Domingo, 2 de Janeiro de 2011
Luis Moreira
Os mesmos que no anos anteriores enchiam os hoteis, lá estiveram nos lugares do costume, cheios de alegria, dinheiro no bolso e champagne a correr...
Não são tontos nem sequer pouco previdentes, não precisam, fazem parte daquela metade da população que vive bem, agora ainda melhor que antes, com vencimentos fixos, carreiras asseguradas, "boys e "girls" a ganharem muito acima do razoável.
A outra metade afadiga-se a encolher a barriga de fome, a pagar a renda da casa, a arranjar um emprego, a pagar os livros dos filhos. Isto tudo pela mão de dois partidos, um socialista e outro social-democrata. A caminho de um país socialista como reza a constituição...
Entretanto e como de costume, o governo tira com uma mão aos mesmos de sempre, aos que mais precisam e dá às chefias dos funcionários públicos, percebe-se bem porque César lá de entre as ilhas fez o que fez. Foi o ensaio, para ver como reagiam os cordeiros, abrir um precedente, "o César já fez o mesmo...", mas quem é que acredita ainda na boa fé desta gente?
No mesmo dia que nos anuncia que o transporte em ambulâncias passa a ser pago, aumenta os directores e sub-directores e, no rasto destes todos os outros, num "forrobodó" miserável, com a desculpa esfarrapada que não há aumento da despesa, há mesmo menos despesa segundo essa ex-sindicalista convertida em ministra.
Antes que o OE/2011 entre em execução fazem-se as últimas tropelias , ainda antes da meia noite foi anunciado um aumento de capital na Caixa Geral de Depósitos, prenúncio que mais 500 milhões vão entrar no sorvedouro do BPN, para evitar agora a falência pois ,a concretizar-se, o prejuízo a registar na Conta do Estado, equivaleria ao montante da poupança conseguida com todas as medidas de contenção da despesa anunciadas e que iriam salvar o país.
Os próximos 3 meses vão ser lindos, a violência já anda aí à solta e ainda não se fizeram sentir em pleno as medidas de contenção. Tal como diz o texto, O que se vai passar na Economia Americana, também em Portugal e na Europa há um fosso cada vez maior entre os ricos e os pobres, o que vai levar à criação de movimentos na sociedade civil que podem corresponder a uma espiral de violência.