Terça-feira, 17 de Maio de 2011

"Dear Lady, Tapping At Your Door...", por Robert Louis Stevenson. Tradução de João Machado.

 

 

 

 

 

Robert Louis Stevenson (1850-1894) é dos autores mais lidos em todo o mundo. Treasure Island e The Strange Case  of Dr. Jekyll and Mr. Hyde são dos livros mais lidos em todo o mundo. O autor também é, hoje em dia, geralmente apreciado pelo seu excelente inglês. Uma faceta talvez menos conhecida é a de poeta. Aqui vos trazemos um exemplo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Dear Lady, Tapping At Your Door..."

Dear Lady, tapping at your door, 
     Some little verses stand, 
And beg on this auspicious day 
     To come and kiss your hand.
 
Their syllables all counted right 
     Their rhymes each in its place, 
Like birthday children, at the door 
     They wait to see your face.
 
Rise, lady, rise and let them in; 
     Fresh from the fairy shore, 
They bring you things you wish to have, 
     Each in its pinafore.
 
For they have been to Wishing-land 
     This morning in the dew, 
And all your dearest wishes bring -- 
     All granted -- home to you.
 
What these may be, they would not tell, 
     And could not if they would; 
They take the packets sealed to you 
     As trusty servants should.
 
But there was one that looked like love, 
     And one that smelt like health, 
And one that had a jingling sound -- 
     I fancy it might be wealth.
 
Ah, well, they are but wishes still; 
     But, lady dear, for you 
I know that all you wish is kind, 
     I pray it all come true.
 
 
“Querida Senhora, a bater à sua porta...”
 
Querida Senhora, a bater à sua porta,
Estão uns versinhos a aguardar,
Que neste dia auspicioso lhe pedem
Para entrar e a sua mão beijar.
 
Com as sílabas bem contadas
Todas as rimas bem colocadas,
Tal crianças num aniversário, logo a chegar,
Pretendem o seu rosto avistar.
 
Erga-se, senhora, e deixe-os entrar;
Directamente do reino das fadas,
Trazem coisas que deseja desfrutar,
Todas elas bem embrulhadas.
 
Note que estiveram no País dos Desejos
Hoje mesmo, com o orvalho da madrugada,
E trazem os vossos melhores desejos –
Todos concedidos – e postos na sua casa. 
 
O que quer que sejam, não são revelados,
Não poderiam, mesmo que quisessem;
Levam-lhe os embrulhos bem selados
Tais como fiéis criados o fizessem.
 
Mas havia um que parecia amar,
E outro cheirava mesmo a saúde,
E mais um com um som a rimar –
Fez-me sonhar com um tesouro.
 
Pois bem, cada verso para já é apenas um desejo;
Mas, querida senhora, como eu bem sei
Que tudo a que aspira é benfazejo,
Que todos se tornem realidade.
publicado por João Machado às 10:00
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