Quinta-feira, 10 de Março de 2011

O Secreto Rumor do Mar - Manuel Simões

 

Manuel Simões  O Secreto Rumor do Mar

 

 

 

 

1

 

Não perceberás neste canto

de espera anunciada

senão a pedra áspera

do espanto

nem te chegará o som

da palavra reveladora

do que quer que seja

mas tão-só a humilde

sombra que projecta

a palavra e a devolve

à aguda aspereza do mundo.

 

2

 

Talvez te aflore, densa,

a memória da árvore

da qual se olhava o mundo,

donde se olhava tudo

e tudo era como nada:

jogo não inocente, luz

entre os ramos

por onde se filtrava o ar.

Soprava um leve vento,

o secreto rumor do mar.

 

(in A Sophia.Homenagem a Sophia de Mello Breyner Andresen, Lisboa, Caminho, 2007)

publicado por Augusta Clara às 19:00
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Quinta-feira, 20 de Janeiro de 2011

Estrolabio associa-se à homenagem a João Rui de Sousa por ocasião do 50º aniversário da sua vida literária

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

Da esquerda para a direita: José António Gonçalves, Vergílio Alberto Vieira, Ernesto Rodrigues, João Rui de Sousa e João David Pinto-Correia.

 

 

É um escritor com uma obra de grande valor.

 

Nasceu em Lisboa em 1928.  Licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, de 1982 a 1993, trabalhou como investigador na área de espólios literários da Biblioteca Nacional de Lisboa. Com António Ramos Rosa, António Carlos (Leal da Silva), José Bento e José Terra, fundou em 1955 a revista Cassiopeia, que dirigiu em 1955. Poemas seus figuram em numerosas antologias. Para além da escrita poética, tem desenvolvido uma intensa actividade ensaística, com particular incidência na crítica de poesia.

 

 

 

 

 

 

 

Entre a sua vasta obra , destacamos Habitação dos Dias (1962), Corpo Terrestre (1972), Enquanto a Noite, a Folhagem (1991) e Obstinação do Corpo (1997). Em 2009 foi distinguido com o Prémio Nacional António Ramos Rosa pelo livro Quarteto Para as Próximas Chuvas (Lisboa, 2008). É deste seu livro o poema que escolhemos:

 

 

 

 

 

 

Vida e morte das palavras

 

São vivas quando
o coração do vento amadurece
e a voz vem de repente
e não se esquece
de estremecer as trevas
ou de roer as malhas
da rotina
ou de dar lenha e fogo
(matéria inesperada
e sibilina)
a um barco que arrefece.

São mortas quando
a morte nelas cresce
– com os seus cabelos ralos,
suas ramagens crespas, desgastadas,
seus ossos cabisbaixos
rolados sobre o nada.
São mortas se não queimam
a limalha sobrante – esse pó
de cães exaustos, de dias
fatigantes –
e em podridão se instalam.

publicado por João Machado às 16:00

editado por Luis Moreira às 17:25
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