A perda de credibilidade de um político ou de um governo é pior que todos os déficites. Mentira atrás de mentira, apresentando vitórias todos os dias, caminhando cegamente para o abismo, adivinhava-se, até porque no dia a dia dos portugueses o sentiam na pele, que a situação do país era bem pior do que a que nos era apresentada.
O actual governo encontrou "um desvio colossal" nas contas públicas, o que explica a contínua desconfiança das instituições internacionais.
Para que servem INE, Banco de Portugal e Ministério das Finanças ( a comissão técnica de apoio à execução orçamental junto da AR foi convenientemente silenciada) se é possível esconder a verdade das contas públicas anos a fio, sem que, gente tão bem paga, não tenha problemas de consciência na cumplicidade, na vigarice? E são premiados com lugares milionários em Bruxelas ...
No entanto, muitos portugueses, cegos pela partidarite, acompanharam os actores de tal pesadelo até ao último acto, para nada lhes interessando o bem do país e do seu povo.Pertencer a um qualquer partido é, hoje em dia, um bilhete de passagem para bons lugares mas é também uma passagem para um mundo de fantasia e de mentiras. Valha-nos que entre eles ainda há gente capaz e solidária.
Assis, o candidato, vem agora dizer que o maior erro do anterior governo foi não ter conseguido negociar uma solução maioritária na Assembleia da República e que isso teria mudado tudo. Mas onde esteve a vontade política para conseguir essa maioria? Eram precisos estadistas para perceberm o que aí vinha e não, meros prepotentes e medíocres que olham para o umbigo e para o poder como coisa sua.
Percebe-se bem porque se atrasou até ao desastre a vinda das autoridades financeiras internacionais.
Um dos elementos do grupo que analisa as Parcerias/Público/Privada pediu a demissão. Porquê? A administração pública não fornece a informação.
O que há a esconder? A verdade é que PEC após PEC os juros em vez de descer , sobem, as medidas de austeridade não convencem ninguem, os mercados não se comovem. Que saberão eles que nós não sabemos?
Apareceram 2 mil milhões do BPN que sempre nos venderam que não constituriam nenhum encargo para o estado; o TGV avança à sucapa; a autoestrada do centro que custa mil milhões continua impávida; o aeroporto está num limbo; não há cortes nos institutos, nas fundações, nas empresas feitas à medida para os boys e girls;
Quem é que explica porque os mercados não se convencem e porque são sonegadas informações a uma comissão acordada no âmbito da Assembleia da Republica?
As medidas de austeridade, impostas aos mesmos de sempre, já nem sequer são discutidas pelos orgãos da soberania, há pressa, muita pressa, agora é necessário uma almofada de 0.8% do PIB quando nos garantiam que essa almofada já estava considerada no orçamento.
O que quer esconder Sócrates?
Entretanto, dos 27 países da União Europeia só Portugal, Irlanda e Grécia estão em maus lencóis financeiramente a pagar juros insustentáveis e, em recessão económica, todos os outros 24 países já estão com as suas finanças equilibradas e com a economia a crescer e a criar postos de trabalho.
Até a crise internacional apostou em ser mais severa para uns do que para outros. O que mais nos irá acontecer? Já nem este argumento, que a culpa seria da crise internacional, pode ser usado para esconder a incompetência e os malabarismos.
É mais ou menos isto a mensagem que nos foi transmitida pelo candidato Cavaco Silva, perante a voluntariedade do tambem candidato Fernando Nobre.
Cercado pela implosão económica e social que está aí, Cavaco Silva, esconde-se nos argumentos virtuais que não podem ser confirmados ou desmentidos. Eu falei, eu reuni, eu devolvi, eu sei qual é o caminho, eu aconselhei, eu não conheço o orçamento mas sei que não seria o meu...
Fernando Nobre ganhou pontos, bem se sabe que perante as sondagens, com a excepção de Cavaco, quem quiser ganhar tem que se mostrar, arriscar voluntarismo e patriotismo, e foi o que Nobre fez e bem. Cavaco corre um perigo, que é que se perceba que o seu calendário foi o da sua candidatura e não o do interesse nacional.
Não juntou as eleições Legislativas e Europeias o que lhe daria informações importantes para tomar decisões antes dos seis meses em que não poderia dissolver a Assembleia da Republica; viu o PEC1 e o PEC 2 serem cilindrados um após outro sem mexer uma palha; viu o orçamento de 2010 resvalar sem fazer esforço nenhum para chamar à razão o executivo, a verdade é que se ele, Cavaco Silva, em vez de estar em Belém estivesse em Boliqueime a política tinha sido rigorosamente igual ao que foi.
Fernando Nobre deu um bom exemplo, com o médico que receita um medicamento que vai matar o doente, pois se o próprio ministro das Finanças diz que o Orçamento de 2011 vai aumentar o desemprego, levar o país à recessão e à implosão social, porque aviará, o doente , a receita?
Quem ouviu e viu estes dois candidatos já pode fazer uma ideia do debate entre Alegre e Cavaco. Alegre a dizer ( o que não agradará nada a quem o apoia) que teria feito isto e aquilo e Cavaco a dizer o mesmo de sempre, se não fosse ele isto estaria muito pior!
Poderia estar pior? E Alegre a dizer que não, está o pior possível, o governo é muito mau, vai ser giro!
"Subimos a grandes alturas por uma escada em espiral". Francis Bacon , Visconde de Saint Alban. (* Londres, 22 de Janeiro de 1561 __________________________________
A afirmação de Francis Bacon permite a conclusão inversa de que se tentarmos subir a grandes alturas, mesmo que não sejam tão altas, por uma escada normal (linear) não chegamos muito longe. Assim, o necessário potencial de diferença entre o céu e a terra é o espírito!
E , mantem-se pequeno, fazendo com que nos quedemos, terra-a-terra, a marcar passo. Daí resultam espectáculos crescentemente tristes e destruidores de energias, como os que p.ex. actualmente têm lugar nos E.U.A, na União Europeia, para não esquecer o show em volta do orçamento português que junto da população promoveu tudo, menos a desejável e urgentíssima nova confiança. Com outras palavras: o que todos nós precisamos em primeiro lugar é atrairmos de novo o espírito que se ausentou com o nosso linearismo e cuja ausência é responsável pelo actual descalabro geral.
Andarmos a chafurdar na lama com meros objectivos monetários-materiais, tentando definir todos os nexos da vida através de um orçamento a palavra que actualmente mais se ouve na TV portuguesa não conduz a nada, senão a um afundamento ainda mais acelerado do sócio-sistema. Ã forma mais eficaz de afastar aqueles factores imateriais que são indispensáveis e determinantes para uma nova ascensão: a confiança, trará e entusiasmo dos cidadãos.
Volto a repetir por enésima vez: basta mudarmos o nosso actual comportamento (estratégia linear) para que a espiral negativa dê lugar a uma espiral positiva que fará mudar as actuais perspectivas negras para risonhas. Existem dicas como se faz isto concretamente na vida prática que hoje aqui não vou repetir.
Quem, no entanto, tentar recuperar um sócio-sistema pela via linear, isto é, através da alegadamente segura via material e monetária e engenharias financeiras, etc. irá provocar uma queda tão acelerada que a pessoa, a empresa, o país itá bater mesmo no fundo e ser então obrigado a fazer o obvio, isto é, o estrategicamento correcto.
Esta via também é viável mas é a da amargura, da destruição e da morte. Eu para mim, prefiro a via de longe mais elegante e sobretudo segura: a da mundança de estratégia. Sabendo que a qualquer altura existem Homens de Estado fora do baralho! que aparecendo na hora de grande necessidade sabem tormar as medidas certas e intuitivamente ou conhecendo os mecanismos da cibernértica social e, farão votos que isto, apoiado pelos mecanismos de correcção cibernérticos, aconteça quanto antes.
Como é que vamos saber se o(a) homem/mulher é a pessoa certa? Quando ouvirmos falar que essa pessoa deu início a uma reflexão com um grupo de pensadores inconformados, também eles fora do baralho, A que tem como objectivo definir o perfil de Portugal no mundo, onde se situam os seus pontos mais fortes e como os mesmos poderão ser estrategicamente explorados. Isto já será meio caminho andado. Tenham fé, o tempo virá.
A Cavaco Silva, basta-lhe uma regencia de exemplo, apontando soluções, objectivos, estar fora do Orçamento mas juntar os dois maiores partidos sempre dando a ideia que a sua tarefa é facilitar, aplanar caminhos...
Mas sabemos que não é assim, mais do que uma vez que ergueu a voz contra os megainvestimentos, chamou a atenção para a dívida pública, correu o país numa política de proximidade, enaltecendo a obra regional e local. Bateu-se e bate-se pelas empresas que produzem para exportação, nunca se lhe ouviu uma palavra sobre as grandes empresas públicas, porque está contra elas, mas que representam muitos milhares de pessoas a ganharem muito bem e que formam opinião. Nem uma palavra sobre a intervenção governamental nos bancos, teria tudo a perder e nada a ganhar, há por lá muitos amigos e antigos colaboradores e como era fácil de perceber, tornaram-se num buraco negro sem fundo onde já se enterraram muitos milhões. Ninguem se apresentou à privatização, os milhões necessários para tornar o BPN viável, travam veleidades.
A máquina de apoio à candidatura já está em marcha, sempre foi assim, manter tabus e gerir o tempo que corre a seu favor, sem pressas, vai apresentar formalmente a candidatura e vai dizer que só o faz agora porque não quiz prejudicar a governamentação, o melhor seria que o PS e o PSD se despachassem e acordassem até logo à noite, seria ouro sobre azul.
Cavaco, igual a si próprio, anda a aquecer os motores, fazer rodagem, não quer nada mas quer tudo, sempre lhe cairam os lugares no regaço, a bem da nação.
E não me refiro às corporações organizadas que vão voltar a descer a avenida exigindo não se sabe bem o quê, exigem sempre, mesmo que os seus protegidos tenham um nível de vida muito acima dos restantes portugueses.
Refiro-me aos que não têm que comer, como pagar os medicamentos, a escola e o infantário, aos que vão imitar o que se está a passar em França. Chega cá sempre com uns meses de atraso, mas chega. É sempre em França que começa, é a primeira a lançar-se à água e gritar que não está fria, a seguir atiram-se os outros.
Reduzir os salários e aumentar os impostos é reduzir duas vezes o rendimento das famílias e, isso, lá para o meio de 2011, vai colocar muita gente em situação precária e não vai contribuir em nada para o crescimento da economia e para a melhoria da competitividade, embora se tente pela redução dos salários repor alguma competitividade esfrangalhada em anos anteriores por aumentos de salários muito superiores aos ganhos de produtividade.
O consumo privado e público vão contrair-se , o investimento vai descer, ficam as exportações e mesmo essas fortemente dependentes do comportamento das economias que nos compram. O desastre está montado, há muito que se desenhava este cenário mas os mensageiros de más notícias não são levados a sério, há sempre quem nos salve com uns subsídios.
Hoje falei com um amigo que explora um restaurante numa aldeia nos arredores de Santarém, as vendas já caíram 40%, fruto dos subsídios que terminaram e dos postos de trabalho que se perderam, as pessoas encolhem-se com medo do futuro o que não ajuda nada.
A verdade é que o empobrecimento atinge já camadas da classe média, as organizações de ajuda humanitária não têm mãos a medir, o número de pedidos de auxílio não cessa de aumentar mesmo entre gente qualificada. Jovens famílias com ambos os conjuges a trabalhar , atulhados até ao pescoço por empréstimos , recorrem à ajuda humanitária.
A seguir os jovens que não têm emprego atingem uma taxa de 25%, a geração dos 500 euros que, licenciados, aceitam os empregos que pertenceriam aos menos qualificados. É uma "pescadinha de rabo na boca" todos empobreceram, incluindo os menos jovens que cobravam bons vencimentos mas que a falência das empresas empurra para o desemprego definitivamente aos 50 anos.
Mas o parque automóvel não cessa de crescer como um dos mais luxuosos, indicando que o país é um dos mais desiguais e injustos da Europa.
“A complexidade gera insegurança. A insegurança, por sua vez, gera medo. É desse medo que nos queremos proteger. Por isso o nosso cérebro filtra tudo o que é complicado, impenetrável e incalculável. O que resta é um aspecto parcial – aquilo que já conhecemos. Porém, como este aspecto parcial se encontra entrelaçado com o todo que não queremos ver, cometemos muitos erros – o fracasso é logicamente programado...são pequenos, cómodos e tão humanos erros de pensamento pelos quais, no melhor dos casos, só paga um e, no pior, todo o globo.
Não apreciei a mensagem abaixo referida que recebi, pelo seguinte: trata-se de duas falsas questões. Numa crise existencial como a actual crise portuguesa (e não só), a prioridade das prioridades é conceber, quanto antes, uma ESTRATÉGIA virada para frente que permita saír o país do atoleiro. As questões correctas são: qual pode ser o futuro projecto nacional que gera nova confiança e entusiasmo junto dos portugueses, motivando-os de novo e fazendo com que suportem as medidas duras porque sabem que melhores tempos se aproximam com o projecto de um novo desígnio? Em que poderá consistir esse novo e grande desígnio nacional? Quais são os verdadeiros pontos fortes do país que deverão ser exploradas “forte e feio”? Para onde é que Portugal se deverá virar para futuramente obter melhores resultados do seu comportamento sócio-económico?
E é disso que ainda não ouvi falar a ninguèm. Só falam do leite derramado O orçamento do estado, sem dúvida também importante, pode ser tratado pelos contabilistas. E todas as restantes medidas toma-se quando alguém com são juizo humano estiver de novo ao leme e o país em nova ascensão sócio-económica. Aliás, se a nova estratégia não for concebida e as forças não forem centradas nela atempadamente, todas as referidas medidas serão tomadas automaticamente – por falta de dinheiro. Mas isto poderá gerar grandes turbulências sociais associada à violência que deve ser evitado.
Orçamento do Estado
Todos os nossos governantes falam em cortes das despesas, mas não dizem quais, e aumentos de impostos, a pagar pela malta. Não ouvi foi nenhum governante falar em: . Redução dos deputados da Assembleia da República e seus gabinetes, profissionalizá-los como no estrangeiro. . Reforma das mordomias na Assembleia da República como, almoços com digestivos a € 1,50. . Acabar com os milhares de Institutos que não servem para nada e tem funcionários e administradores com 2º ou 3º emprego. . Acabar com as empresas Municipais, com Administradores de milhares de euros mês e que não servem para nada. . Redução drástica das Câmaras Municipais, Assembleias, etc. . Redução drástica das Juntas de Freguesia. . Acabar com o pagamento de € 200 por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e € 75 nas Juntas de Freguesia. . Acabar com o Financiamento aos Partidos. . Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc que se deslocam em uso particular pelo País. No estrangeiro isto não acontece. . Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia. . Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros. . Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. . Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e, respectivas estadias em Lisboa em hotéis cinco estrelas. . Controlar o pessoal da Função Pública que nunca está no local de trabalho e que faz trabalhos nesse tempo, para o Estado. . Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos. . Acabar com as várias reformas por pessoa, do pessoal do Estado. . Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP. .E por aí fora. Recuperamos depressa a nossa posição. . Já estamos cansados, fica assim.
Tivemos um PEC 1 que serviu para "acertar" as contas e baixar o défice. Depois tivemos o PEC 2 que serviria para "acertar" as contas e baixar o défice. Acontece que nem o défice baixou nem acertamos as contas.
Agora andam a discutir o Orçamento feitos "meninos de coro" com não soubessem eles todos, que sempre desorçamentaram quando lhes deu na real gana, que esconderam despesa sempre que foi necessário para as suas "carpinteiradas" darem um quadro ídilico da porcaria que há 20 anos andam a fazer. Mas são todos os que passaram pelo Ministério das Finanças com a conivência de Primeiros Ministros, Presidentes e Assembleia da República .
Terminado o caminho, defronte de si próprios, andam a dar um espectáculo de todo indecoroso, já todos perceberam que é a altura de ir debaixo do tapete buscar o lixo e fazer a respectiva reciclagem, que consiste em mete-lo nas contas, como quem não quer a coisa,todos os dias há mais despesa, o déficite sobe em vez de diminuir, a despesa, pese embora os supostos cortes e contenção não cessa de crescer.
Há quem clame que são erros, descobriram-se mais umas quantas contas de muitos milhões para pagar, o Ministério das Finanças vem dizer que já foi corrigido, tudo no mesmo dia, dando uma imagem de incompetência que não corresponde à verdade. Do que se trata é que todos os dias entram mais umas contas que estavam esquecidas, entram de sopetão, natureza e classificação dadas à pressa, ontem não estava hoje já está, ninguem se entende. Mas não é incompetência.
Há quem avise que o melhor mesmo é analisar uma e outra vez o Orçamento, não vá aparecerem mais "erros", logo corrigidos, a lavagem acelera à medida que o tempo escasseia. Há que atafulhar depressa e o melhor possível, erros, más políticas, contratos indecentes e prejudiciais para o Estado, indemnizações compensatórias para as empresas que pagam "prémios de gestão" aos cerebros que as colocam na falência, todo o género de parcerias, tudo o que esteve convenientemente escondido debaixo do tapete.
A receita, o nosso dinheiro, esse tem um comportamento decente, razoavel e previsivel. Sempre a subir!
E é isto, o Orçamento mais importante dos últimos 25 anos!
Enquanto os nossos políticos se afadigam em nos mostrar que o sacrifício vale a pena, pouco se sabe dos grandes índices macro económicos em que assenta o Orçamento. O crescimento do PIB apresentado pelo Governo já veio ser revisto pelo Banco de Portugal em baixa, indicio seguro que a recessão vem aí e que as receitas não vão chegar ao que o governo inscreveu no orçamento.
Agora já se fala, não no congelamento dos salários, mas no seu corte, e querem-no estendido aos privados ou, em contra partida, diminuir os encargos patronais inerentes e assim, baixar o custo factor mão de obra e aumentar a produtividade. A falta de moeda própria para desvalorizar incita à imaginação e o objectivo são sempre quem trabalha, isto é, os que durante as fazes boas menos são favorecidos. Pagam sempre.
O consumo interno cai, o investimento também, ficam as exportações que portando-se bem serão a salvação. Não consta é que as EDP, Galp, TMN, Banca exportem o quer que seja.
Entretanto, com o melhor conhecimento que se vai tendo do orçamento, há certas despesas que aumentam e muito, na Presidência do Conselho de Ministros é um ver se te avias, em publicidade e propaganda há um crescimento de muitos milhões e na representação dos gabinetes também . Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte...lá diz o ditado.
Os Juízes e magistrados estão em pé de guerra, descobriram que levam um corte maior que os políticos (18% estes, 20% os próprios) usam expressões como "roubo" quando se referem à retirada do subsídio da "casa de função" e acusam o governo de estarem a preparar a vingança por casos como a "Face Oculta" que mexeu nos boys e girls e, a preparar lugares bem pagos para os socialistas no Conselho Superior de Magistratura.
A guerra entre corporações faz bem à vista, zangam-se as comadres vamos sabendo do que se trata, é o dinheirinho, o resto são cantigas. A corporação dos professores pela mão do Mário "alucinado" já meteu outra acção nos tribunais, agora por "expectativas goradas", e de acção em acção vai fazendo de conta que pode impedir o quer que seja, o pobre do homem ainda não percebeu que a farra acabou.
O Vitor Bento, economista, e Conselheiro de Estado publicou ontem um livro sobre o Orçamento de todas as desgraças. Vou trazê-lo aqui com textos diário, mas para já há que registar.
Temos um Nó Cego que é a Dívida Externa que, ao contrário dos US em 1913, não conseguiremos pagar sem empobrecer porque a nossa economia não cresce, e não crescendo, não produz riqueza, e não produzindo riqueza temos que poupar onde não devemos nuns casos (investimento reprodutivo de melhoria de produtividade) e onde não podemos ( custos estruturais fixos). Só pagamos se empobrecermos.
O Presidente do Banco de Portugal, António Costa, homem independente e sabedor, vem dizer-nos que só saímos desta recessão com investimentos com retorno assegurado, nada de TGVs, nem aeroportos ( ao contrário dos milionários estudos o afluxo de passageiros na Portela baixou milhões de 1998 para 1999 ).
Daniela Bessa, confirma, o maior problema é a dívida externa, se não produzirmos riqueza para a pagar entramos no "ciclo infernal" económico" fazemos dívida para pagar dívida.
Andamos sete anos a jogar "ao poder" nas enpresas públicas e nos bancos, agora para sairmos a solução são "os filhos bastardos" as empresas que produzem bens e serviços para exportação que, de tão esquecidas nenhum de nós é capaz de citar dez que sejam e, no entanto, representam 80% das exportações, 70% do PIB, 60% do emprego...
Há três meses atrás o TGV , autoestradas, pontes e aeroporto eram a prioridade agora ,não só não são a prioridade como se percebe que vão ficar no papel por muitos anos e maus. Ou não se tem prioridades estratégicas nacionais nenhumas ou os interesses particulares ultrapassam o interesse nacioal. Não há outra explicação para tanta incoerência.
O Orçamento tem como parceiro natural o PSD diz o PS sem se rir, da mesma forma que os parceiros naturais do PS nas eleições são o BE e o PCP .O PS precisa de um parceiro para, naturalmente, arcar com as medidas neoliberais e anti-populares que aí vêm e quem melhor do que quem lhe pode tirar o poder?
O relatório da OCDE não é bem o que por aí anda nos jornais e na boca dos PS, é bem pior, como a despesa é muito inflexível, vai-se pela receita, mais impostos, o que vai arrefecer a economia ainda mais, quando a economia da Alemanha cavalga a 4% nós nem aos 1% chegamos. Se tivéssemos o trabalho de casa feito, podíamos agora beneficiar com as exportações para a Alemanha, mas como não fizemos, andamos a sonhar com o TGV e o aeroporto, outros beneficiarão.
O trabalho de casa era ter dado prioridade às PMEs, como toda a gente aconselhou o governo, que são quem exporta, quem cria postos de trabalho e as que mais rapidamente se acomodam às novas condições. Infelizmente, as políticas económicas foram dirigidas para os bancos, para as empresas publicas e para os megainvestimentos, deixando para segundas núpcias os investimentos de proximidade.
O Orçamento é a confissão dos pecadores, já não podem esconder mais os pecados capitais, trava-se o TGV, o aeroporto, os contentores de Alcântara pagam milionárias indemnizações , as locomotivas já não vêm, e os submarinos andam debaixo de água a ver se a gente se esquece das comissões...
Por mim,para além das avés marias da praxe, levavam com o FMI...
PS: já depois do texto escrito o governo anunciou as medidas que jurava que nunca faria. Não há almoços grátis!
Nenhum governo assente num partido ou mesmo em vários partidos estará disposto a fazer o que o interesse nacional exige. Tomar as duríssimas medidas de contenção da despesa sem as quais não vai ser possível equilibrar as contas, como todos já percebemos, pois marcará o partido para muitos anos, e nenhum quer passar por essa prova.
O PS governou em maioria absoluta e fez gala disso, não partilhou a governação, foi o quero,posso e mando, e agora tenta a todo o transe puxar para a área da tomada de decisão, o PSD, querendo partilhar os escombros. Há três meses atrás, o PSD, foi chamado a colaborar para que o PEC fosse aprovado em Bruxelas. Como já hoje é evidente, apesar de um aumento da receita por via do aumento brutal dos impostos, o déficit cresceu em vez de diminuir, ao invés do que está a acontecer em Espanha e Grécia. E a razão é só uma, o PS não consegue nem quer fazer os cortes na despesa primária que a situação exige. Quem tem dúvidas olhe para os avanços e recuos nos grandes investimentos que não têm impacto, a curto prazo, no bolso dos contribuintes e que só não vão em frente porque a realidade (leia-se a falta de quem nos empreste dinheiro em condições aceitáveis) se impôs. A não ser assim a vocação socialista de despesismo do PS cavalgaria esses investimentos, não prioritários, alegremente.
Há, pois, que avançar para um governo de salvação nacional, capaz de olhar para o interesse nacional e não para os votos. O tempo urge, a credibilidade do governo cá dentro e lá fora não é nenhuma, o FMI ronda e a taxa de juro atinge máximos insuportáveis. Este teatro entre PS e PSD quer dizer que chegou o momento de a realidade vir à luz do dia, já se fala no corte do 13º mês e no aumento de impostos.
A bem da Nação, o PSD não deve embarcar no canto da sereia, não há crise nenhuma se o governo de Sócrates cair, a democracia tem soluções. Desde logo pode governar em 2011 com o orçamento de 2010 o que traz várias vantagens, tem os limites da despesa e da receita do ano anterior, o que só por si é uma contenção de gastos. O grande problema, como todos andam a dizer há pelo menos dois anos, é que a economia desfalece sem o dinheiro que foi retirado às empresas e às famílias, ou se reduz a despesa ou é necessário aumentar o PIB em 15 000 milhões/ano o que é impossível sem investimento e com uma procura débil, por isso, todos os anos a nossa dívida aumenta naquele número.
Ao fim de sete anos de governação de José Sócrates estamos num beco sem saída, temos pela frente o empobrecimento do país e das pessoas, continuaremos a divergir dos outros países da UE, já somos os últimos e vamos continuar a ser os últimos.
Este governo está esgotado não tem soluções, anda à deriva ( 2 semanas depois de anular os concursos do TGV. TTT, aeroporto, já começou a dizer que os vai reabrir dentro de 6 meses), nem as milionárias indemnizações às empresas concorrentes o protegem do desvario de que está possuído.
A situação da economia e das finanças deste país deve ser observada tendo em conta os desejos dos portugueses. Afinal o que querem os portugueses? Diz-se que os eleitores não sabem votar, elegem sempre um dos dois partidos do bloco central, a “falsa alternância”. Há razões para isso. Sabe-se que os portugueses que definem quem é o governo, são a média burguesia; que domina a comunicação social, a superstrutura e os sistemas intermédios de poder e influência. Esse sector da população, onde estão as chamadas corporações, absorveu todo o sindicalismo activo (a Intersindical foi fundada por 24 sindicatos, onde andam?) e contam para a defesa dos seus interesses, com todos os deputados da nação, todos os partidos do sistema. As nuances das várias tendências mais ou menos sociais-democratas que se digladiam na nossa vida política correspondem a opções conjunturais ou oportunistas. Para o governo vota-se no PS ou no PSD, nos outros partidos vota-se para lhes dar ou tirar a maioria, é a realidade sociopolítica do país. Nenhum partido para além dos do bloco central deu a entender que quer governar em alternativa ao PS e ao PSD; o CDS irá com qualquer um em situação de maior estabilidade económica, os de esquerda ficam a influenciar de fora, a crescer e a mingar conforme as conjunturas, pelo menos enquanto as linhas do Bloco de Esquerda que entendem dever ir para um governo de coligação forem minoritárias. Nesta realidade em que a média burguesia está representada em todo o espectro partidário é-lhes fácil puxar o baraço mais para a esquerda ou mais para o “mercado” conforme os seus interesses imediatos.
É significativa a variação das últimas sondagens onde após a subida em flecha do PSD, voltou a descer quando foi conhecida alguma da política restritiva que propõe. Os partidos estão nivelados e não é crível que algum tenha a maioria, a situação actual é conveniente no curto prazo, atrasa a implementação inevitável de medidas anti-populares. Por mais que digam que é preciso dizer a verdade aos portugueses sobre situação do país ela é insuportável. O presidente do BCE defendeu a suspensão dos direitos de voto dos países com défices excessivos, o FDP partido parceiro do governo de Angela Merkel diz que a Alemanha deve vetar ajudas a países como Portugal, o Estado português pagou 5,9% pela emissão dos últimos títulos de dívida; entretanto no primeiro semestre Portugal bate recorde europeu de venda de automóveis novos (+57,7%) e no mesmo período foram vendidos 3 milhões de telemóveis.
Entram de ajudas, diariamente, cerca de 60 milhões de euros, os portugueses sabem que mais tarde ou mais cedo vão ter de pagar as dívidas, mas enquanto o pau vai e vem folgam as costas. O Orçamento definirá a posição dos partidos, por agora anda-se a discutir minudências como as limitações das deduções fiscais. Toda a gente sabe que são necessários remédios que correspondam à desvalorização da moeda, falar em cortar a despesa sem definir onde e quanto é só conversa. Vamos assistir a uma guerra sem quartel entre cada sector da sociedade, tentando não ser abrangido pelas limitações e cortes orçamentais. No fundo, contar votos em vez de resolver os desequilíbrios.
Em tempo de PEC (era para controlar as contas, dizem os pândegos...) cresce a receita em 5.3 e cresce a despesa em 5.6, o que só confirma o que já sabíamos. O dinheiro na mão dos governantes é como amendoim na casa dos macacos, nunca chega. Quer dizer o déficite em vez de baixar subiu cerca de 473 milhões. A nossa proposta, é que não haja discussão de Orçamento para 2011, usa-se o de 2010, não sobe a despesa nem a receita, e com duodécimos ninguem morre, e acaba-se já com esta guerrilha verbal para português ver...
Orçamento base zero
Técnica há muito conhecida, em vez de se projectar o Orçamento a partir de todos os erros do anterior, parte-se do zero. Como dá trabalho, proponho que se comece pelas fundações ( dezenas...) analisar caso a caso, as que não têm razão de existir, adeus ó vindima , acabar com elas em menos de um fósforo, mas não deixar que se criem outras tantas nos meses seguintes. A seguir analisar as Comissões( às centenas...) que ninguem controla, mas que dão senhas de presença aos tais que ganham "só " o vencimento, o carro, a secretária e o motorista. A seguir analisar os senhores e senhoras que à sombra do Estado têm mais que um emprego, dão aulas, são vogais disto e daquilo e, as mais das vezes, ainda tiram umas pensões por terem estado uns meses numa qualquer empresa pública.
Execução orçamental
Premiar quem conseguir executar minimamente o orçamento de investimento, segundo as boas práticas orçamentais e partilhar com os serviços quem conseguir poupar na execução do orçamento de exploração. Como sabem o truque é ao contrário, para que não hajam cortes orçamentais no ano seguinte, gasta-se tudo, o que há e o que não há para se arranjar pretexto para se pedir mais no ano seguinte. As noites de Novembro, último mês para a execução orçamental, são uma perdição com os serviços a gastarem tudo o que puderem: mais papel, mais pessoas, mais dinheiro para os gastos do gabinete, mais para a água,luz,combustível, combustíveis...
E, nos assessores, consultores, juriconsultos começar por cortar 2/3 e pôr os técnicos da administração pública a trabalhar porque não só são capazes como, nas mais das vezes, são eles que orientam os cérebros que nos custam milhões. Claro, depois há umas compensações...