coordenação de Augusta Clara de Matos
Repressão na Líbia
Caros amigos,
Centenas de manifestantes pró-democracia estão sendo massacrados pelo exército do Kadafi na Líbia. A ONU está agora mesmo em reuniões de emergência e poderá congelar as contas do regime, bloquear o tráfego aéreo e processar os militares em cortes internacionais. Diga para a ONU agir agora impedindo o massacre: |
As forças armadas da Líbia estão usando metralhadoras e aviões de guerra contra manifestantes pró-democracia - centenas de pessoas foram mortas e sem uma ação internacional imediata a situação poderá virar uma tragédia ainda maior.
O Conselho de Segurança da ONU está tendo reuniões de emergência sobre a Líbia agora mesmo. Se nós conseguirmos pressioná-los a bloquearem o tráfego aéreo sobre a Líbia, congelar as contas do Kadafi e seus generais, implementarem sanções direcionadas ao regime e abrir processos em cortes internacionais contra os militares envolvidos na repressão - poderemos impedir os bombardeamento aéreo e dividir a hierarquia de comando do Kadafi.
Nós não temos tempo a perder - o povo da Líbia está sendo massacrado pelo seu próprio governo. Clique no link para enviar uma mensagem diretamente para as delegações do Conselho de Segurança da ONU, pedindo o fim da violência. Depois, compartilhe esta campanha com todo mundo - vamos inundar a ONU com mensagens:
http://www.avaaz.org/po/libya_stop_the_crackdown_eu/?vl
O Coronel Kadafi governou a Líbia com uma mão de ferro por 42 anos sem parlamento ou constituição. Ele é o ditador com mais tempo no poder de toda a África e Oriente Médio. A imprensa estrangeira não é aceita na Líbia e o governo já bloqueou a Internet e redes de telefonia celular como tentativa de esconder a violência brutal do seu exército. Os manifestantes que estão demandando mudanças políticas e direitos básicos, estão relatando que milhares de civis ainda estão tomando as ruas, mesmo depois do massacre de centenas de pessoas. A Chefe dos Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, diz que os ataques do governo “podem constituir crimes contra a humanidade”.
Chocados com as atrocidades, os diplomatas líbios e alguns militares de alto comando já desertaram do regime. Se a ONU conseguir aumentar a pressão sobre o Kadafi e seus aliados confiscando suas riquezas e ameaçando-os com processos criminais - aqueles que estão comandando a brutalidade poderão pensar duas vezes e parar o massacre.
O Brasil é o atual presidente do Conselho de Segurança da ONU, o que nos dá a esperança de um compromisso maior com os direitos humanos e sendo um governo com o qual a Avaaz já gerou uma reputação de campanhas. Nós não temos muito tempo para influenciá-los - vamos inundar suas caixas de entrada com mensagens do mundo todo! Envie uma mensagem e encaminhe este alerta para os seus amigos e familiares:
http://www.avaaz.org/po/libya_stop_the_crackdown_eu/?vl
O povo da Líbia está sendo assassinado por demandar liberdade, saúde, educação e uma renda decente - necessidades básicas que todos nós compartilhamos. Vamos erguer as nossas vozes agora, como uma comunidade global, para condenar o massacre chocante, para agirmos contra a violência covarde dos militares e para apoiar os líbios na sua demanda justa por mudanças sociais.
Com esperança e determinação,
Alice, Ricken, Pascal, Graziela, Rewan e toda a equipe Avaaz
Fontes:
Aeronaves militares abrem fogo em vários locais de Trípoli:
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/02/21/aeronaves-militares-abrem-fogo-em-varios-locais-de-tripoli-923848487.asp
Kadafi luta para se manter no poder, mas está cada vez mais isolado:
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,14870558,00.html
Número de mortos na Líbia chegaria a 10 mil:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI213457-15227,00-NUMERO+DE+MORTOS+NA+LIBIA+CHEGARIA+A+MIL.html
Líbia: Conselho de Direitos Humanos da ONU convoca reunião para sexta-feira:
http://aeiou.expresso.pt/libia-conselho-de-direitos-humanos-da-onu-convoca-reuniao-para-sexta-feira=f633989
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Será motivo para espanto a agitação existente?
Nos últimos dias têm avultado na comunicação social notícias sobre a agitação em países árabes contra os governos constituídos. Primeiro foi a Tunísia, a seguir o Egipto, também têm ocorrido problemas (e alterações) no Iémen e na Jordânia. Possivelmente vão alastrar a outros países. Há notícias de espanto e surpresa, sentidos não só na própria comunicação social, mas também nos países da Europa, nos EUA, na China, perante estes acontecimentos. Mesmo Israel, com todo o seu poderio e sofisticados meios de intervenção, que procura manter os países vizinhos (e não só) sob permanente vigilância, sempre à procura de eventuais ameaças, parece ter sido apanhado desprevenido.
Permitam-me que manifeste, por minha vez, o meu espanto por estes espanto e surpresa tão generalizados. Acho realmente espantoso (perdoem a insistência) que não tenha sido prevista toda esta agitação. E penso que se vai estender a outros países. Porquê? Há realmente vários factores que contribuem para essa agitação, e que ao fim e ao cabo são do conhecimento geral. Vou tentar explicar.
Estamos numa época em que, apesar das grandes restrições impostas, o isolamento das pessoas diminuiu drasticamente, pelo menos no que respeita à informação. Esta muitas vezes é inexacta, e quase sempre manipulada para se adequar aos interesses dos proprietários dos vários órgãos que a transmitem, sejam organismos públicos ou os grandes grupos económicos. Contudo, não se pode negar que é abundante, e que chega a todas as partes do mundo, mesmo a zonas onde a população vive com grandes carências em muitos aspectos da sua vida diária. Se por vezes contraditória, dela ressaltam inequivocamente alguns factos, como a existência de diferentes modos de viver entre os vários países, zonas geográficas e classes sociais. Muito relacionado com este, é a exaltação de casos de sucesso individuais, nos diferentes campos de actividade, sem obviamente se referirem aos aspectos sombrios das vidas das pessoas em questão. Em todas as épocas houve desejo de mudança, nomeadamente dos mais jovens. Hoje em dia esse desejo é muito generalizado.
Outra razão é a situação social e política dominante em muitos países. Nos chamados países árabes a percentagem de jovens na população total é elevada, e estes não vêem possibilidades de ver satisfeitas as suas ambições, mesmo as mais básicas, mesmo quando conseguem qualificações de bom nível. As classes médias estão a ser afectadas terrivelmente pela crise financeira. O problema do desemprego é premente e o desejo de emigrar enorme, como comprovam os dramas da emigração, clandestina ou não. As mulheres continuam a ser oprimidas, mas o grau das suas aspirações é cada vez maior. A existência de muitos emigrantes no estrangeiro favorece a entrada de ideias novas. Mas por seu lado, as camadas governantes são cada vez mais elitistas e fechadas, e os governos escolhidos por processos pouco democráticos (ou nada democráticos), com grande influência de potências exteriores, nomeadamente dos EUA e aliados, com relevo para Israel.
A questão religiosa identifica-se cada vez mais com os problemas globais, a nível nacional ou regional. Deste modo, crescem o fanatismo e o desejo de alcançar rapidamente mudanças drásticas no estado de coisas vigente. Mas ao mesmo tempo parece aumentar também o número de movimentos laicos desejosos de uma mudança. A história recente desta parte do mundo explica claramente porque é que estes movimentos, embora de natureza variada, aspiram a mais democracia, a melhorias na situação do povo, e a uma presença mais forte na cena internacional.
Repito: é espantoso que não se tenha previsto esta agitação. Essa falta de previsão tem contudo uma explicação óbvia: o enorme desdém do Ocidente (este nome ainda tem razão de ser?) e de todos os países desenvolvidos (incluindo a China e a Índia) pela vontade e pela situação em que vivem a maioria das populações árabes (e não só). Esse desdém está claramente na origem do esquecimento do facto elementar de que todos nós temos aspirações, e as populações árabes também. Até pelo seu passado histórico, estas desejam desempenhar outro papel no mundo. E, claro, ter uma vida com outra qualidade.
As perspectivas para o futuro estão cada vez mais complicadas. Os EUA, Israel, a União Europeia já mandaram recados sobre as fórmulas políticas que desejam ver implantadas nos países onde reina a agitação. Não notei se a China também o fez, mas é provável que sim. A conclusão que se impõe é a de que é tempo de os governantes do Egipto, da Tunísia, dos outros países, passarem a ser escolhidos pelos cidadãos dos respectivos países, sem restrições impostas pelas grandes potências, pelos negócios de petróleo ou pelo fanatismo religioso (islâmico, ou outro). Só se vai poder caminhar para um equilíbrio maior e melhor, ao nível regional e mundial. E ver as populações árabes (e não só) melhorarem o seu nível de vida, e ter mais participação na condução dos seus países.
O levantamento militar de 31 de Janeiro de 1891, no Porto, foi a primeira tentativa de derrube do regime monárquico pela força. Desde 1880, quando das comemorações do tricentenário de Camões, que, em crescendo, o ideal republicano e a capacidade de organização dos seus militantes, inclusive no seio das Forças Armadas, fazia prever uma rebelião.
A cedência do Governo e do rei perante o ultimato britânico de 1890 (a questão do Mapa Cor-de-Rosa, já aqui abordada) tinha deixado um profundo travo de humilhação, nomeadamente entre os militares. O directório do Partido Republicano Português, liderado nessa altura por Elias Garcia, mostrara-se favorável à preparação de um movimento insurreccional.
Porém, com alguma precipitação, sem deixar que os preparativos se consumassem, a classe de sargentos pressionou os responsáveis locais e a revolta eclodiu. Haviam chegado ao Porto ordens de transferência que afectavam alguns oficiais e, sobretudo sargentos, o que levou a um descontentamento quase generalizado.
O capitão António Amaral Leitão, foi o líder deste levantamento; outras personalidade, tais como Sampaio Bruno, João Chagas, Basílio Teles, Aurélio Pais dos Reis e o alferes Rodolfo Malheiro, estiveram também ligadas ao movimento.
Em síntese, as coisas passaram-se assim: cerca das três e meia da madrugada do dis 31, o Batalhão de Caçadores 9, comandado apenas por subalternos, posicionou-se junto do Regimento de Infantaria 18, no Campo de Santo Ovídio (actual Praça da República). De notar que tendo aderido à revolta, o coronel Meneses de Lencastre, comandante de Infantaria 18, não permitiu que os efectivos saíssem, mantendo-se neutral. O alferes Rodolfo Malheiro, assumiu o comando.
Nas proximidades da Cadeia da Relação, colocou-se o Regimento de Infantaria 10 e uma companhia da Guarda Fiscal, comandados pelo tenente Coelho. Às seis horas, os cerca de 800 amotinados desceram a Rua do Almada e tomaram posições na actual Praça da Liberdade, que na altura se chamava de D. Pedro IV, em frente do antigo edifício da Câmara Municipal. O Dr. Alves Veiga, responsável civil do movimento, proclamou a República em nome do Governo Provisório, lendo os nomes que o compunham, e hasteou, às sete da manhã, uma bandeira verde-rubra do centro Democrático Federal 15 de Novembro do PRP. Houve foguetes e a fanfarra militar tocava A Portuguesa.
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