Quinta-feira, 12 de Maio de 2011

A DOENÇA, por Raúl Iturra

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

Giacomo Puccini - "Madama Buterfly": Un bel dì vedremo - Callas


 

Há quem pense que estar doente é o sal da vida: não é preciso trabalhar, por baixa não prolongada, as entradas salariais não diminuem, as queixas de não se estar bem elevam a piedade dos outros, até ao dia em que, por ser prolongada, a piedade acaba dando lugar ao cansaço e é-se enterradoem vida. Fica-sesó e sem albergue, sem pessoa que acuda, separado dos outros porque a perturbação mental ou corporal, não lhes é agradável, apesar de se querer ter amigos que acompanhem e aprendam a andar a passo lento, esse que a doença permite. A vida segue o seu curso, as pessoas passeiam e fica-se em casa à espera, à espera da mão que nos resgate da solidão das solidões: de se ser um ser à parte e ser uma perturbação para os outros.

 

Enfermidades há muitas, todas passíveis de cura. Excepto a que leva à morte. Doenças de que se foge mais rápido pelo silêncio que acorda em nós o ser humanos que, em certo dia, acabará por não estar connosco. É mais simples habituar-se à distância antes de esta ser eterna. Eis o motivo que leva todo o ser humano a entrar calado e a sair mudo da presença do doente: não se sabe o que dizer, foge-se dos sentimentos e da companhia do próximo cadáver. Está-se tão habituado à sua presença, que é melhor se habituar-se a essa eterna distância antes que a materialidade da vida faça realidade o que se teme.

 

Não falo de forma simples. Falo, por precisar. Ainda hoje, tive um diagnóstico que me espantara. Pensava eu, estar curado das minhas doenças, e acaba por não ser assim. É a desilusão das ilusões. Volta tudo à fase inicial: começar a preparação do corpo para o dia anunciado, dias intermináveis que desejamos passem depressa, devido à nossa imobilidade em relação aos passeios e divertimento com os outros. Inventamos ritos e dizemos que estamos sempre bem, apenas muito ocupados com os nossos trabalhos.

 

O amor acaba. Era divertido guiar, namorar, seduzir e sermos acarinhados.

 

Interrogo-me, melhoria para quê? Quem já foi enterrado em vida, falta-lhe apenas ser sepultado para a eternidade.

 

Sim senhor, sim senhor! Estou farto dos interesses de desconhecidos, e do abandono ao mais mínimo pretexto a que somos condenados, e tempos de cólera raiva e não dessa raiva de bactérias que nos mata minuto a minuto.

 

Sim senhor, viver para a solidão, apenas os nobres da Cartuja de Parma essa narrativa de Standhal.  Stendhal foi editado pela: Globo Editora , na categoria Literatura Estrangeira / Romance.

 

A Cartuxa de Parma é considerado um dos maiores romances do escritor francês Stendhal. Narra as aventuras amorosas vividas pelo protagonista na Itália da era napoleónica. O livro é uma apologia da liberdade de espírito e da leveza, do ímpeto e da energia individuais, que Stendhal identifica na ensolarada Itália. O romance é considerado por muitos críticos literários como um romance análogo ao O Príncipe de Maquiavel (Século XVI), mas retratando a Itália do século XIX. A criação de A Cartuxa de Parma foi, em muito, inspirada em leituras de documentos sobre famílias antigas da Itália, como a família Farnese, que Stendhal teve acesso em suas inúmeras passagens pela Itália, como cônsul. O Romance tem como protagonista Fabrício Del Dongo, um jovem aventureiro, de família nobre e de poucas ambições. Assim como Julien Sorel, protagonista de O Vermelho e o Negro, Fabrício é admirador de Napoleão e essa admiração constitui um dos aspectos sócio - históricos apresentados na obra, pois mostra uma Itália que sofre as consequências sociais da restauração da monarquia em territórios que pertenceram anteriormente ao Império Napoleônico, como os territórios do Piemonte. È a corrida de amores de Fabrizio, o que faz dele um homem solitário, porém doente.

 

Penso que é tudo. A doença, é a morte em vida.

 

Excepto acrescentar que Henri-Marie Beyle, mais conhecido como Stendhal (Grenoble, 23 de Janeiro de 1783 - Paris, 23 de Março de 1842) foi um escritor francês reputado pela fineza na análise dos sentimentos das suas personagens e pelo seu estilo deliberadamente seco.

 

Doente, porém….

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por João Machado às 14:00

editado por Carlos Loures às 14:06
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