Segunda-feira, 6 de Junho de 2011
Agora que as eleições já lá vão, não posso passar sem deixar aqui um apontamento da entrevista que o conhecido filósofo deu à SICN.
Um intelectual reputado conhecido pela profundidade do seu pensamento, reflectido, teceu considerações sobre Sócrates aterradoras, mas insuspeitas.
Aproveitando a conhecida passividade do povo português, Sócrates criou um clima de medo, aprofundou a falta de iniciativa da sociedade, deu uma imagem de si próprio de um homem capaz de não olhar a meios, através de casos por si criados nas empresas de comunicação social, nos negócios das grandes empresas, projectando um ego megalómano que tudo centraliza e que tudo pode.
Nas escolas, nos hospitais, na Função Pública, todos sabiam que haveria sempre uma alínea, uma vírgula, por onde furavam "os mais iguais que os outros". A rede de gente sua que se acomodavam nos lugares estratégicos, na Educação, na Justiça...
Mesmo na campanha centrou tudo em si convencido como estava que ganhava sozinho, destruindo a ideologia no PS que tratou como coisa sua!
Como foi isto possível? Para além da conhecida passividade do português médio, 25% dos portugueses não têm sequer o antigo 5º ano, estamos sempre à espera, como povo, que apareça alguém providencial, que nos salve, que faça por nós o que não conseguimos fazer juntos. E, Sócrates, intuitivamente ou por convicção, alicerçado numa capacidade tremenda de viver num mundo muito seu, totalmente afastado da realidade, vendia vitórias todos os dias, repetia à exaustão que estava tudo bem, ninguém precisava de se preocupar. Mesmo depois de a Troika estar em solo pátrio, Sócrates fazia de conta que nada tinha a ver com o assunto, negociava de manhã o que negava à tarde...
Afinal não abusei nestes anos todos em que o critiquei sempre. Com José Gil, estou muito bem acompanhado!
"Sem Sócrates vamos respirar melhor" diz o Professor José Gil. Também acho!
PS: neste tempo todo de sondagens, muito antes da campanha, havia um indicador que me interessava. A taxa de rejeição de José Sócrates. Pois , mesmo alguns que indicavam o voto no PS , rejeitavam Sócrates! Quando o PS e o PSD estavam afastados por 2/3 pontos a taxa de rejeição de Sócrates ultrapassava os 70%!
Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2011
Raúl Iturra, professor catedrático do ISCTE, dirige uma segunda carta ao primeiro-ministro na sequência de uma outra que lhe endereçou em 23 de Junho de 2010. Os problemas do Ensino são o tema central da carta.
Logo às 22 horas.
_____________________________
publicado por Carlos Loures às 19:30
editado por Luis Moreira às 19:34
link |
favorito
Quarta-feira, 22 de Dezembro de 2010
Luis MoreiraCavaco Silva - Eu e a minha mulher, embora não possamos, enquanto Presidente da República, entrar em polémicas, desejamos um santo Natal, a todos os que nesta noite em que nasceu o menino, em família e à volta da lareira, dêm bem conta das maravilhosas prendas que a sociedade liberal nos dá a todos e, está bem de ver, as minhas palavras vão, especialmente, para aqueles que se autoexcluiram, desta irmandande em Cristo.
Para esses é sempre tempo de deixar uma palavra de conforto e de esperança, voltem, voltem, pois que os receberemos de braços abertos. Não estamos zangados com ninguem, eu sou o Presidente de todos os portugueses ( ouve-se o hino)
Sócrates - Com a economia a crescer como nunca e a pobreza aos mais baixos níveis de sempre, o desemprego a decair 0,2 em relação a ontem é, pois, tempo de dizer não aos pessimistas que ainda há bem pouco tempo proclamavam que vinha aí uma crise com profundas consequências na vida dos portugueses. Como se vê, e os portugueses vêm, as famílias reunem-se à volta do bacalhau ( que eu próprio pesquei) e das rabanadas sem açucar tendo em vista a última campanha de saúde, lançada há momentos e que já está a produzir efeitos benéficos nos níveis de glicose de todos nós.
Se não fosse a violenta luta que me moveram, podíamos ter ido ontem de TGV a Madrid, fazer as compras de Natal e os Madrilenos estariam agora na baixa de Lisboa a comprarem e a contribuirem para a balança de "invisiveis correntes" (isto deve ser algum engano do Pereira...) mas, não, não, o que interessa hoje, é que tenham um santo natal cheio de propriedades ( mesmo que abarbatadas pelos bancos...)
Francisco Lopes - nós na campanha independente e suprapartidária que outras forças democráticas, designadamente, Os verdes e a CDU, apoiam, bem como largas faixas da sociedade civil, pequenos negociantes ( como sabem em Cuba o PC está a apoiar activamente, a abertura à iniciativa privada de barbeiros) no estrito cumprimento da Constituição enviamos a todos os portugueses os desejos que nos meses críticos que nos esperam votem nas forças democráticas e antifascistas ( já repararam que a reacção deu a cara de Manuel Alegre ao menino e a minha a S. José? a provocação terá resposta...)
Manuel Alegre - comigo o presépio nunca mais será o mesmo, sou republicano, laico e poeta ( é o vento que passa...) comigo não se tocará na saúde ( grande apontaria ir a um hospital e nem sequer se encostar a uma parede...), nem no Estado Social, nas minhas competências, criarei as PTs que forem necessárias para que todos, sem diferenças ideológicas, ganhem o mesmo que o Barroso Soares ( isto é mesmo a maneira do Mário me lixar a candidatura...) mas fui um resistente, um socialista e bater-me -ei com toda a energia a bem do povo, contra os que antes do 25 de Abril iam fazer queixinhas à PIDE, eu pirei-me a tempo e fui para Paris ( onde tudo se passa) e depois para a Argélia onde fazia soar a minha voz contra as forças armadas portuguesas que...( o DVD deixa de se ouvir...)
Fernando Nobre - cócorocó, corococó...nunca mais apanho a galinhola, ordinária apanhou o pão do rapaz, vais já para a panela...córococó,corococó...ah, ai já está...portugueses, a minha candidatura resulta da fome do mundo, sei bem o que é o sofrimento e o medo e quero levar tudo isso para Belém, para que o presépio seja mesmo de pobreza e autêntico, sem carros, (tiro mesmo os cavalos à GNR...) e AMI ninguém dá lições de patriotismo. Bom Natal, embora ninguem acredite em tal coisa, com a miséria que vejo ali na AMI, até tive que libertar umas secretárias por causa das sopas...
Defensor de Moura - portugueses, não consegui deitar abaixo essa múmia e desastre nacional que é o prédio "Coutinho" em Viana, estive 30 anos numa luta sem quartel, mas a mim ninguem vence, vou para Belém e hei-de deitar aquilo abaixo, mesmo que tenha que aprovar o orçamento do Sócrates e do Passos Coelho (trrriiiiimmm...desculpem...estou? estou xim?...........ai é, ai ele é isso, então já sabe não sai agora sai daqui a dois meses sem indemnização...) desculpem, mais uma besta que não quer sair do "Coutinho" essa desgraça...mas onde é que eu ia,? ah, sim, Bom Natal (para aqueles gajos nem pó...só se for o pó do mostrengo a cair...)
O estrolabio agradece comovido tão sinceros desejos de Boas Festas (segue as assinaturas...)
Sábado, 29 de Maio de 2010
Texto publicado na edição do Expresso de 13 de Março de 2010, por Henrique MonteiroQuando comecei a trabalhar, a pátria precisava de ser salva dos desvarios do PREC e por isso pagámos mais impostos. Depois, nos anos 80, houve um choque petrolífero, salvo erro, e tivemos de voltar a salvar a pátria. Veio o FMI, ficámos sem um mês de salário e pagámos mais impostos. Mais tarde, nos anos 90, houve mais uns problemas e lá voltámos a pagar mais, para a pátria não se afundar. Por alturas do Governo de Guterres fui declarado ‘rico’ e perdi benefícios fiscais que eram, até então, universais, como o abono de família. Nessa altura, escrevi uma crónica a dizer que estava a ficar pobre de ser ‘rico’… Depois, veio o Governo de Durão Barroso, com a drª Manuela Ferreira Leite, e lembraram-se de algo novo para salvar a pátria: aumentar os impostos! Seguiu-se o engº Sócrates, também depois de uma bem-sucedida campanha (como a do dr. Barroso) a dizer que não aumentaria os impostos. Mas, compungido e triste e, claro, para salvar a pátria, aumentou-os! Depois de uma grande vitória que os ministros todos comemoraram, por conseguirem reequilibrar o défice do Estado, o engº Sócrates vê-se obrigado a salvar a pátria e eu volto a ser requisitado para abrir mão de mais benefícios (reforma, prestações sociais, etc.), e – de uma forma inovadora – pagando mais impostos.
Enquanto a pátria era salva, taxando ‘ricos’ como eu (e muitos outros, inclusive verdadeiros pobres), os governantes decidiram gastar dinheiro. Por exemplo, dar aos jovens subsídios de renda… por serem jovens; ou rendimento mínimo a uma pessoa, pelo facto de ela existir (ainda que seja proprietária de imóveis); ou obrigar uma escola pública a aguentar meliantes; ou a ajudar agricultores que se recusam a fazer seguros, quando há mau tempo; ou a pedir pareceres para o Estado, pagos a peso de ouro, a consultores, em vez de os pedir aos serviços; ou a dar benefícios a empresas que depois se mudam para a Bulgária; ou a fazer propaganda e marketing do Governo; ou a permitir que a Justiça seja catastrófica; ou a duplicar serviços do Estado em fundações e institutos onde os dirigentes (boys) ganham mais do que alguma vez pensaram.
E nós lá vamos salvar o Estado, pagando mais. Embora todos percebamos que salvar o Estado é acabar com o desperdício, o despesismo, a inutilidade que grassa no Estado. Numa palavra, cortar despesa e não – como mais uma vez é feito – aumentar as receitas à nossa custa.
Neste aspecto, Sócrates fez o caminho mais simples. Fez exactamente o contrário do que disse, mas também a isso já nos habituámos. Exigiu-nos que pagássemos o défice que ele, e outros antes dele, nunca tiveram a coragem de resolver.
Sábado, 22 de Maio de 2010
Luís MoreiraEsta propaganda diária que diz que o país está a sair da crise (foi o primeiro diz o governo), que cresceu no último trimestre, que tem dinheiro para emprestar à Grécia, que tem dinheiro para os megainvestimentos, é muito prejudicial. Sócrates está em estado de negação, os membros do seu próprio governo desmentem-no, as trapalhadas são diárias e constituem profundas machadadas na já muito fragilizada credibilidade.
A Islândia, já em Outobro/Novembro, numa política de verdade, lançou um PEC sólido e duro com o objectivo de controlar as contas públicas. Meteu na prisão banqueiros e políticos, cortou na despesa de forma coerente, com especial incidência nas classes mais ricas, aliviou impostos no sentido de relançar a economia ajudando os que criam riqueza.
Aqui, ao contrário, temos um primeiro ministro que lança concursos para os quais não tem dinheiro, persiste na propaganda de uma situação que só ele vê, atira-se às classes mais desprotegidas, aumenta impostos retirando à economia o resto de meios que necessita para não cair em recessão.
E, com isto, perdem-se oito meses em relação à Islândia e aos outros países que começaram a trabalhar a tempo e horas, não mentindo aos seus povos, suavizando as medidas por terem sido tomadas com a situação ainda controlável.
Zapatero adia o TGV que o nosso governo inicia com a abertura e adjudicação do ramal Poceirão - Caia, à socapa adjudica nova autoestrada ao amigo Jorge Coelho.
Mas ninguem quer governar nestas condições, o Presidente tem um timing próprio, Passos Coelho deixa-se colar aos aumentos de impostos, Sócrates continua no filme que ele próprio realizou e de que é principal personagem.
Os banqueiros já se juntaram para dizerem em público o que Sócrates não quer ouvir em privado. Quem nos tira deste filme?