Quinta-feira, 17 de Fevereiro de 2011
(Conclusão)
7. Enquanto o povo grego votou socialista os mercados decidiram…
A febre da curva da crise da dívida na Grécia
Por Markus Frühauf
20 de Fevereiro de 2010
Negociar sobre o risco da insolvência da Grécia nos últimos cinco meses permitiu ganhos fantásticos. Isso fica bem claro pelo desenvolvimento do preço para os seguros de incumprimento em que financeiramente a Eurolândia é fraca. A 16 de Outubro de 2009, os Credit Default Swap (CDS), que os investidores usam para se precaverem contra a insolvência de Atenas, ainda custavam 123 pontos base (1,23 ponto percentual). Isso significou um prémio anual de € 12.300, a fim de garantir um crédito de 1 milhão de euros. Em 4 de Fevereiro, um segurado teve que pagar 42.820 € por um seguro sobre o mesmo valor, uma taxa três vezes maior. O prémio de risco sobre a Grécia - no linguagem calão dos mercados financeiros e dos spreads dos CDS - é a febre da curva da crise da dívida.
O crescimento dos custos do seguro de incumprimento reflecte a reduzida credibilidade do país. A especulação no mercado de CDS começou depois de 4 de Outubro de 2009, quando os socialistas gregos comemoravam a sua vitória eleitoral. Duas semanas depois, o governo recém-eleito informou os seus parceiros da zona euro que as estimativas apontavam para o défice de 2009 atingir 12,7 por cento de rendimento económico (PIB).
Timidamente, mas constante
Isso foi um choque, uma vez que o anterior governo conservador tinha prognosticado precisamente metade. A nova estimativa para o défice orçamental chamou à arena dos mercados os hedge funds em primeiro lugar, relata um especialista em CDS da City de Londres que trabalha para um grande banco americano. Tendo em conta a história anterior da Grécia de aldrabar os dados para entrar para a União Monetária, para a zona euro, com estatísticas sobre o orçamento falsas, a este nível a aposta de que a Grécia ia ter problemas de pagamentos foi promissora. Esta aposta, entretanto, tornou-se óbvia.
O aumento do prémio de risco sobre a dívida da Grécia primeiramente evoluiu de forma tímida, mas constante. Pode-se dizer que os hedge funds foram os primeiros a reconhecer a situação orçamental de Atenas que estava completamente exausta, e por isso apostaram no mercado de CDS e numa queda no valor da dívida grega com pouco envolvimento de capital. Mas o compromisso do novo governo grego em assumir a transparência como prática política desencadeou essa especulação. Os novos aumentos no spread dos CDS foram acompanhadas por factores fundamentais também. A 8 de Dezembro de 2009, a agência de rating Fitch baixou a classificação do crédito à Grécia classificação esta que passou de "A-" para "BBB +". A zona do euro, a Eurolândia encontrava-se na mesma categoria como a Estónia ou a África do Sul, na sua capacidade de crédito. Uma semana depois, a Standard & Poor's fez a mesma coisa. Aqui, também, os gregos saltaram da "classe A", que expressa uma solvência particularmente boa. Neste período, o preço dos CDS ultrapassou a marca de 200 pontos-base, pela primeira vez.. Com estas reduções nas classificações do valor do crédito o medo de uma possível insolvência grega cresceu a passos largos nos mercados financeiros e entre os seus países parceiros europeus.
Juros invulgarmente elevados
publicado por Carlos Loures às 21:00
editado por Luis Moreira em 16/02/2011 às 22:45
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Sábado, 16 de Outubro de 2010
Luís Moreira
Serve tudo para encher os buracos sem fundo ha muito escondidos na desorçamentação, nas empresas publicas, nos hospitais EP, nas Parcerias Publico-Privadas...
O mais triste disto tudo e que as medidas agora anunciadas so chegam para nos prepararmos para o grande embate que ai vem em 2013, com o pagamento por parte do Estado da divida contraída com as parceiras Publico-Privadas. Ninguém sabe muito bem quanto será, mas vai chegar so para pagar os juros, a divida vai permanecer, estamos enterrados vivos num ciclo infernal que nos leva no caminho do empobrecimento.
Calcula-se que a divida total ande pelos 130%, o que equivale a toda a riqueza produzida pelo pais em 15 meses, e que so os juros andarão pelos 8% do PIB, o que corresponde aos custos do Serviço Nacional de Saúde num ano. Apesar das ameaças com os mega projectos a verdade era conhecida ha muito, mas ha sempre gente capaz de fazer o trabalho da mulher a dias, limpar o lixo para debaixo do tapete, esconder a falta de limpeza, apregoar vezes sem conta que estamos muito melhor que os outros e somos apreciados e admirados, bla,bla,bla...
Esta ai a factura destes dez anos de Sócrates que, não devemos esquecer, herdou uma divida de 67% ( a volta disto) foi o fartar vilanagem, com os negócios com as grandes empresas publicas, os bancos, as construtoras, os consultores...
Ainda este ano, irresponsavelmente, o sindicato dos professores arrancava mais 430 milhões de euros ao Tesouro exaurido, em troca do silencio do governo.
Gente sem preparação para exercer funções de responsabilidade, toma medidas e decisões que raiam o absurdo , todos se dão bem no papel de mulheres a dias
Sexta-feira, 16 de Julho de 2010
Luís Moreira
Em três meses os juros da dívida pública duplicaram!
As agências de "rating" não deixam de desmentir o nosso primeiro, desvalorizam a situação do país, está muito mal, o Krugman, prémio Nobel da economia, diz que a Grécia e Portugal podem acabar por ter que sair do Euro.
Se as previsões da macroeconomia foram feitas numa determinada base como se acomoda este aumento desmesurado do serviço da dívida? Mais impostos? Mais cortes nos salários e pensões, atirando a economia para uma mais que provável recessão?
Durante muito tempo, cego pelas obras públicas, o governo não quiz ver o "monstro" que nos devora, foi preciso os bancos dizerem não para que o "fartar vilanagem" terminasse. Sem aumento do PIB, sem dinheiro, sem empréstimos e os poucos que temos a juros proíbitivos, caminhamos para onde?
Desorientação total e absoluta do governo, tanto fala no TGV e na terceira ponte, e no aumento do PIB, como a seguir é obrigado pela UE a apresentar um PEC ( programa de empobrecimento central)e a pagar juros elevadíssimos.
E, o pior, é que as Presidênciais não deixam tomar decisões políticas de fundo. Mais seis meses a navegar à bolina!
Domingo, 13 de Junho de 2010
Luís Moreira
O país vai entrar num ciclo de empobrecimento que ainda poucos ou ninguem consegue medir. Só em juros da dívida bruta vamos pagar cerca de 5% do PIB ao ano, qualquer coisa como 2/3 do SNS!( andará pelos 8% do PIB).
Como vem acontecendo há pelo menos 10 anos a nossa economia não cresce, diverge dos outros países europeus que vêm crescendo afastando-se de Portugal.Pequena e aberta ao exterior a nossa economia depende do comportamento das outras economias, especialmente da Alemanha, motor da economia europeia e que agora, pela voz da Senhora Merkel, anuncia um pacote de medidas duríssimas, cuja primeira consequência vai ser arrefecer a economia.Arrefecendo a sua própria economia, não vai ter para já o efeito de arrastamento que estavamos à espera, para que a nossa alavancasse!
Percebe-se mal esta política seguida pela Alemanha, se a UE funciona-se como um todo, a melhor política seria atacar os diversos déficites dos países do Sul da Europa e, ao mesmo tempo, acelerar as economias mais fortes, invertendo as prioridades. Assim, aumentando impostos e com isso diminuindo a capacidade da procura interna e, cortando na despesa, a Alemanha pode estar a contribuir para uma situação de recessão que é bem mais perigosa do que todos os déficites razoáveis e, em alguns casos, virtuosos, como são os da Alemanha.E aproveitava para as suas exportações o enfraquecimento do euro face ao dólar!
Entretanto, cá no país, o FMI anda por perto o que é sinal sério de problemas, oxalá não se confirmem as muitas dúvidas que assomam aqui e ali quanto ao conhecimento real da nossa situação financeira.A grande questão é que neste quadro o Estado Previdência não é sustentável, o conceito "usador/pagador" vem aí em força como já se está a ver nas SCUTS e a seguir virá a saúde e a educação.A Segurança Social, com o desemprego em alta e a demografia a inverter a relação jovem/idoso a favor deste, não aguenta cinco anos, prazo que não é suficiente para a economia começar a crescer e o desemprego diminuir para valores muito mais baixos.
Estamos numa situação muito dificil e é pena que os nossos governantes tenham andado a mentir-nos sobre a real situação, com a desculpa de gerir as expectativas.
PS: tambem publicado no Aventar