Terça-feira, 1 de Junho de 2010

Tourada em Salzburgo


Luís Couto

Eu e o Luis Rocha tínhamos chegado à cidade bastante tarde, numa noite de neve que caía aos farrapos, silenciosa e fria com as luzes a tremilicarem por entre o nevoeiro .Chegados ao hotel nada quente para beber ou enganar a fome tudo fechado salvo, diz-nos o recepcionista, uma taberna no fundo da rua, talvez aí.

Lá fomos encolhidos rua abaixo sem alma de gente a travessar-se no caminho, uma ténue luz a sair de uma porta no rés-do-chão, grossa, batente de ferro que deixava escapar um vozeirão contido. Que sim, havia que comer e beber, mas a casa era de bancos e mesas corridas, tratassemos nós de arranjar lugar e companhia.

À minha frente Franceses, ao lado esquerdo Suiços, mais uns quantos austríacos e à minha direita um casal americano, ele alto e grosso, ela naquela meia idade como o Outono, coberta de cores, a beleza evidente de uma delicadeza que condizia com a pela bem tratada, uns olhos avelã e um cabelo louro/castanho. Portugueses? ela olhava-nos com curiosidade, conhecem o cavalo de raça “Lusitano”? pergunta com os olhos a rirem de curiosidade, lá nos esforçamos a falar da Coudelaria de Alter, como tem vindo a ser mantida uma pureza de raça, catalogada, de que se conhece a genealogia há mais de dois séculos.

Ela tinha um Lusitano na sua quinta em Utha, adorava o cavalo, que caracteristicas tinha desenvolvido? onde e em que era utilizado? tudo queria saber com uma graciosidade que em tudo se opunha à rudeza do marido, que não se conteve quando ouviu falar de tourada, pegas do touro à mão, que era mentira, ninguem se colocava à frente de um touro de 600 kgs, eles lá nos USA tambem o apanhavam mas era saltando para cima do cachaço , e às tantas a minha gritaria cruzada com a dele, movida a copos, ouvia-se por cima das mil conversas .

Que sim, diziam os franceses que já tinham visto uma vez no sul de França e os suiços nunca tinham visto mas sabiam que era verdade e os austríacos, como era isso expliquem lá. Eu e o Rocha no meio da algazarra, com interlucotores a falarem diversas línguas não nos entendíamos, eh, pá, o melhor é fazer uma demonstração, o francês que já viu é o touro, eu sou o cabeça dos forcados, o Rocha explicava e orientava as posições, mais dois austríacos atrás de mim a fazerem de forcados do grupo, e o francês não vai de modas atira os forcados para cima do público já em pé a cantar e a rir, espaço, é preciso espaço e o pessoal em cima das mesas e o francês a levar o seu papel de touro demasiado a preceito e o cabeça do grupo já metido em orgulhos com os espalhanços, uma e outra vez…

O americano bêbado que nem um cacho ainda o vi a descer a rua ás curvas e fixei bem o porte altivo e gracioso da mulher. Por momentos as nódoas negras não me doeram nada!
publicado por Luis Moreira às 11:00
link | favorito

.Páginas

Página inicial
Editorial

.Carta aberta de Júlio Marques Mota aos líderes parlamentares

Carta aberta

.Dia de Lisboa - 24 horas inteiramente dedicadas à cidade de Lisboa

Dia de Lisboa

.Contacte-nos

estrolabio(at)gmail.com

.últ. comentários

Transcrevi este artigo n'A Viagem dos Argonautas, ...
Sou natural duma aldeia muito perto de sta Maria d...
tudo treta...nem cristovao,nem europeu nenhum desc...
Boa tarde Marcos CruzQuantos números foram editado...
Conheci hackers profissionais além da imaginação h...
Conheci hackers profissionais além da imaginação h...
Esses grupos de CYBER GURUS ajudaram minha família...
Esses grupos de CYBER GURUS ajudaram minha família...
Eles são um conjunto sofisticado e irrestrito de h...
Esse grupo de gurus cibernéticos ajudou minha famí...

.Livros


sugestão: revista arqa #84/85

.arquivos

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

.links