Sexta-feira, 30 de Julho de 2010
Como se previa o arquivamento do processo e consequente fim do segredo de justiça, veio levantar questões muito dolorosas para as entidades estatais que autorizaram a construção do Freeport.
Para além das 27 perguntas que não foram feitas a José Sócrates, o relatório do Ministério Público não é parco em palavras e diz claramente, que há provas de que houve pagamentos e movimentações de avultadas quantias em dinheiro nas contas bancárias dos arguidos. Provas insuficientes, é um facto, mas existentes!
Há ainda provas que a autorização foi conseguida após e devido ao envolvimento de figuras próximas do entáo secretário de estado do ambiente, tanto familiares como hierarquicamente dependente dele. Provas insuficiente, é um facto, mas existentes!
A credibilidade do primeiro ministro leva mais uma pázada de terra (talvez do cemitério que não autorizaram a construir no mesmo local por razões ambientais)e nos próximos dias as provas, insuficientes, é certo, mas existentes, vão continuar a serem publicadas pelos "media". Se em termos criminais, o primeiro ministro pode descansar, no que à opinião pública diz respeito é-lhe retirada a mais pequena porção de credibilidade que lhe restava.
Bem sei que a sua vida política está a acabar e que só razões de calculismo político, do próprio e alheio, o mantêm no lugar, até sair pela porte pequena. Quem também só tem portas pequenas é a Justiça, que nos quer convencer que há corruptores sem haver corrompidos! O curioso é que os únicos que são acusados são os privados, aqueles que de certa forma estavam a fazer pela vida. Precisavam de construir o Freeport para ganharem as comissões que são o seu rendimento enquanto intermediários.
Quanto à extorção não deveriam ser os extorquidos a apresentar queixa? É que só há extorção se houver uma ameaça física ou de outra ordem muito grave. Por exemplo, "ou me dás tanto, ou dou-te um tiro..." pois se ninguem se queixou como é que pode haver extorção?
O Presidente do Sindicato já vem dizer que vai defender os magistrados relatores no que for preciso, o PGR publicou uma nota a desmentir os magistrados relatores e vamos ter festa garantida!