Sexta-feira, 5 de Novembro de 2010
Às 22:30 de hoje, começaremos a publicar a segunda série de Fotopoemas - fotografias de José Magalhães e poemas ou textos, nelas inspirados, da autoria de colaboradores do Estrolabio. Nos próximos dias e até à conclusão desta segunda série teremos, sempre às 22:30, uma bela fotografia e um poema ou texto que a ilustram.
Sábado, 16 de Outubro de 2010
Texto de Fernando Correia da Silva eFotografia de José MagalhãesViajantes do céu resolvem pousar sobre a água e ao fundo o sol ilumina toda a cena.
Quarta-feira, 13 de Outubro de 2010
Poema e fotografiadeJosé MagalhãesNa minha cidade
Nasce o Norte insubmisso
E gente de rostos rugosos
Falando com impropérios
Nasce o regionalismo com viço
E nos belos Invernos chuvosos
Também nascem os mistérios
A minha cidade
Cheira a rio e cheira a mar
E tem poentes de ouro
A enfeitar o granito.
Tem pombas a esvoaçar
Rabelos colorindo o Douro
E mar até ao infinito.
Tem uma bruma no ar
Gente que é um tesouro
E pregões ditos em grito.
Na minha cidade
Fala o pobre e fala o rico
Comendo sardinhas e iscas
Fala a voz de uma paixão
Contra qualquer mexerico
Loas aos quadrados e às riscas
Gritam na pantera e no dragão
E quando os ouço, absorto
Sinto dentro de mim um frémito,
e ouço um grito
“VIVA, PORTO,
ÉS UMA NAÇÃO!”
Segunda-feira, 11 de Outubro de 2010
Texto de Clara Castilho eFotografia de José MagalhãesI - ESCOLHASim? Não?
Cada escolha é arrancada a ferros.
O caminho pode ser diferente
Se para um lado
ou para outro.
Já acontecera a dúvida quanto ao caminho seguido…
Se a decisão tivesse sido contrária,
como seria hoje a sua vida ?
II- CAMINHOS DIFERENTESCaminhos diferentes
percursos cruzados certo dia
cada um fruto de suas vivências.
Conjugação por momentos de duas vidas.
III – HOMEM – DUAS FACESFamília – mãe, pai e filho. Relação.
Amor, vinculação, doçura.
Guerra, ódio, epidemia, fome.
Racionalização, idealismo, procura da verdade,
genes e experiência em interdependência.
Poesia, música, humor, tradição.
Pesquisa, passagem de conhecimento, ciência.
Prolongamento no tempo, exigência de qualidade.
Ora vida em graça, atenção aos outros, beleza,
ora exploração, guerra, destruição.
Tentativas de superação.
Ida à Lua, conquista do espaço.
Pensando ser o centro do mundo,
Procura da imortalidade.
Sábado, 9 de Outubro de 2010
Com este poema de Manuel Simões iniciamos a série Fotopoemas onde uma fotografia de José Magalhães será acompanhada poe um poema ou por um texto poético de um colaborador do Estrolabio. Vai ser assim durante uns dias - sempre às 10:00.Poema de Manuel Simões eFotografia de José MagalhãesNo espelho d'água
o tremular opaco
da aparência
flutua à deriva
compõe e decompõe
a imprevista imagem
no momento
exacto da vertigem
da falsa percepção
desfeita pela crespa
onda, já aflorada
pelo vento agreste
que refaz a ilusão:
o real e o avesso,
marca d'água
e seu reflexo
(in Micromundos, Lisboa, 2006, p. 26)
Quarta-feira, 29 de Setembro de 2010
Da A25A recebemos o seguinte convite:
No próximo dia 30 de Setembro (quinta-feira), às 18.30 horas, no auditório da FNAC Chiado, vai realizar-se uma sessão de apresentação do livro “Sérgio Valente – Um Fotógrafo na Oposição”, da Editora Afrontamento. Trata-se de um livro que é não apenas o testemunho de vida de um amigo pessoal de muitos anos, comprometido com o combate contra a ditadura e pela democracia, como contém largas centenas de fotos que constituem um rico património e um testemunho visual de uma parte relevante da actividade oposicionista no Porto nos anos 60 e 70 do século passado, de que ele foi, não apenas activo militante, mas também o fotógrafo constante. O livro contém ainda um excelente texto de Manuel Loff de enquadramento historiográfico da actividade oposicionista e da realidade de Portugal sob o fascismo naqueles anos e um outro trabalho de Hélder Marques sobre o percurso de vida e de luta de Sérgio Valente.
Esta sessão contará com a participação e intervenção, além do próprio Sérgio Valente, de Manuel Carvalho da Silva (secretário-geral da CGTP e sociólogo) e de Manuel Loff (historiador), e constituirá certamente uma oportunidade valiosa para uma abordagem testemunhal e historiográfica de uma realidade (a intensa actividade oposicionista e a luta antifascista na segunda cidade do País) normalmente menos conhecida e referenciada, mas que foi um enorme contributo para engrossar o caudal de resistência e de lutas (políticas, operárias, sindicais, da juventude trabalhadora e estudantil) que desaguou na revolução libertadora do 25 de Abril.
Junto por isso o convite para esta iniciativa, agradecendo igualmente a sua divulgação, pelo interesse intrínseco da sessão e também porque muitos dos factos de que o livro dá testemunho fazem igualmente parte da minha vida e de muitos outros amigos e companheiros que viveram essas jornadas no Porto e nelas forjaram a sua consciência cívica e política.
Saudações cordiais.
Henrique Sousa
Cordiais saudações
A Direcção