Sábado, 25 de Junho de 2011

Poema de Adão Cruz para Fotografia de José Magalhães

 

 

 

MÃOS DE HOJE QUE FORAM DE SEMPRE

 

 

Na noite que já não é noite de madrugadas perpassa em doce silêncio por entre os dedos dormentes uma brisa dolente esquecendo as mãos na paz adormecida.

 

Por entre os frágeis dedos da quietude e do silêncio perpassa agora em suave melancolia o magro regato da secura da vida arrastando em seu leito rugoso a triste canção de um tempo sem cor nem movimento.

 

O lento gesto do abrir destas mãos de tantos anos vividas cai agora em pesado silêncio por entre as malhas da sombra no impiedoso vazio das mãos cheias de nada.

 

Foi-se embora a madrugada das manhãs perdidas no tempo em que o sol sorria entre os sonhos e as mãos cantavam a força da vida com ondas do mar por entre os dedos frementes.

 

No penoso abrir e fechar de mãos deste plangente gesto do fim do dia feito canção de tão gélido silêncio apenas a saudade se aninha em negro fundo para morrer sozinha.

 

 

                                                                                              Adão Cruz

 

(poema inédito escrito especialmente para esta fotografia)

 

publicado por atributosestrolabio às 18:00
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Sexta-feira, 24 de Junho de 2011

Exclusão Imediata

FALAZES, EMBUSTEIROS, MENTIROSOS, TRAMBIQUEIROS, TRAPACEIROS, INJUSTOS, AMORAIS, INDIGNOS E OUTRAS COISAS PIORES

Esta notícia vinda a público sobre o copianço que os futuros juízes fizeram, em conjunto, num exame indicia muito do que vai mal no nosso País.

 

Portugal é hoje e cada vez mais, um País dirigido por gentes que nos têm demonstrado e ensinado a sermos, amorais, trapaceiros e mentirosos, com evidentes resultados económicos positivos para quem assim actuar.

 

Para estes senhores (?) os fins justificaram os meios, e não abona nada de bom para nós, comum dos mortais, se um dia estivermos perante qualquer um deles numa sala de tribunal.

 

Já não nos basta podermos vir a ser julgados por alguém que da experiência da vida tem quase nada, por alguém que por ventura ainda vive com os papás, por um qualquer imberbe saído há pouco de debaixo das saias da mamã, teremos agora a possibilidade de podermos vir a ser julgados por alguém cuja capacidade crítica, preparação teórica, pensamento jurídico aprofundado, tecnologia judiciária, conhecimentos sobre a relação do direito com o facto concreto, e poder de decisão, estão coarctados pela falta de moral, embuste, trapaça e mentira, de que hoje estão a dar nota pública.

 

A bem de Portugal e dos Portugueses, estes senhores (?) deveriam ser sumariamente impedidos pelo CEJ (Centro de Estudos Judiciários) de poderem vir a ser juízes, devendo eventualmente enveredar por uma outra carreira onde as suas capacidades possam vir a ser aproveitadas.
publicado por atributosestrolabio às 18:00
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Segunda-feira, 20 de Junho de 2011

Fotografia de José Magalhães com poema de Sílvio Castro

 

 O TATO E AS MÃOS                                                                                                            

 

Suspensas e ensimesmadas

as mãos são pássaros vagantes

sem asas que voam entre

tatilidade e o quase nada

 

Os pássaros agora mãos

não sabem se os seres

táteis já agora são

não asas, puro chão. 

 

As mãos agarram-se ao chão

tatilidade certa, mas sem garra

que essas asas mais que suas  são

dos pássaros errantes.

 

 

Como perdidas asas no espaço

as duas mãos encontram o tátil

mais que chão,

abraçando-se em duas tatalidades,

não  vôos, somente mãos.

 

Sílvio Castro  

 

Com este belo poema de Sílvio Castro, encerramos a Exposição de José Magalhães.

 

Até breve.

                           

 

     

 

publicado por Carlos Loures às 23:59

editado por João Machado às 22:08
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Fotografia de José Magalhães com poema de Manuel Simões

 

 

ENTARDECER

 

    
1

O entardecer desorganiza

o nosso mundo,

exalta o canto

doloroso das aves

 

como apelo que flutua

no verde das árvores

de súbito acolhendo

os estranhos, espúrios

frutos da noite.

     
2

Já não tarda o entardecer:

as aves pressentem o lento

progredir das sombras, o vento

ausente que as sufoca, o único

irrepetível surpreender

das trevas.

 

Manuel Simões

 

(De "Micromundos",Lisboa, Colibri, 2005).

 

 

À meia-noite chegará o última das seis fotos desta exposição com  um belo poema de Sílvio Castro

 

publicado por Carlos Loures às 23:30

editado por João Machado às 22:06
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Fotografia de José Magalhães com poema de Josep Anton Vidal

 

 

PLANA LA BOIRA ALS CAMPS

 

 

 

Plana la boira als camps,

i els perfils, els volums,

els colors i les formes

són ombres irreals,

presència intuïda

que cap sentit dibuixa.

Només el pensament els dóna nom.

I l'arbre, el tronc, les fulles i
les pedres,

coneguts,

s'alcen fets mot, presència

i forma sense cos,

fets només arbre i tronc, fets fulla i pedra,

deslliurats dels sentits, sense
atributs.

Com tu i com jo, dibuixos
impossibles,

idea i ombra, un concepte
imprecís...

I tanmateix tan certs com tu, com jo.

 

Josep Anton Vidal

 

Às 23:30 teremos aqui um poema de Manuel Simões. Não percam a sua leitura.

 

publicado por Carlos Loures às 23:00

editado por João Machado às 22:05
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Fotografia de José Magalhães com poema de Carlos Loures

 

ATLAS ILUMINADO

 

.................................................

Um rosto velho, cansado

é manto de nevoeiro

que cobre a deriva louca

do veleiro que percorreu

o rio da nascente à foz

e chega a um mar de espanto

grito morto na garganta

- boca que perdeu a voz

que a água do rio venceu

na passagem destruída

sobre a ponte inexistente

muro entre o sonho e a vida

que nos coube em sorte a nós

........................................................

 

Carlos Loures

 

(Fragmento do poema inédito "Atlas Iluminado")

 

Às 23:00 chega o Josep Anton Vidal que com um belo poema acompanha uma excelente fotografia do José Magalhães.

publicado por Carlos Loures às 22:30

editado por João Machado às 22:03
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Fotografia de José Magalhães e poema de António Sales

 

 

FUTURO

 



O futuro na minha infância

estava inocente de derrotas e sofrimentos,

simplesmente porque a minha infância

não podia profetizar o futuro.

Sendo futuro embora,

a infância brinca com alegria isenta de manhas,

tomando-o por aliado, amigo, companheiro, irmão.

 

 

António Sales

 

 

Nota - Por um acidente de última hora, perdeu-se o poema que António Sales escreveu expressamente para esta fotografia do José Magalhães. Estamos há várias horas a tentar contactar este nosso colaborador, mas sem o conseguirmos. Optámos por usar este poema de António Sales que não está relacionado com a fotografia, mas nem por isso deixa de ser uma bom poema. Logo que nos seja possível, publicaremos esta foto e o poema que nela se inspira. Aos dois autores apresentamos os nossos pedidos de desculpa. Às 22:30 teremos um poema de Carlos Loures.

publicado por Carlos Loures às 22:00
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Fotografia de José Magalhães com poema de Adão Cruz

NÃO HÁ POETA

 

 

Não há poeta para a réstia de sol de um rosto engelhado de
luz não há poeta para o poema da eternidade num só momento.

 

Não há poeta para a singeleza do pensamento feito suspiro de
terra seca num beijo de primeira chuva na melodia do sol-pôr dormindo num
estuário de rugas cavadas de longas madrugadas.

 

Não há poeta para a liberdade de criar sem algemas a
majestade de um só verso feito sorriso de cristal não há poeta para tão serena
harmonia da assilabada amargura do peso do tempo.

 

Não há poeta para a nudez da vida perdida para lá de um
rosto apagado de ilusões não há poeta para uma réstia de sol pousada nos olhos
do silêncio entre a vida e a morte.

 

Adão Cruz

 

 

Atenção - às 22:00 horas chegará mais uma fotografia do José Magalhães, desta vez com um poema do António Sales

publicado por Carlos Loures às 21:30

editado por João Machado às 22:00
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José Magalhães expõe aqui no espaço multiusos do Estrolabio e seis poetas do Estrolabio ilustram as suas fotografias

 

 

 

 

 

 

 

José F V Magalhães, nasceu em 1952. Escreve e fotografa desde a adolescência.

 

Fez diversas exposições de fotografia, individuais e colectivas, no Porto, Paços de Ferreira, Vila Nova de Gaia, Maia,

 

Mogadouro, Coimbra e Matosinhos.

 

 

“É um fotógrafo do romântico … um caçadorda tranquilidade, pese embora o seu estar irrequieto, desassossegado … flutua entre a escrita e a imagem, fotografa por prazer, escreve com prazer …”

 

(Luis Raposo, fotógrafo, na apresentação da exposição «Água e Palavras», Porto, Fevereiro 2010)

 

Apresentou um conjunto de seis trabalhos, intitulado “Momentos” no A Cup Of Tea, em Matosinhos, de 11 de Junho a 9 de Julho de 2011.

 

 

Hoje vamos ver esses seis magníficos trabalhos aqui no Estrolabio - uma fotografia de meia em meia hora.

 

Com um poema de Adão Cruz, às 21:30, teremos a primeira fotografia de "Momentos". Seguir-se-ão António Sales, Carlos Loures, Josep Vidal, Manuel Simões e Sílvio Castro.

 

publicado por Carlos Loures às 21:00

editado por João Machado às 21:58
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Domingo, 19 de Junho de 2011

O José Magalhães convida-nos para uma nova exposição

e diz-nos:

 

No próximo dia 2 de Julho vamos, o Grupo F4, inaugurar um espaço denominado PORTA 22. O Porta 22 fica situado na rua do Ferraz, no Porto, com o número de polícia que o seu nome indica.

A par dessa inauguração vamos, este mesmo grupo F4, apresentar uma Mostra Colectiva de Fotografia.

Em anexo, envio-vos o convite para a inauguração e o panfleto da exposição.

Terei um enorme prazer em poder ver-vos por lá, na data indicada, a partir das 16h.

 

 

Não esqueçamos que na próxima segunda-feira, dia 20 de Junho, entre as 21 e as 24 horas, se realiza aqui no Estrolabio uma exposição de fotos de José Magalhães acompanhados de poemas de diversos poetas.

publicado por Carlos Loures às 16:00

editado por Augusta Clara às 01:37
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Quinta-feira, 9 de Junho de 2011

Mostra de Fotografia de José Magalhães - Matosinhos - Inauguração dia 11

 

publicado por João Machado às 09:30
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Segunda-feira, 6 de Junho de 2011

As Lendas da Eva e as Eleições

 

 

Eva Cruz  Conta a lenda...

 

(Adão Cruz)

 

 

Já que ando em maré de lendas, aproveito esta para fazer o meu comentário ao resultado das eleições.

 

Gostaria de a fantasiar, mas a realidade não admite fantasias.

 

Conta a lenda que numa aldeia longínqua, no sopé do monte, onde o sol nasce cedo e cedo se deita, quando os animais falavam, os galos cantavam assim: Aqui passa-se fome, aqui passa-se fome!

 

Noutro lugar em frente, apesar de mais soalheiro e mais abrigado, onde os animais julgavam haver mais cereais ou ervas para comer, os galos respondiam com uma cantilena que ia dar ao mesmo: Aqui também, aqui também.

 

Perto havia uma azenha, movida pelas águas do ribeiro que corria no pequeno vale que dividia os dois lugares. O moinho compreendia a lamentação dos galos. Por falta de cereal, não caía, há muito, um grão da moega sobre as mós e debalde elas chiavam a moer em falso: Sempre assim foi, sempre assim foi.

 

Ora, isto era no tempo em que os animais falavam pelos homens, e os galos têm, ao que parece, menos miolos.  

 

Gosto muito dos moinhos e retenho no ouvido a canção de água e pedra da minha infância mas gostava de escrever na flor da farinha: Isto há-de mudar, isto há-de mudar.

 

 

Na flor da farinha do seu imaginário, partilhando do mesmo sonho, o meu irmão, o Adão, escreveu, um dia, este lindo poema:

 

(José Magalhães)

 

 

Se eu soubesse dar às palavras que tenho dentro de mim o cantar deste regato

Se entre as pedras do meu leito saltitassem estas águas que me fizeram criança

Se fosse menino este chão que tenho dentro de mim numa caixinha de esperança

E de sonho fosse o moinho que mói o trigo da ilusão

não queria outro moinho para a farinha do meu pão.

 

 

 

De repente, as velhas mós começaram a rolar e a farinha a cair. Levadas pelo tempo e pelo vento as mãos pequeninas lá voltaram a escrever: Isto há-de mudar, isto há-de mudar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por Augusta Clara às 19:00
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Sábado, 28 de Maio de 2011

Como Se Fora Um Conto - Uma História Interminável - José Magalhães

Ia eu por ali a passar, subindo e descendo por uma ladeira acima, quando ouvi dois tiros. Pum!, Pum!. Horríveis, assustadores, medonhos.

Juntou-se muita gente, muita gente, muita gente, e eu também, ansioso, na esperança de ajudar a solucionar ou até mesmo resolver de uma vez o acontecido. Não se sabe se há mortos, feridos ou estropiados.

Os tiros, pum!, pum!, foram ouvidos a muitas léguas, e as gentes chegavam em catadupa.

O pum, pum dos tiros, terá chegado também aos ouvidos da autoridade que, lesta, enviou um agente para, de imediato, tomar conta da ocorrência.

Chegou o polícia e disse: - Está tudo preso!

- Menos eu, senhor guarda, eu não, disse eu.

- Então porquê?, retorquiu o agente da autoridade.

- Porque eu sei tudo!

- Sabe tudo?

- Sei sim senhor.

- Ora então conte lá!

- Olhe senhor guarda, disse eu pigarreando e aclarando a voz,

publicado por atributosestrolabio às 18:00
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Segunda-feira, 23 de Maio de 2011

Portista e Português por José Magalhães

O FC PORTO GANHOU A LIGA EUROPA

 

 

Com muito orgulho escrevi no meu blogue pessoal sobre a vitória do FC Porto na Liga Europa e também sobre a magnífica equipa do SP Braga.

 

 Para não estragar a festa (a minha) não me quis debruçar nesse escrito sobre os aspectos que me surpreenderam e dos quais não gostei.

 

Aconteceu no fim do jogo.

 

 

 

Já o árbitro tinha apitado para o fim do encontro e todos os elementos afectos ao FC Porto festejavam, quando acabou por acontecer o, para mim, impensável.

Os jogadores do SP Braga subiram as escadas para, um a um, receberem a medalha de finalista vencido. Apesar de tudo com um sorriso nos lábios, os jogadores do Braga lá foram receber a medalha, inchados com a  sua presença numa final europeia. Todos eles vestidos com o seu equipamento amarelo de que se sentiam naturalmente orgulhosos.

Depois foi a vez dos elementos da equipa portista, encabeçados pelo seu presidente. Um a um lá subiram a escadaria em direcção ao sr Platini, para que ele lhes entregasse a medalha de finalista vencedor e ao último elemento e capitão de equipa, também a tão cobiçada taça.

As câmaras das televisões seguiam cada um dos elementos da comitiva azul e branca. Bem queria eu que fosse azul e branca, mas quase todos os jogadores traziam uns panos às cores a tapar o equipamento. Não percebi muito bem o que era até que segundos depois alguém exclamou a meu lado

- trazem as bandeiras dos países nas costas.

publicado por atributosestrolabio às 18:00

editado por Luis Moreira às 19:50
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Terça-feira, 10 de Maio de 2011

Amarras Nossas

 

 

 

 

-Tolo é aquele que afundou seu navio duas vezes e ainda culpa o mar-
Publilius Syrus (~100 BC)

 

publicado por atributosestrolabio às 18:00
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