Quinta-feira, 19 de Maio de 2011

Final "`a portuguesa" - por Luis Moreira

  

 Leia aqui quem sabe de futebol...

 

 

 

 

O Sporting de Braga a jogar com os jogadores bem perto uns dos outros e marcando individualmente os jogadores mais ofensivos do FC do Porto, foi, em contra-ataques equilibrando as coisas até que uma jogada de grande nível dá o primeiro golo. Grande golo e muito importante porque é a saída para o intervalo.

 

O defesa central do Braga, Rodriguez, sai a jogar mas é desarmado por Guarin que de imediato coloca a bola na área, onde falta Rodriguez, mas sobra Falcão. E a ave de rapina não falha! Veja o vídeo:

 

 

Logo nos primeiros minutos da segunda parte Mossoró que havia entrado para o lugar de Hugo Viana, aproveita um falhanço de Fernando do Porto e, em frente de Helton, falha o golo. Veja o vídeo:

 

 

 Para alem destes 7 minutos pouca coisa houve. Veja o vídeo

 

 

E, aqui no estrolábio, só torna a haver reportagem de futebol quando houver nova final Europeia "Portuguesa" !

 

 

publicado por Luis Moreira às 15:59
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Sábado, 2 de Abril de 2011

Futebol no feminino e na equipa de Portugal - por Carlos Godinho

 in Todos Somos Portugal

Conheço como poucos o processo de desenvolvimento do futebol feminino em Portugal. Sei bem os passos difíceis que foram sendo dados nestes últimos anos e por isso sou capaz de reconhecer que muitas vezes uma derrota pode significar um avanço. A Selecção Nacional Feminina Sub/19 perdeu  com a Noruega por 2/0 na qualificação para o Euro da categoria, e os números já por si, significam um avanço e uma aproximação com uma das maiores potências do futebol feminino europeu. Este caminho, sabe-se, é longo e vai demorar mais alguns anos até surgirem equipas competitivas que nos permitam pensar em ganhar a adversários tão fortes. Continuar a trabalhar é o único caminho.

 

 

 

 

 

 

O rescaldo que faço desta dupla jornada de jogos de preparação é extremamente simples. Aprontar mecanismos, organizar mais e melhores procedimentos colectivos, entendimento mais positivo entre sectores, conhecimento mais aprofundado de alguns jogadores que não tinham tido oportunidades até este momento, algumas estreias de jovens jogadores de futuro, a de Ruben Micael foi notável, a consolidação de uma nova geração pronta a dar sequência ao trabalho do passado ainda recente e em suma, para terminar, unificar ainda mais todo o grupo. Mesmo com turbulências pelo meio, foi possível, de certa forma, blindar a selecção nacional de alguns traumas que vieram a lume no período da concentração e levar a equipa a um destino seguro, particularmente em Aveiro. Hoje existe um leque alargado de jogadores que poderão consolidar uma posição internacional de relevo numa próxima competição internacional. Haja entretanto alguma pacificação dentro do futebol português de forma a se poder preparar convenientemente os desafios difíceis de Junho, Setembro e Outubro. A Selecção Nacional irá concerteza, mais uma vez, corresponder aos anseios de todos os portugueses que gostam de futebol e da equipa das quinas.

 

publicado por Luis Moreira às 13:00

editado por Carlos Loures às 15:07
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Domingo, 27 de Março de 2011

Guilherme Espírito Santo – a «pérola negra» - por Carlos Loures

  

Oriundo de uma família angolana. Guilherme Santa Graça Espírito Santo nasceu em

Lisboa em 30 de Agosto de 1919. Em 1927 a família fixou-se em Luanda.

 

Adolescente, começou a jogar futebol na filial do Sport Lisboa e Benfica. Diz Espírito Santo; “Sou benfiquista desde os três anos. Havia na altura uns maços de tabaco com as figuras dos jogadores da época. Eu gostava especialmente do Vítor Silva e

foi a partir dessa altura que fiquei a torcer pelo clube”. De notar que Vítor Silva era uma lenda daqueles anos 30. Estreara-se em 1928 e durante oito anos foi a grande estrela do Benfica, brilhando também na selecção, pela qual jogou 19 vezes.

 

Inventou um passe acrobático – o «salto de peixe» que surpreendia adversários e encantava os adeptos. Foi o primeiro jogador português a ser contratado por dinheiro, pois foi do CIF para o Benfica. A opinião pública e a imprensa especularam sobre o assunto. De certo modo era considerado indigno um atleta sair de um clube para outro «por dinheiro». Bons tempos!

 

Pois Guilherme Espírito Santo foi substituir Vítor Silva que, apenas com 26 anos,

se despediu do futebol – Estava-se em 1936 – Vítor fazia a sua festa de despedida, Guilherme, estreava-se, com 17 anos e depressa passou a ser um elemento vital

no eixo do ataque benfiquista.

 

«O cavalheirismo das suas atitudes foi faceta evidenciada logo no começo da sua carreira e mantida pelo tempo adiante, com uma dignidade que era motivo de orgulho para os seus amigos e admiradores», disse António Ribeiro dos Reis (1896-1961), futebolista, treinador, seleccionador nacional, jornalista, oficial do Exército, um desportista de elevada qualidade. Jogou até 1950. Foi seis vezes campeão nacional  (1936/37; 1937/38; 1941/42; 1942/43; 1944/45 e 1949/50) e venceu

quatro taças de Portugal (1939/40;19427/43; 1943/44 e 1948/49). Em 285 jogos oficiais, marcou 199 golos.



No grande rival do Benfica, o Sporting Clube de Portugal, brilhava outro angolano, um grande amigo de Guilherme – Fernando Peyroteo. O Fernando, que além de grande jogador era um homem de grande carácter, a propósito do despique que entre ambos existia e das inevitáveis comparações feitas por adeptos e jornalistas – deu assim a sua opinião: «O Guilherme sempre foi melhor jogador de futebol do que eu: mais técnica, mais jogo. Menos prático, menos golos, etc.? Sim, também é verdade. mas mais jogador». Quando comparamos esta humildade com as declarações das estrelas actuais – um diz que quer ser o melhor jogador do mundo! – não podemos deixar de pensar que o mundo do futebol foi tocado por Midas – o ouro e o marketing sobrepuseram-se ao espírito desportivo e ao fair play.

 

Mas, sobre o nosso Guilherme, nem tudo está dito.. Ouçamo-lo: “Estava num treino e a determinada altura a bola saiu do campo, fui a correr apanhá-la e sem dar por isso saltei uma barreira de salto em altura. Estava a 1,70 metros e ninguém tinha conseguido fazê-lo”.  Ficou tudo de boca aberta – foi convidado a praticar atletismo e, em 1940, veio a bater o recorde nacional, com 1,88 metros, só ultrapassado vinte anos mais tarde. Foi ainda campeão nacional de salto em comprimento e triplo-salto (com 6,89 e 14,015, respectivamente, ambos em 1938. “Deve ter sido porque em Angola fui mordido por um macaco”, diz é a explicação bem-humorada de Espírito Santo para esta sua inesperada competência.

 

A «Pérola negra», foi como os jornalistas lhe chamaram. Sobre a cor da pele, conta Guilherme: “Naquele tempo, existiam alguns preconceitos por causa dos jogadores de cor. Um dia, em 1947, num hotel da Madeira, queriam colocar-me num anexo por ser negro. Os jogadores do Benfica disseram que para onde eu fosse eles também iam. E acabámos todos no anexo”.

 

Infelizmente o racismo não foi erradicado. Cavalheiros no futebol como o foram Peyroteo, Pinga ou Guilherme Espírito Santo, é que não abundam. Espírito Santo, o mais velho dos jogadores de futebol do Benfica ainda vivo, cumulado com todas as honras e dignidades que o clube tem para oferecer, seria um bom exemplo para os jovens craques – ambiciosos, como é natural e até saudável, mas muitas vezes patetas e vaidosos, como é indesejável e ridículo.



Mas ricos, incensados pelos adeptos e pelos jornalistas, eles não precisam de exemplos - vão continuar a ser estúpidos e ricos (com as honrosas e felizes excepções. claro).

 

publicado por Carlos Loures às 12:00
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Sábado, 26 de Março de 2011

"Futrebol" fora do rectângulo por Luis Moreira

 Futre é um espectáculo fora do relvado como foi lá dentro a jogar, o mundo "impossível" do futebol, onde tudo é possível,tais são os valores, as vaidades, os negócios que estão em jogo .

 

 

  

E, conhecem negócio que ao fim de dois anos dê 66% de lucro? Mas há, vejam o vídeo. Fica-se a perceber porque se diz que a UEFA é a maior multinacional do mundo inteiro.

 

 

 

publicado por Luis Moreira às 13:00
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No Futebol ou no Xadrez - é o homem que é o problema por Carlos Godinho

 in Todos Somos Portugal

"No me ofendió, en mis 37 años he visto de todo, y no me molesta ver un plátano"
 
Lamentável a imagem em que um adepto do Zenit mostra uma banana a Roberto Carlos numa miserável atitude racista própria de uma atrasado mental. É esta gente que se entrega a estes exercícios mentais sujos que vem tentando destruir o mais belo jogo do mundo. Foi só um, mas infelizmente, não é só um. Roberto Carlos desvalorizou o assunto e naturalmente não se sentiu ofendido.
 
 
O Xadrez
 

O xadrez sempre foi considerado um jogo de gente muito séria, intelectual, incapazes de entrarem em caminhos que os outros, onde o dinheiro corre com grande facilidade, permitem. Pelos vistos e pela leitura do "O Jogo" de ontem, já nem o xadrez escapa. A notícia refere que três elementos ligados à equipa nacional francesa, durante as Olimpíadas de xadrez do ano passado, disputadas na Rússia, tinham um esquema montado através de sms que faziam chegar a um dos seus mais conceituados xadrezistas. Descobertos, foram suspensos e castigados pela Federação Francesa, em períodos entre 3 e 5 anos. Uma tristeza para um desporto que usa sobretudo a inteligência e a capacidade intelectual.

 

publicado por Luis Moreira às 11:00
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Domingo, 20 de Março de 2011

IVA a 6% para o golf - por Carlos Godinho

 in Todos Somos Portugal

 

Bola pé para pé

 

"Para vencer ingleses é jogar à portuguesa. Ou seja com a bola no chão, de pé para pé. Desgastá-los e fazê-los correr atrás da bola". Disse Jaime Pacheco ontem ao jornal "O Jogo". Agora com o jogo disputado, e o resultado conhecido, é mais fácil analisar se foi possível, ou não, aplicar esta regra no Liverpool/Braga. Em muitos momentos acho que sim, no período final não, mas compreende-se, dada a pressão que os ingleses sujeitaram a equipa bracarense nos últimos minutos. No entanto, dado que já estive nalguns jogos com a Inglaterra, Escócia, Irlanda, País de Gales e Irlanda do Norte, esta regra, esta máxima, esta estratégia, deu sempre resultado sempre que foi possível executá-la. Tentar jogar com estas equipas com as suas armas, ou seja, o futebol directo, é sempre meio caminho antecipado para a derrota. Infelizmente muitas vezes, viu-se que alguns treinadores portugueses pretenderam descaracterizar este tipo de futebol, adoptando nesses jogos princípios que não são os nossos, com os resultados que infelizmente conhecemos. Mas também não é menos verdade que o futebol inglês de hoje não é o mesmo do passado, por força dos inúmeros estrangeiros de qualidade que por lá jogam. Jaime Pacheco, porém, teve, tem razão e o Braga passou.

 

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 IVA

 

 
Custa-me muito a aceitar que regras que sejam instituídas para todos os portugueses, ricos, remediados ou pobres, venham a ser constantemente alteradas em função do poder reivindicativo de classes ou grupos de pessoas. Não me parece lógico que se abram situações de excepção quando se trata de pedir sacrifícios a todo o país. Desta vez foi o golfe, a merecer a oportunidade de discussão para alteração dos valores do IVA, e logo a seguir surgirem os ginásios a solicitar a mesma lógica. De facto não compreendo como é que se pedem sacrifícios incomportáveis para as classes mais desfavorecidas e se discute a oportunidade de alterarem esquemas globais fiscais para pessoas ou grupo de pessoas que jogam golfe ou que utilizam os ginásios para se sentirem bem fisicamente. Estamos a falar de quem? De gente pobre com necessidades? Como é que pode aceitar uma situação destas para as classes mais altas da sociedade quando não existem situações de excepção para, por exemplo, o nosso desporto mais popular que se encontra com tremendas dificuldades em cumprir o seu papel social de formadores de jovens. Não entendo.

Irresponsabilidade

 As notícias sobre o alegado envolvimento da equipa do Barcelona  em acções de doping, por parte de um órgão de comunicação social espanhol, é a prova que muita gente brinca com o fogo e com coisas muito sérias. Claro que este assunto não irá ficar por aqui, e o clube catalão irá de certeza accionar todos os meios ao seu alcance para atingir o autor ou autores deste boato. De qualquer forma esta é uma notícia que tem um efeito e impacto enorme num país tão afectado ultimamente por casos ainda não confirmados, mas sob grande suspeita, como foram os de Contador, e o de alguns atletas olímpicos do atletismo. Bem esteve o Real Madrid, e o seu presidente  ao demarcarem-se desta polémica tão perigosa.



«Pouco antes desta conferência, o presidente do Real Madrid contactou-nos para dizer que não tem nada a ver com esta informação. E Sandro Rosell não tem motivos para não acreditar nele», explicou o porta-voz da direcção do Barcelona, Toni Freixa. O responsável acrescentou que a informação partiu da rádio, logo não há diferendos com os madrilenos. «Analisámos os factos e percebemos que a informação saiu da Cadena Cope, por isso vamos pedir-lhes explicações

publicado por Luis Moreira às 10:00
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Sábado, 12 de Março de 2011

Cândido Oliveira por Carlos Godinho

Todos Somos Portugal

 

                                                   

 

 

 

 

Para os que gostam do futebol só através dos jogos em si, pode parecer estranho que em dia seguinte a tão boa participação portuguesa na Liga Europa, venha escrever sobre Mestre Cândido Oliveira. Sempre que vou investigando sobre o passado do futebol português, mais admiração sinto por Cândido Oliveira.                                                                                                                                                                                      

 

Ainda há bem pouco tempo, em documentação editada pela FPF, que me chegou às mãos de uma forma inesperada, tive oportunidade de referenciar a grande capacidade desse Homem, que de facto andava muito à frente dos seus contemporâneos. Dessa e doutras publicações falarei um dia destes.

 

No entanto esta entrada refere-se a uma notícia do "seu" jornal "A Bola" que divulga o facto da Universidade Técnica de Lisboa lhe ir atribuir o grau de doutor "honoris causa" a título póstumo, na FMH, no dia 28 de Abril, pelas 15.00 horas. Uma honra merecida ao primeiro capitão da Selecção Nacional, antigo Seleccionador Nacional, cidadão íntegro e perseguido pelo regime salazarista, jornalista e homem de cultura. Bem haja a quem tomou tal iniciativa.

 

Mundialito

 

 
Portugal concluiu o mundialito de 2011 no 9º lugar com duas vitórias, com o Paíse Gales e a Finlândia e dois empates, com o Chile e a Roménia.
 
Uma boa participação cuja classificação final não reflecte a qualidade e a evolução da equipa. Mas este evoluir, um dia dará resultados, pelo que se terá  de  confiar sobretudo em quem dirige, a equipa técnica, e deixarmo-nos de algum folclore sobre o futebol feminino por parte de quem não tem a noção da realidade que se vive.                                                                                                                                                              
 
O mundialito, por muito que nos custe, não reflecte a nossa realidade, e tem funcionado muito, ou quase sempre, como uma "barriga de aluguer", que me seja perdoada a expressão, que se pode aproveitar para competir a um bom nível e contactar outra realidade mais evoluída, mas que, infelizmente, não passará disso nos anos mais próximos.                                                                                                                             
 
O futuro do desenvolvimento, na minha opinião, não passa por aqui, e pensar que esta prova, por si só, nos vai fazer chegar ao nível das melhores pode ser ilusório. Contudo, ao fim de dezassete anos, convém salientar que finalmente alguém  vem falar positivamente do espírito com que alguns iniciaram este projecto, mesmo que o tenham feito de uma forma algo confusa. Porque sejamos claros e verdadeiros, esta proposta, boa ou má, na sua maioria, não foi dos países nórdicos, foi da FPF. Dezassete anos!
publicado por Luis Moreira às 11:00
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Segunda-feira, 7 de Março de 2011

Pinga – um grande jogador e um grande exemplo – por Carlos Loures

 

 

 

Muitos dos mais famosos jogadores de futebol são jovens oriundos de famílias modestas. Frequentemente, a fama sobe-lhes à cabeça, o assédio dos jornalistas, a intensa exposição mediática a que eles e a família ficam expostos, é algo com que não conseguem lidar pacificamente. Nesse aspecto, aquele que foi este ano considerado o melhor jogador do mundo, Messi - sendo um grande jogador, não se deixa ofuscar pelo brilho da própria imagem.

 

E, naturalmente, lembro grandes jogadores portugueses como Pepe, Pinga, Peyroteo, Matateu, Eusébio… Todos eles modestos, pessoas simples. Todos eles geniais jogadores.

 

 

Dir-se-á – eram outros tempos. É verdade. De Pepe e de Pinga nem sequer existem registos filmados (disponíveis, pelo menos) que nos permitam avaliar o virtuosismo que se diz eles terem exibido. Mas

eram ídolos, e nesses anos trinta o futebol era já um desporto de massas. Num país onde se dizia nada acontecer, o campeonato de futebol, a Volta a Portugal, com o Nicolau e o Trindade digladiando-se,

eram acontecimentos importantes.

 

Artur de Sousa Pinga, de quem vou hoje falar, era madeirense. Nasceu no Funchal em 30 de Setembro

 de 1909, tendo falecido no Porto em 12 de Julho de 1963. Celebrou-se, portanto, recentemente o seu centenário. Não nasci a tempo de o ver jogar, mas lembro-me dos elogios que meu pai, benfiquista ferrenho, lhe fazia. Cândido de Oliveira, um grande democrata e uma das grandes figuras do futebol nacional, considerou-o, em artigo publicado em Abril de 1945 no jornal «A Bola» «talvez o maior talento

 do nosso futebol, um jogador fulgurantíssimo, verdadeiramente genial».

 

Estreara-se no Marítimo, vindo para o Futebol Clube do Porto na época de 1930/31. Jogava a interior esquerdo e, possuía uma característica que, nos nossos dias é ainda mais valorizada do que o era então – a polivalência – atacava e defendia, dominava a bola com mestria, fintava e, esquerdino, disparava remates de uma força e de uma pontaria letais. O chamado jogador completo.

 

Na «Stadium», na época de 31/32, após uma robusta vitória por 3-0 contra o Benfica, elogiava-se a sua capacidade de drible, o rigor do passe e da intercepção. Salientava-se a sua correcção, nunca cometendo violência sobre o adversário. Aliava, dizia-se nesse artigo, «a mestria técnica, à maneira mais elegante de jogar».

 

Nos dezasseis anos em que jogou, Pinga foi o indiscutível «patrão» da equipa. Quando no Natal de 1933, o Porto venceu a selecção de Budapeste por 7-4 e, oito dias depois, ganhou ao First de Viena por 3-0, a Europa do futebol não poupou elogios à equipa portista, onde Pinga brilhava como um diamante. Com Valdemar Mota e com Acácio Mesquita, Pinga, o maestro, fez tal exibição, que o trio ficou conhecido como os «três diabos do meio-dia» (meio-dia porque o jogo se realizou a essa hora).

 

Foi campeão de Portugal, sempre pelo FCP, nos anos de 1934/35, 1938/39 e 1939/40. Na época de 1935/36, foi o melhor marcador do campeonato. Em 1937 ganhava 1500 escudos mensais – um ordenado considerado fabuloso para a época – mas que nada, quando comparado com os milhões que hoje os ídolos recebem.

 

Em Julho de 1946, no Estádio do Lima, realizou-se a sua festa de despedida. Grandes jogadores do Benfica, do Sporting, do Belenenses – Azevedo, Cardoso e Feliciano; Amaro, Francisco Ferreira e Serafim; Espírito Santo, Alberto Gomes, Peyroteo, José Pedro e João Cruz, associaram-se à homenagem, constituindo uma selecção dos «melhores de Portugal» que defrontou o Porto. A emoção foi enorme,  entre o público, entre os colegas de equipa, entre os adversários. Um grande jogador e um cavalheiro. Um exemplo para os craques de hoje.

 

 

 

 

 

Fotografia da equipa do FCP, campeã em 1939/40. Pinga está ao centro, com o joelho ligado devido a uma operação ao menisco.

 

 

publicado por Carlos Loures às 22:00
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Sexta-feira, 4 de Março de 2011

Peyroteo, um excepcional avançado-centro - por Carlos Loures

Há figuras do desporto que, embora ligadas a um determinado clube, pertencem a esse clube, mas também a todos os que amam o desporto. Irei  aqui homenagear esse tipo de desportistas - Eusébio, Pinga, Pepe, Cosme Damião… Começo esta galeria com Fernando Peyroteo, um jogador excepcional. Nascido em Humpata, Angola, em 1918, chegou a Lisboa em 1937, com 19 anos. Dera a sua palavra ao Sporting, mas não assinara qualquer contrato. Outros clubes (pensa-se que o Benfica e o Porto) assediaram-no, oferecendo-lhe melhores condições. Peyroteo não aceitou – estava comprometido com o Sporting. Outros tempos.

 

Estreou-se em 12 de Setembro de 1937, num torneio realizado nas Salésias (nessa altura,  o único campo relvado de Lisboa). O Sporting defrontou o Benfica e venceu por 5-3, com dois golos de Peyroteo. Nesse ano, o Sporting foi campeão nacional. O contributo de Peyroteo foi decisivo. Durante a sua carreira, Peyroteo contribuiu para a conquista de cinco campeonatos nacionais, quatro Taças de Portugal e sete campeonatos de Lisboa. Os 43 golos que marcou no campeonato nacional de 1947/48 só vieram a ser ultrapassados por outro sportinguista: Hector Yazalde que em 1973/74 marcou 46 golos. Entre 1937 e 1949, jogou no Sporting, terminando a carreira no Belenenses, onde jogou na época 1949-1950.

 

Com Albano, António Jesus Correia, José Travassos e Vasques (foto abaixo), formou os célebres «Cinco Violinos», uma linha avançada cujos ataques de passes certos e rápidos, eram letais para as equipas adversárias. No meio dos seus companheiros, dos outros quatro violinos, Peyroteo era um autêntico «stradivarius».

 

 

Peyroteo, cuja carreira coincidiu com o período de maior esplendor do seu clube,  faleceu, vitimado por um ataque cardíaco, em 28 de Novembro de 1978, com 60 anos. Uma glória do Sporting Clube de Portugal e uma grande figura do futebol português. Nunca será esquecido.

 

publicado por Carlos Loures às 22:00
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Sábado, 29 de Janeiro de 2011

Coisas do futebol - Decisões soberanas - por Carlos Godinho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Seleccionador Nacional, qualquer que ele seja, tem o direito de convocar quem quiser sem ter que justificar as escolhas. Luiz Felipe Scolari abordava as conferências de imprensa das convocatórias sem falar de quem não convocava. Carlos Queiroz não realizava conferências de imprensa colocando as convocatórias online. A minha opinião, porque a decisão da criação da figura de conferências de imprensa para a divulgação das convocatórias foi minha em 1998, é a de que o Seleccionador Nacional deve realizar conferências de imprensa e justificar as suas escolhas sempre numa perspectiva positiva. De qualquer forma, com ou sem conferências de imprensa, as suas decisões são soberanas e devem ser respeitadas mesmo que não se concorde com elas. Vem isto a propósito de uma entrevista de Daniel Gaspar ao "Jogo" de ontem em que aborda a convocatória dos guarda-redes para o Mundial 2010, sem que tal se justificasse neste momento. Argumentando que Rui Patrício não foi convocado porque era titular dos Sub/23 é uma justificação, que não tinha que dar, sem qualquer razão ou lógica. Rui já tinha sido convocado para o Euro 2008, era titular indiscutível do Sporting desde há alguns anos, é jovem e tem futuro e não foi convocado porque era o dono da baliza dos Sub/23 que teve o último jogo antes do mundial em 3 de Março? "Como era titular dos Sub/23, entendemos que era melhor a competição do que ir para o banco no Mundial". Recorde-se que a convocatória para o mundial foi em Maio e o jogo seguinte dos Sub/23, em 12 de Outubro. Há momentos em que abrir a boca é a pior coisa que se pode fazer. Rebate de consciência?

 

(in Todos Somos Portugal)

 

 

 

 

 

publicado por Carlos Loures às 11:00

editado por Luis Moreira em 28/01/2011 às 19:56
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Sexta-feira, 14 de Janeiro de 2011

Futebol, cultura e democracia

 


 

 

 

 

 

Carlos Loures

Estas três palavras andam por vezes tão separadas que mais parecem pertencer a três diferentes idiomas. Quando ouvimos as claques insultar os adversários em linguagem rasteira ou quando tomamos conhecimento de actos de corrupção ou de deturpação da verdade desportiva, é difícil associar ao futebol os conceitos de cultura e de democracia. No entanto, ao longo da minha vida profissional, grande parte dela passada no mundo da edição, por diversas vezes me cruzei com o futebol. Vou referir dois desses fortuitos encontros. 


Anos atrás, traduzi um livro de Ernesto Sábato, o grande escritor argentino, um dos indigitados crónicos para o Prémio Nobel da Literatura. Foi o romance «Sobre héroes y tumbas» que na edição portuguesa, com o acordo do autor, ficou «Heróis e Túmulos». Não foi trabalho fácil, pois tendo estudado o castelhano europeu, deparei com um texto cheio de argot porteño que só vim a decifrar com a ajuda de Sábato. - tendo-lhe confiado os problemas, mandou-me um glossário com termos que os dicionários de que dispunha  não registavam. 

Contudo, o que me surpreendeu num intelectual de tamanha dimensão foi o rigor com que as suas personagens discorriam sobre futebol, descrevendo jogadas de confrontos históricos entre o Boca e o River Plate, evocando grandes jogadores... Vim depois a saber que Sábato, hoje quase centenário, pois nasceu em Junho de 1911, é um fervoroso adepto do Boca Juniors, o clube do mítico Diego Maradona. Hei-de voltar a falar de Ernesto Sábato e oxalá que seja a propósito da atribuição do Nobel – poucos escritores houve e há que tanto justifiquem esse galardão. 


Num almoço que, há muitos anos tive com o grande musicólogo João de Freitas Branco e com o maestro Ivo Cruz no restaurante Belcanto, no Largo de São Carlos, Freitas Branco contou-me um episódio muito curioso ocorrido durante a vinda a Lisboa do grande violinista ucraniano David Oistrakh, que na altura era considerado o maior executante do mundo, sobretudo de compositores do repertório russo contemporâneo. 


Logo após a chegada e a recepção protocolar, Oistrakh chamou Freitas Branco de parte e pediu-lhe para lhe arranjar maneira de ir ver o Eusébio jogar. Embora surpreendido pelo inusitado pedido, o maestro contactou o presidente do Benfica e logo foi disponibilizado um camarote para Oistrakh e Freitas Branco. Diz-se que, no final do concerto, o grande violinista não agradeceu pela segunda vez os aplausos do público do São Carlos, para poder chegar rapidamente ao estádio. No final do jogo, em que Eusébio marcou um golo magnífico, David Oistrakh foi ao balneário cumprimentar o jogador.

Sobre o concerto em São Carlos, o grande escritor José Gomes Ferreira escreveu um interessante poema, que vem publicado no 2º volume de Poeta Militante (Não, não deixes secar/este fio de água de violino/que nas manhãs de ouro/completa as nossas sombras com flores -/ enquanto os pássaros de sementes nos olhos/procuram na espiral dos voos/outro cárcere de recomeço.). A leitura deste belo poema de Gomes Ferreira, leva-nos até a Fernando Namora e a Manuel Alegre. O primeiro, no seu poema «Marketing», alude aos 5-3 do Eusébio à Coreia. Manuel Alegre, sobre o «Pantera Negra» diz:

Havia nele a máxima tensão
Como um clássico ordenava a própria força
Sabia a contenção e era explosão
Não era só instinto era ciência
Magia e teoria já só prática
Havia nele a arte e a inteligência
Do puro e sua matemática
Buscava o golo mais que golo – só palavra
Abstracção ponto no espaço teorema
Despido do supérfluo rematava
E então não era golo – era poema.

Futebol, democracia e cultura – palavras de idiomas diferentes e de distintos mundos conceptuais? Não necessariamente. Figuras míticas como Pinga, Pepe, Peyroteo, Eusébio fazem parte da face luminosa do futebol. Bem sei que há a face oculta, aquela a que a resplandecente luz solar da verdade nunca chega – claques, subornos, tráficos diversos… Hoje quis falar da sua face positiva, luminosamente inspiradora.

Aquela em que o futebol nos reconcilia com a beleza da vida, dela fazendo parte. O futebol não tem de estar sempre nos antípodas da cultura e da democracia. 

Nota: Publiquei este texto no "Todos Somos Portugal", um blogue do nosso colaborador Carlos Godinho. É um blogue ligado às coisas do futebol em particular, nomeadamente da actividade das selecções, e do desporto em geral. Por serem estes dias dominados pelo futebol, pareceu-me oportuno publicá.lo aqui .

publicado por João Machado às 16:20
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Sexta-feira, 19 de Novembro de 2010

Coisas do futebol - por Carlos Godinho


Simplesmente notável

Simplesmente notável. Como tinha dito este jogo atingiria picos de emotividade bastante altos. Sente-se dentro de uma equipa quando isso vai acontecer. E aconteceu. Todos os que estiveram presentes ficarão com uma imagem de um momento inesquecível da selecção nacional. Sinceramente não se conseguiu esquecer a África do Sul e aquela derrota de Cape Town pelo que internamente nunca ninguém encarou este jogo como um momento de confraternização, candidaturas e outras efemérides. Ganhar era o objectivo e este foi atingido. Além disso este jogo serviu para homenagear os homens do futebol que vivem do e para o futebol, os obreiros da FPF, aqueles que constroem a selecção nacional. Em primeiro lugar os jogadores, Cristiano Ronaldo, Pepe e João Moutinho que atingiram marcas de internacionalizações significativas nas suas carreiras e finalmente o técnico de equipamentos António Gonçalves que terminou a sua carreira na FPF após 33 anos na selecção. Momentos bonitos de ver e viver. E para quem quiser pensar e entender, basta que mais uma vez ninguém queira destruir o que se construiu a partir de 1996, que se mantenha o espírito de selecção reconquistado, a harmonia interna, e alguns noutros pormenores e detalhes que um dia, noutra situação, abordarei. Basta não inventar, basta unir, basta tratar todos como um e um como todos.

Imprensa internacional
A Marca
Portugal nos torea

Los goles de Martins, Sergio Ramos en propia puerta, Postiga y Hugo Almeida dieron un cómodo triunfo a Portugal ante España en el estadio da Luz. Los lusos fueron muy superiores y el público lo celebró entre oles.

El País
La selección de Del Bosque, demasiado pálida, recibe en Portugal otra zurra como en Argentina Es lo que tiene derrotar a la campeona del mundo.


as
Portugal nos da una paliza ibérica

L´Équipe
Vainqueurs de l'Espagne (4-0) mercredi en amical, les Portugais ont pris leur revanche après leur élimination en 8e de finale du Mondial.

Gazzetta dello Sport
Spagna umiliata dal Portogallo

Goal.com.brasil
Portugal massacra a Espanha em noite de "Fúria"

(transcrito de Todos Somos Portugal)
publicado por Carlos Loures às 09:00
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Domingo, 31 de Outubro de 2010

Notas soltas - por Carlos Godinho

Mahatma Gandhi

More than half a century after his death, Indian spiritual leader Mohandas “Mahatma” Gandhi is still revered as one of the greatest-ever champions of social justice and equality. Less well known is the way in which he used football to help spread his ideas, particularly during the early years of his political struggles in South África."



É desta forma que a revista FIFA World, do mês de Outubro, inicia um extraordinário artigo da autoria de David Ruiz, de Durban, sobre o pacifista hindu Mahatma Gandhi. Ruiz através de buscas na África do Sul acabou por descobrir a história de Gandhi neste país e da sua ligação ao futebol, no início do século passado. Pioneiro da luta anti-racial e defensor, enquanto jovem advogado, dos elementos hindus que viviam na África do Sul, veio a sofrer consequências dessa sua luta, tal como aconteceria a Mandela mais tarde. Não existem provas concretas que tenha sido jogador, mas as fotos e as informações recolhidas provam a sua ligação íntima ao futebol dessa altura, tendo inclusivamente ajudado a formar diversos clubes e a Associação Sul-Africana de Futebol Hindu. Gandhi via no futebol um grande potencial para encorajar os seus elementos ao trabalho de equipa e formou o clube "Passive Resisters" sobre os princípios e valores do espírito de equipa e do fair-play.


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http://pt.fifa.com/aboutfifa/magazine/index.html

- abrir este link para leitura da revista em formato electrónico e do artigo publicado nas páginas 50 a 53











publicado por Carlos Loures às 11:00
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Domingo, 26 de Setembro de 2010

Coisas do futebol

Luis Moreira

Foot - ball e o C I F (Club Internacional de Futebol)



Foi a família Pinto Bastos que introduziu em Portugal o futebol. Jogava-se no campo onde está hoje a churrasqueira, ainda lá joguei antes do CIF (Clube Internacional de Futebol) se mudar para Monsanto, onde está hoje. O CIF foi o primeiro clube de futebol, hoje é um maravilhoso clube, no meio de árvores frondosas, com um campo de futebol relvado e uma dezena de campos de ténis.
Eu jogava nos Purrianos que era a continuação da equipa que vinha de económicas, jogavam vários economistas, o Alexandre Baptista, o defesa central de seleção portuguesa em Inglaterra em 1966 era o nosso defesa.

Jogava a equipa dos médicos que eram Os Milionários, a equipa dos advogados era O Cosmos, o S.O.V. ( Seita do Olho Vivo) eram os antigos internacionais do Benfica, Sporting e Belenenses, lá jogavam o Simões, o Eusébio e o Torres, para além de muitos outros. Grandes jogos, sábado às 8 horas da manhã, ninguem faltava, a chover e com frio ainda era mais interessante, todos levantavam o rabo da cama.

O stress da minha vida profissional encontrava ali o escape, joguei até aos 45 anos, não havia lugar para peso a mais, barriguinha de cerveja, nem colesterol, um atleta, mas depois parti o dedo de um pé (bem conhecido quem mo partiu) comecei a magoar-me, sinal que o meu grande forte (tirar os pés antes que os outros metessem lá os deles) estava a perder-se, tinha chegado a hora da despedida.

Nunca mais lá fui, não sou capaz, nunca devemos voltar aos lugares onde fomos felizes, e é bem verdade!

Braga e Boavista sem cabeça






S. C Braga
Tenho como princípio, desde há muito tempo, assumir com a máxima precaução todos os jogos e competições da Selecção Nacional, sejam oficiais ou particulares. Embandeirar em arco, andar de peito cheio, são expressões populares muito em voga na vida e no futebol. E normalmente são fatais. Mesmo com todas as precauções tomadas, relembro os resultados do Liechtenstein, em 2004, com a Albânia, em 2008 e ainda recentemente com o Chipre. Sem esquecer obviamente o grande trauma que foi o Brasil, em 2008, em Gama. Todos os cuidados são poucos, em qualquer circunstância, mas quando se joga contra grandes adversários, aí os cuidados devem triplicar, a euforia deve estar num nível muito baixo e a concentração deverá ser total. O que aconteceu ao SC Braga, na quarta-feira, levará concerteza à reflexão daqueles que têm experiência destes ambientes, refiro-me concretamente a Domingos e a Fernando Couto. Eles saberão perfeitamente que o reencontro com a humildade e o esvaziamento do balão da euforia, serão talvez as medidas mais importantes a seguir, sob pena da equipa se desencontrar e perder-se. Porque outros, sem essa experiência, vão querer imediatamente encontrar culpados e apontar o dedo aos que estarão mais fragilizados, os jogadores. Segurar o que está certo e conquistado para que o progresso seja consistente. Tudo tem um tempo certo para a sua construção e até uma equipa de futebol está sujeita a essa regra. Roma e Pavia não se fizeram num dia, e não consta que com Braga tenha sido diferente.

Boavista F C

Ontem li no jornal "O Jogo" uma notícia sobre o popular clube axadrezado que julguei ser uma brincadeira. De facto não é. O Boavista tem dois Presidentes, Álvaro Braga Júnior e Eduardo Matos, líder da Comissão Administrativa, que destituiu o presidente eleito. O assunto arrasta-se nos tribunais e em simultâneo existem duas equipas, uma que disputa a II Divisão da FPF, e outra que disputa a II Divisão da AF Porto, mas que por força de providências cautelares viu adiados os seus três primeiros jogos. Entretanto o clube afunda-se numa grave crise financeira e pode correr o risco de desaparecer. Recorde-se que ainda há bem pouco tempo o Boavista foi campeão nacional e andou pela Champions League. Não quero acreditar que um clube com o historial do Boavista possa deixar de existir.

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publicado por Luis Moreira às 23:55
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As meninas a correr...

Carlos Godinho



Atletismo
Mesmo com um pouco de desilusão com a prova de Naide Gomes, a medalha esteve ali a uns centímetros, a participação dos portugueses nestes últimos dias dos mundiais, sem ser brilhante, foi razoável. Realce para Marisa Barros, 6ª na maratona, feminina, Sara Moreira, 10ª nos 5.000 metros e José Moreira 9º, Luís Feiteira 10º e Fernando Silva 13º na maratona. Faltam no entanto sinais de renovação que apontem para eventuais futuros medalhados. Porventura não é possível fazer melhor, mas seria bom para o país e para o desporto que despontassem novos valores. Vontade não faltará para mudar, mas as condições existentes e que serão oferecidas aos nossos técnicos e atletas, presumo que não sejam as melhores. Entretanto, o que me chamou a atenção, na prova feminina da maratona, foi a festa que as atletas francesas fizeram ao chegar à meta, mesmo que os resultados não tenham sido brilhantes, 49ª, 50ª e 54ª classificadas. Chegar, para elas, foi um triunfo, e foi bonito de ver a sua alegria por terem conseguido esse objectivo. Desporto, no verdadeiro sentido da palavra.


Selecção feminina de futebol

Depois de um difícil começo, a Selecção Nacional Sub/19 Feminina, qualificou-se para o segundo Torneio de Apuramento do Europeu da categoria, após vencer a Letónia por 5/0. Pelas informações, foi um jogo em que as jovens da Letónia tentaram evitar as pesadas derrotas dos seus dois primeiros jogos e conseguiram que ao intervalo se mantivesse o nulo. Na segunda parte, felizmente, acabaram por ceder. Agora será necessário um pouco de sorte no sorteio para o próximo torneio de forma a conseguir-se a qualificação, inédita, para a fase final. Parabéns às jogadoras, equipa técnica e restante delegação.

(Publicado no blogue Todos Somos Portugal)
publicado por Luis Moreira às 11:00
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