Quinta-feira, 25 de Novembro de 2010

China - socialismo de mercado -conclusão

Luis Moreira


Na onda do "socialismo de mercado" criou-se uma classe de pessoas burguesas, (chamemos-lhe assim) que o partido comunista chama a si, no sentido de a controlar, decapitando-a, de certa forma como no capitalismo se cooptam as pessoas com mais mérito das classes populares.

As empresas privadas são levadas, mais do que à procura desenfreada do lucro, ao desenvolvimento da economia e da tecnologia nacional. Podemos dizer que mesmo as empresas privadas estão subordinadas ao "socialismo de mercado". Poderão os comunistas de todo o mundo estar descansados?

A verdade é que os US e, de certo modo, os países ocidentais, estavam a preparar-se, no pós URSS, a tomar definitivamente a dianteira nos aspectos tecnológicos. Para a China, estaria reservada a produção de produtos e serviços de baixo valor acrescentado, o que determinaria uma dependência contínua em relação à metropole capitalista.

A China percebeu a tempo que não há uma verdadeira independencia política sem indepedencia económica o que, abre caminho à democratização das relações económicas internacionais e ao favorecimento da emancipação política e económica dos países do terceiro Mundo.

O século das humilhações que vai de 1840 a 1949, desde a primeira guerra do ópio à conquista do poder pelo PCC, coincindiu, historicamente,com o século da mais profunda depravação moral do ocidente: guerras do ópio com a devastação de Pequim, as práticas esclavagistas, as humilhações...

Como disse, ainda estando lá, a China fervilha de poder e desenvolvimento, isso é claro na modernidade das suas cidades (deitam abaixo bairros inteiros e constroem belos edificios), as pessoas jovens estão ocidentalizadas, no fisico e no vestir, deixaram de ser pequenos e submissos para serem grandes e ambiciosos.

Foi uma experiência apaixonante a que liguei a visita à Expo Xangai onde estavam representados a maioria do países do mundo.
publicado por Luis Moreira às 13:30
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Segunda-feira, 4 de Outubro de 2010

Boaventura de Sousa Santos no Estrolabio - O futuro da democracia


Analisada globalmente a democracia oferece-nos duas imagens muito contrastantes. Por um lado, na forma de democracia representativa, ela é hoje considerada internacionalmente o único regime político legítimo. Investem-se milhões de euros e dólares em programas de promoção da democracia, em missões de fiscalização de processos eleitorais e, quando algum país do chamado Terceiro Mundo manifesta renitência em adoptar o regime democrático, as agências financeiras internacionais têm meios de o pressionar através das condições de concessão de empréstimos. Por outro lado, começam a proliferar os sinais de que os regimes democráticos instaurados nos últimos trinta ou vinte anos traíram as expectativas dos grupos sociais excluídos, dos trabalhadores cada vez mais ameaçados nos seus direitos e das classes médias empobrecidas. Inquéritos recentes feitos na América Latina revelam que em alguns países a maioria da população preferiria uma ditadura desde que lhes garantisse algum bem-estar social.

Acresce que as revelações, cada vez mais frequentes, de corrupção levam à conclusão que os governantes legitimamente eleitos usam o seu mandato para enriquecer à custa do povo e dos contribuintes. Por sua vez, o desrespeito dos partidos, uma vez eleitos, pelos seus programas eleitorais parece nunca ter sido tão grande. De modo que os cidadãos se sentem cada vez menos representados pelos seus representantes e acham que as decisões mais importantes dos seus governos escapam à sua participação democrática.
O contraste entre estas duas imagens oculta um outro, entre as democracias reais e o ideal democrático. Rousseau foi quem melhor definiu este ideal: uma sociedade só é democrática quando ninguém for tão rico que possa comprar alguém e ninguém seja tão pobre que tenha de se vender a alguém.

Segundo este critério, estamos ainda longe da democracia. Os desafios que são postos à democracia no nosso tempo são os seguintes. Primeiro, se continuarem a aumentar as desigualdades sociais entre ricos e pobres ao ritmo das três últimas décadas, em breve, a igualdade jurídico-política entre os cidadãos deixará de ser um ideal republicano para se tornar numa hipocrisia social constitucionalizada. Segundo, a democracia actual não está preparada para reconhecer a diversidade cultural, para lutar eficazmente contra o racismo, o colonialismo e o sexismo e as discriminações em que eles se traduzem. Isto é tanto mais grave quanto é certo que as sociedades nacionais são cada vez mais multiculturais e multiétnicas. Terceiro, as imposições económicas e militares dos países dominantes são cada vez mais drásticas e menos democráticas. Assim sucede, em particular, quando vitórias eleitorais legítimas são transformadas pelo chefe da diplomacia norte-americana em ameaças à democracia, sejam elas as vitórias do Hamas, de Hugo Chavez ou de Evo Morales.

Finalmente, o quarto desafio diz respeito às condições da participação democrática dos cidadãos. São três as principais condições: ser garantida a sobrevivência: quem não tem com que alimentar-se e à sua família tem prioridades mais altas que votar; não estar ameaçado: quem vive ameaçado pela violência no espaço público, na empresa ou em casa, não é livre, qualquer que seja o regime político em que vive; estar informado: quem não dispõe da informação necessária a uma participação esclarecida, equivoca-se quer quando participa, quer quando não participa.

Pode dizer-se com segurança que a promoção da democracia não ocorreu de par com a promoção das condições de participação democrática. Se esta tendência continuar, o futuro da democracia, tal como a conhecemos, é problemático.


(Publicado na revista "Visão" em 31 de Agosto de 2006)
publicado por Carlos Loures às 21:00
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Terça-feira, 20 de Julho de 2010

Barrigas de aluguer na Índia!

Luís Moreira
Sempre a miséria! Mãe de todos os males, a miséria a que está votada grande parte da população da Índia, fá-la ser explorada e sujeita a todos os esquemas que a mente humana pode imaginar e o dinheiro comprar.

O menú vai desde um óvulo fertilizado (marido e mulher, por exemplo) e que é implantado no útero de uma mulher, não tendo esta nenhuma relação biológica com o bébé (trá-lo na barriga nove meses, alimenta-o ) até ao esperma do homem que fertiliza o óvulo de uma mulher que não conhece e que é implantado na barriga de outra mulher, passando pelo casal gay em que cada um dos homens fertiliza a "sua" barriga de aluguer .

Muito propositadamente, a Índia pura e simplesmente não tem legislação sobre estas questões, pelo que tudo é feito numa discreta clínica, onde se começa com a escolha da barriga de aluguer, respectivo contrato e nove meses em casas de repouso e de vigilância longe das famílias e dos próprios filhos .

A barriga de aluguer nos US custa cerca de 150 000 dólares, na Índia custa 1/4 disso. Sem perguntas, sem problemas emocionais, sem arrependimentos.Com esse dinheiro a mulher ajuda a sua família a ter uma casa, ou a montar um negócio.E a criar os seus próprios filhos.

E problemas não há, tudo é tratado por agências de viagem, que preparam documentos, arranjam as clínicas, os apartamentos para o turista "barriga de aluguer" esperar o nascimento do seu filho, e colocar todos sem problemas no país natal.Se a técnica utilizada for demasiado fértil e a mulher ficar grávida de 3 ou 4 bébés, também não há problema, reduz-se para dois em certa etapa do percurso.

Um milagre da ciência médica transformado, pela miséria, num pesadelo!
publicado por Luis Moreira às 19:30
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Terça-feira, 29 de Junho de 2010

Potências emergentes - ou como a bola é redonda como o mundo

Pedro Godinho



Agora que parece que o mundo gira em torno do mundial de futebol, decidi, também eu, dar uns chutos na matéria.

Há quem leia nas estrelas, as folhas do chá ou as borras do café, as entranhas do animal sacrificado, o voo das aves, a bola de cristal, quem deite as cartas ou lance os búzios, eu antevejo o futuro pelas voltas que a bola dá.

É a ciência da metáfora do futebol como espelho do panorama mundial.

Cuja importância não deve ser menosprezada, porque como se vê pelo espaço e tempo que todos os media (dizer assim poupa palavras e faz-nos parecer mais cultos, até latim sabemos) dão aos assuntos e estudiosos da redonda tudo o que com ela se relacione, de perto ou de longe, é magna questão.

Assim, depois de visionar os primeiros encontros, posso confirmar-vos o declínio da Europa e a ascensão das potências de novas geografias.

Esqueçam a filosofia, a história ou a sociologia, a única análise certeira das relações internacionais é ver como a bola vai rodando.

E o que ela nos mostra é que as antigas potências europeias já não se aguentam nas canetas e não levam a melhor sobre as colónias e geografias antes dominadas.

Foram-se os tempos em que a Europa era a dona da bola e decidia a formação das equipas e quem jogava.

Da Ásia, das Américas e até, embora em menor grau, de África surge um novo jogo, ao qual é melhor que a mui civilizada Europa se vá habituando porque ele veio para ficar, e de caminho se acostume a que terá de partilhar com outros o que até aqui era a sua riqueza.

Querem ver que vamos ter uma final e campeão terceiro-mundista?
publicado por Carlos Loures às 13:30
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