As cores definidas, o contorno do olhar desenhando a fronteira do nosso esquecimento. Ao longe- gargalhadas. Foi na ilha, que ouvi contar, a história de Helena Serena.
A campainha insistente soou feito um lamento contínuo, sofrido. Helena Serena esqueceu o presente. Abriu a porta e como se fosse um jogo, escondeu-se noutro tempo. Passou a conjugar o presente no passado. Helena, esquecida, largou a estação da vida.
- Senhor Manuel, quanto custa o aipim?
- O senhor Manuel, morreu Helena Serena…
Nebuloso o olhar triste de Helena. Seu realejo cantou a saudade doutro tempo. Desafinado, embalou o engano.Nunca soube o fim da história.
Andei pelo bairro da Boa Morte, perguntei por Helena. Na rua os meninos gritaram:
- Brasileirinha. Branca. Helena viveu num tempo inventado. Serena se foi numa hora sem hora. Perdida perdeu-se no espaço…Brasileirinha, procuras que tempo?
- Procuro o tempo… que Helena perdeu
- Vens de onde, brasileira?
- Venho de um compasso desafinado. Procuro quem roubou o tempo de Helena, que também era meu
- Brasileirinha olha o horizonte, vês?
-….
- Vês o sol a dizer até amanhã?
-….
- Sempre o mesmo todos os dias. Enquanto te perdes por Helena Serena, perdes quem te visita todos os dias.
O galo acorda as seis da manhã. Na roça, o cacau está quase maduro. Seis da tarde, há peixe pescado na rede do pescador. Meu olhar desenha o contorno da vida, tão presente o sorriso dela. O sol é tão laranja!
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