Sexta-feira, 7 de Janeiro de 2011

Cidade Maravilhosa – 4– por Sílvio Castro

(Continuação)

A “Cidade Maravilhosa”, além do seu natural e quotidiano ritmo de vida expressiva, agora convive igualmente com esse acentuado clima de contestação política. A contestação é tão forte que então ninguém conseguia ver claramente o que poderia acontecer com a eleição presidencial de 1955.

Para mim, que devo iniciar minha carreira de ensino, o começo de 1955 se apresenta difícil; difícil encontrar um lugar amplo de trabalho; difícil estabelecer-me com alguma certeza em um determinado posto. Foi então que, de repente, surgiu o primeiro desses postos. Mas, para confirmar as muitas situações de excepção em que me encontrava no início de uma carreira ainda desconhecida, recebo o convite para ensinar Filosofia para as turmas de 2º. e 3º. Anos do 2º. Grau do Colégio Feminino La-Fayette.

publicado por Carlos Loures às 20:00

editado por Luis Moreira às 12:01
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Quinta-feira, 6 de Janeiro de 2011

O PROCESSO EDUCATIVO: ENSINO OU APRENDIZAGEM? - 4 - por Raúl Iturra

   

(Continuação)

 

 

5. A infância do professor.

 

 

É verdade que o professor é um inocente filho da conjuntura histórica que o formou. É verdade também que a imagem do professor, derivada da figura monástica ou goliarda, é resultado da sua possibilidade de explicar, de trabalhar com as categorias da razão. O processo de vida quotidiana que forma as crianças é vorazmente emotivo: por exemplo a chantagem derivada do mito cristão da morte de um homem que assume na sua vida o erro de todos os demais, excepto o seu, e que é a base teórica da nossa cultura ocidental; ou a hipótese de teoria cultural ocidental. O processo educativo de pais, parentes e vizinhos, é baseado na dulcificação do amor e da agressividade familiar, um facto que só podemos aceitar, pelo menos contextualizar para viver em paz. O professor trabalha com outras categorias, não fabricadas por ele, mas que lhe foram incutidas como teoria de afastamento para desenvolver mentes de lógica da prova. Não é que o professor não ame, o que deve fazer, é racionalizar a afectividade com que ensina. Assim, não chega ao processo de liberar os aprendizes da sujeição à sua palavra e conhecimento: primeiro, porque deve transmitir a teoria oficial de saber não relacionada com a experiência da classe social e de técnicas passíveis de entender pelos mais novos; segundo, porque todo o indivíduo que ele forma deve ser cidadão, isto é, moeda do mesmo valor. Mas, é verdade também, e isso é evidente no agir do professor, que ele é filho, principalmente, da sua infância. O professor também aprendeu a ser com os pais, parentes e vizinhos, e, a partir desse quotidiano, aprendeu então, como seus alunos hoje,  as categorias racionais do conhecimento.

 

 

publicado por Carlos Loures às 15:00
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Domingo, 21 de Novembro de 2010

De professores para professor

Luis Moreira

A finalidade de quem pensa assim, e é professor, é fechar as escolas com melhores resultados no país, lançar no desemprego milhares de professores e impedir o direito à livre escolha pelos pais consagrado na Constituição. Seria triste se não fosse um delírio.
.
Com os agradecimentos devidos retirei do Educação SA o texto a seguir.É a resposta de professores a um texto de um professor que revela uma ignorância total quanto aos vários conceitos de escola,de despesa,de custo, de lucro . Confunde escola estatal com pública (a escola pública é constituída pela estatal e pela privada paga pelo Estado); confunde subsidio ao aluno com subsidio à escola; tropeça no orçamento; faz de conta que não sabe que o custo por aluno na privada é muito menor que no público; não percebe que o "custo fixo" só existe na escola estatal, na privada há gestão de horários e os vencimentos podem crescer ou descer conforme o horário efectivo; enfim, uma ignorância total.

Educação S.A.

"A nossa pedagogia consiste em sobrecarregar as crianças com respostas, sem que elas tenham colocado questões, e às perguntas que fazem não se presta atenção. Respostas sem Perguntas, Perguntas sem Respostas". Karl R. Popper

Domingo, Novembro 14, 2010.

Dois traques em três dias. O primeiro fedentinoso e tipo metralha foi aventado em 10/11

Oiçam estes assobios:

- as escolas, públicas ou privadas, têm como principal custo fixo as despesas de pessoal. Ora estas são semelhantes no público e no privado.

Não são não. Os custos com o pessoal são muito inferiores no privado.

- no privado há ainda uma despesa a não desprezar: o lucro.

O "Lucro" não é nem nunca foi uma "despesa", João, o "lucro" é "lucro".

- as escolas privadas não prestam contas financeiras ao estado: recebem x por aluno.

Então, receber x por aluno não é prestar contas ao Estado? Claro que é. Aliás, é a forma mais límpida de se prestar contas ao Estado. A menos que o João defenda que devam ser os maravilhosos projectos que se desenvolvem nas escolas e a existência de muitos cursos profissionais com 5 alunos cada, em média, a justificar os montantes a investir pelo estado nas Escolas.

- as escolas públicas prestam contas ao estado: têm um orçamento, estão limitadas na sua acção por ele, e seus directores são avaliados e sujeitos a procedimento disciplinar caso se excedam nas despesas.

As escolas públicas prestam contas ao Estado ou é o Estado que trata das contas das escolas públicas?
As escolas públicas têm um orçamento ou é o orçamento do Estado que paga o seu funcionamento?
alguém conhece um caso, só um, de um director que tenha sido sujeito a procedimento disciplinar por exceder as despesas? Vá lá, unzinho?

Depois, no segundo traque, o Joãzinho aventa mais alguns disparates:
Está contra o financiamento das escolas privadas. Não compreende como pode um Estado laico financiar escolas religiosas, por exemplo. E, como não sabe népia sobre o assunto, acredita em tudo o que lhe sopram. Até acredita que o custo de cada aluno no ensino privado é superior ao custo por aluno no público, como diz este moço de recados.
Vamos lá ver, João, se aclaramos as suas ideiazinhas sobre o assunto:

1 - O João não pode aventar que as escolas privadas recebem do Estado "x por aluno" e depois, noutro avento, vir dizer que está contra o financiamento das escolas privadas. Afinal, o Estado financia os alunos (com x por cada um) ou financia as escolas privadas? Em que ficamos João?
2 - O custo por aluno nas escolas privadas é muito inferior ao custo por aluno nas escolas públicas. Digo-lhe mais: o custo por aluno nas escolas públicas do ensino preparatório e secundário (mais de 5.000 euros) é cerca de 2.000 euros mais elevado do que o custo por aluno nas escolas privadas. E, por favor, não me peça para comprovar. Peça antes ao seu Estado que mostre os números daquilo que todos nós pagamos com a educação dos jovens.
3 - O Estado, nos termos constitucionais, não tem por obrigação financiar as escolas privadas. Nem as públicas. O que o Estado tem por obrigação constitucional é assegurar que todos os jovens têm direito ao ensino obrigatório e, outra obrigação, cooperar com as famílias na sua educação.
Quer o ensino e a educação sejam de carácter religioso, militar ... ou ideológico (como a que o Estado presta nas escolas públicas), cumpre ao Estado financiar o ensino obrigatório dos jovens portugueses e cooperar com as famílias na educação que as famílias lhes quiserem dar, obviamente.


Reitor

Felizmente que as verdades oficiais, ao fim de dezenas de anos, começam a cair de pôdre e, como é evidente, há muito professor a quem não interessa o ensino para nada ( são razões ideológicas que os movem, senão mesmo partidárias). Não sabem nada sobre a política de ensino, nada de gestão das escolas, falta saber se sabem alguma coisa da matéria que atiram sobre os alunos. Como é que um professor confunde "despesa" com "lucro" ? Saberá ele que há despesas que não são custos? Como se pode estar contra o ensino privado? Medo das comparações?

É, claro, que o aluno da escola privada tem os mesmos direitos que o aluno que frequenta o ensino estatal, é mesmo bem mais barato para o estado e obtem muito melhores resultados, acresce que esta sanha contra o ensino privado tem em vista mandar para o desemprego milhares de professores que ensinam na escola privada e, de seguida, não permitir que as comparações mostrem a evidência que o ensino privado obtem melhores resultados que o estatal.

A solução, para estes pândegos, seria uma espécie de Coreia do Norte,onde podes escolher desde que seja a que te indicamos.É muito má? É, mas não importa, é estatal! E, como corolário, ficavam as escolas todas sob a bota cardada do estado e dos sindicatos.

São assim as corporações que abocanham o Estado, têm um único argumento, são muitos, fazem muito barulho.
publicado por Luis Moreira às 13:30
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