Quinta-feira, 12 de Maio de 2011

DEDICATÓRIAS – prosadores brasileiros: ensaístas, críticos, historiadores etc., etc. / 4, por Sílvio Castro

 

 

 

 

 



 


  

PARTE IV – Ensaístas, críticos, historiadores, memorialistas

 

 

                   Começo esta nova Parte do meu estudo sobre as dedicatórias focalizando um exemplo de um gênero muito presente na produção literária moderna, mas que pouco aparece no rol das dedicatórias que recebi de meus confrades. Porém, tenho em mãos um exemplo muito especial do gênero que muitos consideram pouco compatível com a predominante estrutura psicológica do brasileiro, as memórias. Diante de livros como este de Octavio Mello Alvarenga todas as afirmações nessa direção não passam de uma reiterada forma de lugar-comum. O livro a que me refiro, memórias sofridas, por isso mesmo duras e chocantes em muitos de seus pontos, mas ao mesmo tempo frascinantes pela sinceridade e espontaneidade com que nascem, é: Rosário de Minas (memórias e sugestões), capa de Dan Palatnik, Lidador Editor, Rio de Janeiro, 2003. O autor me dedica o exemplar de seu livro claramente sofrido com as seguintes palavras:

 

                                                                  “Ao caro Sílvio Castro

companheiro do Congresso de Crítica

Literária em Pernambuco, amigo

a quem admiro (e invejo também)

com o abraço afetuoso do

 

Octavio Mello Alvarenga

 

Rio, 22/set/2003“

 

                   Retornando ao ensaio direto, vamos encontrar outro livro de forte impacto, ligado a um momento muito difícil da história do Brasil contemporâneo: de Reinaldo Cabral, Literatura e Poder pós-64 (Algumas questões), Edições Opção, Rio de Janeiro, 1977, no qual o autor me envia o meu volume de sua denúncia com essas palavras fortes:

 

                                                        “Sílvio Castro

este pequeno manifesto

sobre o sombrio estado da

nossa literatura pós-64.

A discussão está aberta, (reaberta)

c/abraços

do   rcabral

ABI, 12

  /09_____

                77“

 

                       O ensaio histórico de  Geraldo Pieroni, A Inquisição e a lista dos cristãos-novos condenados a viver no Brasil, capa de Simone Villa-Boas, Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 2003, é outro livro de forte impacto sobre um dos problemas de grande importância para a história brasileira, aquele dos degredados portugueses para o Brasil do período colonial e, em correspondência, da questão muitas vezes esquecida do anti-semitismo no pensamento nacional. O autor me oferece o seu livro de convincente pesquisa e erudição com as seguintes palavras: “Para Prof. Silvio Castro    com minha estima     e agradecimento,     Geraldo Pieroni     Padova 09.12.2004“.

 

                    

 

publicado por João Machado às 21:00
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Segunda-feira, 14 de Março de 2011

Todos os dias há factos a recordar– por Carlos Loures

 

Não me canso de citar o António Maria Lisboa quando disse - «O Futuro é tão antigo como o Passado. E ao caminharmos para o Futuro é o passado que conquistamos». De onde se pode inferir que não é possível compreender o Futuro se não explicamos a nós mesmos o passado. É isso que tentarei fazer nestas pequenas crónicas – Pretérito imperfeito, porque o passado só é perfeito para quem o recorda com nostalgia. Aqui, vou procurar visitar o passado com os olhos postos no futuro - nunca com o olhar saudosista  de quem lamenta que o tempo não ande para trás.

 

Falarei de História e contarei histórias. E abro já um parêntesis – histórias e não estórias, como vejo para aí gente com responsabilidades a escrever, com o ar de quem está a inovar o idioma. Fechando o parêntesis, digo que a memória é o  melhor GPS para percorrer a estrada que à nossa frente se abre. A História não se repete, mas ensina.

  

Memórias, a pequena e a grande História vividas na primeira pessoa. Memórias não necessariamente minhas. Poderei também apresentar sob o mesmo título textos de outras pessoas que se enquadrem na visão do passado que aqui enunciei.

  

Finalmente, por coisas assim, entendo tudo o que me passar pela cabeça, mesmo que nada tenha a ver com o que atrás enumerei.. Significa este remate do título que tudo o que me apetecer escrever pode abrigar-se debaixo deste toldo.

 

Hoje atiro-me ás efemérides. E afirmo – todos os dias há factos a recordar. Hoje, 14 de Março, haveria dezenas de acontecimentos a assinalar – tantos que me darei ao luxo de apenas aproveitar uma pequena parte.

 

 

 

 

Fiquem então a saber (ou se já sabiam, façam o favor de recordar) que no dia 14  de Março de 1492 , a rainha Isabel I de Castela ordenou a seus súbditos judeus e muçulmanos que se convertessem ao cristianismo. Em 1804, nasceu Johann Strauss, compositor austríaco, neto de um judeu convertido ao catolicismo Em 1879 nasceu, também numa família judaica, Albert Einstein, físico suíço-alemão naturalizado americano. Em 1883, morreu Karl Marx, filósofo e teórico político alemão, filho de uma judia holandesa. Em 1937 O Papa Pio XI condenou o nazismo, na encíclica Mitbrennender Sorge.

  

Isabel a católica cometia um terrível erro, decapitando os seus estados ao privá-los da sabedoria judaica e muçulmana. Prisioneira da sua circunstância, perdida no seu labirinto de misticismo integrista, talvez não pudesse actuar de outra forma – Mais de quatro séculos e muitos avanços científicos depois – as mesmas razões que moveram a rainha castelhana – convicções religiosas e interesses pecuniários, (bem como o comportamento das comunidades judaicas, que sempre facilitou a tarefa a quem as quis perseguir) – conduziram ao Holocausto.

  

Em três 14 de Março, nasciam dois génios oriundos de famílias judaicas - Johann Strauss e Albert Einstein. No mesmo dia, mas de 1883, morreu Karl Marx , outro judeu cuja obra mudaria no século seguinte a face do mundo. Neste dia de 1937 O Papa Pio XI condenou o nazismo, na encíclica em que a Igreja manifestava a sua preocupação pelo tom pagão que o Terceiro Reich impunha à religião.

 

Depois as coisas iriam compor-se entre Pacelli e o nacional-socialismo, dando início a uma bela amizade. Amizade que o pormenor da supressão de seis milhões de seres humanos não perturbou.

 

Passaram-se muitas coisas noutros 14 de Março.

  

Todos os dias há factos a recordar.

 

 

 

 

 

 

publicado por Carlos Loures às 12:00

editado por Luis Moreira às 18:54
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Segunda-feira, 7 de Fevereiro de 2011

Cartas a Um Jovem Poeta 2 - Rainer Maria Rilke

coordenação de Augusta Clara de Matos

 

 

 

 

 

Boas e Más Memórias

 

Quanto a mim, esta é a mais bela das Cartas a Um Jovem Poeta

 

 

 

 

Rainer Maria Rilke  Cartas a Um Jovem Poeta

 

 

 

 

 

CARTA VII

 

 

 

 

 

 

Meu caro senhor Kappus:

 

 

 

 

Longo tempo passou sobre a sua última car­ta. Não me queira mal. Trabalho, incómodos e preocupações quotidianas impediram-me de lhe escrever. Além disso, desejava que a minha resposta fosse o eco de dias calmos e bons. (A ante-primavera, com os seus desagradáveis al­tos e baixos, fez-se aqui fortemente sentir). Hoje estou um pouco melhor e aqui me tem, meu caro senhor, a saudá-lo e a dizer-lhe o melhor que puder (faço-o de todo o coração) várias coisas a propósito da sua última carta.

 

 

 

 

 Como vê, copiei o seu soneto porque o achei belo e simples, feito em moldes que lhe permi­tem mover-se com uma serena compostura. De todos os versos seus que conheço são os me­lhores. Ofereço-lhe esta cópia por saber como é importante e cheio de ensinamentos vermos o nosso próprio trabalho em letra estranha. Leia estes versos como se fossem de outro e então sentirá, bem no seu íntimo, a que ponto são seus.

 

 Foi para mim uma alegria reler várias vezes esse soneto e a sua carta. Agradeço-lhe ambos. Não se deixe perturbar na sua solidão pelo facto de sentir veleidades de a abandonar. Uti­lizadas com calma e reflexão, essas tentações devem mesmo ajudá-lo como instrumento sus­ceptível de alargar a sua solidão a um país ainda mais rico e mais vasto. Os homens têm, para todas as coisas, soluções fáceis e conven­cionais, as mais fáceis das soluções fáceis. Con­tudo, é evidente que se deve preferir sempre o difícil: tudo o que vive lá cabe. Cada ser se desenvolve e se defende a seu modo e tira de si próprio, a todo o custo e contra todos os obstáculos, essa forma única que é a sua. Sabe­mos muito poucas coisas, mas a certeza de que devemos sempre preferir o difícil não nos deve nunca abandonar. É bom estar só, porque a solidão é difícil. Se uma coisa é difícil, razão mais forte para a desejar. Amar também é bom porque o amor é difícil. O amor de um ser humano por outro é talvez a experiência mais difícil para cada um de nós, o mais alto teste­munho de nós próprios, a obra suprema em face da qual todas as outras são apenas prepa­rações. É por isso que os seres muito novos, novos em tudo, não sabem amar e precisam de aprender. Com todas as forças do seu ser, con­centradas no coração que bate ansioso e solitá­rio, aprendem a amar. Toda a aprendizagem é um tempo de clausura. Assim, para o que ama, durante muito tempo e até ao largo da vida, o amor é apenas solidão, solidão cada vez mais intensa e mais profunda. O amor não consiste nisto de um ser se entregar, se unir a outro logo que se dá o encontro. (Que seria a união de dois seres ainda imprecisos, inacabados, de­pendentes?). O amor é a ocasião única de ama­durecer, de tomar forma, de nos tornarmos um mundo para o ser amado. É uma alta exigên­cia, uma ambição sem limites, que faz daquele que ama um eleito solicitado pelos mais vastos horizontes. Quando o amor surge, os novos apenas deviam ver nele o dever de se trabalha­rem a si próprios. A faculdade de nos perder­mos noutro ser, de nos darmos a outro ser, todas as formas de união, ainda não são para eles. Primeiro, é preciso amealhar muito tem­po, acumular um tesoiro.

 

 Nisto consiste o erro tão frequente e tão gra­ve dos novos: precipitam-se quando o amor os atinge, porque faz parte da sua natureza não saberem esperar. Entregam-se quando a sua alma é apenas esboço, inquietação, desordem. Mas quê? Que pode fazer a vida desta confu­são de materiais desperdiçados a que chamam «a sua felicidade»? E que futuro podem esperar? Cada um se perde a si próprio por amor do outro, e perde também o outro e todos aqueles que ainda poderiam vir... E cada um perde o «sentido do largo» e os meios de o atingir, cada um troca os vaivéns das coisas do silêncio, cheios de promessas, pela confusão estéril, de que só pode sair fastio, indigência e desilusão. Só lhes resta refugiarem-se numa dessas múlti­plas convenções que existem em toda a parte como abrigos ao longo de um caminho perigo­so. Nenhuma região humana é tão rica em con­venções como esta. Lanchas, bóias, cintos de salvação...— a sociedade, neste caso, oferece todos os meios de libertação. Inclinados a ver no amor apenas um prazer, os homens torna­ram-lhe o acesso fácil, barato, sem riscos, como um divertimento de feira. Quantos seres jovens há que não sabem amar, que se limitam a en­tregar-se, como acontece correntemente (e decerto a maioria limitar-se-á sempre a isto), e vergam depois sob o peso do seu erro! Pelos seus próprios recursos, procuram tornar possí­vel e fecunda a situação em que caíram. A sua natureza diz-lhes que as coisas do amor, me­nos ainda do que outras, também importantes, não podem ser resolvidas segundo tais ou tais princípios que servem para todos os casos. Sentem perfeitamente que é um assunto para ser resolvido de ser para ser e que cada caso necessita de uma resposta única, estritamente pessoal. Mas, se já se confundiram na precipi­tação da posse, se já perderam toda a persona­lidade, como poderão encontrar em si próprios o caminho para fugir a este abismo em que soçobrou a sua solidão? Um e outro procedem cegamente. Empregam toda a sua boa vontade em dispensar convenções, como o casamento, para cair em convenções, menos vistosas, é certo, mas igualmente mortais. É que, ao seu alcance, só há convenções. Tudo o que resulta destas uniões turvas, cuja confusão vem da precipitação, só pode ser convencional. O próprio rompimento seria um gesto convencional, impessoal, fortuito, débil e ineficaz. Nunca, nem na morte, que é difícil, nem no amor, que também é difícil, aquele para quem a vida é uma coisa grave terá a ajuda de qualquer luz, de

 

 

(ilustração de Adão Cruz)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado por Augusta Clara às 14:00
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Domingo, 6 de Fevereiro de 2011

Mis Camelias – por Raúl Iturra - 19

MEMÓRIAS DE PADRES INTERESADOS  - ENSAIO DE ETNOPSICOLOGIA DE LA INFANCIA

(Continuação)

 

Siempre desgarro los textos. Estaba narrando la vida de Camila como reivindicativa y sus extraordinarios éxitos en su trabajo, y quería decir que fue en esos tiempos, que ella aprendió a navegar en un kayak, sola, e iba entre la isla y el continente, o visitaba las islas vecinas para enseñar a la población como plantar los árboles necesarios para fabricar violines, como los árboles denominados pau-brasil[139], y el mogno[140], que sirven para fabricar violines Stradivarius y pianos Stenway. Creo que quién puede explicar mejor es nuestra propia hija, en una entrevista concedida para la BBC  en Brasil, por lo que voy poner al pié de página parte de los problemas que ella estaba a resolver.[141] Hasta en la denominada Internet, en el motor de pesquisa Google, aparece Camila y lo que hace para Flora y Fauna, dónde hoy en día ellos, Camila y Felix, trabajan, en nuestra Universidad de Cambridge.

 

 

Un desarrollo de sus talentos que no esperábamos, no por falta de inteligencia en su persona, muy reconocida y respetada por nosotros, sus papás, para lo que siempre la animábamos y nos preocupábamos de sus estudios.   Simplemente  porque estábamos más interesados en su persona, celebrando sus triunfos  y animando su investigación, pero muy centrados en su felicidad y oyendo siempre lo que era su vida amorosa. Nunca me olvido ese día de los años 90, cuando me llamó para decirme que estaba muy enamorada de un estudiante norteamericano y que había hecho lo posible para seducirlo, pero que no resultaba.

 

Le propuse que lo llevara a dar una vuelta por el lindo bosque de la Universidad de Sussex y que le digiera lo que sentía por él. Me respondió que no era propio de una mujer declarar su amor, eran los hombres los que debían hacerlo. Mi respuesta fue inmediata, Camila tú está triste, hoy en día mujer o hombre puede proponerse y nada pasa, excepto que debes estar preparada para un no. Tenía la intuición que sería un no, porque Camila ya me había contado que él tenía su enamorada en los Estados Unidos, pero que pensaba que él no la amaba. ¡Determinación y sentimientos que no piensan, de una mujer enamorada! Mi respuesta fue rápida otra vez: hay solo una cosa que no puedes guardar y esa es que si no hablas, él se va, tú vas a Paris y vas a quedar siempre con la duda, es mejor salir de ahí, para no sufrir el resto de tu vida con esa duda. Y ella lo hizo, expresó sus sentimientos y su colega de clases le dijo que se sentía muy honrado con esos sentimientos, pero que él quería casarse con su enamorada, le hizo cariño, le dio un beso, la convidó a un café y Camila quedó satisfecha. Se había roto el encanto. Debo confesar que nosotros quedamos aliviados, ella tenía apenas 19 años y era muy temprano para sufrir de amores. Ese no apagó la pasión transitoria de nuestra hija más joven. Como también siento la obligación de decir, que aprendí de ella las respuestas que se deben dar todas las veces que yo mismo recibía declaraciones de señoras que se interesaban por mí: aprendí a decir que me sentía honrado, que respetaba sus sentimientos pero que no podía enamorarla porque ya estaba comprometido y enamorado de mi mujer, en eso tiempo, la madre de nuestras hijas, ya había jurado fidelidad a esa Señora que era mi placer cumplir y que me era difícil, imposible también, enamorar otra vez a las personas nuevas en mi vida. Fue una especie de premonición.

 

Nunca resultó ninguna relación fuera del matrimonio. Tengo, en mi estudio, una enorme cantidad de fotos colgadas en marcos en las paredes, todas ellas de Gloria joven, Gloria a andar a caballo en Laguna Verde[142], fotos de nuestras hijas, de mis padres y abuelos y fotos tomadas a mí cada vez que era entrevistado por la televisión que venía a entrevistarme en nuestra casa de Portugal. Es casi una veneración, como se dice en inglés, un worshipping[143] He usado pocas notas de pié de página para respetar y honrar, es decir, dar honra a la memoria de mi familia, esa familia siempre soñada por mí.

 

No olvido una tarjeta de Navidad dibujada por la entonces mi prometida, dónde aparezco yo muy alto y flaco, de traje y con corbata, a abrazar a mi novia de esos días, que tenía en sus brazos un niño pequeño, estaba embarazada de otro, con mi mano derecha a sujetar el Diploma de Abogado y con la izquierda, a dar la mano a uno hijo, que daba la mano a otro y éste, a otra, en total, ¡seis!. Por dentro, la tarjeta decía Felices Pascuas mi amor. Es esto lo que tú quieres, ¿no?, Bueno, ¡ ni lo pienses | Con amor, Gloria[144] Talvez sea interesante un comentario. Siempre pensamos que nosotros enseñamos a nuestros hijos y parece que nunca pensamos lo que los hijos nos enseñan a nosotros. Si observamos con atención, las experiencias de los hijos en su crecimiento y en las experiencias de ese crecimiento y desarrollo, los papás aprendemos si tenemos la humildad de reconocer que nos equivocamos muchas veces. El problema, otra vez, se coloca en la generación: nuestras ideas, hábitos y costumbres, cambian de una a otra generación. A veces los hijos piensa que somos mentecatos, que no sabemos pensar ni organizar  nuestras vidas y ellos quieren organizarlas.

 

 

No solamente los hijos consanguíneos, también nuestros hijos intelectuales, que están a la espera de un lugar vacío para ascender. Todo lo dicho, no es acusación, es apenas observación participante, aprendida en mi Ciencia de Etnopsicologia, esas ideas creadas por mí, entre otras. Nuestros descendientes entienden y respetan, pero a veces piensan con lo que he denominado pensamiento globalizado. Es ahí que tenemos que dar un golpe en la mesa y decir: ¡esto es así, no es solo cómo tú piensas!. Porque hay muchos valores que se guardan y transmiten de una generación a la otra. Como el deber del silencio cuándo hay desacuerdos entre nuestros descendientes y sus parejas, o el valor moral y ético de amar, porque sí y porque no. Cuándo la afectividad se instala por la creación de hijos, y su crecimiento, no vivimos solo de recuerdos, continuamos a crecer juntos, respetando sin dudar un minuto la autonomía ganada por ellos y el saber aprendido por ellos a lo largo de la historia de su vida personal. No es por acaso que escribí el texto ya citado en nuestro periódico mensual, A Página da Educação, ese texto que voy a citar al pié de página[145]. Es allí donde defiendo los derechos de los más viejos, no de los adultos mayores como nosotros, sí los derechos de los más viejos que, después de vivir muchos años, acaban por regresar a la etapa infantil. Como ya he relatado, este texto y otros, son el resultado de mi trabajo de campo entre adultos viejos. Trabajo de campo en un Hospital en el que estaba nuestra madre con sus 90 años.

 

Muchas veces los hijos jóvenes, olvidan de que el adulto mayor no es un adulto viejo, es sólo más viejo que ellos, que, en estos días, no es ningún escándalo.

 

publicado por Carlos Loures às 15:00

editado por Luis Moreira às 02:16
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Sexta-feira, 4 de Fevereiro de 2011

Mis Camelias – por Raúl Iturra - 17

MEMÓRIAS DE PADRES INTERESADOS ENSAIO DE ETNOPSICOLOGIA DE LA INFANCIA

 

(Continuação)

 

En parte, debo reconocer, tienen razón, porque si los adultos mayores entramos en la vida de nuestros descendientes, dos hechos pueden pasar. El primero, es que no permitimos el crecimiento de nuestros hijos, para que puedan, a su manera, ser  mamá y papá[112], o padres, si no pensamos en sacerdotes, o como se dice en Chile, los papás, o, aún más, el posesivo mis papás. Cada vez que hablo con uno de nuestros colaterales, dicen "mi mamá", y les habo recordar que somos muchos y que, hasta donde yo sepa, todos hijos de los mismos ancestrales. Hay la forma pituca[113] de decir: la mamá, el papá, palabra derivada de las formas mapudungún de hablar castellano en Chile.

 

El segundo punto, es que pasamos a criar hijos otra vez, y de forma peligrosa, porque esa tercera generación pertenece a un grupo de la generación que, como decía mi mujer hace pocos días, después de cuarenta años de vivir fuera de Chile, ni ella entiende. Me pasa lo mismo a mí. Cuando voy a Chile, hay una frase que me costó entender y, más que nada, aceptar, esa frase que yo decía en niño: "no me gusta, no quiero", ahora se dice: "yo, no hehtoi ni ahí, ¿te fijái?". La H que he puesto antes y en el medio de la palabra, es la forma moderna de la llamada pituquería, porque la s es aspirada o forma afectada de ser, porque no apenas se dice la frase, bien como se mueve una mano de arriba para abajo y se hace una mueca con la boca, y el te "fijaí, es lo que yo diría: ¿te das cuenta?, o aún, ¿te fijas?.

 

Si en las palabras, éstas son apenas un ejemplo, tenemos diferencias conceptuales y sabemos, como he definido, después de ardua investigación en otro libro mío, que las palabras hablan, las palabras hablan lo que se siente y lo que se piensa. Si yo pienso en socialista, nuestras hijas, hoy en día piensan, en neo liberalismo necesariamente. Como ya definí en otro texto mío, para mi periódico, vivimos en una era globalizada de la economía y la economía, derivada de las ideas de la cultura, como lo digo, de forma extensa, en un libro mío de 2003, que tiene ese título, de que la economía deriva de la religión, ya citado antes en este texto, y de que la religión en otro libro mío de 2006, es la lógica de la cultura, seamos creyentes o no, somos de ideas cristianas y nuestros descendientes, depende: si es ritual, o si es el día a día. Por lo que, yo diría a Mariana Giacaman Valle y a Blanca Iturra Redondo, que el cordón umbilical está más de lo que cortado por que somos de etapas culturales, es decir, de hábitos y costumbres diferentes. Quién me da la razón, sin saber él, evidente, es Karolus Woitila, conocido como Ioannes Paulus Pp II o Juan Pablo II, Papa Católico[114], el cuál, como comento en la nota al pié de página, mandó a confeccionar un Catecismo que había sido comenzado en el Concilio Vaticano II, en 1962, convocado por Juan XXIII o Angelo Giuseppe Roncalli, que no lo terminó, por causa de muerte. Su Sucesor, Giovanni Montini o Papa Paulo VI, lo continuó y lo cerró en 1965. No hubo ningún resultado por escrito, excepto las Actas, que, talvez, no interesen al lector. En 1978, Karol Wojtila  quiso juntar dos memorias y se mandó llamar Juan Pablo, la síntesis de los Papas anteriores. Pero eso es Historia Eclesiástica. Todo lo que me interesa a mí, es la lógica común usada por Wojtila para atraer fieles a su iglesia. Así despenalizó una serie de actos, referidos por mí en otros textos, como la masturbación, el amor de personas del mismo sexo, a quienes aconseja castidad, así como convocar encuentros de jóvenes católicos, la Iglesia Romana pagaba los viajes, y el predicaba sobre no cometer abusos sexuales, como él llamaba a hacer el amor antes del matrimonio, porque el acto sexual era una creación divina para dar hijos en la tierra a la divinidad. Es suficiente leer el artículo 2215, citado en extenso en la nota de pié de página anterior, para saber como había un concepto de lógica común. Porque una cosa es lo que el Papa Romano dice, otra es lo que la gente hace. No dudo que hay muchas personas devotas que siguen al pié de la letra lo que aprenden en el Catecismo. Pero, la mayor parte, hace lo que entiende. Hay la obediencia católica a las ideas en general, pero hay más respuestas culturales que respuestas de fe. Es posible saber de esa realidad cuando hacemos trabajo de campo entre los católicos y sabemos, por la forma de vivir de ellos, que la unión sexual comienza desde muy temprano. Cómo he dicho en otros textos míos, ¡ Ay de quién, en la pubertad, sea aún virgen!  El hecho sería considerado una vergüenza social. Esta vergüenza social me hace recordar una historia anecdótica. Iba en el tren desde mi casa hasta Lisboa, en los años noventa del siglo pasado. Esos años dónde yo era muchas veces solicitado para ir a la televisión; un joven me reconoció, se acercó a mí, y me preguntó como podía enamorarse - había visto mi programa anterior con Eugenia Moura Pinheiro en el Canal 2, cuando debatía con médicos, escritores y analistas, sobre la sexualidad de la juventud- En ese programa mi opinión había sido que los jóvenes enamoraban en la cama, desde el comienzo. Este señor nuevo me preguntó, sobre la base de mi programa, cómo era posible enamorarse. Mi respuesta fue breve: hay que seducir. Su otra pregunta rápida, era que como era seducir. Bueno, le pregunté cuántos años tenía y si había o no enamorado antes, su respuesta fue también breve: veinte y, no, nunca he enamorado. A seguir, su explicación: cada vez que me propongo a las niñas, les pido ir a la cama, y ellas no quieren. Respondí que me parecía evidente, porque seducir es hacerse amar, y si el sexo resulta, muy bien. él no dejaba de hablar, porque yo no paraba de caminar, ya estábamos fuera del tren. Su intención resumió, no era enamorar, era casarse para ir a la cama, porque el hecho de fornicar[115] era pecado y no se quería condenar. Entonces le dije: mastúrbese, así, brutalmente. Brutalmente me respondió que yo lo quería condenar. Mi respuesta fue: le recomiendo leer el Catecismo del Papa, porque como me parece que Ud. es Católico Romano, creo que lo va a entender. No me quería creer.

 

 

 

publicado por Carlos Loures às 15:00
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Cartas da Terra 3 - Mark Twain

coordenação de Augusta Clara de Matos

 

 

Boas e Más Memórias

E Satanás, que fora expulso para a Terra, de lá continuou a enviar cartas com as suas impressões aos arcanjos Miguel e Gabriel

Mark Twain  Cartas da Terra

CARTA II

 

 

 

«Não vos contei nada sobre o homem que não seja verdade.» Deveis perdoar-me, se repito esta observação aqui e ali nes­tas cartas: quero que leveis a sério as coisas que vos conto e jul­go que, se estivesse no vosso lugar e vós no meu, necessitaria dessa chamada de atenção de quando em quando para impedir que a minha credulidade esmorecesse.

(Mirando el Suelo - Pastor Outeiral, Ourense)

Pois não há nada acerca do homem que não seja estranho para um imortal. Ele não olha para nada como nós olhamos, a sua noção das proporções é completamente diferente da nossa, e a sua noção do que são valores é de tal maneira divergente da nossa que, malgrado toda a nossa imensa capacidade intelectual, não é provável que mesmo os mais dotados de nós fossem algu­ma vez capazes de o compreender plenamente.

Considerai esta amostra, por exemplo: ele imaginou um céu e deixou completamente de fora dele a mais suprema de todas as delícias, o êxtase ímpar que aparece antes de tudo o resto no âmago de cada indivíduo da sua raça — e da nossa —: as rela­ções sexuais!

É como se uma pessoa estivesse perdida e moribunda num deserto abrasador e lhe fosse dito por um salvador que podia es­colher e ter todas as coisas por que ansiava, excepto uma, e ela escolhesse prescindir da água!

O céu dele é como ele próprio: estranho, interessante, sur­preendente, grotesco. Palavra de honra que não tem uma única característica que ele realmente aprecie. Consiste — única e exclusi­vamente — em distracções a que ele praticamente não liga aqui na Terra, contudo tem a certeza absoluta de que vai gostar delas no céu. Não é curioso? Não é interessante? Não deveis pensar que estou a exagerar, pois não é o caso. Vou dar-vos pormeno­res.

A maior parte dos homens não canta, a maior parte dos ho­mens não sabe cantar, a maior parte dos homens não se demora onde outros estão a cantar, se tal se prolongar por mais de duas horas. Registai isso.

Somente cerca de dois homens em cada cem sabe tocar um instrumento musical, e nem quatro em cem têm qualquer desejo de aprender a fazê-lo. Tomai nota disso.

Muitos homens rezam, não há muitos que gostem de o fa­zer. Uns quantos rezam demoradamente, os demais preferem atalhar.

Há mais homens a ir à igreja do que aqueles que desejariam fazê-lo. Para quarenta e nove homens em cinquenta, o Dia do Senhor1 é uma tremenda maçada.

De todos os homens presentes numa igreja a um domingo, dois terços estão cansados, quando o serviço vai a meio, e os restantes antes de ele ter terminado.

O momento de maior satisfação para todos eles é quando o pregador ergue as mãos para a bênção final. Consegue ouvir-se o suave sussurro de alívio que se estende a todo o edifício e re­conhece-se que ele é eloquente de gratidão.

Todas as nações olham com sobranceria para todas as outras nações.

Todas as nações detestam todas as outras nações.

Todas as nações brancas desprezam todas as nações de cor, seja de que matiz for, e oprimem-nas, quando podem.

Os homens brancos não se relacionam com «pretos», nem se casam com eles.

Não os deixam entrar nas suas escolas e igrejas.

O mundo inteiro odeia o judeu e não o suporta senão quan­do ele é rico.

Peço-vos que registeis todas essas características.

Adiante. Todas as pessoas sãs de espírito detestam barulho.

Todas as pessoas, sãs de espírito ou insanas, gostam de ter variedade na sua vida. A monotonia rapidamente as cansa.

Cada homem, segundo o equipamento mental que lhe coube em sorte, exercita o seu intelecto constantemente, incessante­mente, e este exercício constitui uma parte considerável e valiosa e essencial da sua vida. O intelecto mais chão, tal como o mais elevado, possui algum tipo de aptidão e tem grande prazer em testá-la, pô-la à prova, aperfeiçoá-la. O diabrete, que é superior aos seus companheiros em jogos, é tão diligente e entusiástico na sua prática como o são o escultor, o pintor, o pianista, o ma­temático e os demais. Nenhum deles poderia ser feliz, se o seu talento fosse interditado.

Ora bem, já tendes os factos. Sabeis do que a raça humana gosta e do que não gosta. Ela inventou um céu, saído da sua própria cabeça, sem ajuda de ninguém: adivinhai como ele é! Nem em mil e quinhentas eternidades o conseguiríeis. A mente mais capaz por vós ou por mim conhecida em cinquenta mi­lhões de evos não o conseguiria. Muito bem, vou falar-vos sobre ele.

1. Antes de mais nada, chamo-vos de novo a atenção para o facto extraordinário com que comecei. Isto é, que o ser huma­no, como os imortais, coloca naturalmente as relações sexuais de longe acima de todos os outros prazeres — e, todavia, deixou-as de fora do seu céu! A simples ideia de as ter excita-o; a oportunidade deixa-o frenético; neste estado, arriscará a vida, a reputa­ção, tudo — até mesmo o seu insólito céu —, para concretizar essa oportunidade e aproveitá-la até ao seu irrefreável clímax. Da juventude à meia-idade, todos os homens e todas as mulheres apreciam a cópula acima de todos os outros prazeres juntos, po­rém, na verdade, é como vos disse: ela não existe no céu deles; a oração ocupa o seu lugar.

Deste modo, têm-lhe um elevado apreço; contudo, tal como as suas supostas «mercês», trata-se de uma coisa pobre. No seu melhor e mais demorado, o acto é breve para além da imagina­ção — a imaginação de um imortal, quer dizer. Em termos de repetição, o varão é limitado... oh, bem para além do concebimento imortal. Nós, que prolongamos o acto e os seus êxtases mais supremos de forma continuada e sem interrupções durante séculos, jamais seremos capazes de compreender ou de nos condoermos de forma adequada da horrível pobreza destas pessoas no que toca a esse valioso dom que, se possuído como nós o possuímos, faz com que todas as outras posses sejam triviais e nem valham o trabalho de passar factura.

2. No céu dos homens, toda a gente canta! O homem que não cantava na Terra, ali canta; o homem que não conseguia cantar na Terra, ali consegue cantar. Esta cantoria  universal não é for­tuita, nem ocasional, nem aliviada por intervalos de silêncio; prossegue, ao longo de todo o dia, e dia após dia, durante um período de doze horas. E toda a gente se queda — enquanto na Terra o lugar ficaria vazio em duas horas. A cantoria consta uni­camente de hinos. Não, consta somente de um hino. As palavras são sempre as mesmas, em número serão para aí uma dúzia, não há rima, não há poesia: «Hosana, hosana, hosana, Senhor Deus dos Exércitos, 'rra! 'rra! 'rra! ssss! — bum!... a-a-ah!»

3. Entretanto, cada pessoa está a tocar harpa — aqueles mi­lhões e milhões! —, ao passo que não mais de vinte em mil delas sabiam tocar um instrumento na Terra, ou sequer alguma vez quiseram saber.

Imaginem o ensurdecedor furacão de som — milhões e mi­lhões de vozes a berrarem em uníssono, e milhões e milhões de harpas a rangerem os dentes ao mesmo tempo! Pergunto-vos: é medonho, é odioso, é horrível?

Imaginem também: trata-se de um serviço de louvor— um serviço de elogio, de lisonja, de adulação! Perguntais quem está disposto a aguentar este estranho cumprimento, este insano cumprimento — e quem não somente o aguenta, mas gosta de­le, desfruta dele, precisa dele, o ordena? Preparai-vos!

É Deus! O Deus desta raça, quer dizer. Ele senta-se no seu trono, servido pelos seus vinte e quatro anciãos e outros dignitá­rios quaisquer pertencentes à sua corte, e olha por sobre quiló­metros e quilómetros de tempestuosos adoradores e sorri, e sol­ta suspiros maviosos, e mostra a sua satisfação acenando com a cabeça para norte, para este, para sul — no que imagino seja o espectáculo mais bizarro e ingénuo até agora concebido neste universo.

É fácil de ver que o inventor do céu não foi o autor desta ideia, antes a copiou dos espectáculos-cerimónias de algum des­graçado Estadito soberano situado algures nas distantes colónias do Oriente.

Todas as pessoas brancas sãs de espírito odeiam barulho, porém aceitaram tranquilamente este tipo de céu — sem pensar, sem reflectir, sem examinar — e querem de facto ir para lá! Ve­lhos de cabelo grisalho profundamente devotos dedicam grande parte do seu tempo a sonhar com o ditoso dia em que largarão as preocupações desta vida e entrarão nos prazeres daquele lo­cal. Não obstante, podeis ver quão irreal esse local é para eles e o quão pouco lhes prende a atenção como sendo realmente um facto, uma vez que não fazem nenhuma preparação prática para a grande mudança — nunca se vê nenhum deles com uma harpa, nunca se ouve nenhum deles a cantar.

Como já vistes, esse espectáculo singular é um serviço de louvor: louvor por hino, louvor por prostração. Substitui a «igreja». Vamos lá a ver: na Terra, estas pessoas não aguentam lá mui­ta igreja — uma hora e um quarto é o máximo, e uma vez por semana, o limite que estabelecem. Que é o mesmo que dizer, ao domingo. Um dia em sete; e nem assim eles esperam por ele com impaciência. E por isso... considerai o que o céu deles lhes proporciona: «igreja» que dura para sempre, e um Dia do Senhor que não conhece fim! Eles cansam-se rapidamente deste breve Dia do Senhor hebdomadário que por aqui têm, contudo alme­jam um eterno: sonham com ele, falam sobre ele, pensam que pensam que vão gostar dele — do fundo dos seus corações sim­ples, eles pensam que pensam que vão ser felizes nele!

Isto acontece porque eles não pensam de todo — eles só pensam que pensam. Porquanto não pensam — nem dois seres humanos em dez mil têm algo com que possam pensar. E, quan­to a imaginação... oh, bem, olhem para o céu deles! Aceitam-no, aprovam-no, admiram-no. Isso dá-vos a sua medida intelectual.

4. O inventor do céu deles despeja lá todos os países da Ter­ra, no que é uma verdadeira salgalhada. Todos estão em igualda­de absoluta, nenhum tem precedência sobre os demais, todostêm de ser «irmãos», têm de se misturar, de rezar juntos, tocar harpa juntos, soltar hosanas juntos - brancos, pretos, judeus, toda a gente, sem distinções. Aqui na Terra, todas as nações se odeiam umas às outras, e todas elas odeiam o judeu. Porém, to­da e qualquer pessoa piedosa adora o tal céu e quer entrar nele. Quer mesmo. E, quando está em pleno arroubo sagrado, essa pessoa pensa que pensa que, se ao menos estivesse lá, apertaria toda a populaça contra o seu peito e abraçaria e abraçaria e abra­çaria!

É um prodígio — o homem. Quisera eu saber quem o in­ventou.

5. Todo o homem na Terra possui alguma parcela de intelec­to, grande ou pequena — e, seja grande ou pequena, sente orgu­lho nela. Ademais, o seu coração enfuna-se à menção dos nomes dos majestosos líderes intelectuais da sua raça, e ele adora as his­tórias das suas esplêndidas realizações. Pois ele é sangue do seu sangue, e, ao enobrecerem-se a si mesmos, eles enobreceram-no a ele. Vede!, o que a mente do homem pode fazer! ele lacrimeja; e faz a chamada dos ilustres de todas as eras; e faz referência às imperecíveis literaturas que eles deram ao mundo, e às maravi­lhas mecânicas que eles inventaram, e às glórias com que eles re­vestiram a ciência e as artes; e perante eles se descobre, como se reis fossem, e presta-lhes a mais profunda homenagem, e tam­bém a mais sincera, que o seu coração exultante pode prover — desta forma exaltando o intelecto acima de todas as outras coisas no mundo e entronizando-o sob a arcadura dos céus, numa su­premacia inatingível. E depois concebe um céu onde não há um pingo de intelectualidade em lado nenhum!

É estranho, é curioso, é complicado? Por incrível que pare­ça, é exactamente como vos contei. Este sincero adorador do in­telecto e pródigo recompensador dos seus poderosos serviços aqui na Terra inventou uma religião e um céu que não fazem quaisquer elogios ao intelecto, não lhe oferecem quaisquer dis­tinções, não lhe concedem qualquer dádiva; na verdade, nem se­quer lhe fazem referência.

Por esta altura já tereis reparado que o céu do ser humano foi cuidadosamente pensado e construído de acordo com um plano absolutamente definido — e que este plano é, que ele de­verá conter, em laborioso pormenor, toda e qualquer coisa ima­ginável que seja repugnante ao homem, e nem uma única de que ele goste!

Muito bem, quanto mais prosseguirmos, mais este facto curioso se tornará evidente.

Tomem nota: no céu dos homens, não há exercícios para o intelecto, nada de que este possa viver. Uma vez ali, apodreceria num ano — apodreceria e federia. Apodreceria e federia — e nessa altura tornar-se-ia santo. É uma coisa abençoada — pois só os santos conseguem suportar os prazeres daquele manicómio

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1. Sabbath, no original (N. do T.)

(in Cartas da Terra, Bertrand Editora)

 

publicado por Augusta Clara às 14:00

editado por Luis Moreira às 00:03
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Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2010

Para Sempre, Tricinco ALLENDE E EU - autobiografia de Raúl Iturra - (29)

(Continuação)


Não posso deixar de referir já, que, ainda que está mencionada na nossa viagem ao Seminário de Transição em Pau, a minha amiga, Geógrafa no ISCTE, a luso brasileira Maria José Maranhão, a primeira a se aproximar a mim, com essa a sua eterna discrição e dar-me as boas vindas e me convidar a almoçar. Tinha estado no Chile do Allende, do qual não conseguia escapar por não haver Embaixador nos dias do golpe que matou a Allende. Devia fazer o seu doutoramento, era Professora Auxiliar e devia já prestar provas de doutoramento.Tentei empurrar o mais possível, mas...ela dizia que não era académica, estava ai apenas para ganhar a vida e porque adorava aos estudantes e dar aulas, mas, escrever, nem por isso! Tentei seduzir, tentei ser simpático, tentei redigir para ela, trabalhamos dois meses...e tudo acabou!

O meu sítio no Conselho Científico do ISCTE, composto apenas por cinco Doutores, não havia mais, foi o que me empurrara a este e outros vários júris de Doutoramento. De pronto, todo o ISCTE estava a acabar o seu doutoramento. Há imensos Ministros, Secretários de Estado e outras chefias governamentais, a abandonar a vida académica para se converter em orientadores da República. Penso que, ao menos, estávamos em boas mãos! Na minha ignorância dos hábitos e costumes de Portugal, da cultura portuguesa, tratava aos meus colegas, vários deles após, amigos, como na Grã-bretanha, sem saber que a cultura lusa imperava também na cultura académica na vida académica. O hábito português é tratar por Senhor ou Senhora e, a seguir, o nome próprio da pessoa e não o nome de família.

Dentro da vida académica era igual. Sem saber, estava a comportar-me como um não sabido dos usos culturais, ao endereçar questões a Professora Halpern ,que depois aprendi a tratar como Professora Miriam, e que hoje em dia somos Raúl e Míriam, a Professora Mónica , após Maria Filomena, ao Professor Murteira, mais tarde Mário e tu, e por ai fora. Mas antes, o Mário, ainda o Professor Mário, solicitou-me o meu CV para me transferir de Professor Associado a Professor Catedrático. Eu não queria e demorei, demorei, fui adiando essa entrega, até que o meu amigo da alma, que conheci no CC pequeno, numa reunião do nosso CC, e ficamos amigos a primeira vista! Ele ajudou-me a entender Portugal. Foi ele que um dia, na sua forma simpática de ser, disse: “Meu caro, não podes adiar mais, é um convite de transferência de lugar e é conveniente para todos nós”. Eu já tinha a agregação de Cambridge, reconhecida automaticamente em Portugal, mas prestei provas na mesma, na U. Técnica de Lisboa, quando ainda o meu amigo David Rodrigues , era estudante na mesma, e que mais tarde íamos publicar um livro em conjunto. O meu texto era dedicado a sua Senhora mãe Era preciso se habituar aos costumes hábitos e costumes, para me saber comportar nas diversas culturas que tenho habitado, com a minha mulher e as nossas filhas, hoje em dia do 2008, continuamos dispersos: a minha mulher, por enquanto, no Chile uma filha na Holanda, outra em Cambridge, cada uma com o seu par, excepto, espero, a minha mulher! Apenas uma pequena dispersão para me justificar! Torno ao texto central O nosso Conselho era de apenas cinco pessoas, com um convidado de Faculdade de Psicologia da Universidade Clássica, o Doutor Pina Prata , para sermos capazes de funcionar. Era presidente o meu ilustra amigo, o Professor Mário Murteira , economista e fundador do Departamento de Gestão, com Eduardo Gomes Cardoso a dirigir a Licenciatura, por não ser Doutor, Departamento que passou a ser a seguir, pela sua obra, o Instituto de Estudos de Gestão ou INDEG. Tive vários encontros amistosos com ele, quer na sua casa, quer na mia. Era um Socialista Católica, mas um verdadeiro socialista, junto com a sua mulher Aurora, que entrou na minha casa uma noite de verão dos anos 90 do Século XX, para ingressar ao Hospital a seguir, vítima de um cancro no cérebro, o que a vitimara rapidamente, por ser uma mulher jovem. A composição do nosso CC revelava que o ISCTE nada tinha que envidar a Cambridge. Académicos activos, a intervir na vida política do País e a fundar a academia portuguesa. Mário Murteira foi membro da UEDS , sempre irónico e divertido, sabia orientar as nossas actividades, como tinha orientado as suas. Esse o meu amigo tinha-se Doutorado em Economia na Universidade Técnica de Lisboa Era o tempo em que todos estávamos em todos os sítios do ISCTE, para fundar instituições de investigação, de ensino, refazer a Biblioteca, nas mãos da Dona Maria Emília Arruda Pacheco, uma biblioteca que tinha, como foi descoberto por mim e com a colaboração dos antigos assistentes, hoje Doutores, o casal António Firmino da Costa e Maria das Dores Guerreiro . A biblioteca foi inspeccionada por eles, tive essa colaboração, após ter solicitado ser nomeado Professor Bibliotecário e mandar ampliar a biblioteca do ISCTE, tirando os Gabinetes dos Catedráticos e refazer os tipo de livros que havia: se lembro bem, havia dois Durkheim, um Max Weber e imensos textos de Marx e Engels, oferta do PCP, e livros de Gestão, licenciatura que tinha dinheiro para comprar os seus textos. Durante dez anos presidi a Biblioteca e solicitei a mudança de Bibliotecária, o que não era possível pelo que convidei a Socióloga, denominada Dra. Arlete Amaral , licenciada em Sociologia pelo ISCTE, a minha estudante no primeiro ano e bibliotecária num outro local da Administração Pública. Durante dois anos solicitamos a sua transferência, até que, finalmente, o pedido foi aceite . A seguir, fizemos uma lista de livros mínimos para as leituras e, como havia dinheiro no ISCTE, compramos imensos livros de Sociologia e Antropologia para melhorar a qualidade do ensino. Com o meu caro amigo e colega, o Doutor em Ciências da Comunicação, antes na Universidade do Porto, hoje, na de Fernando Pessoa, Porto, Mário Pinto , fundamos o Conselho Pedagógico em 1982, com a aprovação do Presidente do Conselho Directivo, que exercia as funções que, mais tarde, seriam do Presidente do ISCTE. O Presidente do Conselho Directivo, esse amigo que soube receber- me com honra e convites para sua casa e vice versa, José Manuel Paquete de Oliveira . O Conselho Pedagógico funcionava numa pequena sala que após ia acolher as reuniões do nosso Departamento de Antropologia do ISCTE, como Departamento de Antropologia Social. Conselho Pedagógico arrebitado, mais tarde, depois pelo Prof. Rogério Roque Amaro . Antes, não posso deixar de referir que o ISCTE que escrevia livros e textos, tinha uma quase obrigação de oferecer um texto para a nossa Biblioteca, após uma carta enviada por mim para todos os docentes e discentes do ISCTE. O resultado foi excelente, havia livros para não comprar e que, o sucessor no meu cargo de Professor Bibliotecário, o já Doutor João Freire, soube maximizar às entradas de textos na nossa Biblioteca. Eu não tinha mais tempo. Passava a minha vida na nossa instituição, da manhã à noite e até aos Sábados.

A vantagem do ISCTE, era que tinha cursos de dia e de noite o que Pat Caplan, já citada, queria que eu fizer no seu Goldsmiths College em Londres. Ensinar operários e trabalhadores, ou, como são referidos, estudantes trabalhadores, era um prazer adquirido por mim desde os tempos da Presidência de Salvador Allende. Durante um tempo, quando o nosso Conselho Científico era presidido pelo antigo Secretário de Estado para a Educação, José Manuel Prostes da Fonseca, apesar de não ser Doutor, era Catedrático por eleição e por mérito, houve a proposta de vários novos Departamentos e Secções, especialmente Gestão, para não se ter mais estudantes trabalhadores. JM Prostes disse que o que os Departamentos queriam, era a lei, e João Ferreira de Almeida e eu, de imediato levantamos a mão para dizer que o ISCTE tinha sido fundado para acolher aos que não tinham tido a oportunidade na sua juventude, de acabar os seus estudos, pelo qual Sociologia e Antropologia, ficamos de imediato com cursos a dobrar: estudantes de dia e estudantes de noite. Por vezes era pesado, especialmente quando as aulas dos de dia eram de manhã cedo, as 8 a m.

Era necessário esperar a tarde toda para leccionar o curso das 22 horas da noite. Como “eterno” Presidente de Departamento, por eleição ou desistência do meu alternativo, já relatado antes, e membro da Assembleia do ISCTE, ou por inerência ou por eleição, tinha assento na, já nos anos 90, na Comissão Coordenadora do CC e assim defendi não ao Departamento, bem, como ao estudantes trabalhadores. Eu diria que era essa herança do passado com Allende e com Paulo Freire, esse prazer de informar, com palavras comuns, as novidades da ciência social aos meus discentes da noite, onde residiam as mais brilhantes mentes dos discentes do ISCTE. Porquê Antropologia? Nunca perguntei, mais fomos criando matérias adequadas e convenientes para os seus trabalhos: Antropologia Urbana, Antropologia do Género, Antropologia da Educação, Etnopsicologia da Infância, Antropologia de América Latina, Antropologia da África, e outras que, para não ofender ninguém, vou referir ser esta apenas uma lista das que aparecem na minha memória.
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Notas:




Maria José Maranhão era a filha mais nova de uma imensa casa, nasceu aso 40 anis da sua mãe, quando ela, por viuvez da mãe, foi feita com o novo marido. É muito humilde na sua própria apreciação de si própria, no entanto, tem escrito imenso. Está referida no sítio net: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Maria+Jos%C3%A9+Maranh%C3%A3o&btnG=Pesquisar&meta= , especialmente página web: http://www.degois.pt/visualizador/cv.jsp?key=4422538906225914 . Prestou provas e passou a ser Professora Auxiliar em 1976, antes da minha aparição ao ISCTE. As suas áreas de especialidade são:
- Geografia humana e – Demografia. Tem lecionado em Sociologia e em Sociologia do Planeamento
Quando é amiga, é devota dos seus íntimos. A sua casa está sempre com pessoas, enchentes de pessoas pelo carinho e acolhimento que a sua personalidade demonstra.








Míriam Halpern Pereira era a minha visita em casa com o seu marido Carlos Veiga Pereira, e vice versa, pais do meu antigo discente Pedro Halpern Pereira, a seguir o meu colaborador nas filmagens que eu realizava antigamente, aceite para trabalhar comigo pela sua eficácia e pela sua experiência no fazer filmes, por ser o corrector do meu português ou tradutor: quando eu não sabia o quê dizer, ele perguntava, diga em francês, que eu traduzo, (tinha acompanhado a sua mãe ao exílio em Paris e cursado os seus anos preparatórios em Paris) e por ser socialista, condição para mim indispensável porque, como tenho já escrito, a ideologia orienta o trabalho das pessoas. Ideia que nunca apliquei na escolha em júri integrado por vários antropólogos doutorados, na entrevista para contratar novos assistentes para o nosso nascente curso de Antropologia. Míriam está referida, primeiro, na minha memória: sem dizer nada, ela entendia o que era ser exilado: tinha sofrido assim na sua infância e deu-me todo o apoio, entrando um dia no meu Gabinete e dizer: “Deve ser o novo Professor que vem de Cambridge. Bem vindo!” O que nunca vou esquecer e penso que refiro no texto de homenagem para elas, que entre vários, temos escrito. Juntos fundamos a Revista Ler História e salvamos imensas vezes a Revista da falência. Como tenho relatado antes esta história, não alongo mais esta nota de rodapé, apenas que é preciso saber como é referida na net esta antiga Presidente da Torre do Tombo, ao substituir a esse outro o meu amigo, o Historiador José Mattoso, quando foi a Timor para organizar os arquivos dessa nova República. Míriam é referida em: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Miriam+Halpern+Pereira&meta=
Na reunião anual da Associação de Professores de História, onde foi convidado o seu inspirador e antigo professor da Universidade de Paris, Albert Silbert, foi-lhe prestado uma homenagem a 18 de Novembro, em Évora, a cidade mais antiga e Romana de Portugal o sítio especial para Historiadores. Quem leu o discurso de homenagem, foi o seu antigo orientado, José Luís Cardoso. Um mérito quase como uma decoração da Presidência da República. Ela, na sua sincera humildade de uma mulher sabia e querida, nunca referiu este facto, que eu soube por ter sido convidado, mas já o começo de uma doença que não sabia ia acontecer dois anos depois, não fui capaz de ir. A obra de Míriam, a minha colega nos sofrimentos de dois exílios, precisa um louvor feito por vários de nós, em formato de papel: um livro, que ainda não tem sido entregue a ela. Não exagero nada se refiro que tem sido para mim não apenas uma académica clássica, bem como uma mulher que, quando deve dizer uma coisa, diz com amabilidade mas com certeza. Ao me visitar para o meu aniversário, troce um presente e um bolo Rainha, especialmente comprado para mim. O que revela o grau de intimidade da nossa relação, sempre aberta e sã. Estou certo que deve viver como o seu pai, quem abandonou o mundo após mais de cem anos de idade, com cabeça lúcida e memória perfeita. Todos têm medo de Míriam, porque diz o que deve dizer, no seu sítio e no momento preciso. A sua obra é imensa. Meticulosa, tem servido a todos nós, como o leitor pode entender já na Introdução deste texto. E mais nada acrescento.
Maria Filomena Mónica foi membro do meu júri de Agregação, presidido por Adérito Sedas Nunes e integrado por Mário Murteira, Pina Prata, Míriam Halpern Pereira e outros. Foi um vice-versa. Quando a lei mudou, fui membro do júri de Agregação de Míriam, tive a honra de arguir o seu CV, Mário Murteira, o Programa da Cadeira e Joel Serrão, a Lição. Maria Filomena Mónica era a minha amiga ao começo, mas era do “outro” ICS ou ainda GIS, lugar em frente da Assembleia da República. Excelente Historiadora, formada em Oxford, doutoramento sempre referido em todas e cada uma das reuniões do nosso pequeno Conselho Científico. Pessoa simpática e muito divertida, fizemos uma Viagem juntos para a casa de Eça de Queirós, onde ei proferi uma conferência, ela era quem historiógrafo a vida de Eça e rimos imenso, especialmente ao referir na minha conferência que o amancebamento tinha sido retirado da lista dos pecados por João Paulo II, o que ela, com esse o seu ar travesso, de imediato perguntou, com esse riso sedutor dela: “Meu caro Raúl!, isso interessa-me imenso, vou já a tua conferência, que ouviu com atenção e colocou imensas perguntas, às que eu respondi da forma mais destemida, de maneira que o académico que me tinha convidado, o eleito Reitor da U Católica, Manuel Braga da Cruz, puxava pela minha manga parta me dizer: “isso não é para falar cá!”. Eram católicos fervorosos a Maria Filomena, em brincadeira, queria saber o quê podia fazer sem pecar. È referida na net, com 71. 100 referências, em : http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Maria+Filomena+M%C3%B3nica&btnG=Pesquisa+do+Google&meta= especialmente a página web, na que está uma página de um dos seus livros,2006 Bilhete de Identidade. As minha memórias entre 1943-1976, Alêtheia Editores, Lisboa. Diário de Notícias on line, de 25 de Domingo 13 de Novembro de 2005: http://dn.sapo.pt/2005/11/13/artes/toda_a_verdade_filomena_monica.html
É referida como Historiadora, Investigadora na Universidade de Lisboa
Áreas de Investigação: O sistema político português no século XIX. Eis porque a tenho referida no texto como historiadora do PS português. Ver: http://www.mulheres-ps20.ipp.pt/Maria_Filomena_Monica.htm#Obra . A sua obra é imensa e tenho tido imensa pena de não privar mais com ela. É de talento, uma imensidão, de simpatia, um amor, de beleza, uma sedutora, como académica, um privilégio. Sobre a educação em Portugal, não apenas sabe, mas tem escrito imensos textos e ensaios, que eu tenho gostado ler, têm sido para mim uma fonte de inspiração e de dados.
David Rodrigues é o irmão de Fernanda Rodrigues, a minha discente antigamente, casada a seguir com o meu defunto amigo Steven Stoer, que muito cedo na vida, nos deixara, como Pierre Bourdieu: o cancro mata! O livro referido, Educação e Diferença. Valores e Práticas para uma Educação Inclusiva, editado pela Porto Editora, é de 2001, dedico o meu texto a Dona Joaquina Rodrigues, mãe do David e tem por título: “O adulto e a criança crescem juntos”,12 pgs, inspirado pela atitude firme na vida da Dona Joaquina a tratar dos seus filhos, pelo que a dedicatória diz: “Para Dona Joaquina, mãe calma, serena, orientadora dos seus filhos”. O Seminário de Educação Especial ou, denominada por David, inclusiva, prova o saber do David em Educação Especial para crianças doentes ou que precisam de apoio especial para entender as matérias estudadas. David está referido em: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=David+Rodrigues&btnG=Pesquisar&meta= , com 311.000 referencias, uma das quais é uma entrevista ao David, que opina: David Rodrigues, presidente do Fórum de Estudos de Educação Inclusiva e professor na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, aplaude o esforço do Governo na promoção da inclusão, mas critica os métodos para se atingir esse fim. Embora não desvalorize por completo a legislação existente, aponta o dedo à forma como a inclusão se pratica no terreno. Retirado da entrevista de Educare.pt, feita por Teresa de Sousa em 18-4 de 2007, referida em: http://www.educare.pt/educare/Actualidade.Noticia.aspx?contentid=7ABF0AF87D9E4996B894A6E25065ACF2&opsel=1&channelid=0 e o nosso livro em: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=David+Rodrigues+%28Org%29+Livro+Educa%C3%A7%C3%A3o+e+Diferen%C3%A7a&btnG=Pesquisar&meta= O meu texto, em: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Ra%C3%BAl+Iturra+O+Adulto+e+a+Crian%C3%A7a+Crescem+Juntos+em+Livro+Educa%C3%A7%C3%A3o+e+Diferen%C3%A7a&btnG=Pesquisar&meta=
O Professor Doutor Francisco Xavier Pina Prata era um dedicado membro do nosso CC, empréstimo da Faculdade de Psicologia da Universidade Clássica de Lisboa, referido a mim o nome completo e pertenças académicas, pela minha memória viva ao telefone, D. Crisalda Silva. Com todo, está referido no sítio Net: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Portugal+Professor+Pina+Prata&btnG=Pesquisa+do+Google&meta= e na página web: http://www.aptefc.org/ficheiros/newsletter1.pdf , que refere ao Professor Pina Prata como o introdutor e precursor da terapia familiar em Portugal. Uma homenagem foi-lhe oferecida no Congresso da Associação Portuguesa de Terapia Familiar e
Comunitária, no XVI Congresso do Instituo de Terapia Familiar, onde a Associação Portuguesa tinha forte representação. O Professor Pina Prata, no dito Congresso, proferiu o discurso de abertura do Congresso e apresentou o seu novo livro sobre terapia familiar, editado pela Climempsi em 2007: Terapia Sistémica de Casal. Respigando ideias e experiências. O prefácio será escrito pelo Professor Daniel Sampaio. O Professor Pina Prata tem uma vasta obra sobre Terapia Familiar, citada no sítio Net referido neste nota de rodapé. Era um dos membros mais activos do, nesses dias, nosso pequeno Conselho Científico o qual passou depois, a funcionar em salas mais alargadas, porque os Doutores começaram a ser uma larga panóplia de sabedoria dentro do ISCTE dos anos 80.
Mário Murteira tem sido o paciente escritor de vários livros de Economia e ensinava no ISCTE, bem como no já referido ISCEF, onde conheceu a Sedas Nunes, foi convidado por ele para formar o antigo GIS da Universidade Técnica de Lisboa, após ICS da Clássica de Lisboa, sítios todos onde eu dava conferências e o Mário ouvia, especialmente no Instituto de Economia, no qual eu dava conferências, a convite do denominado “proprietário” do Instituto de Economia, o Professor Pina Moura. Mário Murteira está referido no sítio Net: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Portugal+Professor+M%C3%A1rio+Murteira+&btnG=Pesquisar&meta= especialmente na página Web: http://www.mariomurteira.com/dados.html , com obra e estudos em Portugal e no estrangeiro. Diz, entre outra vastas actividades: Licenciado (1956) e doutorado em Economia pela Universidade Técnica de Lisboa (UTL) (1970)
Em 1959/60 fez estudos de pós-graduação em Paris ( no ISEA) , com François Perroux e Roma (na SVIMEZ), com Cláudio Napoleone. Acrescenta uma larga informação, eu tenho retirado apenas parte da sua actividade política e académica e as sua relações com o nosso fundador, Sedas Nunes: Foi assistente e depois investigador coordenador do Gabinete de Investigações Sociais da UTL, fundado e dirigido por A. Sedas Nunes, depois transformado no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (1973/85)
8 - Foi ministro dos Assuntos Sociais no Primeiro Governo Provisório (1974) e do Planeamento e Coordenação Económica nos Quarto e Quinto Governos Provisórios (1975).
9 - Foi militante e dirigente da UEDS ( União da Esquerda para a Democracia Socialista) em 1979/84.Na UEDS, participaram figuras políticas como Lopes Cardoso, Kalidás Barreto, César de Oliveira, Míriam Halpern, António Vitorino, etc.
10 - Director da revista Economia e Socialismo em 1976/87 . Esta revista começou por ser mensal, com tiragem de cinco mil exemplares e esgotava. Colaboraram na revista nomes prestigiados da esquerda europeia e norte-americana, como Immanuel Wallerstein, Giovanni Arrighi, Ronald Chilcote, André Gunder Frank além dos autores portugueses. Destacados economistas e sociólogos do Terceiro Mundo como Samir Amin, Sérgio Ramos, Ladislau Dowbor também colaboraram
11 - Fundador e director do CESO –Centro de Estudos Economia e Sociedade CRL- em 1980/85. O CESO realizou, nesta época, numerosos projectos de assistência técnica em África. Nesse tempo, o CESO fornecia a The Economist, para publicação, informações correntes sobre as economias dos PALOP . Fica para o leitor saber mais, se visitar a página web referida, onde está citada a sua obra bibliográfica, que é imensa




A UDES precisa de uma explicação, por causa de muitos académicos do ISCTE terem pertencidos à União de Esquerda para o Sosialismo, essa explicação é referida assim: A UEDS foi um partido de esquerda português fundado em Janeiro de 1978. O partido tem as suas origens na Associação de cultura socialista - irmandade dos trabalhadores, uma organização socialista e em grupos de pessoas independentes ligadas ao Partido Socialista.
O partido participou nas eleições legislativas de 1980 en coligação com o Partido Socialista e a Acção Social Democrática Independente, sob a denominação de Frente Republicana e Socialista. Nas eleições seguintes, os membros do partido integraram as listas do Partido Socialista. Nas eleições presidenciais de 1986 os membros do partido separaram-se, uma parte apoiando Mário Soares e a outra Maria de Lurdes Pintasilgo. Retirado do sítio net: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Portugal+Uni%C3%A3o+da+Esquerda+para+a+Democracia+Socialista+UEDS&btnG=Pesquisar&meta= , pagina web: http://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_da_Esquerda_para_a_Democracia_Socialista O partido foi desactivado em 1986 e os seus membros inscreveram-se no Partido Socialista.. Um exemplo do que é ser académico e político, está também em Cambridge, na que Anthony Giddens era o Conselheiro do Primeiro Ministro Laborista, Tony Blair, outros, como Iain Wright, pertenciam, com ideologia Maoista, ao Partido Laborista, mas apoiava aos candidatos do Partido Laborista nos comícios e nas Eleições. Eu próprio, entre outros, éramos socialista do partido Trabalhista ou Laborista. Não era, porém, descabido , que no Chile de Allende as aulas fossem uma plateia ou um stand para dar aulas quase de propaganda, especialmente nos dias em que o regime perigava, como tenho referido em capítulos anteriores. Acrescentaria que toda Universidade não é apenas uma plataforma para a Ciência, bem como dentro de essa Ciência, há uma tendência ideológica que orienta o que é ensinado como plataforma das nossa pessoais ideias da vida social e ideologias. O ISCTE era campeão nesse ditos e re ditos argumentos e na orientação da Ciência Social, que sempre era um perigo para os ditadores, pelo que as Universidades eram ou fechadas, ou ministravam apenas cursos tecnológicos ou, com programas submetidos antes a autoridade governamental da educação, como foi o caso do Chile pós Allende. Não havia liberdade de ensino, como em geral, não há liberdade de ensino em ditadura nenhuma. Foi a ideia de Mário Murteira e Sedas Nunes, entrar pelos corredores denominados corporativistas para saber o que o inimigo pensava e, eventualmente, tentar manipular aos corporativistas para arrecadar agua par os seus moinhos.


António Firmino da Costa, para mim, um dos melhores amigos que tenho tido no ISCTE, a seguir JFA, colaborou comigo de tal maneira, que fez um inventário da biblioteca, junto com a sua mulher, também hoje doutorada em Sociologia. António Firmino queria ser Antropólogo. João FA debatia comigo que não podia retirar ao melhor docente da Sociologia, com enganos para o seduzir, a ele e a sua mulher, para serem Antropólogos. António Firmino tinha essa dúvida e não havia dia que não for ao meu Gabinete para debater comigo o como e o porquê da Antropologia. Não consegui convencer, era muito sociólogo para isso, para essa transferência. E fiz bem em não insistir, é hoje, como Maria das Dores também, os melhores sociólogos de Portugal, brilham no ISCTE. António está referido no sítio net: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=+Ant%C3%B3nio+Firmino+da+Costa&btnG=Pesquisar&meta= , especialmente na página web citada na net, com esse CV de 32 páginas, por enquanto: iscte.pt/arquivo.jsp?ficheiro=44.pdf Tenho comigo o livro que foi a sua tese,1999: Sociedade de Bairro, Celta Editores, Oeiras resultado de um prolongado trabalho de campo no bairro de Alfama. Essas 539 páginas são ouro em papel. Ganhamos um Sociólogo que trabalha com o método Etnográfico da Antropologia. O livro está recenseado em Análise Social, Nº 166, XXXVIII de 2003 do ICS, e pode-se ler na página web: http://www.ics.ul.pt/publicacoes/analisesocial/recensoes/166/graca.pdf
Maria das Dores para mim Dores Guerreiro, não apenas é uma excelente investigadora, como António, bem como uma excelente docente, muito dedicada ao seu trabalho de docência. Os dois aprenderam comigo o que, nesses anos, não era obrigatório: ensinar por meio de tutorias. Hoje, já com Bolonha dentro de nós, é parte da forma de ensinar. Está referida em: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Portugal+ISCTE+Professora+Maria+das+Dores+Guerreiro&btnG=Pesquisar&meta= especialmente na página web que refere o seu currículo DáGois: http://www.degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=0206940717367831 Tenho comigo o seu texto, oferecido a mim por ela, ao prestar provas de doutoramento em 1995, livro editado em 1996, na especialidade Famílias e Empresas, uma rara especialidade, mas que coloca a Sociologia no centro do universo da realidade. Enquanto nós andamos nos ritos, mitos e outras ervas benéficas para entender a mente humana, o que eu denomino a mente cultural, Maria das Dores no Laboratório Observa e com a minha antiga discípula, hoje a mulher do meu amigo da alma, JFA, Anália Torres Cardoso, não largam as entrevistas à famílias e trabalham de forma etnográfica. Mais uma Socióloga que também faz Etnografia. O seu livro é também uma mina de ouro, uma novidade nas Ciências Sociais! Parabéns! Maria das Dores está referida como investigadora, está referida com um impressionante CV, em: http://cies.iscte.pt/investigadores/ficha_completa.jsp?pkid=46&subarea=todos
Referida no sítio Net: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=ISCTE+Arlete+Amaral&btnG=Pesquisa+do+Google&meta= , como Secretaria do Centro de Sociologia ou CIISCTE
Mário Pinto era da Universidade do Porto, Professor em matérias ligadas as Ciências Sociais, como me informara o seu antigo discente, hoje Doutor e Catedrático da dita Universidade, José Fernando Madureira Pinto, não tinha muito tempo para se dedicar ao Conselho Pedagógico, pelo que a Presidência passou para mim. Aparece, na minha pesquisa, um Professor Doutor Mário Pinto, como docente de Ciências da Comunicação, mas não estou certo se é ou não o mesmo. Cabe ao leitor saber! A morada referida é a página web: http://www.webboom.pt/autordestaque.asp?ent_id=1116913&area=01 Foi este Mário Pinto quem iniciara ao Prof. José Fernando Madureira Pinto os elementos da ciência social que iam entusiasmar ao, hoje, melhor Sociólogo de Portugal. O seu nome foi referido à Adérito Serdas Nunes em 1971. Como JF Madureira Pinto estava em Lisboa a cumprir o seu serviço militar, foi capaz de acumular militarismo com ensino no antigo GIS-o ICS de hoje. Informação transmitida a mim por e-mail de 6 de Março de 2008, pelo próprio Professor Madureira Pinto. Altuar em que, com João Ferreira de Almeida, começaram a elaborar investigação em conjunto entre 1972 e 1974. Acabado o Serviço Militar, Jpsé Madureira Pinto tornou ao Porto para ensinar na sua Universidade.
Saiba ou não, fui sempre um grande admirador do seu dedicado e delicado trabalho no ISCTE, um pai fundador, esse madeirense que casou com uma a sua discente, Maria da Gloria, discente minha também e tiveram lindos filhos. Comentário não para fechar com esse “e viveram felizes para sempre”, mas para abrir, com esse comentário, as referências desse o meu segredo amigo. Segredo, porque um dia ao me convidar para a sua casa, e eu não aceitar por causa de trabalho, as nossas trocas simpáticas ficaram apenas dentro do campo do, por mim denominado, conveniente e adequado. Ajudou-me imenso com o secretariado do departamento. O José Manuel está referido no sítio Net: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Jos%C3%A9+Manuel+Paquete+de+Oliveira&btnG=Pesquisar&meta= como criador das expectativas jornalistas dos discentes e docentes, especialmente na página web: http://www.cecl.com.pt/rcl/08/rcl08-05.html e na pagina pdf: iscte.pt/arquivo.jsp?ficheiro=54.pdf -, que define o que ele ensina e a sua formação: Docente na área de Sociologia da Comunicação da Licenciatura em Sociologia no ISCTE, essa matéria que o nosso Departamento nunca considerara de relevância para nós, esse o nosso grande pecado, remediado já pela área que ele abriu no ISCTE e pela entrada do ISCTE ao sistema Bolonha de Universidades, feito por mim e Clara Afonso de Carvalho para o nosso Departamento. A sua obra está referida em: http://www.cecl.com.pt/rcl/08/rcl08-05.html
Com Rogério Roque Amaro intensificamos a actividade do Conselho pedagógico, integramos discentes e representantes das várias Licenciaturas, apenas três, nos anos 80. O Conselho Pedagógico era eleito de dois em dois anos. Rogério Roque Amaro e eu, estávamos sempre presentes. Conseguimos mudar parte do ensino no ISCTE, até, mais tarde, por causa de imenso trabalho, tivemos que o abandonar. Rogério Roque Amaro está referido no sítio net: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Rog%C3%A9rio+Roque+Amaro&btnG=Pesquisa+do+Google&meta= e o seu currículo na página web: http://www.degois.pt/visualizador/cv.jsp?key=2507566455510089 , que define as suas preferências de investigação: - Bairros degradados- Exclusão social. Devo agradecer a ele a colaboração fornecida a uma das minhas orientandas, a hoje Doutora Darlinda Moreira, especialidade matemática. Não apenas forneceu dados, bem como ofereceu o seu Arquivo dos bairros degradados que ele estudava em equipa com outros. Ao longo dos anos tenho insistido imenso para prestar provas de Agregação, sempre diz sim, mas não parece estar muito interessado....
Darlinda Moreira, esse o meu orgulho de investigdora, está referida no sítio net: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Darlinda+Moreira&btnG=Pesquisa+do+Google&meta= , especialmente na página web, que refere sua obra: http://www.webboom.pt/pesquisaHPautores.asp?autorId=25302 , especialmente a página web, com texto da persistente doutora em matemática da Universidade Aberta: http://www.spce.org.pt/sem/12.pdf , ou, ainda, com texto: http://www.spce.org.pt/sem/9900Darlinda.pdf


Jill Dias era para estar connosco no novo Departamento, mas havia tantas solicitações que iam


(Continua)
publicado por Carlos Loures às 15:00
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Quarta-feira, 15 de Setembro de 2010

A cobardia mata-nos várias vezes...

Luis Moreira

Era a loirinha mais linda que alguma vez vi, com os olhos mais azuis onde se espelhavam o mar e o céu, morava na alameda, ali perto de mim, vê-la sair para o liceu e ir atrás dela sem ter coragem de lhe falar era o meu desporto diário.

Um dia, alguem fez um baile lá em casa, e eu lá fui, nos meus dezasseis anos desengonçados, alto e magro, mexia-me bem, dancei com a loirinha, e logo lhe descobri um defeito, chamava-se Zelinda, passei a chamar-lhe "Linda" o que a fazia descobrir o sorriso mais lindo da terra.

A partir desse dia esperava-a à saída do bairro, íamos para o Liceu a conversar mas sempre em grupo, até ao dia que a esperei sozinho, ela quando me viu riu-se, mandou-me avançar como só as mulheres sabem fazer.Ainda não estava em mim, o matulão do bairro ía a passar viu e não gostou e disse-me do alto dos seus vinte anos "aquela é para mim" e eu devia ter-me atirado ao gajo e levado a maior tareia da minha vida, mas ficava com a loirinha e não andava, como ando, a chorar a minha cobardia, e a morrer vezes sem conta.
No outro dia encontrei o matulão, feito velho, a tremer de fumo e alcool, um gajo sem nada que o distinga, profissionalmente um burocrata medíocre e azedo, cheio de mesuras e fome de agradar, e eu morri novamente, foi aquilo que me afastou da "loirinha"...
publicado por Luis Moreira às 13:30
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