Logo de manha como convém a um madrugador, arrancamos para a Grande Muralha, que fica a uma hora de viagem de Beijing. Paramos, pelo caminho numa fabrica de louca Chinesa, em plena laboração e com as vendedoras em grande frenesim. Como tenho uma colecção que junto ha 35 anos, completei-a com mais duas peças.
A Grande Muralha e algo de fantástico, na dimensão, no conhecimento e na coragem.8 000 quilómetros de milhões de pedras no cimo de elevados cumes, por um traçado que impedia a invasão pelos inimigos, não se sabe se admirar a dimensão se a coragem e determinação de levar por diante tal empreendimento. Para la chegar, hoje em dia, socorremo-nos de um teleférico que se lança no abismo e que não e para timoratos. Percorre a distancia a uma altura considerável e a visão e de sonho. Estamos no meio de altas montanhas, cobertas de arvores e arvoredo inóspitas, grandiosas e, por que não dizê-lo, medonhas. Um almoço rápido num dos muitos restaurantes que esperam os milhares de turistas, restabeleceu-me para seguir para a Cidade Ming, onde estão sepultados uma boa parte dos imperadores. Foi a partir deste vale que a dinastia Ming, se moveu para norte, derrotando os povos invasores e transferiu a capital do império para o actual Beijing. E um vale cheio de arvores milenares, com palácios e tumbas, muito antigos e com pouca monumentalidade. Reina a calma, o cheiro a flores e o silencio respeitoso.
Voltados ao hotel, um banho rápido deu-me o resto de energia para ir ver um espetáculo Mongol, com maravilhosos e jovens artistas e onde consegui, pela primeira vez, perceber alguns truques de ilusionismo, por estar sentado muito peto do palco e ao mesmo nível.
Amanha, as seis horas para ser mais exacto, vou a uma parte da cidade com uma arquitectura típica e a seguir apanho um avião para seguir para Xangai, onde me atrai a Exposição Mundial.
Pequim, 13 milhões de habitantes, uma cidade plana com avenidas largas e muito extensas, e onde podemos encontrar tres cidades: a cidade milenar com a Cidade Proibida, a Cidade de Verão e a Praça de Tiananmen. A cidade de Verão, e bem Chinesa, com agua e arvoredo, de filigrana, tudo a morrer aos pés de um lago maravilhoso cheio de Flores de Lotus. A Cidade Proibida, feita para servir o poder, foi aqui que se realizou o filme O Pequeno Imperador, tem 900 metros de comprido por 800 metros de largura, as construções foram levantadas segundo a hierarquia que nos e indicada por pormenores interessantíssimos como sejam o numero de animais que figuram nos telhados. Os interiores sao da época, e que nos mostra um ambiente de grande austeridade.
A Cidade ja dos anos a seguir ao Império, mantendo as características Chinesas, pequenas casas de não mais de 2 andares, pintadas a cores diversas, com as figuras tão características desta cultura. Depois, a Cidade moderna, nada diferente de uma qualquer cidade europeia, belos prédios em altura, 20-30 andares, com escritórios e habitação, deixando escaco para o verde, relva e arvores.
Na cidade Proibida a presença militar é muito significativa, o mesmo se diga da Praça de Tiananmen, espaçosa com 3 belos prédios governamentais, tambem com grande presença militar, reforçada com o facto de ser hoje dia nacional de ferias, uma semana de ferias para todos, excluindo, claro, os que já aderiram às leis do mercado que mandam manter as portas abertas quando ha grande fluxo de turistas.
As construções feitas para os Jogos Olímpicos são maravilhosas com especial ênfase para o Ninho de Pássaro, bela obra de arquitectura, rodeada do Paralelepípedo das piscinas Olímpicas e de prédios belíssimos.
E uma cidade ampla, ordenada, disciplinada, com resquícios de outras épocas mas que aderiu definitivamente a economia de mercado e ao modo de viver ocidental , com uma muita significativa presença de jovens, vestidos de jeans e de mão dada a namorar ao sol quente e húmido do meio dia.
Nas comemorações militares na Cidade Proibida verifiquei o aprumo dos jovens militares mas também a sua escolha criteriosa, todos eles com 1,90 m de altura. Nem faltou um senhor alemão, muito importante, que veio fazer uma visita à Cidade Proibida, com carros de grande cilindrada e vidros fumados, e as câmaras de televisão a não perder nada, nem sequer os aplausos que o homem puxava ao publico que estava, contudo, mais interessado em entrar nos lugares reservados, imperialmente, durante séculos, a quem reinava e a sua corte.
Amanhã vou para a Grande Muralha, seis da manhã, não é coisa que se faça a ninguém, mas não vou deixar de enviar a minha crónica diária.
Após um saltinho de Lisboa a Paris, uma aventura de Paris a Pequim, 10 horas de viagem num avião gigantesco e quase sem pregar olho.
Encontrei, como encontro quase sempre, um aeroporto senão inferior pelo menos do mesmo n'ivel do que aí queremos substituir, como se tratasse da resolução de todos os problemas do país, chego a ficar irritado porque com excepcão dos grandes aeroportos da Europa (Frankfurt, Londres,Munique...) não encontro melhores que o da Portela.
Adiante.
Avenidas de quarenta quilometros, mas num dia quente e humido, claro e sem a fumarada que nos vendem aá frequentemente.Um transito fluido de carros sem as bombas daí, mas bons carros e sem atropelos.
Fui visitar (perdido de sono) o Soho ca do sitio, até o nome é US, torres enormes, com jardins e cafés à volta, uns bonitos e outros feios, mas para fazerem disto um lugar de visita...
Amanha vou continuar aqui em Pequim, já com visita a lugares históricos de que vos darei relato circunstanciado.
As pessoas são prestáveis e agradáveis e, dizem-nos que não tenhamos preocupação por que aqui não há roubos nem violência.
Agora vou jantar e ouvir um grupo musical feminino de se lhe tirar o chapéu, claro que já deu para ver que os grandes hotéis e as grandes marcas iternacionais estaã cá todas.