Segunda-feira, 11 de Julho de 2011

Criação de uma agência de rating europeia: o lifting da credibilidade - por Octopus

A criação de uma agência de rating europeia não passa de uma manobra de diversão para nos fazer crer na isenção de uma nova agência, que na realidade será manipulada pelos mesmo actores de sempre, os grandes grupos financeiros mundiais. Pode até parecer genuína a reacção de Durão Barroso perante o corte do rating de Portugal pela Moody's, mas esta desculpa chega mesmo no momento certo para anunciar a criação de uma agência de rating europeia. Na realidade tudo estava planeado desde há muito tempo para que isto acontecesse.

 

O jornal "i" revela na sua edição de hoje, que "a Comissão Europeia está a trabalhar há seis meses num plano para constituir uma agência de rating europeia. Michel Barnier, comissário europeu do Mercado Único e Serviços - responsável pelas áreas de regulação e supervisão dos serviços financeiros e agências de rating -, está a liderar o processo no seio do braço executivo da União Europeia". Esta agência europeia de rating terá o financiamento do Banco Central Europeu (BCE) que como sabemos é um órgão dependente dos grandes grupos financeiros.

 

Nestas condições, é impossível não ver aqui um conflito de interesses potencial, do mesmo tipo daquele que agora apontam às agências americanas. Portanto a criação de uma agência de rating europeia não irá resolver esse problema antes pelo contrário. Outra questão é a nomeação dos responsáveis por essa agência. Pelo que tudo indica essa será feita pela Comissão Europeia, órgão composto por pessoas não-eleitas democraticamente, "sugeridas" pelo clube de Bilderberg e ao serviço da finança mundial. Na realidade uma agência de rating europeia não vai servir para legitimar a existência de tais agência. Se for uma agência pública a sua imparcialidade será posta em causa pelos estados europeus que ela notar, se for privada a sua origem europeia não garante que as suas notas serão mais justas que as das actuais agência. Não esquecer que, apesar de serem suspeitas aos olhos de muitos pela sua origem anglo-saxónica, o principal accionista da Fitch é francês, trata-se de Fimalac, do grupo de Marc Ladreit de Lacharrière. O que é preciso é por fim a este sistema de notação, seja ele o actual ou através do "lifting" da criação de uma agência dita europeia, controlada pelos mesmos actores. .

publicado por Carlos Loures às 12:00

editado por João Machado em 10/07/2011 às 01:36
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Domingo, 3 de Julho de 2011

Crise financeira sistémica: a corrida para o caos - por Gilles Bonafi (tradução de Octopus)

 

.


  "Mas, Rainha Vermelha, é estranho, corremos depressa e a paisagem à   nossa volta não muda". E a rainha responde:   "Corremos para ficar sempre no mesmo lugar".


 

Esta passagem de   "Alice no país das maravilhas" elucida-nos sobre o processo   dinâmico tendendo para o caos do ser humano, uma ideia avançada pelo biólogo   Leigh van Valen que refere que num grupo de  organismos submetidos à   concorrência, o esforço de adaptação está sempre a ser renovado, o que conduz  inevitavelmente a um processo incessante de construção/destruição das   civilizações, o mito de Sísifo revisitado.

 

 

Karl Marx tinha razão,   e no entanto enganou-se na sua análise sobre o fim do capitalismo. Não é a   baixa tendencial da taxa de lucro, uma ideia que não é dele mas sim de Adam   Smith, que irá provocar o fim do capitalismo mas sim a híper concentração   dessa taxa de lucro, o terrível "Eu" do nevrosado patologicamente
dilatado.

 

 

O essencial dos lucros   (lei de Pareto) é visto como in fine por um número reduzido de pessoas   que acabam por acaparar o sistema. Chamo a isso o efeito Monopólio (célebre  jogo no qual acaba for ficar um único vencedor que arruinou os outros).

 

 

Toda a gente fala de   perigo sistémico, toda a gente está a tomar consciência do peso   desproporcionado de certos organismos financeiros, e que estes representam um   risco de explosão para o sistema, e no entanto, continuamos a fuga para a   frente com a exponencialidade dos lucros.

 

 

Actualmente, 243 991   mil milhões de dólares de produtos derivados (instrumentos financeiros cujo   valor deriva do valor de outras coisas) são detidos por 4 bancos americanos   (as metástases), um valor exorbitante que só se compreende sabendo, por   exemplo, que o PIB do planeta inteiro é de 65 000 mil milhões Dólares. Só no   primeiro trimestre deste ano, esse valor aumentou 12 810 mil milhões de   Dólares. Grotesco!

 

 

Todo o sistema, por   muito luminoso que seja, possui a sua sombra e contém na sua essência um processo   de putrefacção, a entropia, a inelutável evolução para a desordem. O fim do   capitalismo será portanto o caos e consequentemente a ditadura, a menos   que...



  Texto de Gilles Bonafi   Tradução: Octopus

 

 http://gillesbonafi.skyrock.com/3012390945-Crise-systemique-la-finance-jusqu-au-bout.html

 

 

publicado por Carlos Loures às 12:00

editado por João Machado em 02/07/2011 às 17:15
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Sábado, 2 de Julho de 2011

Dominique Straus Kahn e o ouro falso - por Octopus

 

Na manhã de 14 Maio, o   dia em que foi preso, Dominique Strauss-Kahn (DSK) tinha sido aconselhado   pelos serviços secretos franceses (DGSE) a abandonar os EUA e regressar   rapidamente à Europa, descartando-se do telemóvel para evitar que pudesse ser   localizado. A delicadeza da informação secreta que lhe tinha sido entregue   por agentes "d...elatores" da CIA justificava tal precaução.

   

Strauss-Kahn tinha   viajado para os Estados Unidos para clarificar as razões que levavam os   norte-americanos a protelar continuamente o pagamento devido ao FMI de quase   200 toneladas de ouro. A dívida, com  pagamento acordado há vários anos, advém   de ajustes no sistema monetário - "Special Drawing Rights" (SDR's).


 

As preocupações do FMI   sobre o pagamento norte-americano ter-se-iam avolumado recentemente. Nesta viagem Strauss-Kahn estaria na posse de informação relevante que indiciava   que o ouro em questão já não existem nos cofres fortes de Fort Knox nem no NY   Federal Reserve Bank.

 

Mas Strauss-Kahn terá   cometido um erro fatal: ligou para o hotel, já da plataforma de embarque, pedindo que o telefone lhe fosse enviado para Paris, o que permitiu aos   serviços secretos americanos agir nos últimos minutos. O resto dos factos são   do conhecimento público.

 

Já em prisão   domiciliária, em Nova Iorque, DSK terá pedido ajuda ao seu amigo Mahmoud   Abdel Salam Omar, um influente banqueiro egípcio. Era muito importante, para   fundamento da defesa, que o egípcio lhe conseguisse obter a informação   privilegiada sobre a "mentira" do ouro, que DSK tinha deixado   "voar" em NY, para justificar a teoria da perseguição.

 

No entanto a   intervenção voluntariosa do banqueiro egípcio saiu gorada. Dias depois Salam   Omar foi igualmente preso nos Estados Unidos, também ele acusado de   assédio sexual a uma empregada de hotel. Relatórios de diferentes serviços   secretos internacionais convergem na conclusão: os factos que motivaram a prisão do egípcio são altamente improváveis, Salam Omar é um muçulmano   convicto e um homem com 74 anos de idade.

 

A inversão de sentido   na história da suite do Sofitel de NY começava aqui a ganhar consistência e   outros factos viriam ajudar.

 

Em Outubro de 2009,   Pequim terá recebido dos EUA cerca de 60 toneladas de ouro, num pagamento   devido pelos americanos aos chineses, como acerto de contas no balanço de   comércio externo. Com a entrega, Pequim testou a genuinidade do ouro recebido   tendo concluído que se tratava de "ouro falso". Eram barras de tungsténio revestido a cobertura de ouro. As 5.700 barras falsas estavam   devidamente identificadas com chancela e número de série indicando a origem -   Fort Knox, USA.

 

 

O congressista Ron   Paul, candidato às eleições presidenciais de 2012, solicitou no final do ano   passado uma auditoria à veracidade das reservas do ouro federal que foi   rejeitada pela administração Obama. Numa entrevista recente, questionado   sobre a possiblidade de ter desaparecido o ouro federal de fort Knox, o congressista Ron Paul gelou os interlocutores respondendo liminarmente:   "É bem provável!"

 

À "boca   fechada" têm vindo, aqui e ali, a escapar informações, a avolumar-se   incertezas sobre as reservas de ouro norte-americanas. Mas as notícias   referentes aos fortes indícios que de o ouro seja apenas virtual têm colhido   uma tímida atenção na comunicação social americana.

 

A "verdadeira   história" por detrás da prisão de DSK, agora pública, consta de um   relatório secreto preparado pelos serviços de segurança russos (FSB) para o   primeiro-ministro Vladimir Putin. Talvez por isso Putin tenha sido o primeiro   lider mundial a assumir publicamente a ideia de que DSK terá sido   "vítima de uma enorme conspiração americana".

 

Estes factos, a   confirmarem-se, em nada ilibam DSK na suspeição que sobre si recai do   eventual crime de assédio sexual a  uma empregada do hotel mas, quem   sabe, essa possa revelar-se como a pequena e ingénua ponta de um grande   iceberg. A ser verdade, os serviços secretos norte-americanos, seguramente   bem informados, terão sabido tirar partido das fraquezas do inimigo-alvo,   aniquilando-o com eficácia cirúrgica - um pequeno crime de costumes, tão ao   gosto do imaginário popular, pode bem ter contribuído para abafar crimes de   contornos bem mais sérios, por eliminação de testemunha ou de prova.

 

Entretanto DSK prepara   activamente a defesa em tribunal arregimentando já um verdadeiro "crack   team" de ex-espiões da CIA, investigadores, detectives e media   advisors. 

 

 
(Texto enviado por um leitor bem informado que prefere guardar o   anonimato.)

  

 

The Times:

 

http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/us_and_americas/article5989271.ece

 

CNN:

http://money.cnn.com/2011/06/24/news/economy/ron_paul_gold_audit/index.htm

 

Fox News:

 

http://www.foxnews.com/politics/2010/08/31/rep-paul-calls-fort-knox-audit-suggests-gold-gone/

 

The Daily Bail:

 

http://dailybail.com/home/is-gold-in-fort-knox-real-ron-paul-demands-official-audit.html

 

View Zone:

 

http://viewzone2.com/fakegoldx.html 

 

American Free Press:

 

http://www.americanfreepress.net/html/fort_knox_conundrum__208.html

 

  

  

 

 

publicado por Carlos Loures às 12:00

editado por João Machado às 11:40
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Quarta-feira, 29 de Junho de 2011

Polícia infiltra maniifestação pacífica em Barcelona - por Octopus

 

No dia 15 deste mês, em Barcelona, uma manifestação pacífica dos   "Indignados" em frente do Parlamento vira à guerra campal com a   polícia.

Por ser difícil, para a polícia, controlar um grupo de   manifestantes pacíficos sem passar por um instrumento de repressão   totalitário, a polícia envia agentes seus disfarçados de manifestantes para semear a confusão e justificar assim a sua intervenção.

Desencadeada a barafunda, a polícia tem então uma razão válida   para intervir.

Este método é bastante clássico em muitos cenários e como   podemos ver neste vídeo, não é por ter um jean esburacado e uma mochila às   costas que um polícia passa despercebido na multidão. A prova em imagens:

 



 

 

 

 

 

publicado por Carlos Loures às 12:00

editado por João Machado em 28/06/2011 às 00:14
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Segunda-feira, 27 de Junho de 2011

Venex e Daflon: uma guerra de placebos - por Octopus*

 

O laboratório farmacêutico Decomed está em   guerra contra o ministério da Saúde e o Infarmed por um dos seus medicamentos   ter perdido a comparticipação, trata-se do Venex.

 

O Venex (diosmina) é utilizado por milhares   de pessoas na insuficiência venosa crónica (varizes). Não existe actualmente  qualquer medicamento eficaz para o seu tratamento. O que existe é o Venex ou   o Daflon (da Servier), que os laboratórios produtores dessas moléculas dizem   estabilizar a parede das veias e assim melhorar a queixas dos doentes.

 

 Os placebos devem ser comparticipados?

 Placebo: (do latim placere,   significando "agradarei") é como se denomina um fármaco ou   procedimento inerte, e que apresenta efeitos terapêuticos devido aos efeitos   fisiológicos da crença do paciente de que está a ser tratado.

 A Decomed exige que a decisão do Tribunal   Administrativo de Sintra, em 2007, de repor a comparticipação do Venex,   seja aplicada. Para isso está na criação do site: www.utenteslesados.com, apesar de  oficialmente este ser da autoria da Associação Portuguesa da Doença Venosa.


 Neste site, é sublinhado que milhões de portugueses estão a ser prejudicados   pela não comparticipação do Venex por parte do Sistema Nacional de   Saúde.  

 A pergunta que deve ser colocada é, se é   normal comparticipar um medicamento que não tem qualquer eficácia clínica   comprovada. Porque quem vai pagar essa comparticipação somos todos nós. Em   outros termos, será normal que eu ou vocês pague uma parte de um medicamento   que não faz nada mas que certas pessoas estão convencidas do contrário   estimuladas pela propaganda farmacêutica. Cada um é livre de ingerir o que
  julga benéfico para si, mas não podem ser os outros a pagar.

 

As "provas".

 Para sustentar a eficácia do Venex, a Decomed   encomendou um ensaio clínico, realizado em Portugal, este pode ser consultado   em: http://www.decomed.pt/VNEspecial.pdf
 

 

Este ensaio foi   realizado com 140 doentes em 11 centros, durante um período de 6 meses. Os   doentes foram divididos em 2 grupos, um deles tomou 2 comprimidos por dia de   Venex Forte o outro tomou um placebo, isto é comprimidos idênticos aos dos de   Venex mas sem qualquer substância activa. 

 

Neste ensaio foram   avaliados vários sintomas: evolução da dor, sensação de pernas pesadas,   cãibras e sensação de prurido. Apesar de pouco significativos, todos estes   sintomas melhoraram com a toma de Venex. Como estes sintomas são extremamente   subjectivos, é interessante analisar o único sinal avaliado neste ensaio: a   medida da circunferência da perna esquerda dos doentes.

 

 

E aqui o que é que   observamos? O valor  95%, com p=0,01).

 

De facto, analisando   os ensaios clínicos mundiais disponíveis, encontramos dois tipos: os que são   encomendados pelos laboratórios farmacêuticos que comercializam as   substâncias e que referem ligeiras melhorias (a maioria baseados em dados   subjectivos) e os ensaios independentes que não referem qualquer melhoria   clínica significativa. 

 

 

 

As causas das varizes.

 
Para perceber melhor o que é a insuficiência venosa crónica, temos do   conhecer as suas causas.

 

Assim, as varizes aparecem devido à deterioração das válvulas que percorrem   as veias e permitem que o sangue que se dirige ao coração não volte a descer.

 

Quando estas válvulas estão danificadas, nenhum medicamentos as fará voltar à   sua função inicial.

Outra causa para as varizes poderá ser uma perda do tónus muscular das   pernas, tónus esse que funciona como uma bomba nas veias profundas e que   ajuda o sangue a subir.

 

Por fim, a perda da   elasticidade da parede venosa e a sua maior permeabilidade poderá também   contribuir para a insuficiência venosa. É nesta última causa que apostam os laboratórios   farmacêuticos, na criação de medicamentos que supostamente alteram a parede   venosa.

 

  Prevenção:

 

Para quem tem uma   predisposição hereditária para a insuficiência venosa, a prevenção não é  fácil. No entanto, mantendo um bom tónus muscular e uma boa forma física, é   possível reduzir o risco do aparecimento de varizes ou atrasar a sua   evolução.

 

Algumas medidas:

 

  - Exercício físico regular. A compressão dos músculos das pernas facilita o   retorno venoso.

- Manter um peso adequado. O excesso de peso é nocivo para o retorno venoso.

 

 

 

 

-
    Evitar a obstipação. Esta obriga a um maior esforço durante a defecação
    aumentando a pressão venosa;

 
 

-
Elevar as pernas, 3 ou 4 vezes por dia, mais alto que o coração.

terna.            

-
    Colocar uma almofada por baixo das pernas, na cama, para dormir.

                

- Evitar
    passar muito tempo seguido sentado ou de pé.

    - Mexer os pés, quando tiver que ficar sentado por longos períodos.

    - Durante viagem prolongadas, por exemplo de avião, levantar-se
    regularmente e caminhar.

    - Colocar água fria nas pernas e evitar o calor como o banho quente,
    sauna ou sol.

    - Evitar meias e sapatos apertados.

    - Evitar sapatos de salto alto.

    - Usar meias de compressão, sobretudo para quem trabalha de pé.

   

     *Octopus é o pseudónimo deste nosso colaborador que é médico de Medicina Interna.             

.

           

 

 

 

 

 

  

publicado por Carlos Loures às 12:00

editado por João Machado em 26/06/2011 às 13:39
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Domingo, 26 de Junho de 2011

Como escrever um artigo sobre a "realidade" israelo-palestiniana - por Michel Collon (traduzido e enviado por Octopus)

Para um jornalista, falar do médio-oriente deve ser feito com   grande prudência para não chocar a opinião pública, sobretudo se se trata de   Israel. Com grande humor, Michel Collon deixa aqui algumas regras para evitar   de se ser acusado de ter uma opinião tendenciosa.

 - Não esquecer que são sempre os árabes que atacam, Israel   apenas se defende e sempre como retaliação.

- Quando as forças armadas matam civis árabes fá-lo sempre em   legitima defesa. Quando civis israelitas são mortos chama-se a isso  terrorismo. 

- Os israelitas não raptam civis palestinianos, capturam-nos.   Não esquecer de referir a necessidade de segurança para explicar esses   raptos.

- Inversamente, os palestinianos e libaneses não estão   habilitados a capturar israelitas. Se o fazerem, deve ser utilizado a palavra   rapto.

- Não dever ser mencionado o número de prisioneiros   palestinianos (11000, dos quais 300 crianças) capturados actualmente. Se,   apesar de tudo, os referir, qualifique-os de terroristas ou supostos   terroristas.

 - Utilize o menos possível o temo palestiniano, prefira o   termo árabe, que é o utilizado oficialmente pelo governo israelita para designar   os habitantes não-judeus nos dois territórios.

- Quando mencionar o "Hezbollah" acrescente sempre a   expressão: apoiado pela Síria e o Irão. Mas quando falar de Israel, é   escusado acrescentar que é apoiado pelos USA e a Europa. Pode fazer crer que   se trata de um conflito desequilibrado.

- Não utilize o termo "territórios ocupados" mas sim   territórios contestados. A esse propósito é preferível dizer Judeia-Samaria   em vez de Cisjordânia.

- Nunca lembrar as várias resoluções da ONU ou convenções de   Genebra desfavoráveis a Israel. Mesma coisa para as condenações do Tribunal   de Justiça da Haia... Isso pode perturbar o leitor, telespectador ou auditor.

- É preferível não dizer armada israelita, mas sim uma
  qualificação mais simpática de Tsahal.

- É de bom tom deixar entender que o "Hamas" é um   grupo terrorista que não reconhece o Estado de Israel. Sobretudo não referir   o reconhecimento feito em 2002.

- Não referir que Israel sempre se recusou fixar as suas   fronteiras e não reconhece a Palestina.

- A palavra colonato deve ser banida dos seus textos, utilize o   termo implantações.

- Para afirmar a simetria do conflito, nunca deve ser evocado o   expansionismo israelita, diga sempre que são dois povos que disputam um mesmo   território.

- No caso em que tenha que evocar os projectos de   desenvolvimento nuclear iranianos, não vale a pena insistir sobre o arsenal   nuclear militar israelita... Sobretudo não assinale que é a 6ª potência   mundial nesse domínio.

- Se deve falar da rejeição palestiniana de aceitar as condições   israelitas para por fim às hostilidades, acrescente sempre que "Israel   considera que já não existe qualquer parceiro para negociar o processo de   paz"... Se possível utilize um tom de lamentação.

- Se tiver de citar o "muro de separação", nunca diga   que este foi erguido sobre terras palestinianas anexadas, não esqueça é de   mencionar que ele foi erguido para acabar com os atentados terroristas... E   sobretudo não refira que o Tribunal Internacional de Justiça ordenou o seu  desmantelamento.

- Ao falar dos opositores a Israel nunca utilize as palavras   resistentes ou militantes... Fale sempre em activistas. Mesmo que estes se   manifestem unicamente pela paz, eles devem ser qualificados de   pro-palestinianos.

- No caso de haver uma nova operação para furar o bloqueio de   Gaza, utilize expressões como "estes navios de pretensos   pacifistas" ou "acto de provocação".... e sobretudo evite os   comentários do estilo "bloqueio ilegal de Israel, condenado pela   ONU".

- Se tiver a oportunidade, afirme que Israel é a única   democracia do Médio-Oriente. Evite, claro de acrescentar que essa qualidade   só se aplica à população branca e judia do país.

- Não faça qualquer critica à vontade do actual governo de   transformar o termo Israel em Estado Judeu, o que exclui os 20 % da sua   população muçulmana. Evite sempre as referência religiosas.

- Como os israelitas falam melhor francês que os árabes,   deixe-os falar frequentemente. assim poderão explicar-nos melhor as regras   anteriores e afirmar assim a sua neutralidade jornalística.

Nota importante: Nos casos em que certos colegas seus   infringissem estes regras, deverá prevenir os responsáveis do meio de   comunicação. É um dever de cidadão de sinalizar todas as derivas   antissemíticas.

 http://www.michelcollon.info/Comment-ecrire-un-article-sur-la.html?lang=fr

 

 

publicado por Carlos Loures às 13:00

editado por João Machado às 12:36
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Sábado, 25 de Junho de 2011

Quando Google Earth esconde Israel – por Octopus

 


Google Earth. Como este programito podemos ver o mundo, todo o mundo.


É só mexer no rato, com zoom e setas é possível visitar lugares que ficam do   outro lado do planeta, passear pelas ruas de New York, admirar os palácios de   Roma ou as ramblas de Barcelona.

  

 

Sempre ficando sentados na nossa cadeira, claro.

Mas há uma coisa que Google não mostra. E não adianta fazer zoom ou pegar na    lupa: Israel não aparece e ponto final.

 

Que dizer: há Israel   no mapa, óbvio, não há um buraco negro no lugar dele. Só que não há imagens
  pormenorizadas.



   Um caso? Não, uma lei. O National Defense   Authorization Act, ratificado pelo congresso dos Estados Unidos em 1997,  contempla uma secção cujo nome é "Proibição de recolha e difusão de   imagens pormenorizadas do satélite relativas à Israel".

 


  Esperem um segundo: uma lei dos Estados Unidos proíbe a recolha e a difusão   de imagens de Israel?

Sim, exacto. E existe   uma agencia federal, a NOAA's Commercial Remote Sensing Regulatory Affairs,
  encarregada de vigiar acerca da correcta aplicação da lei.

 


  National Defense Authorization Act, defesa nacional.

 

  Curiosos: Washington

 

E aqui a coisa começa  a tornar-se esquisita, não é? Porque se com muita boa vontade é possível   justificar o facto de Washington não mostrar instalações militares   israelitas, qual o problema com Gaza?

 

Em Gaza, supostamente,   não há instalações militares secretas de Tel Avive. Evidentemente, há outras
coisas que nem os EUA nem Israel querem mostrar ao mundo ao falar de Gaza.



Mas que diz Google de toda a situação?

 

"As imagens de   Google Earth provêm dum elevado número de fontes comerciais e públicas.

 Tradução: é assim e ponto final.

Todavia as coisas   podem mudar.O satélite turco GokTurk, por exemplo, captará imagens de alta   resolução de Israel em 2013 e as autoridades já anunciaram a divulgação desta   últimas.

 

  Israel não está muito satisfeito com isso.

 

Mas não parece simples   convencer um Turco de que as imagens da Terra de David são uma questão de
  Defesa Nacional para Ankara.

 


  Eis uma comparação:

  
Na primeira imagem podemos ver Praça He Be'lyar, em Tel Avive, a capital   administrativa de Israel:

 

 Na segunda imagem a localidade de Rimal, em Gaza:

 

   

 

 Na terceira imagem, os Paços do Concelho de Almada:

 

 

 


  Na última imagem, sempre como comparação, Praça Italia, em São Paulo, Brasil: 
  

 


  
As quatro imagens   foram retiradas do meu ecrã uma vez escolhido o zoom máximo e sucessivamentreduzidas na mesma percentagem (50%).Obviamente nenhuma outra modificação foi   operada.



  Fonte: http://informacaoincorrecta.blogspot.com/

Fontes: Uruknet, The
  Jerusalem Fund

 

 

publicado por Carlos Loures às 12:00

editado por João Machado em 24/06/2011 às 20:58
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Domingo, 29 de Maio de 2011

Al Jazira: a grande mentira - por Octopus

Com a devida vénia e autorização do autor, transcrevemos este artigo de octopedia.blogspot.com

 

 

 

Considerada na opinião pública como defensora dos povos árabes oprimidos, a criação de Al Jazira foi mais um subtil método de desestabilização mediática do Médio Oriente por parte dos Estados Unidos.



A voz do terrorismo.


A televisão Al Jazira foi criada em 1996 no Catar e veio em grande medida substituir a BBC em língua árabe, sendo que alguns dos seus jornalistas provêm dessa estação televisiva. A fundação oportuna de Al Jazira chegou mesmo a tempo para cobrir os acontecimentos dos
atentados do 11 de setembro 2001 e para difundir uma série de vídeos "autenticados" dos vários comunicados da Al Qaeda.. Sem esta estação televisiva os Estados Unidos teriam tido muito mais dificuldades em mundialmente propagar tais documentos.

 

 

Al Jazira tornou-se assim, em pouco tempo, o porta-voz mediático do nebuloso grupo terrorista Al Quaeda. Numerosos vídeos apelando à violência e à rebelião contra o ocidente, alguns dos quais do mítico Bin Laden, aparecem regularmente neste canal televisivo com toda a liberdade e sobretudo com toda a impunidade.

 

Sim, com toda a impunidade. Basta pensar que uma qualquer televisão que difundisse vídeos de apelo ao crime, assassinato massivo ou que reivindicasse atentados, rapidamente seria alvo de perseguição jurídica e da intervenção dos serviços secretos.

 

Antes pelo contrário, os media ocidentais contentam-se de reproduzir acriticamente as notícias deste estranho canal de televisão, as informações, essas, foram sempre tidas como verdadeiras e fidedignas.

 

Um estranho estatuto.

 

Al Jazira, este objecto mediático não-identificado, difunde assim, estranhamente, vídeos da Al Qaeda a poucos quilómetros da maior base americana no Médio Oriente, o que não deixa de constituir, por si só, um mistério digno dos contos das mil e uma noites.

 

Ao serviço dos Estados Unidos e de Israel.

 

 

Porta-voz das populações árabes oprimidas, Al Jazira nunca apresentou um único programa sobre a controversa política interna do Catar e do sofrimento de parte da sua população. Mas pior do que isso, durante as chamadas revoluções árabes, teve frequentemente uma atitude, no mínimo, pouco imparcial.

 

Recentemente, tudo começou, no Egipto, com a defesa de certos grupos rebeles em detrimento de outros, como foi então o apoio dado ao cheikh Kardaoui, apresentado como o verdadeiro inspirador da revolução egípcia, quando este só muito tardiamente se juntou à revolta.

 

As dúvidas foram desfeitas quando os espectadores se aperceberam que, enquanto a cobertura mediática das revoltas no Egipto e na Tunísia tinham merecido emissões contínuas, 24 horas sobre 24, os acontecimentos no Barém passaram despercebidos e as poucas reportagens apresentadas foram todas próximas das teses do governo desse país e dos Estados Unidos.

 

Porque é que a revolta do Barém, uma das mais pacíficas do mundo árabe, não tem direito à neutralidade e até ao apoio de Al Jazira? Será que era uma revolta menos interessante do que as outras ou as suas reivindicações menos justas? Em contrapartida, este canal de televisão não pára de incentivar a população da Síria a revoltar-se contra o regime sírio, apesar das reformas efectuadas pelo seu residente.

 

Dois pesos, duas medidas. Na realidade Al Jazira defende os seus "padrinhos" isto é, o plano americano no Médio Oriente. Al Jazira foi criada para atrair um número máximo de pessoas, ganhar credibilidade, para depois a seguir influenciar e "guiar" os povos árabes erturbados pelos recentes acontecimentos.

 

Outro facto elucidativo, é o de que Al Jazira sempre se mostrou complacente com as atitudes de Israel em detrimento da causa alestiniana. Frequentemente, foram chamados aos seus estúdios comentadores israelitas para expor os seus pontos, pouco coerente com os objectivos defendidos pelos povos árabes. A recente aproximação dos partidos palestinianos e consequente possibilidade de uma solução de paz com Israel, foi em parte deitadas por terra pela revelação por Al Jazira, estilo wikileaks, de documentos secretos comprometedores para os negociadores palestinianos, em janeiro deste ano.

 

Para dar maior credibilidade a este canal televisivo, os países membros da NATO sempre se mostraram "incomodados" com as suas divulgações e foram até ou ponto de bombardear as suas instalações em 2001, tendo obviamente falhado o alvo. Em 2005, para credibilizar ainda mais o facto de esta televisão ser "incómoda" para o ocidente, o Daily Mirror revela que Tony Blair tinha dissuadido George Bush de bombardear as instalação de Al Jazira.

 

 

publicado por Carlos Loures às 12:00
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