Distinta das papoilas vermelhas que cobrem os campos com tanta desfaçatez que se perdem de vista, a papoila-dormideira é lilás e igualmente bonita. Foi exactamente a cor que me chamou a atenção. Tal como a sua “prima” é de aparência frágil e delicada. Bamboleava ao vento e logo me apressei a tirar a foto, não fosse por minutos perder as suas pétalas no vento. Encontrei-a no Alentejo quando atravessava uma comunidade estrangeira (destas que cultivam a paz entre os homens e a Natureza e são adeptas do amor livre) por ser o caminho mais próximo para chegar ao meu destino.
Ignorante quanto ao nome desta papoila, enviei a foto às minhas amigas botânicas, pelo que a resposta foi: “Mas afinal, por onde andas tu? Esta é a papoila da qual se extrai o ópio…”.
Coincidência ou não, passados uns dias vi uma notícia sobre a apreensão de uns tantos pés de “papoila do ópio”perto da zona da observação. Estive uns tempos sem lá passar, não fossem às vezes terem-me visto a fotografar e pensarem que era eu a autora da denúncia…
A papoila-dormideira existe no Médio e extremo Oriente e em alguns locais na América. Em Portugal têm sido encontradas plantações no Alentejo e Algarve.
Como já referi, é desta papoila que se extrai o ópio, a partir do qual se produzem vários opiáceos. O ópio foi utilizado milhares de anos para aliviar a dor, bem como a sua utilização analgésica cirúrgica (utilizada vários séculos).
As primeiras referências a uso de ópio encontram-se no séc. III a. C. (Teofrasto, filósofo) e Homero refere o seu uso por Helena de Tróia para anular as dores e também para melhorar o humor. No entanto, foi Garcia de Orta quem primeiro descreveu os seus efeitos (Goa, 1563).
Curiosidades: A morfina é um alcalóide natural extraído desta papoila. Deve o seu nome ao deus Morfeu (Morphium da mitologia grega), uma vez que induz sonolência e efeitos semelhantes aos sonhos. Foi isolada em 1803 por Friedrich Sertürner, um alemão assistente de farmacêutico. As sementes desta papoila, são usadas como condimento.
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