(Publicado em oclarinet)
O governo tem um ministro da Caridade. Desloca-se numa motoreta franciscana e fez discurso no parlamento. Não foi bem um discurso, foi mais uma choradeira pegada sobre os pobrezinhos, do género de fazer secar o saco lacrimal ao antigo Movimento
Nacional Feminino.
Pedro Mota Soares (o ministro), um dos autores do novo código laboral, que levou muitos para a pobreza, defendeu um programa assistencialista para os desprotegidos – a arcaica caridade, e o plafonamento dos descontos para a segurança social. Mandou a
Solidariedade e a sustentabilidade da Segurança Social às urtigas.
Já se sabia que este governo, como Cavaco Silva, apreciam o apoio misericordioso aos necessitados. A mim, que sou suficientemente velho para ter vivido na época de Salazar e Caetano, lembra-me o tempo em que o povo andava de mão estendida a pedir uma côdea para não morrer à fome.
Lembro colegas da escola primária em Belas, anos 60, que andavam sempre de cabelo (rapado na escola) fora de moda, e conhecidos pela “seita do pé descalço”. Traziam mais uma marca identificadora que não enganava, uma corrente ao pescoço com uma medalha numerada. Esse número dava para irem ao posto da UCAL (ao lado da praça) buscar uma dose diária de leite.
Vai voltar o estigma da pobreza, a ajuda aos humildes, a ternura dos beneméritos, as festas agradecidas dos protegidos para satisfação dos “voluntários” e das instituições – claro as instituições – que são uma vergonha que ainda existam no século XXI, nesta Europa abastada.
O negócio já foi sacar fundos europeus, já foi o ramo ambiental. Agora o que vai dar, que já está a dar, são as IPSS, as Misericórdias – a clientela vai aumentar graças ao governo e os apoios ao negócio também.
Experimento para agradecer o grande número de pessoas que me têm apoiado na escrita informática, especialmente a empresa que colabora comigo, que não vou referir por causa de propaganda, de todos eles, não resisto agradecer a quem tem a paciência de aparecer na minha casa para tratar das avarias que vão acontecendo no meu computador pela minha falta, Ricardo Fernandes. E essa doce senhora que acompanha estes dissabores e saber rir as gargalhadas com os meus acidentes informáticos, por pura simpatia e solidariedade, como Carlos Loures, escritor e editor das minhas obras: tem-se oferecido para ser o meu correio enquanto o meu computador é tratado e publicar os meus textos no nosso Estrolabio.
Apenas una ideias queria referir no conceito solidariedade, conceito que sabemos foi criado por Émile Durkheim em 1893. Estamos a viver uma falta dela que faz tremer emotiva e socialmente. Estamos em tempo de eleições legislativas e os candidatos a escanos na Assembleia da República, organismo que nos governa, acaba por tornar debates sobre economia e lucro em novas indústrias em lutas políticas em que os dois de sempre, como diria Castelão, o santo da Galiza, os dois pretendentes ao cargo do Primeiro-ministro, têm imensas dotes aparentes para nos governar. Governar esta República que, desde Afonso Henriques, tem vivido em batalhas e guerras, civis ou de palavras. Lamento que os pequenos partidos revolucionários que têm assento na Assembleia, apenas são capazes de falar mal dos poderosos, sem apresentar ideais e actividades alternativas na arte de governar. Desde as definições de Aristóteles, o governar é uma arte política, porque se ordena a Polis, nesses tempos homens que sabiam quais a leis convenientes e quais para punir.
Os nossos candidatos apenas sabem do debate político, de pedir dinheiros a fundos criados para isso, mas nada tenho ouvido sobre programas. O líder certo que vai a ganhar, diz que falará dos seus projectos nos dias em que seja certo de que será eleito. O alternativo, não se cansa de falar dos seus futuros planos, com serenidade e ambição.
Mais nada digo, a imprensa está cheia de propaganda e cansa a luta política que descura o futuro material da nação .
Raúl Iturra
iturravaleparaiso@hotmail.com
põe apenas o dia de hoje,
‘Quanto mais olharmos o cancro de frente, mais ele se afasta de nós’
Exmo(a). Senhor(a),
Para conhecimento, informamos que o BTT Clube de Portugal vai realizar o 1º Biking Aventura Vencer o Cancro, Domingo, dia 15 de Maio de 2011, às 10h30, em Lisboa, um passeio de cicloturismo solidário, com a distância de 12km e um limite de 2.500 participantes.
Por cada inscrição neste evento reverte dois euros para a União Humanitária dos Doentes com Cancro, sendo esta uma receita vital para a sua sobrevivência, pois todos os apoios que a União presta são inteiramente gratuitos.
Percurso (totalmente fechado ao trânsito!):
Praça do Comércio, partida - R. da Prata - Praça da Figueira - Rossio - Restauradores - Av. da Liberdade - Marquês de Pombal - Picoas - Saldanha - Av. da República - Campo Pequeno - Entre Campos - Campo Grande - percurso inverso até ao Rossio - R. do Ouro - R. de S. Julião - R. Augusta - Praça do Comércio, meta.
Face aos nossos escassos meios, vimos pelo presente apelar à sua solidariedade e desde já muito agradecer:
Colabore com a União nesta nobre causa.
Gratos pela sua solidariedade, atenciosamente,
Luís Filipe Soares
União Humanitária dos Doentes com Cancro
Presidente da Direcção
Tel.: 213940302 | Fax: 213940304
Enviado por Júlio Marques Mota
Traduzido por António Gomes Marques
Zona euro: uma solidariedade deficiente
Durante a crise, as instâncias europeias (a Comissão Europeia, o Conselho, os Estados-Membros) foram incapazes de darem respostas vigorosas. As suas reacções foram tímidas, hesitantes, contraditórias. A sua (ausência de) estratégia não é compatível com o funcionamento dos mercados financeiros; mantendo a dúvida sobre a solidariedade europeia, sobre a possibilidade de certos países faltarem no cumprimento das suas dívidas, elas alimentaram a desconfiança e a especulação.
No final de 2009, o governo grego reviu fortemente em alta os valores do défice público anunciados pelo governo precedente, e foi esta informação que deu a partida para a crise de desconfiança contra a dívida grega. As instâncias europeias e os outros países-membros levaram tempo a reagir, não querendo dar a impressão de que os países-membros tinham direito a um apoio ilimitado dos seus parceiros e querendo sancionar a Grécia, pelo facto de a considerarem culpada por nunca ter respeitado o Pacto de Estabilidade e Crescimento e de ter escondido a dimensão dos seus défices. Os Estados Membros, em especial a Alemanha, anunciaram que ajudariam a Grécia apenas se esta aceitasse assumir o compromisso de organizar um plano de forte redução dos seus défices públicos e que a ajuda seria fortemente condicionada ao respeito deste compromisso, sujeito à regra da unanimidade (ao mesmo tempo, os alemães recordavam que o Tratado europeu proibia a solidariedade entre os Estados Membros e que o seu Tribunal Constitucional poderia proibir que se ajudassem os países em dificuldade), e que a taxa dos empréstimos concedidos “incorporaria um prémio de risco adequado”, o que é absurdo, uma vez que a ajuda tem precisamente por objectivo reduzir a zero o risco de incumprimento. Estas reticências contribuíram, também elas, para preocupar os mercados, o que os levava a continuarem a encarar os cenários de catástrofe.
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