Sábado, 18 de Junho de 2011

Carlos Leça da Veiga responde a Adão Cruz

 

Apreciei muito favoravelmente o texto do Adão Cruz em que, e muito bem, puxou as orelhas ao bispo Carlos Azevedo.

 

 

Parece que o cardeal Cerejeira está a querer voltar e os de Roma a quererem, mais uma vez, como sempre, um lugar ao sol. Na verdade a instituição da hierarquia romana não perde uma oportunidade para colocar-se ao serviço dos possidentes e quando o faz é por saber de fonte segura que eles estão com muito poder e têm as coisas bem encaminhadas.Assim deduzo que a situação é pior do que já parece.

 

Os outros, os que estão na  mó debaixo para quem devem orientar as suas queixas e dar conta dos seus projectos?

 

 

Deixo a pergunta no ar e não dou a minha resposta por não querer ouvir acusações consequentes a certas ideias políticas ditas de esquerda.

 

 

Peço, apenas, que seja recordada a evolução histórica do País já que é aqui que temos e devemos viver.

 

 

Carlos Leça da Veiga

 

publicado por Augusta Clara às 16:00
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Sexta-feira, 17 de Junho de 2011

Algumas palavras para D. Carlos Azevedo - Adão Cruz

 

Dei comigo a ler uma notícia sobre declarações de D. Carlos Azevedo, Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social. Não costumo ler, habitualmente, nos jornais, notícias sobre a Igreja, mas desta vez escorregaram-me os olhos. Como eu respeito muito as pessoas, embora não respeite muitas vezes o que dizem e o que representam, permito-me tecer algumas considerações às considerações de D. Carlos Azevedo.

 

Em primeiro lugar as suas declarações são declarações banais, o que não impede de que sejam perversas. D. Carlos Azevedo diz o que qualquer vulgar político está farto de dizer. “Que Portugal tem de encarar-se como um país pobre e não pode viver acima daquilo que é, mas apesar de ser pobre pode ser um país onde se viva de modo sereno e feliz”. Como, gostaria eu de saber! E diz mais. Diz que “temos de ter muita confiança em que aquilo que nos vai ser dito é a verdade do que está a acontecer, e tem de ser essa política de verdade a constituir a nossa confiança”. A Igreja sempre o disse, para quem a quis ouvir, embora todos saibamos que não há mais redonda mentira.

 

Estas palavras de D. Carlos Azevedo fariam rir se não causassem amargura. No mínimo, produzem em mim alguns arrepios, ao exumarem este espírito salazarento da pobreza feliz.

 

D. Carlos é suficientemente inteligente para saber que não há países ricos e países pobres mas sim meia humanidade que é rica e meia humanidade que é pobre. E esta meia humanidade é pobre porque a meia humanidade rica vive à custa dela. Os EU são um país rico e, no entanto, quarenta milhões de pessoas vivem pior do que se vive em Portugal, considerado um país pobre. Por outro lado, há países muito mais pobres do que os EU, onde as pessoas, de uma maneira geral, têm um bom nível de vida.

 

O problema, como muito bem sabe D. Carlos Azevedo, não está, em princípio, na pobreza nem na riqueza de um país, mas no brutal desequilíbrio de um sistema que sempre cavou e cava cada vez mais fundo um fosso abismal entre ricos e pobres. D. Carlos Azevedo sabe, mas não lhe convém dizer, que a causa está no roubo e na exploração dos mais fracos pela quadrilha que domina o mundo, que a causa está no abjecto capitalismo selvagem que vai levar o mundo à degradação total. Ele sabe-o tão bem como nós mas não é capaz de o dizer, até porque a Igreja faz parte integrante do núcleo duro deste execrável sistema. Sem capitalismo, sem obscurantismo e exploração dos mais fracos a Igreja não sobreviveria. Não me venham, pretendendo tudo justificar, com as caridades, sem dúvida louváveis se não fossem a toalha branca a que a Igreja sempre limpou as mãos sujas.

 

Para os parasitas do mundo, de facto ser pobre é uma fatalidade, não sendo permitido aspirar a mais, não sendo lícito ter direitos, lutar por eles, ter sonhos, anseios e projectos. O que é preciso é ser sereno e feliz na pobreza e na exploração. Nada de revoltas, indignação e luta. Sempre foram estas as palavras da Igreja através dos séculos e sê-lo-ão no futuro porque ela sabe que os seus parceiros sempre foram os ricos e os poderosos, e contra eles nunca a Igreja se rebelou. A Igreja sabe mas não quer ver, nem lhe dá jeito, que é muito maior a felicidade de viver numa sociedade justa e equilibrada do que a felicidade de contemplar a pobreza do alto de um pedestal, ainda que ela constitua uma permanente motivação para a caridade descer à rua, mantendo a sua natureza de necessária e sempre desfraldada bandeira da Igreja.

 

D. Carlos Azevedo e a igreja sabem que o poder político pouco mais é do que o executor dos interesses do poder económico. Além disso, os políticos são, muitas vezes, medíocres, facilmente corruptos, insensíveis e sem a visão construtiva de um mundo que colide com os seus interesses pessoais e de grupo. Mas a Igreja, salvo alguns beliscões muito genéricos, nunca os maltrata, não só porque vão à missa e comungam, mas, sobretudo, porque alinham naquilo que a Igreja impõe e exige.

 

D. Carlos e a Igreja sabem que o povo não é suficientemente culto para entender as complexas relações de causa e efeito, daqui decorrendo a sua incapacidade para romper o amorfismo e empreender as mudanças de comportamento necessárias à germinação da semente de uma sociedade nova. Mas em vez de o ensinarem e de o fazerem crescer através do conhecimento e da cultura obrigam-no a calar-se e a rezar.

 

D. Carlos Azevedo e a Igreja sabem que os mais responsáveis, os ditos intelectuais, aqueles que, por força do conhecimento, mais próximos deveriam estar da verdade e da moral, os detentores da ciência e da cultura nos seus mais diversos ramos, os agentes da abertura das mentalidades, estão obrigatoriamente enfeudados, consciente ou inconscientemente, nas formas obscurantistas do pensamento único, impostas pelas linhas dos grandes interesses a que a Igreja não é alheia.

 

Ser pobre é tremendamente penoso. Querer que o pobre seja sereno e feliz é um ultraje, D. Carlos Azevedo. A pobreza não é só feita de fome. Ela é também de natureza emocional. Os factores emocionais abrangem essencialmente as perturbações afectivas, criando sentimentos destrutivos e corrosivos como a depressão e as perturbações ansiosas.

 

Os factores de stress crónico constituem um grande leque, incluindo o desrespeito do Estado pelo cidadão, o baixo apoio social, a insegurança na doença, o baixo estatuto sócio-económico, o endividamento e a crua insensibilidade da especulação bancária, a progressiva angústia da vida cada vez mais difícil numa sociedade dita de progresso e desenvolvimento, os conflitos de trabalho, os desencontros conjugais e familiares, sempre crescentes numa sociedade injusta e pouco solidária como a nossa, o espírito fortemente abalado pela rigidez afectiva e pela incapacidade de sentir prazer com a vida, a aversão ao trabalho, a propensão para a violência, o estado de incapacidade funcional e as queixas somáticas que daí advêm e que se arrastam pela vida fora, a sensação de não se ser amado, a amargura do viver só, o isolamento social, a falta de confidentes, as más condições de trabalho, a falta de paz no emprego, as tarefas repetitivas, a rotina excessiva sem escapes criativos, a sensação de confinamento rígido, o desequilíbrio entre esforço e compensações, as más condições habitacionais, os maus-tratos infantis, as más experiências de toda a ordem.

 

Esta sim, é a pobreza no seu estado puro e ninguém tem o dever e a obrigação de ser pobre.

 

A pobreza de Portugal e de tantos outros países está na asfixia da vida, provocada por todos aqueles que neste país e neste planeta vivem da morte.

 

Portugal é um país pobre, D. Carlos Azevedo, como tantos outros, porque não os deixam ser ricos. Capazes disso eram eles.

 

Repare, D. Carlos Azevedo, que o JN impõe hoje a sua pessoa como FIGURA DO DIA.

 

Pudera!

publicado por Augusta Clara às 13:00
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Segunda-feira, 2 de Maio de 2011

A República nos livros de ontem nos livros de hoje - LXXXVIII, por José Brandão

A Igreja Católica e Sidónio Pais

 

 

Cunha e Costa

 

Coimbra Editora, 1921

 

Essa hora virá, ma só quando a Providência entender que a expiação colectiva suficientemente resgatou os graves pecados de que nenhum de nós está inocente.

 

Estou, entretanto, convencido, de que a tragédia da noite de 14 de Novembro de 1918 muito contribuiu para adiantar essa hora.

 

Em torno dessa memória se está lenta mas seguramente, refazendo a Nação, como, devagar, mas com firmeza, após Alcácer-Quibir se refez.

 

O erro dos que ainda hoje a mera invocação do seu nome enfurece, consiste em não se aperceberem de que o chamado Sidonismo não pôde ser um partido político precisamente porque é a religião cívica de todos os bons portugueses.

 

Assim considerado, ele é invencível. Pode-se, em rigor, exterminar uma facção politica;

publicado por João Machado às 17:00
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Domingo, 7 de Novembro de 2010

Recepção ao Papa



Adão Cruz





Cuelga una pancarta en tu balcón




Que todos lo vean!



                                                               En defensa de la laicidad!



Ainda bem que há gente viva neste mundo. Ainda bem que a espécie humana mantém sistemas neuronais activos  e uma higiene mental cheirando a frescura

publicado por Carlos Loures às 10:30
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Segunda-feira, 23 de Agosto de 2010

Os crimes de “luva branca” e sotaina

Adão Cruz
                                                           (Adão Cruz)

Este é o título de um artigo de Jorge Messias, onde deparei com o seguinte parágrafo, digno de ser transcrito: “ A igreja detém a maior acumulação de riquezas de sempre. É o maior banqueiro do Universo. Possui bancos, seguradoras, instituições de crédito, redes de turismo, “paraísos fiscais”, latifúndios, minas, florestas, redes de hipermercados, hospitais, escolas, tudo quanto uma força ambiciosa possa imaginar. Está presente em todas as áreas políticas e sociais”. Acrescento eu: o digno e universal exemplo da pobreza da doutrina de Cristo!
publicado por Carlos Loures às 22:30
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Quinta-feira, 29 de Julho de 2010

República nos livros de ontem nos livros de hoje - 88 (José Brandão)

A Igreja Católica e Sidónio Pais

Cunha e Costa

Coimbra Editora, 1921

Essa hora virá, ma só quando a Providência entender que a expiação colectiva suficientemente resgatou os graves pecados de que nenhum de nós está inocente.

Estou, entretanto, convencido, de que a tragédia da noite de 14 de Novembro de 1918 muito contribuiu para adiantar essa hora.

Em torno dessa memória se está lenta mas seguramente, refazendo a Nação, como, devagar, mas com firmeza, após Alcácer-Quibir se refez.

O erro dos que ainda hoje a mera invocação do seu nome enfurece, consiste em não se aperceberem de que o chamado Sidonismo não pôde ser um partido político precisamente porque é a religião cívica de todos os bons portugueses.

Assim considerado, ele é invencível. Pode-se, em rigor, exterminar uma facção politica;
publicado por Carlos Loures às 18:00
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Terça-feira, 8 de Junho de 2010

El secreto de la confesión revelado (3)

Finalmente, para encerrar está sesión, me parece que vale la pena comentar algunas ideas. El catecismo es el compendio de la fe. Está escrito para personas que entienden lo que la patrística, la doctrina y la historia de la religión que profesan, sean musulmanes, ortodoxos griegos o rusos, armenios, anglicanos, maronitas o cristianos libaneses, otros. Todos ellos tienen su forma de orientar a sus pastores. Pero como hablamos de Vilatuxe Católico Romano, la orientación que observé sus pastores no cumplen y que está escrita en el Código de Derecho Canónico, tienen este deber:

¿Puede un sacerdote revelar algún secreto de confesión?

La Iglesia Católica declara que todo sacerdote que oye confesiones está obligado a guardar un secreto absoluto sobre los pecados que sus penitentes le han confesado, bajo penas muy severas. Tampoco puede hacer uso de los conocimientos que la confesión le da sobre la vida de los penitentes.


El Código de Derecho Canónico, canon 983,1 dice: «El sigilo sacramental es inviolable; por lo cual está terminantemente prohibido al confesor descubrir al penitente, de palabra o de cualquier otro modo, y por ningún motivo».

¿No hay excepciones?

El secreto de confesión no admite excepción. Se llama "sigilo sacramental" y consiste en que todo lo que el penitente ha manifestado al sacerdote queda "sellado" por el sacramento.

Un sacerdote no puede hablar a nadie sobre lo que se le dice en confesión. Aun cuando él supiera la identidad del penitente y posteriormente se encontrara con él no puede comentarle nada de lo que le dijo en confesión, a menos que sea el mismo penitente quien primero lo comente. Entonces y sólo entonces, puede discutirlo sólo con él. De lo contrario debe permanecer en silencio.

¿Cómo se asegura este secreto?

Bajo ninguna circunstancia puede quebrantarse el “sigilo” de la confesión. De acuerdo a la ley canónica, la penalización para un sacerdote que viole este sigilo sería la excomunión automática (Derecho Canónico 983, 1388).

El sigilo obliga por derecho natural (en virtud del cuasi contrato establecido entre el penitente y el confesor), por derecho divino (en el juicio de la confesión, establecido por Cristo, el penitente es el reo, acusador y único testigo; lo cual supone implícitamente la obligación estricta de guardar secreto) y por derecho eclesiástico (Código de Derecho Canónico, c. 983).

¿Y si revelando una confesión se pudiera evitar un mal?

El sigilo sacramental es inviolable; por tanto, es un crimen para un confesor el traicionar a un penitente ya sea de palabra o de cualquier otra forma o por cualquier motivo.

No hay excepciones a esta ley, sin importar quién sea el penitente. Esto se aplica a todos los fieles —obispos, sacerdotes, religiosos y seglares—. El sigilo sacramental es protección de la confianza sagrada entre la persona que confiesa su pecado y Dios, y nada ni nadie puede romperlo.

¿Qué puede hacer entonces un sacerdote si alguien le confiesa un crimen?

Si bien el sacerdote no puede romper el sello de la confesión al revelar lo que se le ha dicho ni usar esta información en forma alguna, sí está en la posición —dentro del confesionario— de ayudar al penitente a enfrentar su propio pecado, llevándolo así a una verdadera contrición y esta contrición debería conducirlo a desear hacer lo correcto.

¿Las autoridades judiciales podrían obligar a un sacerdote a revelar un secreto de confesión?

En el Derecho de la Iglesia la cuestión está clara: el sigilo sacramental es inviolable. El confesor que viola el secreto de confesión incurre en excomunión automática.

Esta rigurosa protección del sigilo sacramental implica también para el confesor la exención de la obligación de responder en juicio «respecto a todo lo que conoce por razón de su ministerio», y la incapacidad de ser testigo en relación con lo que conoce por confesión sacramental, aunque el penitente le releve del secreto «y le pida que lo manifieste», (cánones 1548 y 1550).

¿Aunque contando el secreto el sacerdote pudiera obtener algo bueno para alguien?

El sigilo sacramental no puede quebrantarse jamás bajo ningún pretexto, cualquiera que sea el daño privado o público que con ello se pudiera evitar o el bien que se pudiera promover.

Obliga incluso a soportar el martirio antes que quebrantarlo, como fue el caso de San Juan Nepomuceno. Aquí debe tenerse firme lo que afirmaba Santo Tomás: «lo que se sabe bajo confesión es como no sabido, porque no se sabe en cuanto hombre, sino en cuanto Dios», (In IV Sent., 21, 3,1).

¿Y si otra persona oye o graba la confesión y la revela?

La Iglesia ha precisado que incurre también en excomunión quien capta mediante cualquier instrumento técnico, o divulga las palabras del confesor o del penitente, ya sea la confesión verdadera o fingida, propia o de un tercero.

¿Y en el caso de que el sacerdote no haya dado la absolución?

El sigilo obliga a guardar secreto absoluto de todo lo dicho en el sacramento de la confesión, aunque no se obtenga la absolución de los pecados o la confesión resulte inválida.

(Este especial se ha realizado tomando como referencia el Catecismo de la Iglesia Católica y las respuestas que sobre el tema dio Grace MacKinnon, especializada en Doctrina Católica)

Me parece que es el momento de cerrar este análisis. La palabra, como siempre digo, queda con el lector, así como la opinión
publicado por Carlos Loures às 16:30
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Terça-feira, 25 de Maio de 2010

Mis Camelias-6

Raúl Iturra

Las emociones pueden ser muy frágiles y muy poco culturales, eventualmente. En una parroquia pequeña, devota de la Iglesia Católica, acontecen relaciones conocidas por todos, pero nunca dichas o comentadas, o, entonces, comentadas en silencio con un picar de ojo y entre personas de confianza. Era el problema de mi amigo, quién normalmente desparecía un día entero y volvía a casa feliz y sonriente. Más de una vez lo acompañé a su aldea de nacimiento, y pude observar sus reacciones frente a otras persona, el fuego de su mujer se había apagado, llegué a la conclusión, porque el fuego de mi amigo ardía de otra manera, de una forma que él entendía y su mujer, no, ni quería saber. Del asunto nunca más hablamos, hasta encontrarlos otra vez en mi citado reestudio de la Parroquia de Vilatuxe, que a nada llevó, excepto a saber que Mariflor tenía una casa de lujo. Su madre había muerto, su padre estaba viejo y con la mente perdida. Mariflor usó su nuevo poder adquirido para realizar las obras que ella deseaba hacer en su casa. Bien me recuerdo del día en que nos enseñó, a Gloria y a mí, su casa por fuera, ella no aceptaba la realidad de ser de la vida rural y tener una casa de piedra. Gloria y yo nunca fuimos convidados a entrar, Mariflor admiraba la forma en que Gloria había arreglado nuestra casa rural, para nosotros una casa pobre, pero para ella, con el ansia de tener todo nuevo, todo pintado de blanco dentro de casa, paredes, techo, puertas color chocolate, rascuñadas con un instrumento de metal, los manteles de mesa en batic", era una novedad para nuestra amiga. En mi reestudio, observé que había convertido la casa de piedra antigua, en una fortaleza preciosa y muy bien decorada, toda pintada de blanco mate, con cortinas de velo, sobre cortinas de blanco amarillo y el piso todo alfombrado con tejido de lana con pelos blancos. Era como entrar en una casa japonesa: yo me reía por dentro, estaba todo copiado de los gustos de mi mujer, de los que ella había anotado todo y así rehizo su casa. Me reía, decía yo, porque cuando llegué a almorzar, antes de saludarme, corrió y me dijo: "espera, espera, espera", agitando las manos, pensaba yo de alegría por ver, 24 años después, a un amigo íntimo. Pero, ¡ay de mí!, No, era para pararme en la puerta, descalzarme los zapatos, sucios como estaban con el natural barro de greda de la calle siempre mojada por la eterna lluvia gallega, calzarme unas pantuflas, tirar mi poncho chileno, y, ¡señor lector, no puedo dejar de reír cuando escribo esto!, Sentí que era condicionalmente bienvenido. Mariflor había invertido su ardor en... arreglos de casa aprendidos de mi mujer y sus elegantes amigas de Santiago de Compostela, que tenían casas de palacio... Cuando Manolo llegó a almorzar, saludó con respeto pero con un ojear distante: había problemas en la escuela al quejarse los padres de los niños, estudiantes de Manolo, de no estar muy atento a su crecimiento, o que interfería mucho en el crecimiento de los jóvenes, quejas que causaban problemas para él y para los vecinos, que los habían aislado, porque el Maestro no sabía enseñar o sabía mucho y decía lo que no era conveniente y adecuado a esos jóvenes, y por el llamado nariz respigado de Mariflor, que no hablaba con sus vecinos. Después de una hora de almuerzo, dónde todo me era preguntado, volví a casa para descansar, mis hospedes Medela me contaron historias de esa pareja que, por simpatía para ellos, no cuento, para que el papel no se rasgue de tanta vergüenza. Fue esa historia que me llevó a diseñar mi propia pedagogía y mi relación con nuestras, como se dice en lengua luso-galaica, catraias o hijas. Fue lo que me hizo pensar que debe haber una cierta distancia entre las intimidades de los más jóvenes y las nuestras, aunque sean nuestros hijos.. Nos vimos dos horas, con un hombre muy envejecido, el padre de Mariflor, José Gonzáles, con el apodo de El Barrocal, que nos regalaba leña en los años setenta para calentar nuestra fría casa, visité la habitación del segundo piso, donde Manolo había sido segregado a una habitación solitaria, y nunca más los vi. Esos amigos que, prácticamente, vivían en nuestra casa en los años 70, que nuestras mujeres salían juntas para Compostela e nosotros, para las aldeas que Manolo me explicara siempre. Talvez, era conveniente e adecuado decir que aprendí no apenas esas ideas de intimidad y distancia, bien como pensé que debía evitar amigos de conveniencia.


Bien, el desgarro del texto ha sido grande. Aún no he llegado al relato final de la meningitis de Eugenia. O, talvez, quiera evitarlo. Me siento... culpable... El trabajo era mío y quién estaba a pagar por la investigación, era nuestra hija mayor, porque Gloria ya estaba habituada a nuestra forma de vida en la aldea y no quería irse de vuelta al Reino Unido, en el día en que debíamos partir. Es evidente que la enfermedad de Eugenia atrasó la partida. Pero no causó alegría en ninguno de nosotros el hecho de demorarla, por causa del motivo de la tardanza. Aún más, debíamos partir porque, como he narrado en otro libro mío, tenía un pasaporte temporal, de corta duración, dado por el ciudadano Español, Cónsul de Chile en el Puerto de Vigo, por simpatía para nosotros, perseguidos como estábamos en todo el mundo, por la Dictadura de Chile. El Cónsul que había sido Republicano en sus tiempos, otorgó una visa de dos meses, en Noviembre de 1975, que expiraba a finales de Enero de 1976. Y la enfermedad de Eugenia fue en Noviembre. Nos sentíamos acosados por todos los sitios. Cuando reparé en la enfermedad de Eugenia, fui de inmediato a nuestro pedíatra de Lalín, quien nos dijo que no debía ser nada. Yo insistí mucho, relaté con el mismo fervor que había hablado en el Hospital de Edimburgo sobre el envenenamiento alimentar de Eugenia, pero un tuve éxito, el médico ya estaba habituado que por todo o por nada, estábamos en su consultorio. Me dijo que me fuera a casa o llevara a la niña, a las dos, porque si era lo que yo decía que parecía ser, una meningitis, había peligro de contagio para nuestra hija más pequeña. Repliqué de inmediato que por causa del frío, no las podía llevar a la calle, él, irónico, dijo que si era como yo decía, mucha fiebre, la nieve haría bajar la temperatura. Como no tenía alternativa e era un Viernes y los médicos no trabajan durante el fin de semana, me sentí desesperado y las fui a buscar. El médico las revisó, dio su diagnóstico y decidió, en su médica sabiduría, que la niña tenía solo un catarro con otitis. Nada contento, volví con ellas a nuestra casa de la aldea. Esa noche fue en vela. Eugenia paseaba sonámbula por la casa, con nosotros sin saber qué hacer. Después, comenzó a dormir y tenía el cuello tieso. De madrugada, ese Sábado que nunca olvidaré, fui a correr al médico, ya estaba a preparar todo para volver a su casa de Compostela, pero al oír mi relato, dijo: "Bueno amigo, yo lo llevo, su casa, me queda en el camino a Santiago". No abrí la boca para que no se fuera a arrepentir. En vista de mi silencio, él fue cantando y yo, muy herido con todo, ni lo miraba. Bajamos en casa, entró, mal vio a la niña en la cama, la auscultó y dijo: "Joder, Ud. tenía toda la razón, parece ser meningitis, el problema es saber el tipo, si es de bacteria o de virus y sólo será posible saber si vamos a la Clínica y es allí analizada. Hay dos tipos, la que mata y la que lesiona, es decir, de batería o de vírus". Yo tenía todo, excepto dinero. Pero nuestra hija, como hace cantare Mozart en su Ópera Cosi fan tutte[81] que las personas amadas por nosotros, valen un Perú, es decir, una referencia a la estimada riqueza de oro de la hoy República del Perú. No pensé ni un minuto, pregunté cuál era la mejor Clínica de Compostela. Era, por supuesto, La Rosaleda, la mejor y la más cara. Pero los padres no nos fijamos en gastos en estos casos, por la que a La Rosaleda, nos dirigimos de inmediato. Para no quedar solos, llamamos a nuestros amigos Xosé Manuel Beiras y, en ese tiempo, su mujer, Teresa García Sabell. Corrieron a la clínica. Xosé Manuel decía: "Es que no es posible, no puede ser. La meningitis es endémica en Galicia y justo tenía que acontecer a la familia más sacrificada, mas entregada a la investigación de campo, eso que nosotros nunca hemos podido hacer", y, con desesperación, se paseaba por los corredores en cuanto la niña era examinada, agarrando la cabeza con dos manos. De padre sufriente y acongojado, tuve que pasar a ser amigo que apoyaba, marido que apoyaba, paciente que apoyaba a un médico arrepentido por no haberme creído a tiempo, por haber desconfiado de nosotros. Ese apoyo me salvara de perder la cabeza y de entregarme, yo mismo, a la desesperación, porque, desesperado, eso estaba yo. Sabía también que un padre que pierde la cabeza nada puede hacer, ni salvar a su hija, que era lo que pretendíamos. La meningitis había sido adquirida por Eugenia en sus costumbres de jugar con sus amigas entre las vacas de los establos, o cortes, como se dice en luso galaico, y que los gallegos republicanos y contra Franco, aún vivo y dictador, hacían bromas: "Las cortes de Franco tienen...vacas y están llena de bostas". Tenía la esperanza de que fuera una meningitis bacteriana e no viral. La bacteriana es curable, la viral deja secuelas o mata.[82]. ¡Nunca en nuestra vida habíamos estado pendientes del color,excepto en el batic´ de Gloria, como esta vez, de una enfermedad! Si el líquido raquídeo era negro, entonces era viral y mata; si el líquido fuera blanco, era de bacteria, posible de curar de inmediato. Cuando Angel Pensado el médico salió del quirófano, donde estaba Eugenia, ese sitio que, en la infame práctica de los médicos no nos dejan entrar para estar con las personas que más amamos, dijo por suerte el líquido es de color blanco... Como en el nacimiento de Eugenia, que no me fue permitido entrar al quirófano de dar a luz, como he referido en otros libros míos. Cuando Ángel salió, decía, venía aliviado: el líquido era blanco, era bacteria que, con penicilina sódica, podía ser curada. ¡Bueno, bueno, bueno! La niña estaba a ser salvada. Como es posible imaginar, no abandoné ni un momento a nuestra hija. Nuestra suerte era que mi hermana Blanquita, mi cuñado Miguel y la hija de ellos, Alejandra, de tres meses, estaban en nuestra casa de la aldea, para cuidar a nuestra Camila, que no podía entender en sus cortos año y medio de edad, lo que pasaba en casa, por qué los papás no estaban, especialmente su Daddy, o así lo quiero recordar yo y así quiero pensarlo. Gloria dormía en casa de los Beira, ese nuestro hogar en Compostela, y yo, en el Hospital. Cuando Eugenia estaba mejor, fui de inmediato a Vilatuxe para traer a la más nueva, Camila... quién... no quería ir. ¡Ella adoraba estar con sus recién conocidos tíos! Tuve que dejarla en su santa libertad, lo que era menos un peso para nosotros. No sabía lo famosos que éramos, pero, como siempre se dice, los amigos se conocen en la cárcel y en las deudas, agrego, y también en la enfermedad. Fue lo que pasó con nosotros, era un desfile de gallegos de Compostela y de Vilatuxe, para saber cómo estaban Eugenia y sus papás. Hasta dinero nos querían ofrecer... Especialmente nuestra amiga monja, Carmen Cervera, esa monja madrileña que, como relato en otro libro mío, me dijo que había dejado su Convento sin monjas, porque había hablado allí sobre nuestro internacional movimiento de Cristianos para el Socialismo. Agradecí el dinero, pero no lo acepté, antes pedí que, como era una persona creyente y de fe, que fuera a orar por nuestra hija, por causa de las posibles secuelas de la enfermedad [83].

Eran las consecuencias lo que más temíamos. Un problema es curar la enfermedad, el otro, lo que pueda suceder después. Esa era nuestra mayor preocupación. En esos días, lo más importante era mejorar a nuestra hija y no pensábamos mucho en el futuro. Más bien, no había tiempo para pensar: con una hija siempre a dormir, tres días sin conciencia, a tentar adivinar lo que decía, oír sus pesadillas, sus gritos día y noche, o por causa de la fiebre, o por causa de los dolores que causa la inflamación de las meninges, ese delicado tejido que envuelve el cerebro y la médula espinal. El problema nuestro era si hubiese o no consecuencias poco simpáticas. Los mayores problemas que causan una enfermedad, no son sólo las consecuencias directas de la enfermedad, pero sí los bien intencionados comentarios que acaban por meter miedo a quien tiene un brote de pasión, con esa dolencia. Los comentarios y los sentimientos de alerta ofrecidos gratuitamente por personas amigas, son, normalmente, la peor parte social de toda enfermedad. Nunca faltan las personas comedidas que nos dan consejos y no saben callar su boca. Desde que he sido padre de hijas que han tenido enfermedades causadas por virus o bacterias, he aprendido a visitar sin preguntar nada y esperar que las personas acongojadas hablen primero y, nosotros, callar lo más posible, hasta el punto de la descortesía. Quién tiene un vástago con una enfermedad grave, lo que menos desea oír son consejos de cómo tratar a la persona doliente. Para eso existen médicos.

Nosotros, en La Rosaleda, teníamos los mejores. Pero en la aldea, mal aparecí yo, fui abordado por los vecinos que, prácticamente, me daban palabras de pésame, como si nuestra hija hubiera muerto. Por ser enfermedad endémica de la población, era, la famosa meningitis, una enfermedad social. Las personas tienen miedo de estar con nosotros, piensan que estamos contagiados y podemos transmitir la enfermedad.
Fue en esos días que aprendí que toda enfermedad puede tener dos aspectos: el biológico, y el social. El primero, es tratado por otros en el lugar que corresponde, en el hospital, sea la Clínica Miraflores en Viña del Mar, Chile, el ya referido de Edimburgo, en La Rosaleda en Compostela, Galicia, o Adenbrooks, en Cambridge, Reino Unido. Las personas saben, las personas pretenden saber los secretos de la de las dolencias. Nunca me olvido como Elida de Varela, llamada la bruja, vino a recitar plegarias e sahumerios cuando Eugenia estaba aún en casa, sin hablar y con mucha fiebre. Tenía toda la fe que recitar un Padrenuestro de atrás para adelante, o al revés, curaba no solo a las personas bien como a los animales. Cuando nuestro amigo y vecino Eduardo Fernández y Encarnación Ramos, su mujer, estaban a perder una causa de parto, la última persona a la que recurrieron, fue al veterinario, normalmente gratis, quien pagaba era la Empresa Nestlé, para quien ellos trabajaban en sus tierras y con sus vacas. Si para nosotros la enfermedad de Eugenia era un problema afectivo, Para Eduardo y Encarnación una vaca a morir era un problema de sobre vivencia: menos una vaca, y no podían vender todos los días los litros necesarios para mantener su trabajo en marcha, más una vaca, y no la podían mantener. Tenían lo que he llamado lo justo para su sobre vivencia como labradores Los "bichitos", como mi amigo Eduardo los llamaba, "los bichitos, Don Raúl, necesitan comidas especiales y sin esa comida, no dan leche. ¡Los bichitos son caros, Don Raúl... ! "[84]. Fue por eso que mandó llamar a Elida, él era católico romano y se ufanaba de serlo, pero tenía las formas de ser de lo que denomino en otros textos míos, ya citados en éste, la mente cultural. Elida trató con el Padrenuestro al contrario, y como la vaca no paría, al día siguiente estábamos ahí todos otra vez para rezar las letanías de San Antonio. Porque la falta de esa vaca causaba un problema financiero para ellos. Y del problema financiero, pasaba al problema emocional. Eduardo y Encarnación amaban a sus vacas, vivían de ellas, pero también vivían para ellas. Las sacaban a pastar en el fresco de la tarde, para limpiar las cortes de las vacas. Este trabajo de producir leche, les tomaba todo el día y todo el año. Para nuestros vecinos de Vilatuxe, los animales y los niños eran iguales, los trataban con el mismo cariño, aunque siempre observé que era más el cariño a las dadoras de leche, que el cariño a los niños. Es natural, los niños aparecían y era una mala inversión, las vacas eran compradas con el crédito que daba la empresa que era, para decirlo así, la propietaria de hecho de los animales y de la tierra.

No me fue, extraño, en consecuencia, que Elida, sin ser llamada, apareciera en nuestra casa para "desembrujar" a Eugenia y curarla. Lo que ella hacía era tan convincente, entraba en trance y pedía para que el dolor y la enfermedad pasaran para ella y que la niña, como la vaca enferma, sanaran. Dirán que comparar una hija con un animal es una tontería, yo diría que no, la naturaleza es todo y una misma cosa, seres humanos y animales se confunden, unos dependen de los otros. El problema era que Eugenia no era "útil", porque su padre no tenía vacas para cuidar, donde Eugenia, si mejoraba, fuera necesaria. La forma de cuidar a la infancia estaba enredada con la forma de tomar cuenta de los animales. Estaba todo unido, era una forma recíproca de comportamiento: los "bichitos" daban el dinero para alimentar a la familia, la familia, por su parte, cuidaba de los animales de los que dependían para comer y vestirse. ¿Que todo era una ilusión? En cierto modo, o de cierta manera. Porque ellos pagaban impuestos por las tierras y los animales productivos, pero quien administraba todo era la empresa suiza que les compraba, o no, dependía de la oferta y la demanda, esa famosa ley definida por el referido Adam Smith, que apenas la constató y retiró de la actividad comercial de la realidad británica y de otros países con influencia en el comercio de ultramar.

¿Es ésta la meningitis de Eugenia? Era parte. Las vacas, como en la India, eran sagradas, los niños un poco menos. Las vacas criaban bacterias y virus que los niños, y a veces, los adultos, contraían como enfermedad. Pero, como eran animales mimados y el pan de la casa, las vacas eran más importantes que Los seres humanos dependían de ellas. Nunca olvido el día en que con mi viejo amigo Eladio Fernández Ferradás, a quién yo había ayudado a tramitar su jubilación y me quiso pagar muchas pesetas por el trabajo hecho a máquina por mí y que no acepté, ese mi amigo y yo, estábamos a conversar. Pero, como con cualquier vecino mío, la conversación iba siempre para las vacas. Ese día de 1975, estábamos a pastorear un vaca, amarrada por una cuerda al pescuezo para que no comiera donde no debía. Lo que no debía, era comer en la hierba de la finca, o belga en portugués, por pertenecer a otros vecinos, derecho muy respetada entre los gallegos que tanto habían sufrido para ser propietarios desde el Siglo XIX en adelante. Pero, como estábamos a conversar, nos distraíamos y la vaca iba a comer en la finca de otro, lo que no era permitido, era un robo castigado con falta de reciprocidad en los trabajos. La devoción no es solo porque el animal da dinero, lo que a Eladio no le faltaba, es también porque la vaca, como después entendí, es el símbolo de la paz entre los gallegos.[85]. La devoción a las vacas es tan grande, que me impedía obtener todo lo que yo quería saber para saber de la historia de la aldea, de la memoria viva más vieja de la Parroquia, que entre él y su mujer Margarita Dobarro, componían. Eran mis mejores informantes, especialmente a las horas de almuerzo, esos almuerzos de los Domingos, donde los cuatro Iturra íbamos a la casa más pequeña de la aldea, en el lugar da La Carretera, donde vivíamos. Casa pequeña para albergar a tanta gente: Eladio, Margarita, su hijo Luis y la mujer de él, María de la Fé y los, en ese tiempo, cuatro hijos de ellos. Esa Margarita Dobarro Silva, que venía de la aldea vecina de La Varela, donde su hermano mayor, Serafín, había heredado la mayor parte de la tierra con todos los "bichitos", un Serafín que era uno de los mejores productores de leche del sitio. Ese tipo de herencia que Margarita, aún lúcida, aborrecía y hablaba mal del sistema, al decir que eran todos iguales, todos hermanos, todos hijos del mismo padre y madre, en fin, todos iguales, deberían heredar también de forma igual, pero por le ley de costumbre cultural del patruciado, ya explicada antes, toda la tierra y todos los bichitos, habiendo heredado ella apenas un cuarto de hectárea de tierra, lo que ella no perdonaba de tal manera, que amable y dulce como era, no se hablaba con su hermano. Conversación que estaba siempre, hasta en nuestros almuerzos de los Domingos, casi todas las semanas. Todo el mundo sabía que Margarita, en su casi setenta años, era una especial hospede, mientras más gente dentro de su casa pequeña, más feliz ella quedaba. Conseguía llevarla al tema de las familias de la Parroquia, pero, apenas tocábamos el tema de quién había adquirido tierra y cuánto y cómo, ella sabía muy bien quien era patrucio y quién había emigrado para comprar. Y, Serafín, su hermano, salía otra vez al baile de las familias, como si fuera su obsesión... No podía olvidar ni perdonar a su familia. Todo lo que yo quería obtener era información sobre historias de vida, sobre las familias, y no podía: o era siempre interrumpido por las quejas de Margarita, o por la preocupación de Eladio de pastorear su única vaca. Es necesario decir que las mujeres, excepto nuestra vecina, Maria de las Nieves Arca Taboada, por ser la mayor propietaria de tierras en la Parroquia, tienen un papel muy secundario entre la población. La Ley del Patruciado, ya definida por mí en este texto, como en otros libros, definía quién sería cabeza de familia, especialmente por corresponder a él o ella, heredar la mayor parte de los bienes. Era su deber administrar la llamada compañía familiar gallega, para que a nadie le faltara nada, para que ninguno de ellos quedara pobre o mal parado. Compañía familiar, es una empresa, ya definida por mí en este texto y en otros citados[86]. Eladio no sólo cuidaba de que no comiera dela la hierba del vecino, bien como decía que no tenía necesidad de vacas, pero el problema era lo qué podía hacer sin una vaca en casa, porque estos "bichitos", como Eduardo Fernández y otros decían, todo les daban el apodo de "bichito", un nombre cariñoso, esos bichitos, decía Eladio, solo traen paz a la casa.
O ciertas intranquilidades. Todo era administrado por la denominada Compañía Familiar Gallega, formas de trabajo muy antiguas pero redefinidas recientemente[87], por lo que, como digo al pié de página, la lucha de Margarita era casi imposible, especialmente en una sociedad de vínculos masculinos, donde la persona cabeza de familia es, generalmente, un hombre, denominado El Cabezoleiro.

Así fue como, poco a poco, me fui enterando de costumbres por mí antes desconocidas, bien como por varios de mis colegas de la Universidad de Compostela, que precisaban de agua, de mucho agua, para poder engullir el bolo de la realidad que les presentaba, de su sociedad y que nuestras hijas sabían de memoria, tanto había entrado en ellas las formas de ser de la cultura gallega.

Vamos a ver lo que eso valió para su crecimiento. Comenzamos a usar agua en Escocia y continuamos en... Vilatuxe o Villa del Tojo, esos arbusto que, junto con el llamado de Giesta[88], que tiene flor amarilla, son enterrados durante un año, con bosta de vaca, para podrecer, usando el resultado como abono natural para la tierra que se va a cultivar. Pero hay también el arbusto Xesta[89], más usado para el cultivo de la tierra, porque no es venenoso como la Gesta.
Es de estas formas y maneras que fuimos aprendiendo a vivir entre extraños, que, al final, eran todos nuestra familia. No era solo amistad, era cariño de cada generación a la suya. Es así como Eugenia y Camila, con su prima Alejandra, crecieron juntas y, hasta el día de hoy, son como hermanas.
Fue así también como adquirí muchos discípulos de Galicia, los mejores doctores de hoy, ya catedráticos varios de ellos, y que aprendí ese derecho a la igualdad reclamado por Babeuf en el Siglo XVIII. Los habitantes de Vilatuxe y los de Escocia eran muy clanicos. Nosotros, pasamos, hasta el día de hoy, a ser parte de ese clan, con los mejores amigos del alma. Nunca más fuimos extraños. Somos... familia.
publicado por Carlos Loures às 15:00
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Terça-feira, 18 de Maio de 2010

Esponsais da culpa

Pedro Godinho

Pela importância das mesmas e de quem as proferiu, as palavras do sumo pontífice da Igreja Católica, no voo de Roma para Lisboa do passado 11 de Maio, em resposta aos jornalistas sobre os casos de pedofilia clerical, merecem registo para memória e exigência da consequente acção do próprio, correligionários e discípulos:

“Os ataques contra a Igreja e o Papa não vêm apenas do exterior, os sofrimentos vêm do interior da Igreja, do pecado que existe na Igreja.

Isso foi sempre sabido, mas hoje vemos de modo realmente aterrador: que a maior perseguição da Igreja não vem de inimigos externos, mas nasce do pecado na Igreja, e que a Igreja, portanto, tem uma profunda necessidade de reaprender a penitência, de aceitar a purificação, de aprender por um lado o perdão, mas também a necessidade de justiça. O perdão não substitui a justiça.”

Joseph Ratzinger, Bento XVI, Papa para a Igreja Católica

11 Maio 2010
publicado por Carlos Loures às 09:00
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Terça-feira, 11 de Maio de 2010

A religiosidade de marx, as ideias de Lutero e os comentários de Ratzinger -1

Raúl Iturra

Ratzinger, comentador de Marx, aproxima-se. O que de Kart Heirich Presborck Marx, chama a atenção nas ideias do nosso analisado? Está todo explicado em dois livros meus, mas sintetizo para entender e publicar que Ratzinger faz dos Marxs, o seu cavalo de Tróia dentro do socialismo democrata. Ai onde o seu antecessor, Wojtila, luta durante dezenas de anos contra a social-democracia, que denomina comunismo, Ratzinger faz de Marx um pilar teórico da sua soberania papal. Ratzinger anda por perto do nosso país. Tem louvado Marx e parece entender o que o revolucionário diz.

No Concílio de Benevento de 1965, Ratzinger escreve um texto que diz:
Solidariedade Finalmente, chegamos à terceira palavra-chave: "solidariedade". Enquanto as duas primeiras palavras-chave, eucaristia e comunhão, foram tiradas da Bíblia e da tradição cristã, esta palavra chegou até nós do exterior. O conceito de "solidariedade" como o Arcebispo Cordes mostrou inicialmente desenvolveu-se no âmbito do primeiro socialismo por parte do Pe. Lerou (falecido em 1871), em contraposição à ideia cristã de amor, como a nova, racional e eficaz resposta ao problema social. Karl Marx explicou que o cristianismo tivera um milénio e meio de tempo para mostrar as suas capacidades e que agora estava suficientemente demonstrada a sua ineficiência; por conseguinte, era preciso percorrer novos caminhos. Durante decénios muitos pensaram que o modelo socialista sintetizado no conceito de solidariedade era finalmente o caminho para realizar a igualdade de todos, para erradicar a pobreza e estabelecer a paz no mundo. Hoje podemos observar o panorama de ruínas deixado por uma teoria e praxis social que não considera Deus.

É inegável que o modelo liberal da economia de mercado, sobretudo onde, sob a influência das ideias sociais cristãs foi orientado e corrigido, nalgumas partes do mundo alcançou grandes êxitos….. Texto completo, em: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20020602_ratzinger-eucharistic-congress_po.html
Ratzinger anda por perto de Portugal. Devemos saber…

E para saber, é preciso conhecer. Seu sacerdócio foi consagrado em 29 de Junho de 1951 e, um ano mais tarde, ele iniciou seu trabalho como professor na Escola Superior de Freising. Como doutor, sempre enfatizou em suas aulas a questão dos dogmas e dos fundamentos da teologia. Há muitas histórias que questionam sua participação na guerra, insinuando mesmo um envolvimento com o nazismo. De concreto, apenas sua participação nas fileiras do exército de Hitler. Ratzinger afirma, em sua autobiografia “Marco: Memórias: 1927-1977”, que ele e seu irmão foram aliciados pela Juventude Hitlerista – um grupo de natureza paramilitar, fundado em 1992, na Baviera, terra natal do Papa; seus membros se vestiam com um uniforme igual aos usados pelos adeptos do Partido Nazista. Esse detalhe foi o que mais provocou controvérsias na média quando se levantaram dados sobre o passado de Ratzinger.

Fonte: a sua autobiografia Ratzinger, Joseph. Lembranças da minha vida: autobiografia parcial (1927-1977); tradução de Frederico Stein, São Paulo: Paulinas, 2006. ISBN 85-356-1683-7, bem como http://g-sat.net/as-ciencias-ocultas-1085/papa-bento-xvi-joseph-ratzinger-302042.html. O jornal Haaretz de Israel, escreveu: "Apesar de que nunca foi sugerido que Ratzinger estivesse envolvido nas atrocidades nazistas, existe um contraste entre a sua história na Segunda Guerra Mundial e a de seu predecessor, o polacos João Paulo 2º, que participou em actividades anti-nazistas".

Para entender o seu interesse em Marx, é preciso conhecer Martinho Lutero

Marx pertencia a uma seita cristã fundada por Martinho Lutero denominada Protestante: nasce da cisão provocada pela excomunhão de Lutero, depois de este monge alemão ter exposto, em 1517, as suas 95 teses contra as indulgências. Lutero foi seguido por outros nomes que são referências do protestantismo: Calvino, Wycliff, Zwingli, Wesley e Knox, este último com pouca importância social. Na época do seu surgimento, ser membro de uma destas confissões, significava ser pobre e sem poder social. Só mais tarde o Luteranismo ganhou adeptos, continuando, todavia, a ser a Confissão Católica a dos aristocratas e dos ricos. Designa-se Protestantismo o conjunto de igrejas cristãs e doutrinas que se identificam com as teologias desenvolvidas no século XVI na Europa Ocidental, resultantes da tentativa de reforma da Igreja Católica Apostólica Romana, por parte de um importante grupo de teólogos e clérigos, entre os quais se destaca o ex-monge agostiniano Martinho Lutero, de quem as igrejas luteranas tomaram o nome. Porém, a maior parte dos cristãos europeus (especialmente na Europa meridional) não concordava com as tentativas de reforma, o que produziu uma separação entre as emergentes igrejas reformadas e uma reformulação na Igreja Católica, a chamada Contra-Reforma, que reafirmou explicitamente todas aquelas doutrinas rechaçadas pelo protestantismo (Concílio de Trento).

Quais os princípios do cristianismo, em geral, que me fazem associá-lo à teoria materialista de Marx? Há dois: 1- Amar a Deus acima de todas as coisas com toda a força do coração, com toda a força do entendimento. Isso é fundamental na vida de um ser humano, pois se não amamos a Deus também não o conhecemos e então como podemos almejar um dia morar no Céu de Deus? Conheça-o e aprenda a amá-lo de verdade lendo a sua palavra: «a Bíblia». Assim, estaremos mais certos de um dia poder vir a morar na casa de Deus.

2 – Amar o próximo como a ti mesmo. Outro princípio fundamental, pois se não amarmos as pessoas com quem convivemos nesta terra enfrentando os mesmos problemas e adversidades, como poderemos dizer que amamos Deus que não se vê? A Bíblia diz que se não amarmos o próximo, mas dizemos que amamos Deus, somos mentirosos.

Se comparamos o que sabemos do cristianismo de Marx, reparamos de imediato que há dois momentos importantes na sua vida: quando ama a divindade e, em consequência, o próximo; e quando ama o próximo e luta por ele, esquecendo a divindade. Do primeiro momento falo em texto separado. Do segundo, ataco já. A vida de Marx o faz dedicar esforços à luta contra os que exploram o povo. Bem sabemos que esse momento se inicia com a questão judaica, em 1843. É cristão, mas os problemas germânicos com a sua etnia de origem (hebraica) despoletam a sua atenção. Recorrendo ao seu saber luterano sai em defesa dos hebreus, começando, simultaneamente, a sua luta contra a exploração. A conversão à confissão luterana foi conveniente ao pai, como seria mais tarde ao próprio Karl Heinrich: da teoria económica de Lutero retirou, também , os seus princípios materialistas e deu-lhe um sustento ético e moral que precisava para a sua vida desarrumada por se tratar de um socialista radical que lutava contra ideias iluministas, como acontecera com Bruno Bauer , Pierre Joseph Proudhon , Georg Friedrich Hegel e Ludwig Feurebach . Estes autores, começam com uma crítica ao filósofo que defende ideais que lhe permitem definir conceitos para organizar a sua teoria do materialismo histórico e dialéctico, importantes para a sua verdadeira luta, que começa em 1848 com o Manifesto Comunista.

Karl Marx era muito versado no materialista dialéctico, aprendido de Hegel. Usava as fraquezas dos argumentos dos filósofos socialistas, o que lhe custara, entre outras coisas, a amizade: todos deixavam de ser seus amigos e colegas mal apareciam textos que contrariavam a sua filosofia. Atacava as pessoas? Não, apenas as ideias. O problema era que quem era rebatido por Marx, passava a ser um ideólogo em desgraça e perdia adeptos, como foi o caso de Bauer. Marx não envergonhava ninguém, usava os argumentos leves do seu rival filosófico, para, a partir do debate, construir a sua teoria e os seus conceitos. Assim foi como o nosso analisado criou a teoria do materialismo histórico.


A sua fé luterana apoiava-o. Recusava a autoridade do Papa, o culto dos santos e da Virgem Maria e via os sacramentos de um modo mais desvalorizado do que os católicos (dependendo essa valorização de cada uma das confissões).
A ruptura de Lutero era uma metáfora da ruptura de Marx com a burguesia à qual pertencia e com a aristocracia, berço da sua mulher. A ruptura de Lutero, baseada na ideia da sola fide, sola scriptura (só a fé e a Escritura é que salvam), cria uma multiplicidade de grupos: reformados, evangélicos, calvinistas, presbiterianos, etc. A estrutura destas Igrejas quase não tem hierarquia: esta resume-se pouco mais que ao pastor ou presbítero (equivalente ao padre, mas que pode casar) e, às vezes, ao bispo (que também pode casar). Metáfora de Marx de uma só União dos Trabalhadores e de apenas uma permanente Reunião Internacional, realizada em vários sítios ou países onde haja operariado.

A rebelião de Lutero foi contra o abuso económico cometido pelos que tinham meios e retiravam ainda mais dos bens dos mais pobres. A rebelião de Lutero não foi contra a confissão cristã, mas sim, contra a sua utilização abusiva para com os trabalhadores rurais e artesanais e o trabalho operário industriais. Sabe-se que a confissão luterana é uma teoria económica. E não apenas a luterana: toda a crença cristã é uma organização da relação das pessoas com os bens, como analiso noutros livros. Não é uma mera casualidade, que o fundador da economia na Grã-Bretanha tenha sido um presbítero da Igreja Protestante Escocesa, Adam Smith, o pai de toda a economia, bem como um praticante católico romano, com inclinações de huguenote, François Quesnay. Aliás, sabemos que Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino, sacerdotes romanos, foram as pessoas que definiram o conceito pecado como um mal que afecta a humanidade: era por todos conhecidos que a avareza e a usura eram um mal para os devedores, que afectava a divindade. O que os fundadores da economia e do socialismo fazem é separar a teologia, teoria, ideia nunca pensada pelos outros, e dedicar o seu acreditar na divindade em assuntos pragmáticos. Quesnay ensinou como e quando se deve semear, Smith criou sistemas de cálculo para se saber investir. Como fez o próprio Marx nos seus textos, não filosóficos, baseados na economia a que denominou materialismo histórico. Nem Quesnay nem Smith dedicam o seu tempo a estes interesses, ocupados como estavam em entender como todos podiam trabalhar (no quê e como). É preciso lembrar que os luteranos e presbiterianos foram influenciados pela teoria calvinista, que sabia como retirar lucro do dinheiro ganho no trabalho, actividade de que falam Lutero, Smith e o próprio Quesnay, à sua maneira. No texto de 1905, Max Weber analisa de forma comparativa as religiões. No entanto, «esqueceu-se» de ler Martin Lutero do Século XVI, que tinha feito da sua confissão reformada, uma teoria económica. Marx não foi o único rebelde, teve um ancestral de sua confissão, este Martinho Lutero de quem falo, que criou uma grande revolução em todo o mundo quando afirmou que ao misturar fé, dinheiro e capital o ser humano perde a salvação da sua alma. Salvação da alma, o mais desejado e esperado pelos seres humanos desses tempos. Como sabemos, a partir do Século XIII, as pessoas do Continente europeu orientavam as suas vidas pela Teologia, por homilias de frades faladas em latim, língua que apenas os eruditos dominavam e reproduziam nos livros, por pensarem que era a devida para falar com respeito à divindade ocidental. Porém, o mundo muda e na época que denominamos Renascimento tudo acontece. Reformas das formas de pensar, da economia, da religião, a descoberta de outros mundos e a combinação do que era fé com a teoria económica.
publicado por Carlos Loures às 08:16
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