É o mais antigo jardim botânico de Portugal.
Foi mandado construir em 1768 pelo Marquês de Pombal.
16 e 17 de Abril
28 e 29 de Maio
É já no fim-de-semana que vem que se celebra a estação da
Primavera no Jardim Botânico da Ajuda!
DESTAQUES **Visita guiada pela Arqª Cristina Castelo-Branco, visita guiada pelo Professor José Mendes Ferrão - As Histórias dos Professores do Instituto
Superior de Agronomia (Sábado dia 16 de manhã)**
**Jazzafari, Concerto ao ar livre; Serviço de cocktails assegurado pelo Restaurante Estufa Real - Final de tarde, Sábado 16 de Abril**
Este ano, e a propósito dos 100 anos do Jardim Botânico da Ajuda no Instituto Superior de Agronomia (ISA), preparámos uma primeira data da
Festa da Primavera (16 e 17 de Abril), com uma programação dedicada ao Jardim e à sua relação com o ISA, com os seus professores e as
diferentes àreas de Ensino. Não perca as interessantes visitas guiadas, os workshops dedicados à jardinagem, um Domingo cheio de diversão para os mais pequenos,
e os calmos finais de tarde com música.
Aqui poderá aceder à programação de dia 16 e 17 de Abril:
http://www.isa.utl.pt/home/node/4506
Bilhete de entrada:
Adultos e crianças com mais de 4 anos - 2 euros Professores, estudantes e funcionários da UTL - 1 euro Crianças com 4 anos ou menos, associados da AAJBA - grátis
Mais informações:
--
Jardim Botânico da Ajuda
Calçada da Ajuda, s/n
1300 - 011 Lisboa
Portugal
Telf/Fax: + 351 213 622 503 (Secretariado) |
+ 351 213 653 137
(Portaria)
Site: www.jardimbotanicodajuda.com
Os menos cuidadosos que se cuidem com os primeiros acordes, parece bucólica, uma paz serena de um verdejante campo primaveril antes de explodir como uma das mais extraordinárias peças musicais e mais revolucionárias. Idolatrada, odiada, discutida e teorizada, um século depois quem a ouve julgará que é uma peça que acabou de estrear. Um pesadelo de que a história da música nunca mais despertará.
Na sua estreia em Paris, a 29 de Maio de 1913, a obra desabou sob uma violenta tempestade de vaias, pateada e altercações. Grande parte do público abandonou a sala. Há quem diga que a verdadeira causa do tumulto não seria a obra musical mas a coreografia dos bailarinos, a sua anulação em proveito das formas que , ainda por cima, eram grotescas.
"Antes de Stravinsky, a música nunca soubera dar forma aos ritos bárbaros" afirmou Milan Kundera.
Vídeo raro com o próprio Stravinsky a conduzir a orquestra:
coordenação de Augusta Clara de Matos
Eva Cruz Pena de Morte
(Ilustração de Adão Cruz)
Era uma tarde do começo de Primavera.
Sentada no banco do meu jardim num deleite bucólico, a contemplar as flores de pão e queijo amarelas, espreitando por entre os fetos de pé preto, vi uma melra com uma palhinha no bico, disparar de um galho meio despido e entrar que nem uma flecha num arbusto, rente à hera do velho muro. Reconheci a fêmea pelo bico e penas acastanhadas, salpicadas de cinzento. Ia ali nascer um ninho e dentro a Primavera.
Dias seguidos fui observando a melra a construir a sua casa, com palhas, pequeninos gravetos e penas levadas no bico. De vez em quando o melro, no seu fato preto de bico amarelo, ajudava, e percebi que a emancipação já tinha chegado às aves, ou então sempre assim fora e mostravam-se mais evoluídas do que os humanos.
Ninho feito, logo foram postos quatro ovinhos, claros, de manchas avermelhadas, não saindo a fêmea de cima deles, enamorada no seu choco, durante cerca de duas semanas. Quando a via sair, espreitava de longe pelo buraquinho, não fosse ela enjeitar, e não tardei em ver quatro cabecinhas nuas, de tenro bico espetado no ar. Em breve se haviam de vestir e voar pelos céus da Primavera.
Um gato malhado de branco e preto, pequenito ainda, o resto de uma ninhada da gata amarela, espreitava, num galho seco de uma vide morta, a pequenina presa, e de um salto acrobático enfiou-se no buraco, agarrando o ninho por entre os bigodes. Foi tal a minha fúria que aos gritos o espantei, e na fuga deixou cair o ninho com os passarinhos despidos e esfacelados. A pobre da mãe melra chegou e chorou com pios desgarrados a sua desgraça. O melro voltejava por ali descontrolado.
Na calçada, ouvi o barulho…do tractor que matou o gato com as rodas traseiras. Com fúria disse para comigo: bem feito, foi como esmola num pobre! A gata amarela chegou, cheirou o corpo do gatito inerte e em cima do muro chorou o seu cântico fúnebre. Apoderou-se de mim um sentimento de pena e quase esqueci os passaritos nus.
Recordei então um texto de Camus, Reflexões sobre a guilhotina.
Numa aldeia deu-se um crime hediondo. Um assassino tinha chacinado uma família de lavradores incluindo os filhos pequenitos. O caso revoltou a população que considerava a decapitação uma pena leve de mais para tal monstro. No dia da execução, um aldeão, na sua revolta, quis a todo o custo presenciar a morte do criminoso. Só assim poderia saciar a sua sede de vingança. Levantou-se de madrugada, pois tinha à frente um longo percurso a pé, uma vez que o lugar da execução era na cidade. Viu chegar o condenado que tremendo de medo, mal se erguia nas pernas. O rosto congestionado implorava pela vida.
O aldeão, depois de ver a cabeça rolar pelo chão, voltou para casa, recusou-se a falar do caso e vomitou. Dali em diante apagou-se nele a imagem do crime hediondo. Na sua mente ficara apenas e para sempre o rosto do condenado.
Quem dera que na próxima Primavera, a melra volte ao velho muro de hera para cantar um novo hino à vida.
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