Quinta-feira, 14 de Julho de 2011

14 - Terreiro da Lusofonia - por Carlos Loures

Orlando da Costa (1929-2006) foi um poeta verdadeiramente  lusófono. Nascido em Moçambique numa família goesa e, como tal, criado em Margão, veio para Lisboa para a Universidade e, com três nacionalidades possíveis, optou pela portuguesa. E em boa hora, pois foi um português de eleição, um homem que lutou contra a ditadura e sempre se mostrou consequente com os seus princípios. Um grande português e um grande escritor. E poderia acrescentar - e um grande e saudoso amigo.

 

Orlando da Costa, nasceu em Lourenço Marques, actual Maputo, em 1929, numa família goesa. Foi criado em Margão, vindo para Lisboa, com apenas 18 anos, em cuja Faculdade de Letras se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas. Ficcionista, dramaturgo e poeta, publicou uma dezena de livros, dos quais se destacam os romances «O Signo da Ira» (1961), «Podem Chamar-me Eurídice» (1964), «Os Netos de Norton» (1994) e «O Último Olhar de Manú Miranda» (2000). O poema escolhido foi publicado na antologia «Poemabril» (1984) e foi musicado pelo maestro Fernando Lopes-Graça:

 

Canto Civil – 1
            Este é o meu canto civil
            canto cívico graduado
            desde um tempo antigo que vivi
            entre poemas de aço camuflados e algemas de silêncio
            Esse era o tempo do assalto às casernas
            mas já então eu escrevia o que devia:
            a cartilha da guerrilha do amor e da paz
            para ser ensinada à luz das lanternas
            nas escolas nas igrejas na parada dos quartéis
            Este é o meu canto civil
            canto cívico desfardado
            escrito a vinte e oito de Abril
            do ano passado à noite
            de punho cerrado com alegria e sem espanto
            canto para ser cantado de dia
            por todos por muitos por mim ou por ninguém:
      
            Soldado raso
            ao cimo da calçada
            em guarda
            de flor e farda
            a flor que te damos
            é pão da madrugada
            É pão amassado
            sem liberdade
            é gesto de guerra
            em nome da paz.
            É flor de canção
            em terra mar e ar
            rubra flor popular
            num só cano de espingarda
            Soldado raso
            em sentido na memória
            lembra-te de novo e sempre
            a flor que te damos
            é da terra é do povo
            é pão da madrugada.

 

publicado por Carlos Loures às 11:00

editado por João Machado em 10/07/2011 às 01:57
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Quinta-feira, 28 de Abril de 2011

Orlando da Costa no Terreiro da Lusofonia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Orlando da Costa (1929-2006) foi um poeta verdadeiramente  lusófono. Nascido em Moçambique numa família goesa e, como tal, criado em Margão, veio para Lisboa para a Universidade e, com três nacionalidades possíveis, optou pela portuguesa. E foi um português de eleição, um homem que lutou contra a ditadura e sempre se mostrou consequente com os seus princípios. Um grande português e um grande escritor.

 

 

 

 

publicado por João Machado às 10:00
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Domingo, 8 de Agosto de 2010

Orlando da Costa no Terreiro da lusofonia


Orlando da Costa (1929-2006) foi um poeta verdadeiramente  lusófono. Nascido em Moçambique numa família goesa e, como tal, criado em Margão, veio para Lisboa para a Universidade e, com três nacionalidades possíveis, optou pela portuguesa. E foi um português de eleição, um homem que lutou contra a ditadura e sempre se mostrou consequente com os seus princípios. Um grande português e um grande escritor.
publicado por Carlos Loures às 08:00
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Segunda-feira, 10 de Maio de 2010

Apresentando Fernando Correia da Silva


Fernando Correia da Silva, escritor, nasceu em Lisboa no ano de 1931. Frequentou o curso Ciências Económicas e Financeiras e, ainda estudante, foi apoiante do general Norton de Matos nas eleições presidenciais de 1949. Militante do MUD Juvenil, foi preso pela polícia política. Foi amigo de outros escritores, tais como António José Saraiva, Mário Henrique Leiria, Alexandre O’Neill, Orlando Costa (seu padrinho de casamento) e muitos outros. Conviveu com políticos como Agostinho Neto, Marcelino dos Santos, Vasco Cabral.

Em 1954, perseguido pela PIDE foi para o Brasil como exilado político. Ali colaborou na Folha de São Paulo, tendo sido um dos fundadores do jornal antifascista Portugal Democrático. Com Jorge de Sena, Casais Monteiro, Sidónio Muralha, Fernando Lemos e escritores e artistas brasileiros como Maria Bonomi, Guilherme Figueiredo e Cecília Meireles, fundou em S. Paulo a GIROFLÉ, editora infantil. Em 1964 após o golpe militar no Brasil empregou-se numa indústria em Fortaleza do Ceará. Durante dois anos, viveu o Nordeste, onde a ostentação e a miséria viviam paredes meias.. Regressou a Portugal em 1974.

Tem uma obra essencialmente constituída por romances. Referimos os mais importantes: Mata-Cães (1986),, Lord Canibal (1989) Querença, (1996), Maresia, (1998) e Lianor (2000). Querença, o mais autobiográfico dos seus romances, foi passado ao cinema em 2004, com realização de Edgar Feldman. Desde 1998, Fernando Correia da Silva coordena Vidas Lusófonas, um site na Internet que já quase atingiu os 20 milhões de visitas.
publicado por Carlos Loures às 21:15
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