Terça-feira, 5 de Abril de 2011

Porque silenciam a ISLÂNDIA? por Francisco Gouveia


Estamos neste estado lamentável por causa da corrupção interna - pública e privada com incidência no sector bancário - e pelos juros usurários que a Banca Europeia nos cobra. 
Sócrates foi dizer à Sra. Merkle - a chanceler do Euro - que já tínhamos tapado os buracos das fraudes e que, se fosse preciso, nos punha a pão e água para pagar os juros ao valor que ela quisesse. 
Por isso, acho que era altura de falar na Islândia, na forma como este país deu a volta à bancarrota, e porque não interessa a certa gente que se fale dele)

 

Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país perdido no meio do mar, deu a volta à crise. 
Ao poder económico mundial, e especialmente o Europeu, tão proteccionista do sector bancário, não interessa dar notícias de quem lhes bateu o pé e não alinhou nas imposições usurárias que o FMI lhe impôs para a ajudar. 

 

Em 2007 a Islândia entrou na bancarrota por causa do seu endividamento excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se afogou num oceano de crédito mal parado. Exactamente os mesmo motivos que tombaram com a Grécia, a Irlanda e Portugal. 
A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas "macaquices" bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o 40º lugar). 

 

País novo, ainda não integrado na UE, independente desde 1944, foi desde então governado pelo Partido Progressista (PP), que se perpetuou no poder até levar o país à miséria. 
Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. Claro que a usura deste organismo não teve comiseração, e a tal "ajuda" ir-se-ia traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí para cima), que, feitas as contas por alto, se traduziam num empenhamento das famílias islandesas por 30 anos, durante os quais teriam de pagar uma média de 350 Euros / mês ao FMI. Parte desta ajuda seria para "tapar" o buraco do principal Banco islandês. 

 

 

 

publicado por Luis Moreira às 13:00
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Sábado, 22 de Maio de 2010

Sócrates já faz parte do problema


Luís Moreira

Esta propaganda diária que diz que o país está a sair da crise (foi o primeiro diz o governo), que cresceu no último trimestre, que tem dinheiro para emprestar à Grécia, que tem dinheiro para os megainvestimentos, é muito prejudicial. Sócrates está em estado de negação, os membros do seu próprio governo desmentem-no, as trapalhadas são diárias e constituem profundas machadadas na já muito fragilizada credibilidade.

A Islândia, já em Outobro/Novembro, numa política de verdade, lançou um PEC sólido e duro com o objectivo de controlar as contas públicas. Meteu na prisão banqueiros e políticos, cortou na despesa de forma coerente, com especial incidência nas classes mais ricas, aliviou impostos no sentido de relançar a economia ajudando os que criam riqueza.

Aqui, ao contrário, temos um primeiro ministro que lança concursos para os quais não tem dinheiro, persiste na propaganda de uma situação que só ele vê, atira-se às classes mais desprotegidas, aumenta impostos retirando à economia o resto de meios que necessita para não cair em recessão.

E, com isto, perdem-se oito meses em relação à Islândia e aos outros países que começaram a trabalhar a tempo e horas, não mentindo aos seus povos, suavizando as medidas por terem sido tomadas com a situação ainda controlável.

Zapatero adia o TGV que o nosso governo inicia com a abertura e adjudicação do ramal Poceirão - Caia, à socapa adjudica nova autoestrada ao amigo Jorge Coelho.

Mas ninguem quer governar nestas condições, o Presidente tem um timing próprio, Passos Coelho deixa-se colar aos aumentos de impostos, Sócrates continua no filme que ele próprio realizou e de que é principal personagem.

Os banqueiros já se juntaram para dizerem em público o que Sócrates não quer ouvir em privado. Quem nos tira deste filme?
publicado por Luis Moreira às 10:00
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