Luis Moreira
O Presidente do BES diz que o sistema capitalista é amoral ( não tem nem deixa de ter moral)(porque).. tem de produzir resultados" . E, avança, numa de grande moralista."Os homens é que são morais ou imorais" (têm ou não moral). Fantástico!(Expresso de 26/02/2011)
É que todos nós temos que obter resultados, nas nossas vidas, temos que pagar a renda e os livros, a alimentação...e, assim por diante. Ficamos agora a saber que não podemos ter moral, neste sistema em que vivemos só podemos ter uma vida decente se formos indecentes. Como é que um homem com moral pode viver num sistema que não olha a meios para alcançar os fins? Amoral? Não pode!
Então, se o sistema capitalista, para produzir resultados não pode sentir culpas por financiar a pedófilia, o tráfico de drogas, a prostitução, o tráfico de crianças, o tráfico de armamento, matar gente e derrubar países, pois estas são as actividades que mais dinheiro dão a ganhar, leia-se, apresentam melhores resultados, qualquer pessoa que tenha um mínimo de moral será sempre um perdedor pois tem que renunciar àquelas actividades e passar a vida a trabalhar.
Cuidado, porque vindo de quem vem, não se trata de "uma boca grande", nem de um erro, é mesmo assim e tem como finalidade passar várias esponjas por cima dos escândalos associados ao grande capital que capturou os estados de países suberanos, e que levou à presente crise com milhões de postos de trabalho perdidos!O sistema capitalista leva à miséria milhões de famílias? Recebe em troca (via governos) muitos milhões para cobrir as "amoralidades"? Esse dinheiro é roubado aos contribuintes? É assim o sistema capitalista, não há que duvidar (segundo Ricardo Salgado).
Isto é voltar à selva, de onde estamos a sair desde que o homem começou a andar erecto, desde que a espécie humana tirou as mãos do chão, o sistema capitalista é o último estadio da evolução do homem (segundo Salgado) é pegar ou largar, não há outras vias. No fundo está a tentar "moralizar" o que, segundo ele, não tem nem deixa de ter moral.
Felizmente que os povos de todo o mundo há muito que se indignam e quando é preciso colocam os tiranetes fora do poder, estou mesmo convencido que esta crise vai trazer muita moral ao sistema capitalista, porque os povos perceberam que quem está no poder e toma decisões só precisa de não ter moral. E, isso, explica a miséria, as injustiças, as guerras e, também, as revoltas!
Estou a ler de Tony Judt " Um tratado sobre os nossos actuais descontentamentos" e a sua introdução é certeira : "A qualidade materialista e egoísta da vida contemporânea não é inerente à condição humana.Muito do que hoje parece "natural" remonta aos anos 80; a obsessão pela criação de riqueza, o culto da privatização e do sector privado, as crescentes disparidades entre ricos e pobres. E sobretudo a retórica que vem junto: admiração acrítica dos mercados sem entraves, desdém pelo sector público, a ilusão do crescimento ilimitado....o capitalismo não-regulado é o pior inimigo de si mesmo: mais tarde ou mais cedo há-de ser vítima dos seus próprios excessos e para salvar-se recorrerá novamente ao estado. Mas se nos limitarmos a apanhar os bocados e continuar como dantes, podemos esperar convulsões maiores nos próximos anos"...
A leitura do título poderá sugerir um artigo acerca dos custos associados à manutenção das escolas ou à estrutura do Ministério da Educação, mas o desperdício que quero focar é um outro, oculto mas bem mais corrosivo.
Durante anos, e mesmo na actualidade, os sucessivos governos patrocinaram a construção de escolas estatais mesmo onde já existia oferta pública, garantida por escolas privadas que tinham um contrato de associação com o Ministério da Educação. Estas escolas públicas, gratuitas e abertas a todos os alunos, fazem parte do parque escolar do país e desempenham uma função social insubstituível, com resultados de qualidade quer pela sua experiência quer pela sua ligação à comunidade que servem.
Agora, em nome de uma poupança (por comprovar) e em resultado de uma oferta estatal excedentária, o governo tomou um conjunto de medidas que resultará, a curto prazo, no encerramento destas 93 escolas.
A irracionalidade social destas medidas manifesta-se no desemprego a que estão condenados milhares de professores e no agravamento da desigualdade social, pelo efeito da eliminação de um instrumento que permite às famílias mais desfavorecidas frequentar estas escolas.
Já a irracionalidade económica resulta de o governo poder estar a encerrar a escola que apresenta um custo por aluno inferior (apesar de instado a fazê-lo repetidamente, o ministério recua-se a apresentar o custo real por aluno numa escola estatal).
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