O Dr. Magalhães dos Santos é licenciado em Filologia Românica.
Distinto linguista. Foi professor do ensino secundário em
Vila Real, Aveiro, Chaves, Guimarães, Évora, Viana do Castelo, Braga etc.
Colaborador de vários jornais, escritor, poeta, dramaturgo, actor, tem mais de vinte obras publicadas.
Excelente animador e contador de anedotas. Um dos criadores do Grupo Cultura Viva de S. João da Madeira
(ilustração de Adão Cruz)
Por muito demorar e muito adiar, já tenho perdido a ocasião de dizer coisas que tenho para dizer, no momento em que deveria dizê-las. Com essas demoras e adiamentos, quem fica a lucrar são os eventuais leitores, que não têm de me aturar as divagações. Também, devo reconhecê-lo, têm bom remédio: basta(lhes) verem de quem é o artigo e… passam à frente, sem desperdiçarem o preciso tempo nem cansarem os olhos.
Pois… vamos ver se sempre é hoje que eu “boto cá pra fora”…
Não sei de quem foi a luminosa ideia de que os governos – em qualquer país que seja – não deviam preocupar-se com o PIB – Produto Interno Bruto - , mas com os índices de Felicidade dos povos, bruta ou… inteligente.
Concordo em absoluto! E sei que os inúmeros Sanchos Panças, portugueses ou de qualquer nacionalidade, com os pés atarraxados ao chão e incapazes de roçar a cabeça nas nuvens, quanto mais de a passearem entre as estrelas, logo objetarão, cheios de puro e duro materialismo-capitalismo.
- Tudo isso é muito lindo, mas sem dinheirinho é que não há Felicidade! “Quanto tens, quanto vales, nada tens, nada vales!...” “Ele é tão lindo, o maganão!” Deixe-se de lirices, homem! Caia na real!
Reconheço que a minha proposta-anseio não está bem estruturada, que (ainda) é vaga, nebulosa… é isso tudo e bem menos…
Mas, cos diabos! Está mais do que na hora de mudar de vida!
(Quando alguém propõe mudar velhos, antiquíssimos hábitos, há duas reações: “Deixe-se disso! Sempre assim foi, sempre assim há de ser…” Ou, como deve ser : “Sempre assim foi?! Então, se assim está errado, está na hora de deixar de ser assim,!”)
O maldito Capitalismo, le sacré Capitalisme, the bloody Capitalism, já deu provas mais do que suficientes de ser um sistema assassino, impiedoso, desumano, Nenhuma religião digna desse nome se apoia nele. Ele é que se apoia em todas, ele de todas torce e retorce e distorce o espírito, de todas adultera o autêntico sentido, de todas faz muleta para caminhar e alcançar os seus negregados objetivos, que não são, bem longe disso, o bem da Humanidade.
Não se peçam receitas a economistas! Os bem-intencionados – alguns haverá, não os mandemos todos já para as profundas dos Infernos! – sabem receitas de números, não sabem receitas de coração, receitas para pessoas vivas.
Recorra-se a gente de boa fé! (Não falo de Fé! Isso não é para aqui chamado! Uma Fé descamba ou degenera em religião e as religiões não são fatores de Felicidade, são causas de guerras, de ódios, de malquerenças, de inimizades, de separações, de fronteiras).
Todos temos consciência de que há gente de boa-fé e de que, reunindo as suas sugestões e opiniões, se poderia estabelecer um sistema que acabasse com o criminoso império do dinheiro, do Poder baseado na posse de dinheiro.
Vamos acabar com a nossa dependência, absoluta e cega dependência do dinheiro!
Vamos dar valor ao que dá valor à Vida!
Vamos votar ao desprezo aqueles que só se fazem valer e só se impõem pelos muitos euros ou dólares ou ienes que têm!
Temos de dar valor a outros valores!
Deixemos os novos-ricos adorarem-se uns aos outros ou exterminarem-se uns aos outros!
Ou mandemo-los para reservas, em que apenas sejam preservados os exemplares suficientes para servirem de exemplo negativo, como testemunho do que foram os agentes causadores da desgraça da Humanidade.
Como ratos, pulgas, outros parasitas, capitalistas e novos-ricos não devem ser todos exterminados. Devem é, uns quantos especímenes, ser enjaulados, cuidadosamente aferrolhados e vigiados, para que não se reproduzam nem fujam!
Se na Constituição da Primeira República o assunto das alianças com o exterior não era versado, na da Segunda – a de agora – bom grado, por expresso, aponte aversão à inclusão do país em pactos político-militares inclusive avance com uma afirmação sobre a sua necessária desarticulação (Artigo 7º, ponto dois), apesar de tudo isso – é uma repetição intencional – Portugal, o governo português, com a integração na OTAN, não só prossegue numa prática política semelhante à do tempo do salazarismo como, para cúmulo, à semelhança dos erros da Primeira República, excede-se na subserviência ao exterior e facilita contingentes militares expedicionários tudo sob o pretexto ardiloso da defesa e da promoção da paz em estados independentes com cujos problemas internos e, em muitíssimo especial, com os de política externa nada há em comum, senão mesmo, até só haja inconvenientes demasiado sérios, por evento, politicamente irreparáveis.
É incompreensível haver-se consentido na imposição alienígena que obriga Portugal a caminhar para uma rarefacção dos relacionamentos bilaterais com quem, países, não temos qualquer litígio, tudo em favor de oferecer-se alguma ajuda à potência que no mundo, desde sempre, mais atenta contra a Paz.
Como se esta força comandada pelos EUAN – a OTAN – já não bastasse como instrumento de dominação política e militar a recair sobre Portugal, os estados continentais do centro da Europa – mais uma vez – sob pretextos de ordem vária, a económica para começar, acabaram por conseguir arregimentar um número crescente de Estados europeus cuja dominação, desde há muito, mantêm benquista, à custa da atribuição generosa de subsídios financeiros, uma particularidade muito do agrado do parasitismo dos vários possidentes dos mais variados estados.
Das Comunidades Europeias Económicas para a União Europeia, prosseguiu-se a marcha dum sonho político milenar protagonizado, sucessivamente, ao longo dos tempos, pelo ancestral Império de Roma, pela Igreja Romana, por Napoleão, pelo Kaiser germânico e, por último, pelo nazismo do III Reich. Depois do final da Segunda Grande Guerra, os estados francês e germânico, reconhecida a incapacidade de cada qual, só por si conseguir fazer vingar os seus eternos propósitos – os EUAN, não lho permitiriam – encontraram aquilo que têm imaginado ser uma boa solução para o ressurgimento duma sua nova preponderância internacional com a edificação da União Europeia – uma nova potência mundial – mantida sob o seu comando real, que não o aparente – até que um deles consiga diminuir o outro – e, afinal, o passo preliminar fundamental para a criação dum estado europeu suposto, por fantasia, ignorância e ambição imperialista, como a entidade capaz de ter força bastante para enfrentar o poderio tanto dos EUAN como, também, de cada um e de todos os estados economicamente “emergentes”, por desígnio o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul (BRICAS).
Na autenticidade das coisas tudo está a passar-se muito à semelhança de quanto, séculos atrás, em modalidades de rapina diferentes mas não menos condenáveis, foi feito a partir de Castela para inventar o estado espanhol, da Inglaterra para produzir o reino unido, da pequena França dos Francos (sempre à custa da espada, dizia De Gaulle) para o estado francês, da Prússia para o estado alemão, do Piemonte para o estado italiano e do modesto Grão-Ducado da Moscóvia, tal como era no século XV, para o apogeu, no décimo nono, da Rússia imperial, depois URSS ou, como agora, Federação Russa.
O pecado da dependência nacional portuguesa, no mais essencial, manda dever dizer-se que se uma ligação de submissão político-económica a qualquer ou a quaisquer estados – por exemplo, à União Europeia (UE) – só obscurece o futuro nacional, uma ligação de obediência político-militar – por exemplo, à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) – da mesma maneira, nada de bom augura.
Como é manifesto, sob pretextos dum reforço do equilíbrio ou da harmonização do desenvolvimento sustentável do espaço europeu (dito doutro modo e como deve ser, dos interesses políticos e económicos franco-germânicos) em boa verdade, nessa União Europeia nada mais é pretendido fazer que não seja colocar Portugal – à semelhança de quanto acontece com outros estados – como um seu comprador líquido e sistemático mas, também, sujeitar Portugal a ter de facilitar-lhe domínio da sua especialíssima posição estratégica de estado marítimo, por exacto, aquela que advém da fachada atlântica portuguesa e do seu imenso espaço marítimo, uma particularidade ímpar, extremamente valiosa, capaz de proporcionar, indevidamente, aos continentais do centro europeu um retorno estratégico muito promitente, porém, completamente indevido. Com esta ajuda suplementar tão preciosa – mas não só – a União Europeia (quem nela manda) pode abalançar-se, com uma muito maior facilidade, a tentar conseguir o reforço da sua posição estratégica face aos EUAN e à Rússia como, também, à construção da sua sonhada oposição – e da sua tradicional sobranceria euro centrista – face aos poderios reais de ordem vária, assentes e em crescendo, como é um seu direito inteiramente legítimo, nos outros vários Continentes. Portugal que não tem animosidade para com quaisquer desses Estados, com cujos interesses estratégicos os Estados do centro europeu entendem – mas mal – dever competir, senão mesmo conflituar, terá de concluir pela existência duma vontade determinada, por parte dos hegemónicos da União Europeia, de quererem ver Portugal envolvido em atritos completamente alheios ao pulsar do seu percurso histórico e dos seus interesses estratégicos mais verdadeiros.
Se da União Europeia, ao contrário do propalado, o futuro, na continuidade duma crise económica sem fim possível, nada de bom trará, da OTAN só pode dizer-se ser obrigatório eliminá-la porquanto já basta de envolvimento em agressões contrárias ao direito internacional e à Paz mundial. Para poder dar-se o maior crédito ao que deve dizer-se da OTAN terá de chamar-se à colação as afirmações peremptórias do Professor Doutor Vitorino Magalhães Godinho, que em Novembro de 2007, declarou ao «Jornal de Negócios», “É costume em política adoptar palavras adocicadas para evitar interpretações pouco convenientes, mas eu acho que é preciso dizer que a NATO tem de desaparecer ……..” .
A OTAN, esta herança do salazarismo de má memória, para Portugal, desde o 25 de Abril, já não tem razão para perdurar e se isso ainda acontece é por, de facto, não haver uma Democracia digna desse nome que, entre outras deficiências, aceita a submissão a outros estados. O regime constitucional português, para infelicidade nacional, caminha sob a aceitação, pelos sucessivos governos portugueses, dum envolvimento em procedimentos de política internacional só classificáveis como delituosos e, sobretudo, como um erro estratégico irrecuperável. Com efeito, mercê de tal erro, Portugal está obrigado a demonstrar-se contra a evolução política e económica mundial cuja força decisória está centrada, cada vez mais, fora da Europa; é um erro que, no futuro, terá de pagar-se.
É preciso saber aceitar, como a História está a mostrar, que chegou a vez de outros Estados não europeus ascenderem, no plano internacional, a um protagonismo privilegiado e, como assim, nas circunstâncias actuais, compete aos europeus, com tacto político e dignidade, terem o bom senso e a coragem meritória de abandonarem a proverbial pesporrência comportamental do seu eurocentrismo inconsequente, já completamente desacreditado, senão deslocado e saberem administrar uma retirada para novas posições compatíveis com quanto de admirável, único no concerto das civilizações, ao longo dos séculos, foi conquistado pelos e para os seus patrimónios filosóficos, humanísticos, artísticos, científicos, técnicos, sociais e políticos que, estes sim – isso é inquestionável – não podem perder-se por serem ímpares e irrecusáveis, tanto na sua própria grandeza como no seu vastíssimo contributo civilizacional para toda a Humanidade.
Na realidade, à Europa, de sobremaneira à ocidental, ficam a dever-se as tais “maravilhas completamente diferentes das pirâmides egípcias, dos aquedutos romanos e das catedrais góticas” como assim Karl Marx, deixou expresso no seu «Manifesto Comunista» a quando da exaltação dos constantes sucessos económicos da burguesia europeia.
Portugal tem obrigação de lutar pela defesa intransigente dessas riquezas patrimoniais, quanto mais não seja, por não poder esquecer-se, nem deixar que outros esqueçam, a sua contribuição preciosíssima para o inicio da era Moderna em que foi determinante o mérito inovador e altamente diferenciado da ciência náutica dos portugueses que, afinal, pelo seu saber, inovação científica e determinação política, terem podido consubstanciar o autentico pioneirismo da globalização com que, de facto – isso é irrecusável – deram ao mundo, novos mundos.
Portugal, face ao exterior, está, ou não, a viver numa situação de dependência política e económica?
A presença portuguesa na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é, ou não, uma imposição política e militar dos Estados Unidos da América do Norte (EUAN)?
A integração de Portugal nas Comunidades Económicas Europeias (CEE) e, depois, na União Europeia (UE) foi, ou não, um acto de submissão económica e política a um projecto federalista europeu hegemonizado por uma parceria franco-germânica e com vista a tentar acrescentar, ao conjunto destes dois estados, algum poder estratégico face aos EUAN e às economias emergentes?
Num caso e noutro, os portugueses não foram consultados antes, porém, foi-lhes dito e repetido que, ou estavam a ajudar a salvar a civilização ocidental e a suster o inimigo de Leste ou, então, que estavam a contribuir activamente para construir um estado europeu de natureza federal capaz de eternizar as características socioeconómicas neoliberais de aquisição recente e, também, como insistem sem vestígios de pudor, antes sim, com falsidade absoluta, a dar origem a um verdadeiro paradigma da democracia. Que verdades por detrás de tanta idealização, senão, apenas, simples confabulações para melhor ludibriar.
A questão de saber-se se um estado está, ou não, nessa situação de dependência, indo-se ao ponto de poder depreender-se se, na verdade, vive numa condição capaz de remetê-lo para a categoria de país colonizado, tem de ser observada por intermédio daquelas suas formas de ligação a quaisquer estados, ou a organizações internacionais, cujos poderes estatuídos, ou as suas capacidades efectivas de imiscuição, permitam estabelecer, com a evidência bastante, uma relação política que, dalgum modo, com maior ou menor visibilidade mas, sempre, por imposição unilateral, limite o exercício completo da autonomia e da soberania do estado em causa quer decorra, entre as partes, um relacionamento bilateral ou o envolvimento opere em ambiente multilateral.
Um estado está colonizado quando as suas decisões políticas, por sistema, são decorrentes de qualquer imposição duma vontade alheia. Se a interdependência dos Estados é uma aquisição notável para a harmonia e o desenvolvimento das relações internacionais e, também, um contributo potencialmente favorável à busca e à manutenção dum clima de Paz mundial, quaisquer formas de hegemonização ou de imiscuição por parte de qualquer Estado, ou dum grupo de Estados, sobre outro, ou outros, tem de ser vivamente condenada inclusive apresente-se, ela mesma, revestida de quaisquer formalismos de aparência democrática.
A Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (AGONU) – uma vez recusada, em definitivo, a anomalia ditatorial do veto no Conselho de Segurança – deve ser reconhecida como a única organização internacional com capacidade de, por deliberação maioritária da sua Assembleia-Geral, poder fazer sentir poder político sobre qualquer Estado. O respeito estrito pelas Soberanias Nacionais – as Nacionalidades devem ser livres de ascender a Estados independentes – tem de obrigar, sem evasivas, a que a prática política corrente nas relações internacionais não deva fugir à regra fundamental de todos os seus entendimentos não deverem ser forjados, nem deverem ser subscritos à margem da AGONU.
Nos dias que correm já não é possível entender-se o fenómeno da colonização dum estado sobre outro tão-somente pelo pressuposto evidente de haver uma manifestação de dominação política mais ou menos expressiva e alicerçada, ou na ocupação territorial do segundo ou duma forte ameaça – uma chantagem – de, a todo o momento, isso poder acontecer. Não podem deixar de considerar-se como demonstrações de colonização a asfixia económica; a imposição de determinações uni ou multilaterais mesmo que proclamadas como legais; a tentativa (já acontecida na Europa) da aplicação a vários Estados duma lei fundamental não sufragada pelo universo eleitoral; a obrigatoriedade duma política multilateral de conluios internacionais; a fixação de inimizades internacionais ou a obrigação da prática de actos militares conforme invocação dum interesse multilateral e, ainda, muito importante, uma declarada distorção cultural – uma aculturação – consequente à invasão massiva e seleccionada duma desinformação alienante. Quaisquer destas circunstâncias constituem-se bastantes para poder afirmar-se que há, de facto, um estatuto de colonização ou de submissão. H. Marcuse, no seu «Homem Unidimensional», exemplifica-o ao afirmar que “a dominação pelo mercado e pelo consumo que, na sua aparência niveladora, não cessa de paliar a condição dos dominados, extermina «in ovo» toda a possibilidade de oposição”.
O Pacto de Varsóvia, de memória triste, teorizou sobre o que chamou de “soberanias limitadas” para que a URSS melhor estribasse a brutalidade das suas prepotências sobre os estados do Leste europeu os quais, como aconteceu, conseguiu reduzir ao estatuto de suas verdadeiras colónias. A OTAN, mais antiga que a sua comparsa de Leste e, não haja dúvida, não menos exigente é, um instrumento militar ao serviço dos interesses dos EUAN que foi criado, bem sabido, sob o pretexto falacioso, vindo ao mundo nos anos quarenta do século passado, duma suposta agressão soviética (tão suposta como, mais tarde, o foram as armas de destruição maciça do Iraque) que colocou sob as suas diatribes políticas todo o Oeste europeu, nele incluído Portugal, uma circunstância que, então, só deu rejúbilo ao imperante salazarismo.
Portugal é rico em gastronomia, tem cozinheiras modestas como a Maria de Lurdes e Chefs vaidosos como o fininho da televisão que faz um anúncio aos caldos knorr; a esse deu-lhe para desvendar o segredo profissional a troco de um cachê publicitário, o segredo diz ele no anúncio, são os caldos. Não é segredo nenhum, já antes dele ter nascido se faziam anúncios aos caldos Star com o mesmo slogan e depois com os caldos Maggi. Não há inovação.
Quem nos salva é Cavaco Silva que vem há várias épocas através da TV apresentando o mesmo prato com variações notáveis na apresentação, o prato como já adivinharam é o conceituado “ Promulgação a la Cavaco”. De entre as versões que pudemos saborear destacaria o “Código dos Regimes Contributivos da Segurança Social” cuja promulgação foi servida com Reservas, monocasta Tinta Roriz 2005, e Carrascão do Cartaxo 1974. De realçar também a apetitosa “Lei do Divórcio” que o chef Cavaco catalogou como uma “profunda injustiça”, saiu mal à primeira, teve que voltar ao forno, e no meio da confusão desapareceu o molho de brócolos que o chef queria servir; no entanto vários casais que experimentaram dizem-se satisfeitos. Por ultimo a mais recente promulgação “Casamento entre Homossexuais” com ingredientes gourmet muito simples e idênticos, com decoração monocromática branco ou preto, minimalista e simétrica. O chef confessou que lhe custou imenso esta promulgação e disse-no-lo em directo. -Sabe, eu gosto de provar o que cozinho e neste caso não consegui, aquilo parece-me uma açorda, e eu não posso com açordas, detesto açordas. Aproveitámos para lhe perguntar qual o segredo das famosas “Promulgações a la Cavaco” e ele contou. – Sabe, há uma erva cujo perfume altera o sabor do que se dá a comer, chamada “declaração de voto”, fazemos um prato de carne metemos a “declaração de voto” e parece que servimos peixe, junto à cozinha de S.Bento cresce uma erva daninha de propriedades semelhantes, a que chamei “declaração de veto”, uso muito. S.Bento ainda vai ter muitas estrelas Michelin.