Segunda-feira, 18 de Abril de 2011

A "bolha" a seguir é nos alimentos- por Luis Moreira

Em 2008 tivemos aumentos nos preços das matérias primas descomunais, no petróleo, no arroz, no trigo, no milho...base da alimentação de milhões de pessoas.

 

Boas discussões se travaram naquela altura, uns que era a China, a Índia, o Brasil...a entrarem no consumo, muitos milhões de pessoas, outros, que se tratava de especulação. Desde logo porque não entram a consumir no curto prazo milhões de pessoas, esse aumento é gradual sendo por isso dificil de compreender que a uma procura gradual corresponda uma oferta brusca.

 

Mas antes de estes aumentos acontecerem há sempre quem fale neles, uns para prever e avisar, outros, para preparar quem vai pagar mais.Agora que as bolsas de acções, obrigações, fundos imobiliários, estão arrasados e é preciso dar tempo que o dinheiro dos contribuintes chegue aos bancos privados, para se voltar ao mesmo "jogo de casino", os especuladores voltam-se para as matérias primas.

 

Começam a comprar e a armazenar, nem saem do sítio onde foram compradas, ou estão no alto mar em navios que esperam a indicação de destino, e as matérias primas não chegam ao consumidor, os preços vão subindo, tudo pela "mão invisivel" que nada nem ninguem controla, o dinheiro sem rosto que transita entre off-shores sem nome, não regulado, sem impostos, só larga a presa com a intervenção dos estados que, tal como no caso dos bancos, paga tudo o que for necessário para "normalizar" os mercados...

 

O presidente do Banco Mundial diz que desde o ano passado o aumento de preços nas matérias primas foi de 26% o que atirou 44 Milhões de pessoas para a pobreza, juntando-as às 1,2 Mil Milhões de pobres já existentes.

 

Mas mesmo assim, diz-se não ao controlo de preços e a liberdade de circulação do dinheiro está assegurada, embora se comece a falar do seu controlo, mas só "em certas situações."

 

Os off - shores continuam a fazer o que bem entendem!

publicado por Luis Moreira às 23:10
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Sexta-feira, 18 de Fevereiro de 2011

Especulação/matérias-primas: Barnier reage

 

27/01/2011

Figaro

 

A França criticou duramente um relatório da Comissão Europeia que numa versão provisória recusava a existência de qualquer ligação entre a especulação e os preços das matérias-primas.


O Comissário europeu para os Serviços financeiros, o Francês Michel Barnier, lamentou quinta-feira “as pequenas controvérsias” dos últimos dias entre Paris e Bruxelas relativos à especulação sobre os preços das matérias primas , nomeadamente agrícolas.
Interrogado aquando de uma conferência de imprensa, considerou que tratava-se “de um problema grave”, a tratar   “sem estar a perder demasiado tempo sobre as pequenas polémicas ".

“Lamentei que este ou aquele  ministro entre em polémica  com a Comissão a partir de uma frase que nunca não foi objecto de uma validação política ", acrescentou.

A França criticou esta semana um relatório da Comissão europeia, que numa versão provisória recusava qualquer relação entre as especulações nos mercados e os cursos das matérias primas.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, ironisé segunda-feira sugerindo que se publique  este relatório no dia 1 Abril. O seu ministro da Agricultura, BrunoLe Maire, considerou no mesmo dia que se tratasse-se das conclusões definitivas de Bruxelas, “isso então quereria dizer que não vivíamos  no mesmo mundo ".

A Comissão defendeu-se afirmando que a frase controversa não tinha sido validada e já foi alterada. E retardou  a publicação do relatório  que, no entanto, estava  inicialmente anunciada por esta semana.

“O novo presidente do G20, o presidente da República francesa, tem razão em  querer agir sobre esta questão  " da volatilidade dos preços das matérias- primas, que “é necessário tratar seriamente”, ainda disse o Comissário  Barnier. “Estou convencido que há uma forma de especulação que acentua, acompanha, acelera esta volatilidade dos preços ", indicou.

“Não esperei ter provas para agir”, insistiu notando que vários das suas iniciativas recentes para controlar os mercados financeiros compreendiam propostas sobre as matérias primas, nomeadamente  sobre os produtos derivados ou as sobre as transacções bolsistas (MiFID).

 

 

 





 

 

 

 

 

publicado por Carlos Loures às 20:00

editado por Luis Moreira em 16/02/2011 às 19:26
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Quarta-feira, 8 de Dezembro de 2010

Países em Desenvolvimento, Matérias-primas e Cooperação Económica

O grupo de docentes da FEUC dinamizador e organizador do Ciclo Integrado de Cinema, Debates e Colóquios na FEUC, este ano intitulado Reflexões sobre a economia global em crise: migrantes, cidades, mercados, governação, vem com o presente texto dar a conhecer o programa da terceira sessão do Ciclo com o tema específico Países em Desenvolvimento, Matérias-primas e Cooperação Económica, que se realizará a 13 de Dezembro de 2010 e que contará com a presença de Alice Sindzingre, Olivier Vallée, Ricardo Soares de Oliveira, Carlos Pimenta, Adelino Fortunato e Joaquim Feio. Aproveitamos ainda para expor algumas das razões que levaram à realização desta sessão.

Mais do que nunca, hoje, os países em desenvolvimento constituem um duplo palco, são duas faces da mesma realidade: por um lado, estão sujeitos a uma pressão enorme no que diz respeito à apropriação das matérias-primas e, por outro, estão sujeitos a uma situação de crise que para muitos deles se pode tornar insustentável, na sequência da recessão mundial, na sequência da redução dos níveis de solidariedade institucional, na sequência da desarticulação dos mercados a nível global, na sequência da ausência de mecanismos de regulação. Neste jogo de sequências não deixa de ser importante analisar a evolução das posições assumidas pelas Instituições de Bretton Woods sobre os países em desenvolvimento, evolução essa que não pode ser considerada independente da entrada da China no comércio mundial e da sua participação, também ela, na apropriação das matérias-primas.

A concorrência mundial em torno das matérias-primas tem-se assim vindo a intensificar, tem-se vindo a apoiar nas vantagens que as empresas nela participantes podem usufruir dos respectivos poderes políticos. Estes mercados — aparentemente transparentes, uma vez que os seus preços são determinados em bolsa — vão-se transformando em mercados quase que subterrâneos, a dependerem cada vez mais dos poderes políticos e das capacidades de obtenção de direitos de exploração dos recursos, escapando tudo isto ao “normal funcionamento dos mercados”.

As relações políticas e económicas internacionais das próximas décadas mais do que poderem ser pensadas como “choque de civilizações”, poderão ser pensadas sobretudo como relações assentes na apropriação de rendas absolutas, assentes naquilo que podemos designar por “imperialismo dos recursos”, que necessariamente escapa à lógica dos mercados, à lógica das bolsas. Longe do imperialismo do velho Lenine, estamos num “imperialismo dos recursos”, que marcha em conjunto com o imperialismo financeiro que lhe está subjacente, estamos perante um imperialismo de luta pela apropriação de rendas absolutas e não tanto das rendas diferenciais à David Ricardo, mais-valias potenciais, portanto. E longe, muito longe, da transparência de mercados que é suposto ter a ver com as rendas diferenciais. Quem nos diz o exacto valor, por exemplo, do mineral coltan? Ninguém! Mas tem valor ou valores; por exemplo, 12 dólares na mina e 500 dólares no mercado. Como sublinha um dos nossos conferencistas, Olivier Vallée: “De uma certa maneira, o encontro do tigre chinês com os chacais das junior companies reproduz no século XXI uma modalidade de imperialismo multinacional a incidir nas sociedades divididas, fragmentadas, na realidade pós-colonial”.

África é disso um bom exemplo, o Congo um país de referência e o Katanga, uma das suas províncias, um dos cenários principais para ilustrar hoje este lado escuro da globalização, da violência estatal pela direito à apropriação dos recursos. Com efeito, como sublinha Thierry Michel, realizador do filme Katanga, a guerra do cobre:

“Joga-se no Katanga uma parte essencial da mundialização. Nesta província em que abundam riquezas, efectua-se aqui uma guerra económica temível entre as grandes companhias mineiras internacionais, mas também entre as grandes potências. Vê-se bem hoje como se confrontam aqui os interesses norte-americanos, mas também os asiáticos, principalmente os da China, cujo poder subiu fortemente e em muito pouco tempo no Katanga. Há também a Índia.

Verifiquei que fortes e temíveis desafios económicos se levantam no Katanga, onde se efectua uma dupla guerra: uma guerra económica, mas também uma guerra social, porque, apesar das riquezas importantes, continua a existir aqui ainda hoje uma miséria profunda da população; centenas de pessoas são obrigadas a escavar a terra apenas com as mãos, sem mais nada, a enfiarem-se pelas entranhas da terra e pelas galerias que não são de modo nenhum protegidas e que desmoronam regularmente, tudo isso para tentar assegurar a subsistência das suas famílias.”

Serão pois conferências e um filme sobre estas questões que serão apresentadas, são pois estas as matérias e os problemas que estarão em debate na Faculdade de Economia e no Teatro Académico Gil Vicente. Contamos, por isso, com o vosso apoio para a divulgação desta iniciativa e com a vossa presença para as discutir, as comentar, presença e apoio que antecipadamente agradecemos.

Pela Comissão Organizadora
Júlio Marques Mota

Terceira Sessão

Ciclo Integrado de Cinema, Debates e Colóquios na FEUC
DOC TAGV/FEUC, 2010-2011


Países em Desenvolvimento, Matérias-primas e Cooperação Económica


Dia 13 de Dezembro


15 horas

Auditório, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra


Conferências:

Ricardo Soares de Oliveira (Universidade de Oxford)
A China em África: anatomia e consequências da sua expansão

Alice Sindzingre (SOAS, Universidade de Londres)
As matérias-primas e a dependência dos países em desenvolvimento

Olivier Vallée (Economista e Consultor do FMI)
Os minérios africanos e as contradições da economia política do pós-desenvolvimento

Comentários: Carlos Pimenta (FEP), Joaquim Feio (FEUC), Adelino Fortunato (FEUC)


21h 15min
Teatro Académico de Gil Vicente


Documentário: Katanga, a guerra do cobre, Thierry Michel, 2009

Debate com Ricardo Soares de Oliveira, Olivier Vallée, Alice Sindzingre e Carlos Pimenta
publicado por Carlos Loures às 14:00
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