Luis Moreira
Padre e matemático polaco do século XVl é considerado o pai da astronomia moderna. Foi o primeiro a concluir que os planetas e o Sol não giravam em volta da terra. Aristarco (m.230a.c.) já tinha especulado sobre a existência de um sistema heliocêntrico, mas a ideia não foi levada a sério antes de Copérnico.
Aristóteles ( 384-322) já no sec IV a.C, concluiu que como a sombra da terra sobre a Lua, durante os eclipses, era redonda a Terra seria redonda e ao observar um navio a afastar-se o casco desaparecia antes das velas. Mas tinha uma visão geocêntrica da Terra que estava estacionária e os planetas Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno, assim como o Sol e a Lua, descreviam órbitas circulares em torno da Terra.
Propor que a Terra não era o centro do Universo e que se movia, levantava enormes problemas religiosos, pelo que Copérnico apresentou a ideia como uma forma mais segura de calcular as posições dos planetas. Ao acreditar que o Sol era o centro do universo Copérnico introduziu uma das maiores mudanças de paradigma da história, abrindo caminho para a astronomia moderna e influindo profundamente a ciência, a filosofia e a religião. Quando a obra fundamental de Copérnico "DE Revolutionibus" foi publicada em 1543 ele estava no leito da morte, pelo que não viveu o suficiente para ver o caos que a sua teoria heliocêntrica viria a causar.
C
Nascido a 19 de Fevereiro de 1473 em Torum, na Polónia no seio de uma família de mercadores e funcionários que dava um grande valor à educação. O seu tio Lukasz Watzenrode, príncipe e bispo de Ermland assegurou que o sobrinho recebesse a melhor formação académica.Em 1491, matriculou-se na Universidade de Cracóvia onde cursou estudos gerais antes de rumar a Itália para estudar Direito e Medicina. Estava hospedado em casa de um eminente matemático Domenico Maria de Novara. Este, era um crítico de Ptolomeu. Em Novembro de 1500 Copérnico viu um eclipse da Lua em Roma.
Em 1513 Copérnico comprou 800 pedras de construção e um barril de cal para construir uma torre de observação, utilizando instrumentos astronómicos como quadrantes, paralácticos e astrolábios, para observar o Sol, a Lua e as estrelas.
Cinco séculos após a morte de Aristóteles, um Egípcio chamado Claudius Protlemeus ( Ptolomeu , 87-150 d.C) avançou com mais precisão na sua visão do universo , acreditando contudo que a terra estava no centro do sistema. Esta ideia , reinou por mais de mil anos com poucas modificações e Copérnico, prudentemente, guardou para si e para poucos amigos a sua ideia heliocêntrica. Mas os seus estudos leveram-no ao cálculo da teoria gravitacional.
" aos ombros de gigantes de Stephens Walking e coordenado por Carlos Fiolhais"
Luis Moreira
Por aqui vão passar alguns dos que se foram "da lei da morte libertando". Sábios, cientistas, médicos, arquitectos, astrólogos, matemáticos, músicos, políticos, poetas, escritores...
"Se vi mais longe, foi porque estava aos ombros de gigantes" escreveu Isaac Newton numa carta a Robert Hooke, em 1676. Este é um comentário apropriado, porque tudo o que se revela é o resultado de trabalho de muita gente com base no que ocorreu antes.Embora Newton não se estivesse a referir aos trabalhos mais importantes sobre a gravitação universal e sobre a Lei dos movimentos , mas sim às suas descobertas em óptica.
O livro que dá o nome a esta série da autoria do eminente físico Stephen Hawkings e com prefácio e coordenação do Prof Carlos Folhais, "parte dos textos originais para traçar a visão que hoje temos do firmamento, desde o postulado de Nicolau Copérnico de que a Terra gira à volta do Sol até à igualmente extraordinária acepção de Einstein de que o espaço e o tempo são encurvados pela massa e pela energia. O que estes dois génios fizeram foi banir-nos do centro do universo, destruíram as nossas convicções de eternidade e de certezas e por fim em vez de uma estrutura espaço-tempo absoluto deixaram-nos uma estrutura maleável." ( in Aos ombros de gigantes )
Claro que ambas as teorias enfrentaram oposições ferozes: a da Inquisição no caso de Copérnico e a do nazismo no caso da teoria da relatividade.
Aristóteles e Ptolomeu situavam a Terra no centro do universo e o Sol a orbitar em seu redor e já incluia a dedução Aistotélica de que a terra era uma esfera, em vez de um plano e a sua principal função era próxima do exacto prevendo as posições aparentes dos corpos celestes no firmamento para efeitos astrológicos. Em 1453 tínhamos ,pois, a terra e os planetas a movimentarem-se em órbitas circulares em torno do Sol.
Galileu considerou a proposta de Copérnico mais convincente devido à sua simplicidade, em contraste com as complexidades do modelo Ptolomaico.
Só depois do trabalho de kepler ter tornado mais exacto o modelo heliocêntrico e de Newton o ter completado com as leis do movimento é que, finalmente o modelo geocêntrico perdeu toda a credibilidade.
Veremos ao longo da leitura dos trabalhos destes "gigantes" que o modelo pode não ser só um, pode comportar todos os modelos, todas as hipóteses possíveis, explicar a nossa forma de vida, porque sem vida não haveria ninguém para observar o Universo. Com a Teoria Quântica Albert Einstein deixou a porta aberta, à espera de "um salto" intelectual para um novo cenário.
Iremos então conhecer melhor os "gigantes". O Italiano Galileu Galilei e o Alemão Yohannes Kepler, anteriores a Newton (este nasce no mesmo ano em que Galileu morre). Por sua vez ambos estiveram aos ombros do monge polaco Nicolau Copérnico. E o único que conseguiu até agora subir aos ombros de Newton foi Albert Einstein.
Coordenação de Augusta Clara
Quem Conta Um Conto...
Clarice Lispector
Aí está ele, o mar, a mais ininteligível das existências não humanas. E aqui está a mulher, de pé na praia, o mais ininteligível dos seres vivos. Como ser humano fez um dia uma pergunta sobre si mesmo, tornou-se o mais ininteligível dos seres vivos. Ela e o mar.
Só poderia haver um encontro de seus mistérios se um se entregasse ao outro: a entrega de dois mundos incognoscíveis feita com a confiança com que se entregariam duas compreensões.
Ela olha o mar, é o que pode fazer. Ele só lhe é delimitado pela linha do horizonte, isto é, pela sua incapacidade humana de ver a curvatura da terra.
São seis horas da manhã. Só um cão livre hesita na praia, um cão negro. Por que é que um cão é tão livre? Por que ele é o mistério vivo que não se indaga. A mulher hesita porque vai entrar.
Seu corpo se consola com sua própria exiguidade em relação à vastidão do mar porque é a exiguidade do corpo que o permite manter-se quente e é essa exiguidade que a torna pobre e livre gente, com sua parte de liberdade de cão nas areias. Esse corpo entrará no ilimitado frio que sem raiva ruge no silêncio das seis horas. A mulher não está sabendo: mas está cumprindo uma coragem. Com a praia vazia nessa hora da manhã, ela não tem o exemplo de outros humanos que transformam a entrada no mar em simples jogo leviano de viver. Ela está sozinha. O mar salgado não é sozinho porque é salgado e grande, e isso é uma realização. Nessa hora ela se conhece menos ainda do que conhece o mar. Sua coragem é a de, não se conhecendo, no entanto prosseguir. É fatal não se conhecer, e não se conhecer exige coragem.
Vai entrando. A água salgada é de um frio que lhe arrepia em ritual as pernas. Mas uma alegria fatal – a alegria é uma fatalidade – já a tomou, embora nem lhe ocorra sorrir. Pelo contrário, está muito séria. O cheiro é de uma maresia tonteante que a desperta de seus mais adormecidos sonos seculares. E agora ela está alerta, mesmo sem pensar, como um caçador está alerta sem pensar. A mulher é agora uma compacta e uma leve e uma aguda – e abre caminho na gelidez que, líquida, se põe a ela, e no entanto a deixa entrar, como no amor em que a oposição pode ser um pedido.
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