena do ínicio do filme, onde, numa palestra a jovens tubarões da alta finança, é resumido o conceito " invasivo, infernal e global.Como um cancro".

A ganância de uns quantos de mão dada com a credulidade da maioria, sem criar qualquer riqueza apropria-se de milhões em mais -valias que, a mais das vezes, resultam do efeito conjugado de boatos sobre uma determinada empresa e de movimentos especulativos de compra e venda de milhões de acções. Ninguem sabe quem está por trás desses movimentos, off-shores sem rosto, contas na Suiça sem nome, até que a luta passa a tramar os próprios figurantes e aí a riqueza súbita e os suícidios levam à vingança.

Não é um grande filme, longe disso, mas é um filme que clarifica muita coisa, como é possível que os Estados não regulem, como a Lei protege a batota, como a economia e a finança deixaram de ter o homem como modelo central, para passar a ser um jogo de perde e ganha ao arrepio de qualquer mérito e do mínimo de bom senso. A finança é uma lotaria viciada onde ganham sempre os que lançam os dados.

Trata-se de um estado febril, gente que tem tanto dinheiro que tudo podem ter mas que não conseguem parar, destroiem a família e os amigos, a própria vida em muitos casos.Uma das lições deste filme é que sempre haverá homens e mulheres capazes de deitarem tudo a perder se os Estados e a sociedade não conseguirem travar a cegueira e a ganância. Aliás, cá no burgo tambem temos casos desses bem recentes.
publicado por Luis Moreira às 13:30
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