Já tivemos uma central nuclear com local indicado, ali para Peniche, com alguma sorte, vá lá saber-se, a população da pequena aldeia próxima não gostou e veio para a rua protestar, a central seria construída em cima de uma falha geológica, local muito pouco indicado para construir um equipamento de que tantos desconfiam, embora não se saibam bem as razões.
Depois esteve para ser construída no Douro internacional para se aproveitar a água do rio mas também os armazéns de resíduos que os espanhóis ( o governo central espanhol) compra às pequenas vilas e aldeias, dando desta forma trabalho e meios para fixar as pessoas à terra natal. Lá veio o argumento que a central iria destruir o Vinho do Porto, já se viu que todos os negociantes de vinhos de todo o mundo que concorrem com o Vinho do Porto, passavam a cilindrar um negócio de milhões e de séculos, colando-lhe o rótulo do nuclear.
Andamos muitos anos para construir Alqueva e ainda mais anos para a colocar ao serviço da agricultura, aí falava-se que a solução seria uma rede de pequenas e médias barragens pelo interior do Alentejo pois a grande barragem traria imensos prejuízos, até o vinho de Borba e de Portalegre seriam fortemente prejudicados pela mudança de clima, pois a humidade seria muito maior. Mas a verdade é que só o Alqueva pode mudar o Alentejo e a nossa capacidade de regadio e conseguir alimentar a população. E, a vista é fantástica! Já foram a Soromenha, no alto do castelo ver a barragem?
A seguir tivemos o Vale de Foz Côa e a barragem descobrimos lá um museu ao ar livre do paleolítico, a barragem submergia as gravuras, crime de lesa cultura, havia que salvar as gravuras que, aliás, não sabem nadar. Esperavam-se imensos postos de trabalho, grande desenvolvimento "verde" da região, muito mais lucrativo que a energia gerada pela maldita barragem. E quanto à agua? Deixem-na correr para o mar que é o destino natural dela.
Há uns tempos descobriu-se (?) gás no offshore do Algarve, imenso gás , uma bacia que os espanhóis já estão a explorar do lado de lá. Mas aqui, diz quem sabe, o estrago seria no Turismo, quem é que vem para praias cheias de gás, mesmo que a exploração se faça a uns 200 kms da costa? Adeus turismo e campos de golfe, lares para a terceira idade endinheirada do centro e norte da Europa, lá se vai o nosso euromilhões.
Agora temos a barragem do Tua ( esta dói-me particularmente, conheço-a) região maravilhosa votada ao abandono, a barragem traria postos de trabalho, mas também submergia a linha férrea, o vale único, a natureza virgem. Que fazer? A verdade é que a "pegada" humana começa , exactamente, nas figuras que foram desenhadas na paisagem e, creio, com desgosto, mas creio como inevitável que ou o homem muda de caminho ou, então, a continuar neste "festim" de consumo não há natureza que se furte a ficar debaixo de água ou à mercê da tecnologia nuclear.
Se estas políticas, de evitar a "pegada" humana, resultassem de um plano de "país verde", assumido, com muitas mais medidas no sentido de mantermos essa característica no seio da UE, essa decisão obrigaria a toda uma modificação na nossa maneira de viver que, tenho muitas dúvidas, a maioria de nós, e principalmente, quem aparece uma e outra vez a agitar-se, estivesse disposto a aceitar.
Assim, inclino-me a acreditar, que na falta de um "plano estratégico" para o país, estas decisões não passam do resultado das pressões dos "lobies" e, o resto da população, aceita-as e não pensa muito nelas convencida como está que haverá sempre alguem que paga as contas.
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