(Continuação)
Retrato ¾ de um jovem jornalista na “Cidade Maravilhosa”
Meu pai, Walter Castro, foi sempre um jornalista e na sua juventude igualmente um editor de jornais (veja-se a biografia em S. Castro, Walter Castro, um Cidadão da Modernidade brasileira - No centenário do nascimento, 1909-1965; Edições Galo Branco, RJ, 2009) e, por isso, desde a mais tenra infância aprendi a conviver com a presença de linotipos, impressoras e as mais diversas máquinas, bem como com aquelas outras das grandes resmas de papel para a imprensa. Até mesmo aprendi e fixei a música compassada das máquinas no silêncio das noites do interior brasileiro. Portanto, crescido em contacto com jovens amigos que viviam este mesmo ideal, fiz vários e efêmeros jornalsinhos de 1 ou 2 páginas, reproduzidos por velhas máquinas xerox, quando não os fazia manualmente e repetidos em fotocópias. Foram vários, essas pequenas publicações, e me serviram para traduzir os sonhos que eu e meus amigos acalentávamos então e que se caracterizavam pela contínua mutabilidade, natureza de que eram feitos...
Sendo assim, natural que, chegado ao apogeu da juventude, logo me dedicasse com grande empenho à prática do jornalismo naqueles anos explosivos da década de 50, vividos pela Cidade Maravilhosa com um entusiasmo e ritmo que faziam com que as vinte e quatro horas de um dia passassem sempre com a velocidade própria de uma participação direta com as coisas e com as gentes, numa contagiante atmosfera plena de estímulos predominantemente gratuitos.
Depois do meu mais antigo artigo publicado num jornal de tiragem maior, a grande experiência vivida pelo adolescente em férias de junho na casa de amigos da família na bela e mineira cidade de Santos Dumont, em 1948, pequeno artigo que tratava justamente do grande inventor aeronáutico brasileiro que dá nome à cidade, antes chamada Marília, devo esperar vários anos para ver coroada minha ambição de ver publicada num grande jornal do Rio uma minha colaboração literária. Mas, de repente isso acontece, quando sai nas pretigiosas páginas do suplemento literário do Diário de Notícias meu primeiro e tímido produto para a crítica literária brasileira. A partir de então, como uma maravilha inesperada, começo encontrar espaços nas páginas literárias mais importantes da Cidade Maravilhosa e de Niterói: além do Diário de Notícias, na Tribuna da Imprensa, Jornal do Brasil, Diário Carioca, Jornal do Comércio, O Globo, O Fluminense; com colaborações de ensaios ou de crítica literária relativas à mais recente produção de escritores brasileiros. Mas igualmente de publicações de contos e poemas, e isso mais particularmente em revistas e periódicos literários como Leitura, Revista da Semana, Revista do Livro, Cadernos Brasileiros, Jornal de Letras. Muitas vezes minha colaboração para os jornais cariocas vinham reproduzidos em jornais e periódicos de grandes capitais brasileiras, como São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre.
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