Damião de Góis na «Chronica do Felicissimo Rey D. Emanuel da Gloriosa Memória», descreve assim o que se passou nesse Domingo de Pascoela:
No mosteiro de São Domingos da dita cidade estava uma capela a que chamava de Jesus, e nela um crucifixo, em que foi então visto um
sinal, a que davam cor de milagre, com quanto os que na igreja se acharam julgavam ser o contrário dos quais um cristão-novo disse que lhe parecia uma candeia acesa que estava posta no lado da imagem de Jesus, o que ouvindo alguns homens baixos o tiraram pelos cabelos de arrasto para fora da igreja, e o mataram, e queimaram logo o corpo no Rossio. Ao qual alvoroço acudiu muito povo, a quem um frade fez uma pregação convocando-os contra os cristãos-novos, após o que saíram dois frades do mosteiro, com um crucifixo nas mãos bradando, heresia, heresia, o que imprimiu tanto em muita gente estrangeira, popular, marinheiros de naus, que então vieram da Holanda, Zelândia, e outras partes, ali homens da terra, da mesma condição, e pouca qualidade, que juntos mais de quinhentos, começaram a matar todos os cristãos-novos que achavam pelas ruas, …tirando-os delas de arrasto pelas ruas, com seus filhos, mulheres, e filhas, os lançavam de mistura vivos e mortos nas fogueiras, sem nenhuma piedade, e era tamanha a crueza que até nos meninos, e nas crianças que estavam no berço a executavam, tomando-os pelas pernas fendendo-os em pedaços, e esborrachando-os de arremesso nas paredes. …tornaram terça-feira este danados homens a prosseguir a sua crueza, mas não tanto quanto nos outros dias porque já não achavam quem matar, pois todos os cristãos-novos que escaparam desta tamanha fúria, serem postos a salvo por pessoas honradas, e piedosas que nisto trabalharam tudo o que neles foi.
Não será por acaso que, pelo menos até há pouco tempo, a historiografia portuguesa, nomeadamente os compêndios escolares de História, não escamoteando completamente os factos, não lhes davam relevo. No entanto, o que se passou em Lisboa naquele Domingo de 1506 foi muito grave. Os frades dominicanos de que nos fala Damião, terão incitado a populaça a matar quantos judeus pudesse - quem participasse na matança veria absolvidos todos os pecados dos últimos cem dias. Segundo eles, as heresias dos judeus é que haviam provocado o flagelo da seca e da peste.
D. Manuel que ia a caminho de Beja, foi avisado do que estava a acontecer e procurou travar a chacina. No entanto, os magistrados e meirinhos que tentaram opor-se tiveram de fugir, pois passaram a ser alvo dos bandos de facínoras que praticavam os horrores que o cronista descreveu – assassínios em massa, de homens, mulheres e crianças, violações e, como é óbvio, roubos. Aproveitou-se para ajustar contas pessoais e alguns cristãos-velhos foram também mortos – bastava alguém afirmar que se tratava de um judeu. Quando a identidade era estabelecida já nada havia a fazer – aquilo a que hoje se chama danos colaterais …
Na terça-feira , dia 21, as tropas reais entrando na cidade conseguiram isolar a turba assassina. A ordem foi reposta. O número de mortos varia segundo os cálculos – entre o meio milhar e os seis mil. Os criminosos foram punidos de forma muito severa. Os cabecilhas executados e os bens de todos os participantes, confiscados. Os dominicanos que haviam incitado ao crime foram enforcados. Segundo parece, o convento de São Domingos foi encerrado por oito anos. A negligência dos representantes de Lisboa no Conselho da Coroa valeu-lhes a expulsão – na realidade tinham pactuado com os crimes e só as tropas vindas do exterior da cidade haviam conseguido pôr termo à rebelião.
Não é correcto analisar factos ocorridos há cinco séculos à luz dos conceitos actuais. O rei D. Manuel era presa da sua circunstância, de pressões que lhe vinham da esposa castelhana e de conselheiros, da sua educação, da pressão dos súbditos… Procurou seguir uma política correcta relativamente à comunidade hebraica, mas as coisas são como são e, em geral, o próprio comportamento dos judeus não terá sido o mais aconselhável, pois o elitismo, a prática da usura, não cessaram de isolar a comunidade e de a tornar antipática aos olhos da população em geral. Antipática e vulnerável.
Entre as medidas tomadas estava a que proibia os casamentos entre membros da comunidade, procurando desse modo que, no espaço de
poucas gerações, o problema hebraico se extinguisse. Era uma medida bem intencionada, mas que não funcionou. Tentando travar a fuga de judeus, determinou que os bens dos que saíam do reino fossem confiscados. Enfim, em pleno século XX, na Alemanha de Hitler, fez-se bem pior. Os motivos eram os mesmos – a dimensão da «solução» é que foi diferente. Mas o terreno, em termos de anti-judaísmo, era fértil.
Em 1540, D. João III, fanático e intolerante promoveu em 1540 a instalação em Portugal do Tribunal do Santo Ofício. Durante quase três
séculos (até 1821) funcionou como polícia religiosa e, sobretudo, política ao serviço de uma Igreja acossada pelos ventos reformistas e, por isso, acentuando a sua vertente retrógrada. A nata de intelectuais portugueses era maioritariamente constituída por judeus – a fuga a que as perseguições deram lugar, amputaram seriamente a cultura portuguesa.
19 de Abril de 1506 – um dia negro - não o devemos esquecer.
On February 16th and again on February 17th the Bedouin village of Al-Arakib was destroyed for the 17th and 18th times, the culmination of a week of repeated demolitions, vicious police beatings and shooting of Bedouin children, women and men with rubber bullets by Israeli Riot Police. All so the Jewish National Fund can plant a forest over the remains of the village.
Thousands of you already signed the petition telling the Jewish National Fund (JNF) to stop demolishing Al-Arakib.
JNF and the Israeli Government hope to wipe out the village once and for all. As in previous demolitions, the residents were forced into the village’s 100-year old cemetery, but this time the JNF bulldozers crashed right up to the cemetery's gates. Villagers held them closed with their bare hands, causing five people to be injured and hospitalized. Their courage in facing down bulldozers and risking injury should inspire us all to take the next step.
That's why we’ve partnered with the Jewish Alliance for Change to organize a national call-in day Today, February 18th. Call the Jewish National Fund and tell them: No more demolished villages!
We'll provide you with video of the destruction as well as phone numbers of national and regional JNF offices.
Thanks to you, JNF is already feeling the heat.A prominent JNF board member has now publicly urged them to stop planting forests on confiscated Bedouin land(1). We can encourage more people to speak out by calling on a single day. Your voices will do so much to make sure the voices of Al-Arakib and the rest of the Negev Bedouin are heard.
The people of Al-Arakib, together with nearly 200,000 Bedouin throughout the Negev, are fighting for their rights to their land and homes. Your calls to the JNF will give them heart as they continue their struggle. As they fight on another day against expulsion and dispossession, they are waiting to hear about our calls on their behalf.
Jean Ferrat, (1930 - 2010) cantor, compositor, activista político e poeta francês, lançou em 1963 o álbum Nuit et brouillard, dedicado aos judeus que pereceram durante a operação de extermínio homónima, "noite e nevoeiro",lançada pelos ocupantes nazis. Canção de uma grande acutilância dramática, era uma das que frequentemente era escutada nos serões dos antifascistas portugueses. No mesmo álbum, uma outra composição de Ferrat - C'est beau la vie - era também muito apreciada e cantarolada pelo povo de esquerda. Romântica, mas atenta.
Hamed al-Maliki é um dramaturgo e poeta Iraquiano que vive na Iraque. Os sublinhados são meus:
Iraque
O Iraque é uma enorme tragédia sem fim.Sou um pessimista, a diferença é que agora sou um pessimista ameaçado de morte.Os americanos abriram as fronteiras aos terroristas para que viessem para aqui e não chegassem à américa.Tantas vezes fui ameaçado e tantos amigos mortos, muitos fugiram.Não vale a pena ficar.Falhámos, só nos resta fugir.
Judeus
Tenho um projecto sobre os Judeus que já não existem no Iraque, que foram forçados a abandonar o Iraque em 1949.Foram privados de nacionalidade e levaram com eles a sua riqueza. Podem matar-me por isto!
O lenço
Tenho outro projecto sobre a polémica do uso do lenço, através de famílias iraquianas que nos últimos anos encontraram refúgio em países europeus.Os Belgas e os Franceses têm todo o direito de proibir o lenço, se não gostam da cultura desses países ocidentais, porque é que lá querem viver? A fobia muçulmana, (porque a extremismos responde-se com estremismos) não tenho visto para entrar em Itália, eu um liberal, mas Londres dá asilo a extremistas e não dá vistos a homens de cultura.Os que fizeram explodir os comboios em Espanha e o metro em Londres descendiam de famílias extremistas, mas a Europa não deu visto a um artista como eu.Esta vai ser a cena final, uma Europa sem nenhum muçulmano.
Americanos e Ingleses
Tinhamos um Saddam antes de 2003, agora temos 100, toda a gente quer ser califa, profeta.Uns já se vêm outros ainda não.Se os americanos saírem, então,vamos ver milhares de Saddam.Eu tinha medo mas sabia onde estava a linha vermelha, agora não sei, há milhares de linhas vermelhas. Faltam heróis aos árabes, como sempre faltaram, sobram líderes religiosos e sectários e príncipes de guerra. E faltam causas, é por isso que nos matamos uns aos outros.O Iraque nunca foi um país, os Ingleses confundiam as alianças tribais com um sentido de nação.Vamos mergulhar numa guerra civil sectária em toda a região,Sunitas contra xiitas, extremistas contra extremistas, muçulmanos contra muçulmanos, nunca haverá paz com diferentes grupos étnicos, já aprendemos isso com a segunda guerra mundial.
Conclusão
Vamo-nos matar todos uns aos outros, estamos num processo de assassínio em curso, talvez depois a voz do poeta se faça ouvir!
Oferta
A todos aqueles que, sistematicamente, atribuem todos os erros e todos os pecados à Europa, à sua própria terra onde crescerão os seus filhos e netos!
O domínio da terra tinha quatro direitos nos tempos do feudalismo e em sítios onde ainda hoje impera a enfiteuse, como na Beira Alta, em Portugal, no Sul de França e em terras ao pé da Cordilheira dos Andes, especialmente no sítio que estudo, Comunas da Pencahue, Corinto e Chanco : útil ou usufruto, directo ou propriedade, direito de uso e, o mais Chanco : útil ou usufruto, directo ou propriedade, direito de uso e, o mais importante para o proprietário privado e directo da terra, o direito de raiz, direito que define a vinculação de propriedade privada da terra entregue em enfiteuse ou usufruto . O direito de raiz era o mais cobiçado pela burguesia. A terra era entregue a habitantes rurais (trabalhadores que tomam a designação de caseiros ou rendeiros, entre outras, dependendo da parte do mundo em que os trabalhos rurais sejam exercidos) que a trabalhavam como se fosse deles, até ao ponto de a poder herdar (por várias gerações). Certo, e de direito legislado pelo Código Civil, é o dever de entrega de metade do fruto da terra ao proprietário directo (o do direito de raiz), como tenho definido em vários livros . Esta convenção entre o proprietário do direito de raiz e o usufrutuário ou quem goza de usufruto, era um problema económico histórico que preocupava Marx, Engels e a Liga Comunista. Para tratar deste e de outros assuntos, reuniram-se em Londres comunistas de várias nacionalidades, donde saiu o texto Manifesto, publicado em inglês, francês, alemão, italiano, flamengo e dinamarquês .
Marx, o ideólogo do Manifesto, refere o conceito religião em curtas frases. O objectivo era só referir as mudanças que experimentam as crenças ao longo do tempo. Engels mencionou apenas dois princípios básicos do comunismo e as suas consequências, assim: O trabalho industrial moderno, a sujeição do operário pelo capital, tanto em Inglaterra como em França, na América como na Alemanha, despoja o proletário de todo o carácter nacional. As leis, a moral, a religião são para ele meros preconceitos burgueses, por detrás dos quais se ocultam outros tantos interesses burgueses . Para provar o que ele já sabia, fez acrescentar, à redactora Jenny, estas palavras: Quanto às acusações feitas aos comunistas em nome da religião, da filosofia e da ideologia em geral, não merecem um exame aprofundado . Penso que Marx se enganou com este seu comentário. As acusações da burguesia eram tão fortes e de tanta falácia, que quer o Partido Comunista , quer a Liga Comunista precisaram de permanecer na clandestinidade. O nome dos autores do Manifesto Comunista, eram desconhecidos por todo o mundo, ainda mais, os dois eram membros membros da Liga. Poucos bovesianos de Marselha, membros da instituição que tinham solicitado a redacção de um Manifesto para honrar a Babeuf, conheciam a autoria. Essas 21 páginas foram publicadas como panfleto, por outras palavras, um folheto escrito em estilo violento, ou obra impressa de carácter não periódico, com mais de quatro e menos de 48 páginas, sem contar com as da capa. O segredo da autoria derivava da perseguição que a burguesia, já não revolucionária, fazia dos radicais revolucionários, quer do Partido Comunista (organizado por Marx), quer da Liga dos Comunistas, derivada dos princípios de Babeuf. Não apenas era real a ameaça de tirar os postos de trabalho aos membros da Liga ou de qualquer comunista (tal o medo de perder os sinecurismos ou prebendas adquiridas no seu triunfo na Revolução Francesa), bem como podiam ser mortos ou encarcerados. Foi a etapa mais dura para os socialistas durante a sua história. A burguesia tinha criado, organizado e investido nas indústrias , era proprietária de meios de produção que rendiam alto lucro. Controlava a circulação e a cunhagem da moeda, emprestava dinheiro com juros muito altos à aristocracia empobrecida, e apropriava-se dos bens dessa classe que ia definhando, até os títulos nobiliários para saldar contas foram comprados/adquiridos. Se a burguesia era revolucionária, fica em mim uma grande dúvida e aparece na minha cabeça a já citada frase do Príncipe Tomasi di Lampedusa: Para nos salvar, é preciso apoiar-nos entrelaçando mãos e interesses, ou eles nos submeterão à República. Para que as coisas permaneçam iguais, é preciso que tudo mude.
A luta de Marx contra a burguesia e a sua apropriação da mais-valia dos trabalhadores o fez confrontar um cientista que ele admirava e de quem tinha aprendido muito de teoria económica: o seu mestre por meio dos livros, François Quesnay, que defendia a burguesia de modo implacável. No seu livro de 1758 – há um engano na Wikipédia, diz que o texto foi publicado em 1778, quatro anos após a sua morte – livro que divide as actividades da forma que sintetizo em nota de rodapé .
Será preciso grande perspicácia para compreender que as ideias, as noções e as concepções, numa palavra, que a consciência do homem se modifica com toda mudança sobrevinda em suas condições de vida, em suas relações sociais, em sua existência social? Esta frase dos ideólogos do Manifesto é praticamente uma análise – de psicologia e de psicanálise. Marx sabia e entendia como está demonstrado em outros textos dele, especialmente em A Crítica a Filosofia do Direito de Hegel de 1843 e em A Ideologia Alemã de 1846, ao falar de alienação de bens retirados ao produtor e pagos pelo mais baixo valor que rende a sua produção, facto que transtorna as relações sociais, como é comentado no começo do Manifesto – é uma ironia para a burguesia não revolucionaria reparar que deve mudar porque o mundo não fica sempre igual. Existe a cronologia histórica, as invenções, as novas formas de pensar que, na época de Marx iam mudando com tanta rapidez, que estes intelectuais nascem e morrem na época das revoluções. Eles próprios, pessoas revoltadas contra o comportamento da forma de extrair mais-valia dos trabalhadores, com o modo de produção capitalista, definem essa História e a sua cronologia, da maneira seguinte: As relações de produção determinam todas as outras relações que existem entre os homens na sua vida social. As relações de produção são determinadas, elas próprias, pelo estado das forças produtivas... Esta parte do texto, a mim, o escritor, faz-me perguntar: o quê é forças produtivas? A resposta é dada por eles próprios, dentro do Manifesto: Como todos os animais, o homem é obrigado a lutar pela sua existência. Toda luta supõe um certo desgaste de forças. O estado das forças determina o resultado da luta. Entre os animais, estas forças dependem da própria estrutura do organismo: as forças de um cavalo selvagem são bem diferentes das de um leão, e a razão desta diferença reside na diversidade da organização. A organização física do homem tem naturalmente influência decisiva sobre sua maneira de lutar pela existência e sobre os resultados desta luta. Assim como, por exemplo, o homem é provido de mãos. Certo é que seus vizinhos, os quadrúmanos (os macacos) também têm mãos; mas as mãos dos quadrúmanos são menos perfeitamente adaptadas a diversos trabalhos. A mão é o primeiro instrumento de que se vale o homem na luta pela sua existência, como ensinou Darwin. É uma frase crítica para os que já todos tinham e queriam passar a ser parte do estabelecimento, e governar os seus países conforme a sua conveniência: Quando o mundo antigo declinava, as velhas religiões foram vencidas pela religião cristã; quando, no século XVIII, as ideias cristãs cederam lugar às ideias racionalistas, a sociedade feudal travava sua batalha decisiva contra a burguesia então revolucionária. As ideias de liberdade religiosa e de liberdade de consciência não fizeram mais que proclamar o império da livre concorrência no domínio do conhecimento. Ideias do saber histórico e antropológico de Marx, aprendidas no Ginásio e na Universidade, especialmente enquanto era aderente as ideiam do religioso Hegel. Este parágrafo merece dois comentários. Um, sobre o que aprendeu de Quesnay. Outro, sobre a sua ideia de religião. Ele vivia na Prússia, onde o luteranismo era parte da política do Governo: endémico e centralizador. Foi ai onde começou o problema com as pessoas da confissão hebreia ou A Questão Judaica , pela que Marx se interessara e escrevera um artículo no seu jornal Deutsch-Französische Jahrbücher. O texto era um comentário a dois ensaios que Bruno Bauer tinha escrito sobre as más formas em que eram tratados os judeus na Prússia e nos Estados Alemães. Reclamava que para viver em paz judeus e cristãos, uma questão devia ser suprimida: a religião. No seu tom irónico, Marx responde que num Estado absolutista e confessional como era a Prússia, essa emancipação era impossível e que o que devia ser feito era emancipar os Estados Alemães do centralismo absolutista que imperava. Era impossível separar as religiões, especialmente as mais antigas, como a judaica, que tinha sido absorvida pelos cristãos. “A forma mais rígida de oposição entre o Judeu e o Cristão, é a contradição religiosa. Como se cria essa oposição à religião? Fazendo-a impossível. Como se faz impossível uma contradição religiosa? Neutralizando-a. Mal reconheçam Judeus e Cristãos que as suas respectivas religiões são apenas diferentes estágios da evolução da mente humana, diferentes viscosidades de serpente organizadas pela história, e que o homem é a serpente que as criou. As relações entre Judeus e Cristãos já não são mais uma questão religiosa, são apenas uma etapa crítica da história, da ciência e das relações humanas.
Porém, a ciência sabe organizar a sua unidade ”. Note-se como o autor não fala contra a religião.
Faz, isso sim, uma análise sócio -histórica da utilidade das ideias religiosas, que com o tempo, as circunstâncias, a ambição, mudam. O autor não critica a mudança, faz um comentário da sua utilidade para determinados seres humanos que lucram com o trabalho de outros que recebem deles salários pelo trabalho que rende lucro. Era o saber de Marx utilizado no Manifesto ao dizer que as religiões antigas são absorvidas pelas novas. Sabido é e provado está, que a hebraica começara a existir milhares de anos antes de, parte dela, passar a ser cristianismo, estrutura organizada faz apenas dois mil anos de atribulada existência, que Marx não menciona. O autor é historiador social e não teólogo. Sabia de teologia, mas encontrou uma teoria melhor, a do materialismo histórico. No entanto, foi a atribulada confissão que aplicara para a sua análise da vida social.....