Domingo, 27 de Fevereiro de 2011

Vinho : com ele me deleito – II - por Clara Castilho

O Bacanal, Goya 

                   

Quero beber! Cantar

 

asneiras

No esto brutal das bebedeiras

Que tudo emborca e faz em caco…

            Evoé Baco!

 

Lá se me parte a alma levada

No torvelim da mascarada,

A gargalhar em doudo assomo…

            Evoé Momo!

 

Lacem-na toda, multicores,

As serpentinas dos amores,

Cobras de lívidos venenos…

            Evoé Vênus!

 

Se perguntarem: que mais queres,

Além de versos e mulheres?...

- Vinhos!... o vinho que é meu fraco!...

            Evoé Baco!

 

O alfange rútilo da lua,

Por degolar a nuca nua

Que me alucina e que eu não  domo!...

            Evoé Momo!

 

A Lira etérea,  a grande Lira!...

Por que eu extático desfira

Em  seu louvor versos obscenos,

            Evoé Vênus!

 

Manuel Bandeira, 1918

 

Como nos relacionamos com a sua existência? Umas vezes bem, outras vezes mal!

E lá dizem os ditados:

“Afoga-se mais gente em vinho do que em água”.

“Quando o vinho desce, as palavras sobem”.

“Bom vinho não precisa de rolha”.

 

“Vinho madurão faz o homem brigão”.

“Quem bebe muito vinho, perde o tino”.

“Quando o vinho entra, sai a inteligência”.

 

                                               “Quando o vinho entra, os segredos saem”.

 

 

 

publicado por Carlos Loures às 11:00
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Quinta-feira, 27 de Janeiro de 2011

Dia das Beiras - Introdução por Porfírio Ramos

As Beiras, divididas em três Províncias, Beira Baixa, Beira Alta e Beira Litoral, estão espalhadas por seis distritos, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Coimbra, Aveiro e Leiria, sem se contar com o distrito de Santarém, de que apenas o concelho de Ourém pertence às Beiras, com noventa e seis concelhos e mil trezentas e trinta e seis freguesias, constituem cerca de um terço do território do continente português. O nome desta extensa região pode conduzir-nos à ideia de que se trata de um todo uniforme, mas contém toda a variedade seja de clima seja, de estrutura geográfica, seja de produções agrícola ou arbóreas ou mesmo piscícolas, seja de costumes, tradições, culinária ou de História.

 

Em termos de clima, tem variedades tão grandes como o gélido clima interior da Serra da Estrela e raiano, ao clima mediterrânico do Alto Douro e ao clima ameno do litoral. A estrutura geográfica vai das planícies da orla marítima às elevadas serranias da Estrela. Os modos de vestir, vão dos safões dos pastores da Estrela às sete saias das mulheres do litoral. Os costumes do litoral influenciados pelas mil aventuras do mar, pouco ou nada têm a ver com as aventuras das lutas pela independência vividas pelos povos raianos.

 

São bem diferentes as comidas do interior em que o peixe é raro e o peixe fresco é quase inexistente, das do litoral em que o animal bovino não é tão abundante por serem menos frequentes as pastagens. E mesmo a carne suína do litoral tem diferenças muito grandes da do interior com os animais criados à base da bolota de carvalho. Também o queijo do litoral tem características diferentes das do queijo de ovelha da Serra da Estrela ou mesmo do de Castelo Branco. Os enchidos do interior fumados nas lareiras sempre acesas e condimentados com o colorau espanhol têm sabor diferente do dos maranhos da Sertã e da morcela de arroz de Leiria, tal como diferem o doce de abóbora, da Guarda, as brisas do Lis, de Leiria, os pastéis de Tentúgal e os ovos moles de Aveiro.

 

Não são comparáveis os vinhos de Ourem com os vinhos de Fozcoa, os vinhos do Dão os de Figueira de Castelo Rodrigo ou da Covilhã. As casa do litoral têm uma construção e um estilo bem diferente das do interior, tal como não são comparáveis as aldeias piscatórias com as de Monsanto ou de Sortelha. São bem diferentes os monumentos, como acontece com o Jardim das Estátuas de Castelo Branco, a Sé da Guarda, o Museu Grão Vasco e a sé de Viseu, a “CABRA”, em Coimbra, a Basílica de Fátima, no concelho de Ourém e o Castelo de Leiria.

 

Os carvalhos e os castanheiros da Beira Alta, as cerejeiras do Fundão o mostajeiro, hoje em vias de extinção, no concelho do Sabugal, as amendoeiras de Fozcoa, as salinas de Aveiro, as finas areias da Figueira da Foz e as azinheiras e os pinheiros de Leiria concedem diferenças substanciais à tonalidade da paisagem. Também os costumes decorrentes do isolamento dos povos do interior são marcadamente diferentes dos dos povos do litoral, mas numa coisa são iguais: É no seu religiosismo. As Beiras são um pouco do Portugal.

 

Porfírio Ramos (elemento dos orgãos sociais da Casa das Beiras)

publicado por siuljeronimo às 00:02

editado por Luis Moreira em 24/01/2011 às 22:54
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