Segunda-feira, 20 de Junho de 2011

Os Indignados (Um profundo olhar sobre a situação actual da juventude, sobre a democracia) [1], por Domenico Mario Nuti

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Traduzido e por apresentado por Júlio Marques Mota.

 

 

Los indignados

Junho de 2011


Estes dias de indignação são a expressão de um verdadeiro e adequado direito, diremos mesmo que são a expressão de um sentimento de indignação que de modo quase que obrigatório devemos todos nós sentir e exprimir. Foi fortemente defendido por Stéphane Hessel, um homem de 93 anos ex-combatente da resistência francesa, no seu influente documento de reflexão Indignez-Vous (2010) embora muitas vezes este texto apareça citado como panfleto. "Nestes nossos dias, escreve Hessel -" existem coisas intoleráveis ​​... A indiferença é a pior de todas as atitudes possíveis .. Uma das indispensáveis capacidades [do homem] é a capacidade de se sentir ultrajado, e com os comportamentos que daí derivam ". Gramsci disse muito sobre o tema bem antes dele.


Na Espanha no início de Março, uma pequena rede social ligada por via e-mails, Facebook e Twitter, que se auto-intitulou Real Democracia Ya, reuniu um enorme e crescente consenso de muita gente e apelou aos seus seguidores para ocuparem as ruas em 15 de Maio. E foi o que eles fizeram, pontual e maciçamente, pois foram mais de 60.000 deles que vieram para as ruas, apesar das proibições existentes devido às próximas eleições administrativas de 22 de Maio. Eles tornaram-se El Movimiento 15M; eles auto-intitularam-se Los Indignados. Em Madrid ocuparam a Plaza del Sol, em Barcelona a Plaza de Catalunya, bem como as principais praças na maioria das cidades do interior da Espanha. Eles responderam às provocações com reuniões pacíficas e ordeiras, com discussões e com uma livre alimentação colectiva. Eles saíram no último fim de semana, depois de terem limpo as praças mas planearam repetir a acção.


A 15 de Junho estes manifestantes reencontraram-se novamente em frente do Parlamento catalão, em Barcelona.  El Pais noticiou que "os protestos foram dos mais violentos desde a restauração da democracia", mas um vídeo do Youtube fornece provas incontestáveis ​​de que os manifestantes violentos foram agentes provocadores. Um pequeno grupo identificável de jovens teve comportamentos deploráveis e no final os jovens deste grupo acabaram por sair sob “escolta da polícia”, sic); os manifestantes pacíficos tinha cantado para estes provocadores " Secreta, idiota, tu crês que não se nota, Secreta, idiota, te crees que no se nota". Uma vergonha para José Luis Rodríguez Zapatero, este comportamento.

 

 

 

publicado por João Machado às 12:00

editado por Luis Moreira às 13:05
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Sábado, 11 de Junho de 2011

A dívida soberana na zona Euro: pode a emissão de Eurobonds funcionar ? - 2- por Domenico Mario Nuti

 (Continuação)

 


 

É verdade que numa emissão recente de títulos do FEEF  a procura foi de cinco vezes maior que a oferta, mas isto era  sobretudo devido ao facto de a procura estar a ser  "estimulada pelas regras de capitais próprios de Basileia III" que foi definida pelo BIS, segundo a qual os títulos soberanos de rating AAA como os de FEEF "têm um ponderação de risco de 0%, o que significa que os investidores efectivamente não têm necessidade de manter capital próprios face a tomada de fundos nestes títulos ". E a necessidade de  notação  envolve a colateralização sobre títulos de FEEF , reduzindo a capacidade operacional das suas  obrigações emitidas, e mesmo os títulos  FEEF passam a estarem sujeitos ao risco (por exemplo, ao risco da baixa de notação de um dos países participantes, o que exigiria uma maior capitalização, veja-se  Klaus Regling, Eurointelligence.com 27 deJaneiro).

 

Euro vulnerabilidade congénita

 

A mais intensa  fonte de vulnerabilidade do euro foi o seu nascimento prematuro. A moeda única era suposto ser o coroamento do processo de integração económica, depois da  união política e orçamental, depois de se ter feito a convergência das políticas laborais e das políticas sociais e, pensando nisso, depois de uma Política Externa e de um exército comum (embora estas duas condições possam esperar). Em vez disto tem  a moeda única sido utilizada  para promover a chamada finalidade politica, ou seja, para promover  a união política que deveria ter sido a pré-condição do euro. Isto é como uma pessoa que compra roupas que estão demasiado  apertadas e não as conseguem vestir na esperança de que isso pode facilitar o seu emagrecimento, forçando-a então  a uma dieta: isto  não serve  para mim, não serve para  a Europa. As restrições fiscais impostas pelo Tratado de Maastricht e pelo  Pacto de Estabilidade e Crescimento, que são de 3% do défice público e de 60% da dívida pública, não foram cumpridas  por muitos países e durante muito tempo (incluindo a Alemanha e a França, que foram os primeiros a violar os 3% de limite superior), passaram a  ser tratadas como os substitutos de uma união orçamental. Então, o movimento de  descida  inicial e a convergência das taxas de juros que ocorreu depois da introdução do euro foi depois  invertido. A crise global reduziu as receitas fiscais e aumentou as despesas públicas, e por fim mas  não
menos importante serviu pelo menos para resgatar as instituições financeiras. A Europa tem reagido muito lentamente e de forma inadequada à crise da dívida soberana ao longo do ano, os líderes europeus que se têm   pronunciado  têm-no feito  com vozes dissonantes, muitas vezes fazendo declarações de  efeitos perversos, seja por  incompetência seja por  maldade.

 

Pode a crise do euro  ser resolvida, ou pelo menos significativamente atenuada, através da emissão de um título único europeu coberto  por uma garantia Europeia, para substituir uma parcela considerável da dívida pública? 



As obrigações da União  segundo  Delors

 

Eurobonds redux

 
A crise recente do euro, correctamente vista como uma crise de dívida soberana, ressuscitou a ideia da emissão de um título único
na zona euro, os Eurobonds, que  iriam  gradualmente substituir pelo menos uma  parte da dívida dos Estados-membros soberanos. Em 2009-2010, foram apresentadas de novo várias propostas nesse sentido, entre outros, apresentadas por:  Paul de Grauwe e Moesen Wim (Gains for All: A Proposal for a Common Euro Bond, in: Intereconomics, Vol. 44, No. 3, 2009, pp.132-135); Daniel Gros e Stefano Micossi ((A bond-issuing EU stability fund could rescue Europe, 2009, Europe’s World, spring)  http://www.europesworld.org/NewEnglish/Home/Article/tabid/191/ArticleType/articleview/ArticleID/21306/Default.aspx);

 Jacques Delpla e Jakob von Weizsäcker, The Blue Bond Proposal (http:/ /www.bruegel.org/pdf-download/?pdf=uploads/tx_btbbreugel/1005-PB-Blue_Bonds.pdf, Bruegel Policy Brief 2010 / 3, Maio); Erik Jones, Erik Jones, (http://www.ispionline.it/it/documents/PB_180_2010.pdf
A Eurobond proposal to promote stability and liquidity while preventing moral hazard, ISPI Policy Brief, n.180, March 2010);  e, claro, Stuart Holland de novo:  (Europe needs a Gestalt shift, http:/ /www.huffingtonpost.com/stuart-holland/post_1320_b_787643.html, 2010 e outras referências). 

 

 

Um tal sistema foi  com autoridade  apoiado pelo primeiro  ministro e pelo ministro do Tesouro Jean-Claude Juncker do Luxemburgo e pelo Ministro das Finanças italiano, Giulio Tremonti em Financial Times de 5 Dezembro de 2010 (http://www.ft.com/cms/s/0/540d41c2-009f-11e0-AA29-00144feab49a.html # axzz1DDL8Vy00 E-bonds  would end the crisis ). Giuliano Amato, também apoiou  fortemente a ideia  (em IlSole-24Ore, de 11 de Dezembro de 2010). Mas a chanceler alemã Ângela Merkel e o presidente francês, Sarkozy,  rejeitaram  em conjunto a ideia, com a proposta alternativa de aumentarem o volume de capitais do FEEF  ( Fundo Europeu de Estabilização Financeira), criada em Maio de 2010 para lidar com eventuais situações de incumprimento  de dívida soberana na zona Euro. 

 

(Continua)

publicado por Carlos Loures às 20:00

editado por Luis Moreira às 20:46
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Domingo, 22 de Maio de 2011

Nota de leitura- Uma precisão, um detalhe, um artigo a não perder - por Júlio Marques Mota

Aos visitantes de estrolábio, aos leitores de estrolábio
Nota de leitura- Uma precisão, um detalhe, um artigo a não perder

Uma imprecisão  na montagem de ontem, com a fotografia de Mário Domenico Nuti, antigo conselheiro de Jacques Delors junto ao artigo “A chantagem do BCE : uma bomba atómica sem material radioactivo”  poderia dar a impressão de que era ele o autor do artigo em questão .

 

.No final do texto percebia-se que   assim não era, que se tratava de um texto publicado no site  Mediapart no dia de ontem e da autoria  de  Martine Orange, mas apenas no final a dúvida se esclarecia.

 

Quanto aos nossos leitores eventualmente  interessados nos textos de Domenico Mário Nuti  aqui vos deixamos o  endereço do seu blog: http://dmarionuti.blogspot.com/

 

Correcção feita e o seu a seu dono, o texto em questão de Mediapart remete-nos para o texto de Mário Domenico Nuti  “A época das tontices, das frivolidades,  a Silly Season” ou mesmo para o nosso texto  “Reflexões à volta da ideia de Munchau: a Europa em 2013 será igual à de 2011”.

 

Dada a importância do tema e na linha de Nuti  a de se querer  vislumbrar uma saída  para a saída da crise soberana antes que a Europa possa implodir  e sobre o mesmo tema  publicamos amanhã um texto de Jacques Delpla sobre a dívida soberana.

 

Todos estes textos dão  uma ideia das razões do que se está a passar, sendo certo que o que se está a passar é objectivamente estar a colocar a Europa  sobre um verdadeiro paiol de pólvora. Um pouco de mecha, com o paiol completamente desprotegido, um uma lâmina de vidro partida e esquecida, um pouco de calor apenas ,  e muita gente poderá sair queimada. Negligência, incompetência, criminosa, diremos e  façamos  nossa a indignação de um outro texto de referência agora disponível para os nossos visitantes   onde se denuncia que os nossos dirigentes andam com a Europa quase a arder, a assobiar para o lado.

 

Um  texto de Maurice Allais, Prémio Nobel de Economia, uma forte acusação contra a incompetência dos nossos dirigentes, incompetência  que  a roupagem elegante do modelo neoliberal parece dar a ilusão de verdadeira sapiência .  Um texto a publicar com urgência.

publicado por Luis Moreira às 19:45
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