Sábado, 2 de Julho de 2011

ROSTO DE NINGUÉM, por Paxiano

 

 

 

 

 

 

Sou apenas a lágrima de ninguém

caída

Que em dia de nevoeiro

foi vertida

e pelo rio recolhida.

Ou o resto duma tela pintada

quadro de vida

Sombra de mim

Sonhada.

Sou o princípio e o fim... de nada

Obra inacabada

Que há-de ser pó... e semente

Sou um produto de gente

Aquilo que o mundo fez

E deixou germinar...

Para sempre

Cresceu com o tempo

À chuva e ao vento

Deu  frutos

Em terra de ninguém

Carregado de versos e sonhos

Lavados com lágrimas de alguém

publicado por João Machado às 07:00
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Sexta-feira, 1 de Julho de 2011

MISTÉRIO DO SER, por Paxiano

 

 

 

 

 

 

 

Fazemos parte desse mistério

sonhado

Fazemos parte da bruma

que criámos

Levantamos depois este véu

Há sombra dum sol brilhante

que nasceu

 

 

Somos um pouco sol e sombra

Dum sorriso meio louco

meio sério

Somos o resto da poeira

solta

Que assenta quase louca

No restolho deste mistério

 

 

Somos pedra da estátua feita

Escopro duro dos seus traços

Somos o busto já erguido

Nem perfeito nem definido

No meio de todos embaraços

 

Somos parte desse mistério

Sorriso meio louco, meio sério

publicado por João Machado às 07:00
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Quarta-feira, 29 de Junho de 2011

XAILE DE FITAS, por Paxiano

 

 

 

 

 

 

 

(Adão Cruz)

 

Sobre os teus ombros nus

Cai um lindo xaile de fitas

Delicadas e sedosas

Discretas e silenciosas

Que nesse corpo ágil habita

 

 

Nesse teu corpo suave, esguio

Pendem longas e solenes fitas

E desses lábios, doce sorriso

Soltam-se palavras nunca ditas

E do cândido e sereno olhar

Se escapa o desejo de abraçar

 

 

Nunca um sorriso pintou melhor

Um rosto que o alimenta

Nunca um xaile tapou um corpo

Tão cheio de paixão sedenta

 

 

No xaile se escondem ternuras

Que só brilham nas noites escuras

publicado por João Machado às 10:00

editado por Augusta Clara às 01:25
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Terça-feira, 28 de Junho de 2011

A SERRA E A NEVE, por Paxiano

 

 

 

 

 

 

 

Fez-se silêncio, deixou de nevar

Na serena e suave brancura

Nem uma fugidia ave

se vislumbra

Na soberba serrania

Onde o cinzento dia

Se levanta e se esfuma

 

Do manto que se contempla

Soltam-se raios de espanto

E no meio da brancura

Esvoaçam flocos de ternura

Que me prendem de encanto

 

Vergam-se ramos de neve pura

Vergam-se corpos com anos

de vida

E na alma fica perdida

Paisagem que foi de verdura

 

Solta-se a luz que vai morrendo

No silêncio da escuridão

Na serra tudo se contempla

Deus, vento, neve e solidão

publicado por João Machado às 10:00
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Segunda-feira, 27 de Junho de 2011

ÀS MULHERES DE SEMPRE, por Paxiano

 

 

 

 

 

 

 

(Adão Cruz)

 

São elas próprias feitas

de ansiosa serenidade

Feitas dum fresco sorriso

Que se levanta do lastro

da maternidade

À volta do qual tudo gira

Em permanente ansiedade

 

 

São infinitamente presentes

e solidárias

Mesmo na opacidade das tempos

Tomam a dianteira nas correntes

Da vogal viva da escrita

Fica a palavra livre, nunca dita

 

 

São ausentes sempre presentes

Como o sibilar zurzido do vento

Deslizam como água no leito

Com a simplicidade dum verso

Surge-lhe sempre o amor-perfeito

 

São elas próprias mulher e mãe

Presentes e protectoras de alguém

publicado por João Machado às 10:00

editado por Augusta Clara às 20:08
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Quinta-feira, 23 de Junho de 2011

GUARDAREI O TEU SILÊNCIO, de Paxiano

 

 

 

 

 

 

 

Guardarei para mim a parte

do teu silêncio

Onde me encosto e me detenho

Ouvindo o baloiçar das ondas

Num agitado pensamento

Murmúrio que não desvendo

 

 

Guardarei para mim

este momento terno e doce

Onde as coisas…

tomam os sons devidos

E na luz, junto das sombras

Repousam os meus sentidos

 

 

Guardarei para mim

os silêncios pronunciados

Guardados no esquecimento

E o sibilar da tua voz

Arrastado nas vibrações do vento

 

Guardarei para mim

a palavra demorada do teu silêncio

 

 

 

Paxiano 

publicado por João Machado às 10:00

editado por Augusta Clara em 21/06/2011 às 22:50
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Quarta-feira, 22 de Junho de 2011

DEPOIS DE TI…, de PAXIANO

 

 

 

 

 

 

 

Vem por esse caminho fora

Enquanto o espaço é tempo

e o tempo alvorada

Mas vem terna, silenciosa

Que a tua hora é chegada

 

 

 

Escolhido foi este momento

Enquanto te ergues desse lastro

apagado

Vem que é chegado o tempo

de seres tu e só tu

Brilho que se levanta deste lado

 

 

 

Ergue-te para além do tempo

Na encosta do verde pinho

Depois de ti mais nada

Luz de fosca madrugada

Fogo de labareda apagada

Terno olhar d´alguém sozinho

 

 

Depois de ti… mais nada

Só o brilho da eterna madrugada

 

 

 

publicado por João Machado às 10:00

editado por Augusta Clara em 21/06/2011 às 22:54
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