Mais de mil milhões de pessoas morrem de fome e a perspectiva de nova crise de alimentos, tal como em 2008, é bem real.
Desenvolver a agricultura com projectos de baixo custo e baixa tecnologia os quais têm potencial de ser replicados em escala mundial, são prioridade.
Calcula-se que 70% da população viverá em grandes cidades, já em 2050, pelo que as hortas urbanas surgem como uma solução.Captar o dióxido de carbono em 40% até 2020, com a plantação de eucaliptos e o aumento de montados, uma forma de agricultura sustentada que pode sequestrar anualmente mais de quatro toneladas de carbono por hectare.
Reduzir o desperdício de alimentos nas residências e restaurantes. Na cidade do Porto cada pessoa produz 500 Kgs/ano de desperdícios. A Lipor, empresa de gestão de desperdícios urbanos está a trabalhar para reduzir em 100 Kg o desperdício de alimentos nas residências e nos restaurantes em 48,5 Kgs.
Programas de recuperação e dominuição do desperdício, como as refeições nas cantinas e restaurantes e que já há exemplo no nosso país e que se contam por cerca de 5 000 refeições deitadas fora por dia.
Mesmo no que diz respeito à agua sabe-se que uma parcela muito grande (40-60% ) se perde no seu transporte e distribuição. Investimentos neste particular têm um rápido e alto retorno e são independentes de variáveis que não dominamos. O mesmo se diga para a energia.
O extraordinário potencial marítimo que o nosso país tem e a piscicultura com a criação de "quintas" marítimas onde se podem produzir toneladas de peixes de várias espécies sem as nefastas consequências para o ambiente e para o desaparecimento de espécies. Países como a Holanda e a Alemanha há muito que produzem "pescado", o "know how" é conhecido e não exige elevada tecnologia.
Estes investimentos de baixa tecnologia e menos exigentes em dinheiro são uma verdadeira resposta para países que não crescem, totalmente endividados e presos numa teia internacional de agiotagem.
Há 20 anos que os "gurus" mundiais da economia vieram a Portugal fazer estudos que nos custaram milhões. Nenhum preconizou um Estado interventor e gastador, um país com o maior número de kms de autoestradas por m2, nem as maiores pontes e mais caras, nem novos aeroportos, nem hospitais ao virar da esquina, nem parcerias-público/privadas,nem o TGV, nem empresas públicas que operam num meio sem competição, com preços superiores aos dos outros países e com uma retribuição ao capital accionista muito acima da remuneração obtida no mercado de capitais, com gestores que ganham mais que os congéneres de países ricos, com quadros e trabalhadores a gozarem mordomias muito acima dos restantes trabalhadores...
A isto chama-se um Estado Neo-liberal (leiam com cuidado os textos dos Professores da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra).Um Estado que não regula os mercados, que enterra milhões em bancos criminosos, que anda de braço dado com grandes capitalistas em negócios "finos" na Caixa Geral de Depósitos e no BCP, na PT...que isenta os milionários de pagamentos de impostos sobre mais-valias,que isenta das medidas de austeridade os que mais ganham...é isto que os Estatistas defendem? Há Estados mais neo- liberais do que isto?
Então aqui estão as alternativas ( do livro - entre muitos - Reformar Portugal - 17 Estratégias de Mudança - 2002): Aqui podemos encontrar proposta concretas para as grandes áreas da política e da sociedade, mas hoje fiquemo-nos pela economia:
- O crescimento económico terá que passar, essencialmente, pelo aumento sustentado e diferenciado da produtividade face à média comunitária.Isso implica capacidade de inovar.Os rápidos progressos em tecnologias de informação, são elas mesmas factores de competitividade e de inovação, mas mais do que isso, são "os drivers" das novas vagas de desenvolvimento tecnológico noutros sectores, como as ciências da vida, a gestão dos recursos naturais, o ambiente, os transportes e a gestão industrial.
O problema é que a UE, em matéria de inovação, coloca Portugal no último lugar.É, pois, preciso:
- Criar um ambiente propício à inovação - Mudar o papel do governo - inovação pelas e nas empresas -incentivar o espírito empreendedor - inovar nas Pequenas e Médias Empresas ( são as máquinas de criar emprego num país!) -Desenhar estratégias de inovação regionais -Incentivar o capital de Risco ( papel que devia estar atribuído à CGD mas que em vez disso anda nos negócios das empresas do regime) -Criar uma dinâmica auto-sustentada de financiammento -O contributo da Agência de Inovação e das Universidades - A Intervenção do ProInove - Programa Integrado para a Inovação -promover a participação Portuguesa no 6º Programa-quadro (onde ele já irá!)
(as prioridades deste programa eram: 1 - ciências da vida, Genómica, e Biotecnologia para a saúde. 2-tecnologias da sociedade de Informação 3 - nanotecnologia e nanociẽncias e novos processoas produtivos,4 - Aeronáutica e espaço,5 -Qualidade alimentar,6 - Desenvolvimento sustentado, mudança global e ecossistemas,7 - Cidadãos e governos na sociedade do conhecimento,8 - Actividades específicas noutros domínios( antecipação de necessidades científicas e tecnológicas; políticas horizontais de PME; medidas de suporte à cooperação internacional)
-Pugnar por uma política de Inovação na UE - Fazer de Portugal um país Inovador deve ser o grande designio nacional, o que obriga a sermos um país aberto, a escolher os investimentos inovadores prioritários e manter esses investimentos mesmo em recessão económica.Os países inovadores apostam numa classe empresarial com profundos conhecimentos académicos, cientificos, tecnológicos, virados para os negócios de base tecnológica e com uma crescente componente de informação e conhecimento.
Os países com a dimensão do nosso, têm vindo a assumir importância crescente. Estes países assentam a sua estratégia de desenvolvimento na excelência dos seus recursos humanos ( os nossos ou fugiram para o estrangeiro ou estão nas grandes empresas públicas a entrarem às nove e a sair às seis...), na renovação da sua classe empresarial, na capacidade de criarem empresas, de atraírem investimento externo e de promoverem a internacionalização das suas empresas.
Claro, que o grosso das suas 456 páginas é dizer como tudo isto se faz! Quem quizer saber como os países inovadores e ricos fazem, como a Holanda, Noruega,Dinamarca,Finlândia, e Áustria é só ler com cuidado este livro ou outro que trate, seriamente, destes temas. Também propõe medidas para a Educação, Saúde,Justiça, Administração Pública...
Nada que se pareça com as políticas que os diversos governos têm implementado, dar à manivela das betoneiras é bem mais fácil.Incluindo o actual, bem entendido!