Domingo, 13 de Fevereiro de 2011
Luis Moreira
As "escutas" têm mostrado que a censura grassa a vários níveis e que tem contribuído para o mal estar que é mais que evidente na Justiça. Há Noronha do Nascimento e o PGR que mandam destruir as escutas, que aparecem depois, mais tarde, num outro processo conexo ; há Juízes que juntam escutas ao processo e permitem que as escutas sejam ouvidas a pedido do Ministério Público e contra a vontade do advogado de defesa; Juízes que são ameaçados.
A censura também ( e de que maneira) chega à Comunicação Social, com jornais a esconder o que podem e outros a publicar o que podem e o que não devem. Tudo isto resulta numa enorme salganhada, deitando por terra a reforma de todas as reformas que é a que se pode fazer na Justiça. Uma credibilidade reduzida a zero!
"David Dinis, editor de Política do jornal Diário de Notícias, demitiu-se do cargo em Janeiro em litígio com o director do diário, João Marcelino, que impediu a publicação de uma notícia sobre o facto da operadora de telecomunicações TMN ter destruído parte dos dados de tráfego telefónico de Armando Vara (ex-vice-presidente do BCP), de Rui Pedro Soares (ex-administrador da PT) e de Paulo Penedos (ex-assessor da PT), no âmbito do processo Face Oculta." Este desaparecimento, logo este, é muito propositado e dá muito jeito.
É, bem verdade, que uma operadora apresentar como justificação, questões técnicas, para o desaparecimento de registos de tráfego, com a importância destes num processo de grande gravidade, leva a perguntas incómodas, mas a sua não publicação leva a outras perguntas tão ou mais incomodas. E, há várias : Como é possível que na TMN ninguém seja chamado à responsabilidade? E, o director do DN, acha que o desaparecimento das escutas não é notícia? A quem favorece o desaparecimento? O Tribunal pode considerar este desaparecimento como "ocultação de prova"?
Não é assim que se devolve a credibilidade à Justiça e à Comunicação Social!
Terça-feira, 31 de Agosto de 2010
Luis Moreira
A colocação dos 18 000 professores contratados revela-nos que 10 000 já tinham sido colocados o ano passado e que 8 000 são colocados pela primeira vez. Ficam, ainda assim, 30 000 professores de fora de que os sindicatos aproveitam a desilusão para venderem mais uma demagogia. O quadro está subavaliado são precisos mais professores, de preferência a pagar quotas, digo eu.
Mas do que ninguem fala, é do prejuízo que os professores contratados não avaliados sofreram e que se vai repercutir em toda a sua vida. Foram na conversa da "sereia" dos sindicatos e dos colegas confortavelmente sentados no lugarzinho para toda a vida. Como qualquer pessoa de bom senso e saiba um mínimo dos principios que enformam um estado de Direito, quem cumpre uma directiva do Ministério e, com isso, se candidata às expectativas que o Ministério deu a quem cumprisse, não poderia nunca sair prejudicado.
Como se viu numa primeira faze com os tribunais e, agora, com os professores preteridos a queixarem-se que foram ulltrapassados em muitos lugares por colegas que entregaram a avaliação. Quem é que indemniza estes professores que, de boa fé, foram atrás da demagogia dos sindicatos e da ignorância ou má fé dos colegas instalados? Um dos estúpidos argumentos é que teriam "atraiçoado" os colegas que seguiram as instruções dos sindicatos. Atraiçoado?
Mas não estamos numa democracia onde as pessoas pensam pela sua própria cabeça e se responsabilizam pelas decisões que tomam?
Quem é agora tão lesto em dar opiniões que mais não são que bravatas irresponsáveis e se adianta para pagar as indemnizações devidas?
Se fosse comigo tinham um processo cível no tribunal mais pŕoximo da escola onde não param de lacrimejar a sua desdita de serem professores...
Segunda-feira, 16 de Agosto de 2010
Luís MoreiraA mesma Justiça que se afunda em escândalos, com zero de credibilidade, com 1,2 milhões de processos atrasados, avalia-se a si mesma com 97% de "muito bons" e "bons"!
97% dos agentes judiciários recebem uma nota que não condiz com o estado da Justiça, são todos "muito bons" mas a Justiça não presta, a causa deve ser os advogados porque defendem os seus constituintes, os arguidos porque não assinam as confissões de culpa, e os tribunais porque perdem tempo a fazer julgamentos. Se não se perdesse tempo com papéis, leis, direitos, tudo corria à maravilha, e a Justiça estaria ao nível destes iluminados.
É assim em toda a Administração Pública, a avaliação é um "faz de conta", ninguem é avaliado, não se mede o mérito, nem a obtençaõ de objectivos, o que é preciso é que o tempo passe para chegarem todos ao topo da carreira.É esta a guerra que se trava tambem no Ministério da Educação, não são os alunos que são a preocupação,nem a escola, nem os resultados, o que interessa mesmo é a carreirinha...
Como é possível que esta Justiça que nos envergonha a todos, se avalie a si própria como "muita boa"? Ou é possível que a soma dos 97% de "bons" e "muito bons" seja igual a péssimo? Como é possível isto acontecer sem ninguem se indignar?
Já falta pouco para a censura voltar a ser azul, os tribunais serem " a bem da nação" e as escolas serem de todos menos dos alunos. O mais duro corporativismo tomou conta do Estado e das nossas contribuições!
Não somos todos muito bons?