Terça-feira, 18 de Maio de 2010
Pedro GodinhoPela importância das mesmas e de quem as proferiu, as palavras do sumo pontífice da Igreja Católica, no voo de Roma para Lisboa do passado 11 de Maio, em resposta aos jornalistas sobre os casos de pedofilia clerical, merecem registo para memória e exigência da consequente acção do próprio, correligionários e discípulos:
“Os ataques contra a Igreja e o Papa não vêm apenas do exterior, os sofrimentos vêm do interior da Igreja, do pecado que existe na Igreja.
Isso foi sempre sabido, mas hoje vemos de modo realmente aterrador: que a maior perseguição da Igreja não vem de inimigos externos, mas nasce do pecado na Igreja, e que a Igreja, portanto, tem uma profunda necessidade de reaprender a penitência, de aceitar a purificação, de aprender por um lado o perdão, mas também a necessidade de justiça. O perdão não substitui a justiça.”
Joseph Ratzinger, Bento XVI, Papa para a Igreja Católica
11 Maio 2010
Quinta-feira, 13 de Maio de 2010
Carlos Mesquita
Anúncio: tenho sido um blogo-céptico, participarei neste com a satisfação de estar com alguns companheiros que aprecio e conheço há imensos anos. Com eles passei dos tempos mais significativos da minha vida. Estou habituado a escrever mais opinião que crónicas; é o que me proponho fazer aqui, falar do que se passa. Como tenho uma vida profissional atribulada quando há trabalho, e folgada quando não há, se escrever muito é sinal de agravamento da crise económica. Obrigado Carlos Loures.
Ouvi no primeiro dia da visita do Papa, repetir na rádio o que o ministro da presidência Pedro Silva Pereira disse à Agência Ecclesia em Abril, cito. “É muito importante sublinhar que esta visita acontece num momento em que as relações entre o Estado e a Igreja são muito fortes na acção social. Há uma enorme convergência entre o Estado e as Instituições de Solidariedade Social ligadas á Igreja. Um recente estudo da Universidade Católica Portuguesa indicava que aproximadamente 60% das receitas das IPSS ligadas à Igreja vêm do Estado.”Fim de citação. Diz o ministro que as relações entre o Estado laico e a Igreja católica se fortaleceram pagando os contribuintes a maior parte da acção social da Igreja. Acção social que tendo aspectos meritórios é também um veículo de difusão dos interesses da Santa Sé. Bem podia o Papa passar para além da Torre de Belém, pelo Ministério das Finanças; é de lá que saem as novas caravelas a espalhar a Fé.
A ideologia religiosa é facilmente suportável na nossa sociedade, menos tolerável será que haja lares sustentados pelo Estado, sem fins lucrativos como rezam os seus estatutos, que exijam dinheiro para permitir a entrada de idosos. Há lares que vendem as vagas, o método é elementar; afirmam a quem os procura que há quem esteja inscrito aguardando vez e na disposição de dar um donativo à instituição, se o necessitado se mostrar permeável pode iniciar-se o negócio, ou há um preço de tabela, que rondará hoje o mínimo de 5.000 euros, ou entram em leilão regateando valores. Mais grave é que este abuso, que constitui um crime de burla, está generalizado no país. Em qualquer pequena cidade todos sabem quanto custa em dinheiro ou em propriedades ter acesso aos lares da região, é conhecido das autoridades, os responsáveis das instituições sabem que é uma ilegalidade, mas a prática indigna continua sem intervenção judicial que lhe ponha cobro. As instituições ligadas à Igreja, as tais com quem “o Estado tem fortalecido as relações” como as Misericórdias, têm sido acusadas desta actuação vergonhosa, nem o negam. O padre Lino Maia presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade justificou-se há já algum tempo à Lusa, dizendo que “muitas instituições estão a lutar pela sua sobrevivência” e que “vêem-se forçadas a recorrer a esses estratagemas”. Modelar de mais um pináculo da superioridade moral da Igreja, edificante exemplo para a sociedade. Eles sabem, todos sabemos, que são os mais carenciados, sem posses, bens ou família que lhes acuda, que ficam abandonados.
Não eram esses os primeiros destinatários da Acção Social?
Sábado, 8 de Maio de 2010
O Estrolabio já por aqui anda, ainda titubeante, mas mexe, e textos não faltam, diz o "leitor da altura do Sol" por excelência que é o nosso Carlos Loures.
Eu por mim, perdido entre escritores e poetas, sou uma espécie de "pegador de estrelas" tento trazer aqui as notícias do dia, a pequena história, o que nos vai formatando o "céu de estrelas" com que temos de viver.
Hoje, o grande mote está dado, o governo teve que vergar-se à realidade e adeus obras públicas, infelizmente só após um "senhor muito importante da UE ter cá vindo dar uns açoites" aos nossos estadistas. O candidato Manuel Alegre, suprapartidário, defendeu as obras públicas à procura de apoio pelo partido na eleição presidencial. E agora?
A visita do Papa, alimenta a guerrilha entre os crentes e os contribuintes que não querem pagar a factura da festa. O Aventar.eu, blogue onde o Carlos Loures escreveu e este vosso modesto amigo escrevinha, ameaça com uma surpresa para às 18 horas. A não perder!
Uma muçulmana em França, foi autuada por ter passado o vermelho quando conduzia em Paris. A mulher diz que foi o lenço que trazia à cabeça que não a deixou ver o sinal e que, por isso, a multa é mais uma manifestação de xenofobia.
Mas claro, o que nos trás a todos suspensos é o título que o Glorioso vai tentar conquistar amanhã. O Braga espreita, fez um grande campeonato, se for para o Braga o título estará muito bem entregue.
E toca a "medir a altura do sol" com a precisão que requer tempo, ciência e paciência!