Domingo, 26 de Junho de 2011

A República nos livros de ontem nos livros de hoje - CXCI e CXCII, por José Brandão

 

Um Jornal na Revolução

 

Jacinto Baptista

 

Seara Nova, 1966

 

O Século, apesar das suas opiniões. era, predominantemente, jornal de informação, enquanto o outro, O Mundo, a despeito das suas informações, se afirmava, essencialmente, jornal de opinião, não devia diferir muito, à data da revolução de Outubro, senão a tiragem, pelo menos a cotação de que um e outro fruíam no mercado de leitores, a avaliar pela publicidade (quer-se atestado mais qualificado?) que, por igual, preenche o espaço de ambos nas edições que lançam para a rua, por exemplo no dia 7 de Outubro de 1910: num, como noutro caso, uma página inteira de anúncios para cinco de texto.

 

Mas, apesar de tudo, não se tome como rigorosamente infalível o critério de avaliar a expansão de um jornal só pela quantidade de anúncios que insere: desconsertar-nos-ia. O País daquele mesmo dia 7, que reparte as suas quatro páginas em duas de anúncios e duas de redacção.

 

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Um Marinheiro Romântico

 

Bourbon e Menezes

 

Lisboa, 1924

 

A viúva de José Carlos da Maia agradece a Rocha Martins e a Bourbon e Meneses a sua anuência para a publicação deste livrinho como homenagem a seu infeliz marido, e dedica-o ao seu querido filho Francisco Manuel para no exemplo da vida honestíssima e altamente Patriótica de seu Pai aprender a imitá-lo.

 

Também o dedica aos poucos mas excelentes Amigos que se comoveram ante a tragédia horrível, e tem manifestado o seu protesto, prestando culto á memória de seu adorado Marido, carinhos esmolas e benefícios á mulher e ao filhinho que ele tanto amou.

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publicado por João Machado às 17:00
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Quinta-feira, 23 de Junho de 2011

A República nos livros de ontem nos livros de hoje - CLXXXV e CLXXXVI, por José Brandão

Surgindo Vem ao Longe a Nova Aurora…

 

Jacinto Baptista

 

Livraria Bertrand, 1977

 

 

Jornal diferente dos outros (mesmo oposto aos outros), voz singular da Imprensa portuguesa no período compreendido aproximadamente entre o fim de primeira guerra e o advento da ditadura militar, o diário A Batalha (1919-1927) é uma das mais salientes e vigorosas projecções do nosso movimento operário organizado. A sua linha de vida – nascimento, ascensão, apogeu, declínio e morte (compulsiva) – acompanha e reflecte, durante quase uma décadas a sorte do proletariado português na fase de deterioração mortal da I República. Subordinada a uma ideologia específica – o sindicalismo revolucionário –, A Batalha não foi solidária, ou raramente foi solidária, do regime que entendia ser a expressão política do principal inimigo: a democracia burguesa. Mas apenas um ano sobreviveu o jornal operário à I República.

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Teófilo Braga

e a Lenda do Crisfal

 

Delfim Guimarães

 

 

Editora Guimarães, 1909

 

 

 

 

Razão de ser deste livro:

 

Quando em Maio de 1908 tornamos pública a conclusão a que havíamos chegado de ser Crisfal um pseudónimo do autor da Menina e moça, como procurámos demonstrar no volume recentemente dado a estampa: Bernardim Ribeiro (O Poeta Crisfal) tínhamos o convencimento pleno de que seria bem acolhida por quantos se interessam pelo estudo da nossa História literária, com excepção apenas do Sr. Dr. Teófilo Braga. O laureado professor do Curso Superior de Letras não perdoa a quem quer que seja que ouse discordar de suas sentenças, nem vê com bons olhos que outros, que não S. Exa., encarem problemas que se prendam com a História da literatura portuguesa.

 

E neste caso do Poeta Crisfal, o sr. dr. Teófilo Braga não desejava que ninguém bulisse, pelo motivo que teremos ocasião do apontar no decurso deste livro.

 

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publicado por João Machado às 17:00
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Quinta-feira, 9 de Junho de 2011

A República nos livros de ontem nos livros de hoje - CLVII e CLVIII, por José Brandão

Relatórios Sobre a Revolução de 5 de Outubro

 

 

 

 

Carlos Ferrão

 

Lisboa, 1978

 

É reduzida a bibliografia respeitante aos aspectos militares do movimento revolucionário de 5 de Outubro de 1910, do qual resultou a proclamação da República e, com ele, se pôs fim a uma Monarquia que durara mais de sete séculos e que, na sua última fase, a do constitucionalismo monárquico, dava inequívocas provas de decomposição e exaustão Apesar disso, dispunha ela de uma vasta rede de interesses criados, cujos representantes se recusavam a abdicar dos seus privilégios e da força pública que, passivamente, obedecia às ordens recebidas do poder político e da hierarquia militar, parte da qual reconhecera o seu carácter parasitário mas não se mostrava disposta a renunciar às suas regalias. Foi por isso longo e difícil o caminho percorrido pelos revolucionários republicanos. Estes montaram uma conspiração cujo principal objectivo consistiu em conquistar, entre militares, adesões e cumplicidades dispostas a colaborar…

 

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Repórteres e Reportagens de Primeira Página II


1910-1926


Jacinto Baptista – António Valdemar

 

Lisboa, 1990

 

Abrimos o volume com uma reportagem da revolução de Outubro de 1910, que transcrevemos de O Mundo daquela data: reportagem anónima, mas atribuída a um grande repórter: Hermano Neves. E, a propósito, referiremos que este jornalista confiou um dia, na revista ABC ao seu camarada de ofício Fausto Vilar, ponderações que de algum modo ajudam a compreende, a incorporação, mesmo a diluição da achega individual do jornalista na tarefa colectiva que é construir uma edição jornalística; que ajudam a compreender, em última instância, a opção pelo anonimato. Para Hermano Neves, do mesmo modo que «o personagem mais importante num hospital não é o director nem nenhum dos clínicos – é o doente (.,.) – num Jornal também o principal personagem não é o directo, nem nenhum dos repórteres. É o leitor».

 

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publicado por João Machado às 17:00
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