Sexta-feira, 10 de Setembro de 2010

A religiosidade de Marx, as ideias de Lutero e os comentários de Ratzinger -


Raúl Iturra


Ratzinger, comentador de Marx, aproxima-se. O que de Karl Heinrich Pembroke Marx, chama a atenção nas ideias do nosso analisado? Está todo explicado em dois livros meus, mas sintetizo para entender e publicar que Ratzinger faz dos Marxs, o seu cavalo de Tróia dentro do socialismo democrata. Ai onde o seu antecessor, Wojtila, luta durante dezenas de anos contra a social-democracia, que denomina comunismo, Ratzinger faz de Marx um pilar teórico da sua soberania papal. Ratzinger anda por perto do nosso país. Tem louvado Marx e parece entender o que o revolucionário diz.

No Concílio de Benevento de 1965, Ratzinger escreve um texto que diz:

Solidariedade Finalmente, chegamos à terceira palavra-chave: "solidariedade". Enquanto as duas primeiras palavras-chave, eucaristia e comunhão, foram tiradas da Bíblia e da tradição cristã, esta palavra chegou até nós do exterior. O conceito de "solidariedade" como o Arcebispo Cordes mostrou inicialmente desenvolveu-se no âmbito do primeiro socialismo por parte do Pe. Lerou (falecido em 1871), em contraposição à ideia cristã de amor, como a nova, racional e eficaz resposta ao problema social. Karl Marx explicou que o cristianismo tivera um milénio e meio de tempo para mostrar as suas capacidades e que agora estava suficientemente demonstrada a sua ineficiência; por conseguinte, era preciso percorrer novos caminhos. Durante decénios muitos pensaram que o modelo socialista sintetizado no conceito de solidariedade era finalmente o caminho para realizar a igualdade de todos, para erradicar a pobreza e estabelecer a paz no mundo. Hoje podemos observar o panorama de ruínas deixado por uma teoria e praxis social que não considera Deus.

É inegável que o modelo liberal da economia de mercado, sobretudo onde, sob a influência das ideias sociais cristãs foi orientado e corrigido, nalgumas partes do mundo alcançou grandes êxitos….. Texto completo, em: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20020602_ratzinger-eucharistic-congress_po.html


Ratzinger anda por perto de Portugal. Devemos saber…

E para saber, é preciso conhecer. Seu sacerdócio foi consagrado em 29 de Junho de 1951 e, um ano mais tarde, ele iniciou seu trabalho como professor na Escola Superior de Freising. Como doutor, sempre enfatizou em suas aulas a questão dos dogmas e dos fundamentos da teologia. Há muitas histórias que questionam sua participação na guerra, insinuando mesmo um envolvimento com o nazismo. De concreto, apenas sua participação nas fileiras do exército de Hitler. Ratzinger afirma, em sua autobiografia “Marco: Memórias: 1927-1977”, que ele e seu irmão foram aliciados pela Juventude Hitlerista – um grupo de natureza paramilitar, fundado em 1992, na Baviera, terra natal do Papa; seus membros se vestiam com um uniforme igual aos usados pelos adeptos do Partido Nazista. Esse detalhe foi o que mais provocou controvérsias na média quando se levantaram dados sobre o passado de Ratzinger.

Fonte: a sua autobiografia Ratzinger, Joseph. Lembranças da minha vida: autobiografia parcial (1927-1977); tradução de Frederico Stein, São Paulo: Paulinas, 2006. ISBN 85-356-1683-7, bem como http://g-sat.net/as-ciencias-ocultas-1085/papa-bento-xvi-joseph-ratzinger-302042.html. O jornal Haaretz de Israel, escreveu: "Apesar de que nunca foi sugerido que Ratzinger estivesse envolvido nas atrocidades nazistas, existe um contraste entre a sua história na Segunda Guerra Mundial e a de seu predecessor, o polacos João Paulo 2º, que participou em actividades anti-nazistas".

Para entender o seu interesse em Marx, é preciso conhecer Martinho Lutero

Marx pertencia a uma seita cristã fundada por Martinho Lutero denominada Protestante: nasce da cisão provocada pela excomunhão de Lutero, depois de este monge alemão ter exposto, em 1517, as suas 95 teses contra as indulgências. Lutero foi seguido por outros nomes que são referências do protestantismo: Calvino, Wycliff, Zwingli, Wesley e Knox, este último com pouca importância social. Na época do seu surgimento, ser membro de uma destas confissões, significava ser pobre e sem poder social. Só mais tarde o Luteranismo ganhou adeptos, continuando, todavia, a ser a Confissão Católica a dos aristocratas e dos ricos. Designa-se Protestantismo o conjunto de igrejas cristãs e doutrinas que se identificam com as teologias desenvolvidas no século XVI na Europa Ocidental, resultantes da tentativa de reforma da Igreja Católica Apostólica Romana, por parte de um importante grupo de teólogos e clérigos, entre os quais se destaca o ex-monge agostiniano Martinho Lutero, de quem as igrejas luteranas tomaram o nome. Porém, a maior parte dos cristãos europeus (especialmente na Europa meridional) não concordava com as tentativas de reforma, o que produziu uma separação entre as emergentes igrejas reformadas e uma reformulação na Igreja Católica, a chamada Contra-Reforma, que reafirmou explicitamente todas aquelas doutrinas rechaçadas pelo protestantismo (Concílio de Trento).

Quais os princípios do cristianismo, em geral, que me fazem associá-lo à teoria materialista de Marx? Há dois: 1- Amar a Deus acima de todas as coisas com toda a força do coração, com toda a força do entendimento. Isso é fundamental na vida de um ser humano, pois se não amamos a Deus também não o conhecemos e então como podemos almejar um dia morar no Céu de Deus? Conheça-o e aprenda a amá-lo de verdade lendo a sua palavra: «a Bíblia». Assim, estaremos mais certos de um dia poder vir a morar na casa de Deus.

2 – Amar o próximo como a ti mesmo. Outro princípio fundamental, pois se não amarmos as pessoas com quem convivemos nesta terra enfrentando os mesmos problemas e adversidades, como poderemos dizer que amamos Deus que não se vê? A Bíblia diz que se não amarmos o próximo, mas dizemos que amamos Deus, somos mentirosos.

Se comparamos o que sabemos do cristianismo de Marx, reparamos de imediato que há dois momentos importantes na sua vida: quando ama a divindade e, em consequência, o próximo; e quando ama o próximo e luta por ele, esquecendo a divindade. Do primeiro momento falo em texto separado. Do segundo, ataco já. A vida de Marx o faz dedicar esforços à luta contra os que exploram o povo. Bem sabemos que esse momento se inicia com a questão judaica, em 1843. É cristão, mas os problemas germânicos com a sua etnia de origem (hebraica) despoletam a sua atenção. Recorrendo ao seu saber luterano sai em defesa dos hebreus, começando, simultaneamente, a sua luta contra a exploração. A conversão à confissão luterana foi conveniente ao pai, como seria mais tarde ao próprio Karl Heinrich: da teoria económica de Lutero retirou, também , os seus princípios materialistas e deu-lhe um sustento ético e moral que precisava para a sua vida desarrumada por se tratar de um socialista radical que lutava contra ideias iluministas, como acontecera com Bruno Bauer , Pierre Joseph Proudhon , Georg Friedrich Hegel e Ludwig Feurebach . Estes autores, começam com uma crítica ao filósofo que defende ideais que lhe permitem definir conceitos para organizar a sua teoria do materialismo histórico e dialéctico, importantes para a sua verdadeira luta, que começa em 1848 com o Manifesto Comunista.

Karl Marx era muito versado no materialista dialéctico, aprendido de Hegel. Usava as fraquezas dos argumentos dos filósofos socialistas, o que lhe custara, entre outras coisas, a amizade: todos deixavam de ser seus amigos e colegas mal apareciam textos que contrariavam a sua filosofia. Atacava as pessoas? Não, apenas as ideias. O problema era que quem era rebatido por Marx, passava a ser um ideólogo em desgraça e perdia adeptos, como foi o caso de Bauer. Marx não envergonhava ninguém, usava os argumentos leves do seu rival filosófico, para, a partir do debate, construir a sua teoria e os seus conceitos. Assim foi como o nosso analisado criou a teoria do materialismo histórico.








A sua fé luterana apoiava-o. Recusava a autoridade do Papa, o culto dos santos e da Virgem Maria e via os sacramentos de um modo mais desvalorizado do que os católicos (dependendo essa valorização de cada uma das confissões).



A ruptura de Lutero era uma metáfora da ruptura de Marx com a burguesia à qual pertencia e com a aristocracia, berço da sua mulher. A ruptura de Lutero, baseada na ideia da sola fide, sola scriptura (só a fé e a Escritura é que salvam), cria uma multiplicidade de grupos: reformados, evangélicos, calvinistas, presbiterianos, etc. A estrutura destas Igrejas quase não tem hierarquia: esta resume-se pouco mais que ao pastor ou presbítero (equivalente ao padre, mas que pode casar) e, às vezes, ao bispo (que também pode casar). Metáfora de Marx de uma só União dos Trabalhadores e de apenas uma permanente Reunião Internacional, realizada em vários sítios ou países onde haja operariado.









A rebelião de Lutero foi contra o abuso económico cometido pelos que tinham meios e retiravam ainda mais dos bens dos mais pobres. A rebelião de Lutero não foi contra a confissão cristã, mas sim, contra a sua utilização abusiva para com os trabalhadores rurais e artesanais e o trabalho operário industriais. Sabe-se que a confissão luterana é uma teoria económica. E não apenas a luterana: toda a crença cristã é uma organização da relação das pessoas com os bens, como analiso noutros livros. Não é uma mera casualidade, que o fundador da economia na Grã-Bretanha tenha sido um presbítero da Igreja Protestante Escocesa, Adam Smith, o pai de toda a economia, bem como um praticante católico romano, com inclinações de huguenote, François Quesnay. Aliás, sabemos que Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino, sacerdotes romanos, foram as pessoas que definiram o conceito pecado como um mal que afecta a humanidade: era por todos conhecidos que a avareza e a usura eram um mal para os devedores, que afectava a divindade. O que os fundadores da economia e do socialismo fazem é separar a teologia, teoria, ideia nunca pensada pelos outros, e dedicar o seu acreditar na divindade em assuntos pragmáticos. Quesnay ensinou como e quando se deve semear, Smith criou sistemas de cálculo para se saber investir. Como fez o próprio Marx nos seus textos, não filosóficos, baseados na economia a que denominou materialismo histórico. Nem Quesnay nem Smith dedicam o seu tempo a estes interesses, ocupados como estavam em entender como todos podiam trabalhar (no quê e como). É preciso lembrar que os luteranos e presbiterianos foram influenciados pela teoria calvinista, que sabia como retirar lucro do dinheiro ganho no trabalho, actividade de que falam Lutero, Smith e o próprio Quesnay, à sua maneira. No texto de 1905, Max Weber analisa de forma comparativa as religiões. No entanto, «esqueceu-se» de ler Martin Lutero do Século XVI, que tinha feito da sua confissão reformada, uma teoria económica. Marx não foi o único rebelde, teve um ancestral de sua confissão, este Martinho Lutero de quem falo, que criou uma grande revolução em todo o mundo quando afirmou que ao misturar fé, dinheiro e capital o ser humano perde a salvação da sua alma. Salvação da alma, o mais desejado e esperado pelos seres humanos desses tempos. Como sabemos, a partir do Século XIII, as pessoas do Continente europeu orientavam as suas vidas pela Teologia, por homilias de frades faladas em latim, língua que apenas os eruditos dominavam e reproduziam nos livros, por pensarem que era a devida para falar com respeito à divindade ocidental. Porém, o mundo muda e na época que denominamos Renascimento tudo acontece. Reformas das formas de pensar, da economia, da religião, a descoberta de outros mundos e a combinação do que era fé com a teoria económica.
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publicado por Carlos Loures às 03:00
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Quarta-feira, 12 de Maio de 2010

A religiosidade de Marx,as ideias de Lutero, e os comentários de Ratzinger-2

Raúl Iturra

Poucos sabem, talvez, como a Reforma mudou a atitude dos cristãos em relação ao dinheiro.

Nos seus estudos, Karl Heinrich analisou e aderiu às ideias de Martinho Lutero. Pastor de almas que introduzira as boas-novas: o valor da pessoa era totalmente independente do seu sucesso, que era avaliado em termos de renúncia do mundo ou em quantidade de bens adquiridos. Com isso, passou a travar uma dupla batalha, contra o ascetismo monástico e o emergente capitalismo. Na verdade, os dois – salvação por obras e esforço humano – são os lados da mesma moeda. Ideias aprendidas por Marx na sua catequese luterana e que ficaram impingidas no seu espírito e mente cultural.

Os pobres ganhavam mérito pela sua pobreza e humildade e os ricos ganhavam--o ao contribuir generosamente para os necessitados. Os gananciosos usavam mal as coisas materiais no seu desejo de adquirir posses e bens; os ascetas relacionavam-se mal com o mundo no seu esforço de abandoná-lo. O resultado final, em ambos os casos, era a insegurança pessoal, já que se colocava confiança na realização pessoal e não em Deus. Essa divindade que o luterano Marx analisava nos textos de debate com outros filósofos, para a qual define um papel social, em 1848, no Manifesto Comunista, como Lutero tinha feito ao estudar a Bíblia - torná-la protestante ao reescrevê-la nos seus princípios teológicos.

Os princípios capitalistas, como o facto de ganhar dinheiro usando o próprio dinheiro, eram incipientes no tempo de Lutero, mas ganharam força e influência na época de Marx. Lutero abominava os capitalistas calculistas: percebia que a sua prática divorciava o dinheiro de finalidades humanitárias e criava uma economia de aquisição. Pregava continuamente contra a crescente economia de créditos e empréstimos e identificava os avarentos e agiotas como os maiores inimigos da humanidade, depois do próprio Diabo.
A fim de aumentar a sua renda, dizia Lutero, o agiota deseja que o mundo inteiro se arruíne e que assim haja fome, sede, miséria e necessidade; dessa forma, todos dependerão dele e serão seus escravos, como se ele fosse Deus. Semelhante às críticas de Marx nos seus textos sobre o Valor de 1862 e 1863, intitulados Teorias da Mais-Valia e no de 1865: Valor, Preço e Lucro.

Essa cobiça por lucros dizia Lutero, antes de Marx, tinha diversas e engenhosas expressões: vendas a prazo, empréstimos, manipulação do mercado (por reter ou despejar mercadorias), criação de cartéis e monopólios, falsificação de falências, comércio de futuros e falsificação de bens. Essas formas de disfarçar a prática de juros abusivos (usura) afectavam todos, principalmente os pobres. Por isso, Lutero exortava os pastores para condenarem a usura colocando-a na mesma classe do roubo e do homicídio e não aceitassem agiotas na comunhão, a menos que se arrependessem. Marx analisou estes conceitos para a sua utopia de Sociedade Comunista que, sem saber, Lutero tinha já adiantado nos seus textos pastorais.

É importante observar que a preocupação de Lutero não era apenas em relação ao uso individual do dinheiro, mas principalmente quanto ao sério dano social inerente na idolatria das “leis” do mercado. A ideia de um “mercado impessoal” e de “leis autónomas da economia” eram-lhe repugnantes, pois entendia-as como idólatras e socialmente destrutivas. Para Marx esse mercantilismo traduz-se numa mais-valia, ideia que, naturalmente, não foi usada por Lutero por se tratar de um conceito definido por Marx, séculos mais tarde. Na obra O Capital, datada de 1862, Marx considera que a sociedade inteira será ameaçada pelo poder financeiro de um pequeno número de grandes centros económicos. A emergente economia mundial começava a engolir as economias locais e urbanas e logo, uma força económica imune a outras leis ou princípios, destruía o etos (natureza moral e princípios governantes) da comunidade local .

Como anteriormente referi, no renascimento mudaram as formas de pensar, mas mudaram também as formas de trabalho, que passarei a analisar. Com o advento da Idade Moderna começou a acabar o servilismo, e, em consequência, o feudalismo. Embora, em trabalhos anteriores (especialmente nos 1988 e 1989), tenha já definido estes conceitos, parece-me, neste contexto, ser útil explicar o conceito do modo de produção feudal para entendermos o aparecimento do capitalismo, como fez Marx e o modo de produção denominado capitalista , conceito muito usado mas nunca definido (motivo que me leva a uma digressão de notas de rodapé). Aparece na época do declínio do modo de produção feudal, quando os servos da gleba não recebiam dinheiro pelo trabalho que faziam: semear, plantar, tomar conta do gado e servir na casa do senhor feudal (feudatário ou dependente), súbdito feudais que, sem receber salário, entregavam como renda a maior parte do produto ao proprietário da terra, que, por sua vez, nos tempos da Monarquia Absoluta , entregavam uma parte ao Rei.
Hobsbawm, no início (Prefácio) do seu livro A era do Capital (p. 11), diz com todo o ímpeto: Na década de 1860 foi introduzida uma palavra no vocabulário político e económico do mundo: a palavra capital. Pareceu-nos portanto oportuno intitular o presente volume A Era do Capital, título que recorda o da principal obra do crítico mais penetrante do capitalismo, Das Kapital, de Karl Marx (1867) .
É assim que podemos já procurar a origem da análise sobre o conceito capital, que Marx criou e que muitos de nós continuamos a estudar, para tentar entender as relações sociais na estrutura sócio económica de qualquer agrupamento cultural, denominado também sociedade.

Porque designo estrutura socioeconómica? Porque é o trabalho que rende dinheiro que passa a ser lucro e sustenta a vida social e a sua hierarquia. Toda a estrutura social está orientada por uma hierarquia de pessoas: os que obedecem e os que orientam, os eleitos e os eleitores, as pessoas consagradas para exercer um ministério religioso e os seus seguidores, e, como gosto sempre de acrescentar, os que pertencem à cultura dos doutores e os do povo. Estas ideias são denominadas método funcionalista , por cada pessoa ter um papel para realizar, uma função adscrita e adquirida, entregue pela vida cultural do grupo. Diferente das ideias do estruturalismo, definidas também na nota de rodapé do funcionalismo. A diferença é que o funcionalismo descreve, enquanto o estruturalismo compara e é dessa comparação que decide o que é útil e o que não parece ser verdade.

Nenhuns destes métodos eram satisfatórios para Karl Marx. Aliás, eram métodos que ainda não existiam dentro da cronologia do tempo, era impossível, por isso, usá-los. Não havia a ideia de método comparativo, apenas a cartesiana de ver para acreditar. Na procura de entender a realidade, usou ideias políticas, a partir das quais elaborou um método, retirado dos seus estudos com Hegel, o dialéctico. Ao usar a economia como base da análise das relações sociais, conjugando-a com o método referido, cria o método materialista dialéctico. Recorrendo à teoria económica socialista de David Ricardo, usada para entender a definição do valor do trabalho, aprendendo com Quesnay o mercantilismo e com Smith, a inclinação do ser humano para o trabalho e discordando dos três autores, cria a sua própria teoria, que levaria anos a formular, a do capital, que passaremos a analisar.

Mas antes, quero novamente reiterar, que não defendo que Marx tenha sido um homem religioso, mas sim um profundo conhecedor sobre ideias de fé e confissão (não nos esqueçamos que foi catequizado nas ideias de Lutero sobre economia e religião), ideias que soube usar para a criação da sua própria teoria do materialismo histórico.

Voltemos então à teoria sobre o Capital e ao texto redigido por Jenny Marx, que começa com a análise das condições históricas da revolução europeia: Um espectro ronda a Europa – o espectro do comunismo. Todas as potências da velha Europa unem-se numa Santa Aliança para conjurá-lo: o papa e o czar, Metternich e Guizot , os radicais da França e os policiais da Alemanha. Que partido de oposição não foi acusado de comunista por seus adversários no poder? Que partido de oposição, por sua vez, não lançou a seus adversários de direita ou de esquerda a pecha infamante de comunista?

Duas conclusões decorrem desses factos:
1a. O comunismo já é reconhecido como força por todas as potências da Europa;
2.a. É tempo de os comunistas exporem, à face ao mundo inteiro, seu modo de ver, seus fins e suas tendências, opondo um manifesto do próprio partido à lenda do espectro do comunismo” . Marx e Engels estão conscientes que o seu objectivo é um facto que aterroriza a burguesia e os proprietários do capital. O Manifesto é um documento histórico que argumenta sobre a substituição de antigas religiões por novas formas de fé, do nascimento do proletariado (com o fim do feudalismo) e do predomínio de outro grupo, a burguesia, em tempos, revolucionário. Burguesia que se rebelou contra a aristocracia ou proprietários feudais de terras que rendiam, sem serem trabalhadas por eles. A base era o contrato de enfiteuse. Operavam sobre os terrenos trabalhadores rurais ou foreiros, ou pessoas sujeitas ao proprietário das terras, que deviam pagar foro ou pensão anual que o enfiteuta paga ao senhorio directo. Enfiteuta ou pessoa que tem o domínio útil do prédio por enfiteuse ou convenção pela qual o dono de um prédio transfere para outrem o seu domínio útil em troca de um foro.
publicado por Carlos Loures às 14:00
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Socialismo ou barbárie - 1

Carlos Loures

Um termo, um nome que ouçamos uma primeira vez de forma consciente, passa, a partir de então, a sair-nos ao caminho a cada momento. A primeira vez que ouvi falar de Castoriadis foi em Paris, no Albergue de Juventude de La Chapelle onde estava instalado. Havia umas dezenas de jovens de ambos os sexos e de diversas nacionalidades em dois dormitórios. O refeitório era comum e a cozinha onde preparávamos as refeições também.

Foi no refeitório que um sueco que me queria vender uns sapatos, me abordou um fim de tarde perguntando-me num cómico espanhol: Quieres comprar zapatos? Calço 40/41 e o tipo com quase dois metros de altura, calçava 46 ou 47.Expliquei-lhe que, por todas as razões, o negócio não era viável. Sentou-se desanimado, pousou os sapatos, grandes como porta-aviões. Falou-me no Socialisme ou Barbarie e em Castoriadis. Isto passou-se no Outono de 1959. Regressei antes do Natal e, volta que não volta, o jornal Socialisme ou Barbarie e o Castoriadis apareciam-me em citações, transcrições, referências. Foi quando li (em edições brasileiras) a obra de Gramsci. Não concordava com o rigor autocrático do leninismo, mas não tinha argumentos para opor ao leninismo reinante, mesmo fora do PC. Gramsci, Pannekoek e Castoriadis forneceram-me esses argumentos.

A certa altura, já depois de ter estado envolvido num partido saído de uma cisão no PC (a FAP), por altura de 1966 ou 1967, comecei a interessar-me pelas teses de Anton Pannekoek, teórico marxista holandês que propugnava a prevalência dos conselhos operários sobre os partidos políticos e os sindicatos como os pilares de uma sociedade comunista. Estas eram, segundo ele, organizações típicas do século XIX e que se revelavam disfuncionais na prática política de um século depois. Mas nem tudo o que vem de trás está desactualizado. Voltemos á minha viagem pela filosofia política - a tese básica de Pannekoek fora formulada a partir de Marx: "A emancipação dos trabalhadores é obra dos próprios trabalhadores" e os conselhos operários eram pensados como órgãos do processo revolucionário e de uma nova sociedade fundada na autogestão.

Depois, nas minhas leituras. lá me surgiu o Pannekoek a entrar em rota de colisão com o Castoriadis de que falara o sueco. Eu estava desfasado no tempo. Lia isto em 1970 ou 1971 e o Pannekoek morrera em 1960. A seguir a Abril de 1974, muita gente, me falava de Castoriadis e de Pannekoek. Até que em 1979, a editora Regra do Jogo, dirigida editorialmente pelo meu amigo Fernando Pereira Marques, lançou numa magnífica tradução de Miguel Serras Pereira uma colectânea de ensaios de Castoriadis «A Experiência do Movimento Operário» que li e reli e copiei e citei e se transformou num livro de cabeceira. Quem era então este Castoriadis?



Cornelius Castoriadis nasceu em Constantinopla (Istambul)em 11 de Março de 1922 e morreu em Paris em 26 de Dezembro de 1997. Era, pois, um filósofo grego radicado em França, vindo a ser considerado um dos maiores expoentes da filosofia francesa do século XX. Autor de uma vasta obra de filosofia política. Na linha de Pannekoek, foi o grande filósofo da autonomia. Na sua obra, destacam-se: Instituição Imaginária da Sociedade, Encruzilhadas do Labirinto e Socialismo ou Barbárie.



Socialismo ou Barbarie foi um grupo socialista libertário radical francês do período pós-guerra (o nome tem origem numa frase de Rosa Luxemburgo num ensaio de 1916, 'The Junius Pamphlet). O grupo existiu entre 1948 e 1965. A personalidade nuclear do movimento era Castoriadis, também conhecido como Pierre Chaulieu ou Paul Cardan. Oriundo da Quarta Internacional (trotskista), onde Castoriadis e Claude Lefort constituíram uma tendência Partido Comunista Internacionalista francês, em 1946.

Em 1948, abandonaram o trotskismo e formaram o Socialisme ou Barbarie, cujo jornal começou a aparecer em Março de 1949. Castoriadis mais tarde disse a respeito desse período "... a principal audiência do grupo e do jornal era formada por grupos da antiga esquerda radical: Bordigistas - seguidores de Amadeo Bordiga (1889-1970) destacado socialista italiano - comunistas de conselho, alguns anarquistas e alguns órfãos da "esquerda" alemã dos anos 1920". Foram assimilados pela Tendência Johnson-Forest, que se desenvolveu como um corpo de ideias dentro das organizações trotskistas americanas. Uma facção desse grupo formou mais tarde o grupo Facing Reality. Os primeiros tempos trouxeram os tais debates com Anton Pannekoek e um influxo de ex-Bordigistas para o grupo.

(Continua)
publicado por Carlos Loures às 12:00
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Terça-feira, 11 de Maio de 2010

Algumas imagens da geneologia da família Marx, por Raul Iturra

1835 Jenny von Westphalen


1850 Helen Demuth


1850 Jenny von Westphalen


1860 Jenny Marx


1850 Laura Marx


1864 Jenny, Laura, Eleanor, Karl, Fred


1870 Paul e Laura Lafargue





1895 Eleanor Marx


1870 Lizzy Burns
publicado por estrolabio às 14:08
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A religiosidade de marx, as ideias de Lutero e os comentários de Ratzinger -1

Raúl Iturra

Ratzinger, comentador de Marx, aproxima-se. O que de Kart Heirich Presborck Marx, chama a atenção nas ideias do nosso analisado? Está todo explicado em dois livros meus, mas sintetizo para entender e publicar que Ratzinger faz dos Marxs, o seu cavalo de Tróia dentro do socialismo democrata. Ai onde o seu antecessor, Wojtila, luta durante dezenas de anos contra a social-democracia, que denomina comunismo, Ratzinger faz de Marx um pilar teórico da sua soberania papal. Ratzinger anda por perto do nosso país. Tem louvado Marx e parece entender o que o revolucionário diz.

No Concílio de Benevento de 1965, Ratzinger escreve um texto que diz:
Solidariedade Finalmente, chegamos à terceira palavra-chave: "solidariedade". Enquanto as duas primeiras palavras-chave, eucaristia e comunhão, foram tiradas da Bíblia e da tradição cristã, esta palavra chegou até nós do exterior. O conceito de "solidariedade" como o Arcebispo Cordes mostrou inicialmente desenvolveu-se no âmbito do primeiro socialismo por parte do Pe. Lerou (falecido em 1871), em contraposição à ideia cristã de amor, como a nova, racional e eficaz resposta ao problema social. Karl Marx explicou que o cristianismo tivera um milénio e meio de tempo para mostrar as suas capacidades e que agora estava suficientemente demonstrada a sua ineficiência; por conseguinte, era preciso percorrer novos caminhos. Durante decénios muitos pensaram que o modelo socialista sintetizado no conceito de solidariedade era finalmente o caminho para realizar a igualdade de todos, para erradicar a pobreza e estabelecer a paz no mundo. Hoje podemos observar o panorama de ruínas deixado por uma teoria e praxis social que não considera Deus.

É inegável que o modelo liberal da economia de mercado, sobretudo onde, sob a influência das ideias sociais cristãs foi orientado e corrigido, nalgumas partes do mundo alcançou grandes êxitos….. Texto completo, em: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20020602_ratzinger-eucharistic-congress_po.html
Ratzinger anda por perto de Portugal. Devemos saber…

E para saber, é preciso conhecer. Seu sacerdócio foi consagrado em 29 de Junho de 1951 e, um ano mais tarde, ele iniciou seu trabalho como professor na Escola Superior de Freising. Como doutor, sempre enfatizou em suas aulas a questão dos dogmas e dos fundamentos da teologia. Há muitas histórias que questionam sua participação na guerra, insinuando mesmo um envolvimento com o nazismo. De concreto, apenas sua participação nas fileiras do exército de Hitler. Ratzinger afirma, em sua autobiografia “Marco: Memórias: 1927-1977”, que ele e seu irmão foram aliciados pela Juventude Hitlerista – um grupo de natureza paramilitar, fundado em 1992, na Baviera, terra natal do Papa; seus membros se vestiam com um uniforme igual aos usados pelos adeptos do Partido Nazista. Esse detalhe foi o que mais provocou controvérsias na média quando se levantaram dados sobre o passado de Ratzinger.

Fonte: a sua autobiografia Ratzinger, Joseph. Lembranças da minha vida: autobiografia parcial (1927-1977); tradução de Frederico Stein, São Paulo: Paulinas, 2006. ISBN 85-356-1683-7, bem como http://g-sat.net/as-ciencias-ocultas-1085/papa-bento-xvi-joseph-ratzinger-302042.html. O jornal Haaretz de Israel, escreveu: "Apesar de que nunca foi sugerido que Ratzinger estivesse envolvido nas atrocidades nazistas, existe um contraste entre a sua história na Segunda Guerra Mundial e a de seu predecessor, o polacos João Paulo 2º, que participou em actividades anti-nazistas".

Para entender o seu interesse em Marx, é preciso conhecer Martinho Lutero

Marx pertencia a uma seita cristã fundada por Martinho Lutero denominada Protestante: nasce da cisão provocada pela excomunhão de Lutero, depois de este monge alemão ter exposto, em 1517, as suas 95 teses contra as indulgências. Lutero foi seguido por outros nomes que são referências do protestantismo: Calvino, Wycliff, Zwingli, Wesley e Knox, este último com pouca importância social. Na época do seu surgimento, ser membro de uma destas confissões, significava ser pobre e sem poder social. Só mais tarde o Luteranismo ganhou adeptos, continuando, todavia, a ser a Confissão Católica a dos aristocratas e dos ricos. Designa-se Protestantismo o conjunto de igrejas cristãs e doutrinas que se identificam com as teologias desenvolvidas no século XVI na Europa Ocidental, resultantes da tentativa de reforma da Igreja Católica Apostólica Romana, por parte de um importante grupo de teólogos e clérigos, entre os quais se destaca o ex-monge agostiniano Martinho Lutero, de quem as igrejas luteranas tomaram o nome. Porém, a maior parte dos cristãos europeus (especialmente na Europa meridional) não concordava com as tentativas de reforma, o que produziu uma separação entre as emergentes igrejas reformadas e uma reformulação na Igreja Católica, a chamada Contra-Reforma, que reafirmou explicitamente todas aquelas doutrinas rechaçadas pelo protestantismo (Concílio de Trento).

Quais os princípios do cristianismo, em geral, que me fazem associá-lo à teoria materialista de Marx? Há dois: 1- Amar a Deus acima de todas as coisas com toda a força do coração, com toda a força do entendimento. Isso é fundamental na vida de um ser humano, pois se não amamos a Deus também não o conhecemos e então como podemos almejar um dia morar no Céu de Deus? Conheça-o e aprenda a amá-lo de verdade lendo a sua palavra: «a Bíblia». Assim, estaremos mais certos de um dia poder vir a morar na casa de Deus.

2 – Amar o próximo como a ti mesmo. Outro princípio fundamental, pois se não amarmos as pessoas com quem convivemos nesta terra enfrentando os mesmos problemas e adversidades, como poderemos dizer que amamos Deus que não se vê? A Bíblia diz que se não amarmos o próximo, mas dizemos que amamos Deus, somos mentirosos.

Se comparamos o que sabemos do cristianismo de Marx, reparamos de imediato que há dois momentos importantes na sua vida: quando ama a divindade e, em consequência, o próximo; e quando ama o próximo e luta por ele, esquecendo a divindade. Do primeiro momento falo em texto separado. Do segundo, ataco já. A vida de Marx o faz dedicar esforços à luta contra os que exploram o povo. Bem sabemos que esse momento se inicia com a questão judaica, em 1843. É cristão, mas os problemas germânicos com a sua etnia de origem (hebraica) despoletam a sua atenção. Recorrendo ao seu saber luterano sai em defesa dos hebreus, começando, simultaneamente, a sua luta contra a exploração. A conversão à confissão luterana foi conveniente ao pai, como seria mais tarde ao próprio Karl Heinrich: da teoria económica de Lutero retirou, também , os seus princípios materialistas e deu-lhe um sustento ético e moral que precisava para a sua vida desarrumada por se tratar de um socialista radical que lutava contra ideias iluministas, como acontecera com Bruno Bauer , Pierre Joseph Proudhon , Georg Friedrich Hegel e Ludwig Feurebach . Estes autores, começam com uma crítica ao filósofo que defende ideais que lhe permitem definir conceitos para organizar a sua teoria do materialismo histórico e dialéctico, importantes para a sua verdadeira luta, que começa em 1848 com o Manifesto Comunista.

Karl Marx era muito versado no materialista dialéctico, aprendido de Hegel. Usava as fraquezas dos argumentos dos filósofos socialistas, o que lhe custara, entre outras coisas, a amizade: todos deixavam de ser seus amigos e colegas mal apareciam textos que contrariavam a sua filosofia. Atacava as pessoas? Não, apenas as ideias. O problema era que quem era rebatido por Marx, passava a ser um ideólogo em desgraça e perdia adeptos, como foi o caso de Bauer. Marx não envergonhava ninguém, usava os argumentos leves do seu rival filosófico, para, a partir do debate, construir a sua teoria e os seus conceitos. Assim foi como o nosso analisado criou a teoria do materialismo histórico.


A sua fé luterana apoiava-o. Recusava a autoridade do Papa, o culto dos santos e da Virgem Maria e via os sacramentos de um modo mais desvalorizado do que os católicos (dependendo essa valorização de cada uma das confissões).
A ruptura de Lutero era uma metáfora da ruptura de Marx com a burguesia à qual pertencia e com a aristocracia, berço da sua mulher. A ruptura de Lutero, baseada na ideia da sola fide, sola scriptura (só a fé e a Escritura é que salvam), cria uma multiplicidade de grupos: reformados, evangélicos, calvinistas, presbiterianos, etc. A estrutura destas Igrejas quase não tem hierarquia: esta resume-se pouco mais que ao pastor ou presbítero (equivalente ao padre, mas que pode casar) e, às vezes, ao bispo (que também pode casar). Metáfora de Marx de uma só União dos Trabalhadores e de apenas uma permanente Reunião Internacional, realizada em vários sítios ou países onde haja operariado.

A rebelião de Lutero foi contra o abuso económico cometido pelos que tinham meios e retiravam ainda mais dos bens dos mais pobres. A rebelião de Lutero não foi contra a confissão cristã, mas sim, contra a sua utilização abusiva para com os trabalhadores rurais e artesanais e o trabalho operário industriais. Sabe-se que a confissão luterana é uma teoria económica. E não apenas a luterana: toda a crença cristã é uma organização da relação das pessoas com os bens, como analiso noutros livros. Não é uma mera casualidade, que o fundador da economia na Grã-Bretanha tenha sido um presbítero da Igreja Protestante Escocesa, Adam Smith, o pai de toda a economia, bem como um praticante católico romano, com inclinações de huguenote, François Quesnay. Aliás, sabemos que Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino, sacerdotes romanos, foram as pessoas que definiram o conceito pecado como um mal que afecta a humanidade: era por todos conhecidos que a avareza e a usura eram um mal para os devedores, que afectava a divindade. O que os fundadores da economia e do socialismo fazem é separar a teologia, teoria, ideia nunca pensada pelos outros, e dedicar o seu acreditar na divindade em assuntos pragmáticos. Quesnay ensinou como e quando se deve semear, Smith criou sistemas de cálculo para se saber investir. Como fez o próprio Marx nos seus textos, não filosóficos, baseados na economia a que denominou materialismo histórico. Nem Quesnay nem Smith dedicam o seu tempo a estes interesses, ocupados como estavam em entender como todos podiam trabalhar (no quê e como). É preciso lembrar que os luteranos e presbiterianos foram influenciados pela teoria calvinista, que sabia como retirar lucro do dinheiro ganho no trabalho, actividade de que falam Lutero, Smith e o próprio Quesnay, à sua maneira. No texto de 1905, Max Weber analisa de forma comparativa as religiões. No entanto, «esqueceu-se» de ler Martin Lutero do Século XVI, que tinha feito da sua confissão reformada, uma teoria económica. Marx não foi o único rebelde, teve um ancestral de sua confissão, este Martinho Lutero de quem falo, que criou uma grande revolução em todo o mundo quando afirmou que ao misturar fé, dinheiro e capital o ser humano perde a salvação da sua alma. Salvação da alma, o mais desejado e esperado pelos seres humanos desses tempos. Como sabemos, a partir do Século XIII, as pessoas do Continente europeu orientavam as suas vidas pela Teologia, por homilias de frades faladas em latim, língua que apenas os eruditos dominavam e reproduziam nos livros, por pensarem que era a devida para falar com respeito à divindade ocidental. Porém, o mundo muda e na época que denominamos Renascimento tudo acontece. Reformas das formas de pensar, da economia, da religião, a descoberta de outros mundos e a combinação do que era fé com a teoria económica.
publicado por Carlos Loures às 08:16
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