Luis MoreiraAs negociações entre a Autoridade Palestiniana e o Estado de Israel defrontam-se com o primeiro grande problema, como aliás, já se sabia. A moratória que impede a construção de mais colonatos termina hoje. Este assunto é, tanto para os Israelitas como para os Palestinianos, absolutamente fundamental para que se encontre um caminho para a existência de dois estados. A moratória vai ser renovada?
Então de que se iriam lembrar os corajosos "amantes da paz" para ajudar as negociações? Enviar um barco para Gaza com a finalidade confessa de romper o bloqueio que os Israelitas fazem naquela região. Se passa, no caso dos Israelitas acharem que não vale a pena prejudicar as negociações, os extremistas vão cantar vitória, o que terá uma reacção muito negativa na opinião pública israelita; se não passa, aqui d'el rei que há um bloqueio ilegal a pessoas que só querem ajudar; e afastemos a possibilidade de haver mortos e feridos como bem há pouco tempo aconteceu.
Perante este cenário alguém tem dúvidas que há muita gente que com palavras mansas mais não quer que a injustiça se mantenha e os mortos e feridos se amontoem? Que a situação interessa a muita gente, que há muita gente que só tem poder nesta situação e não querem que mude? Que tudo farão ainda e sempre para que a guerra continue ? Da direita já sabemos que quer uma vitória unilateral Israelita, não há que estranhar.
Não se arranja um barco assim sem mais, custa muito dinheiro, quem paga? Há bem pouco tempo foram os Turcos, às voltas com a liderança na região. Perguntaram ao povo mártir da Palestina se está interessado em trocar uns quantos pacotes de arroz pela possivel paz que se negoceia em washinton?
Perante um assunto tão sério e onde tanta gente sofre, os observadores exteriores ao conflito deviam, se estão de boa fé, deixarem as ideologias de lado e manterem uma atitude reservada, tendente a contribuir para o que realmente interessa. A PAZ!
Tudo o resto são atitudes negativas para parceiro ver, entre um bem regado jantar e um último charuto.
PS: Já depois deste texto estar escrito, soube-se que o barco transporta Judeus de diversas nacionalidades e que a moratória não foi prolongada, embora com o pedido que as 2 000 casas autorizadas não sejam construídas. Há coincidências curiosas.