(Enviado por Carlos Leça da Veiga)
Colbert foi ministro de Estado e da economia do rei Luiz XIV. Mazarino era cardeal e estadista italiano que serviu como primeiro ministro na França. Notável coleccionador de arte e jóias, principalmente diamantes, deixou por herança os "diamantes Mazarino" a Luís XIV em 1661. Alguns ainda permanecem na coleção do museu do Louvre em Paris.
O diálogo:
Colbert: Para encontrar dinheiro, há um momento em que
enganar (o contribuinte) já não é possível. Eu gostaria, Senhor
Superintendente, que me explicasse como é que é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço...
Mazarino: Se se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar à prisão. Mas o Estado... o Estado, esse, é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se... Todos os Estados o fazem!
Colbert: Ah sim? O Senhor acha isso mesmo? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criamos todos os impostos imagináveis?
Mazarino: Criam-se outros.
Colbert: Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino: Sim, é impossível. Colbert: E então os ricos?
Mazarino: Os ricos também não. Eles não gastariam mais. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert: Então como havemos de fazer?
Mazarino: Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente! Há uma quantidade enorme de gente situada entre os ricos e os pobres: São os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficarem pobres. É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Esses, quanto mais lhes tirarmos mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tiramos. É um reservatório inesgotável
Júlio Marques Mota: continuação
A Tabela 2 mostra a evolução do rácio da dívida daqueles países de acordo com seu próprio crescimento e com os pressupostos de défice orçamental [1]. É interessante notar que, mesmo sob os pressupostos do próprio governo, para alguns países como a Alemanha, Irlanda e Portugal será praticamente impossível conseguir a estabilização da dívida pública.
Uma avaliação mais realista, utilizando as mais recentes previsões do FMI para o crescimento do seu Outlook é mostrado na tabela 3. Note-se que nesta tabela se utilizam as previsões dos diferentes estados quanto ao respectivo défice orçamental para os anos de 2011 a 2013.
Table 3: evolution of debt-to-gdp. Sources : Eurostat, IMF growth forecasts (oct. 2010), stability programs (dec 2009), own calculations
Aqui, podemos ver um aumento do rácio da dívida / PIB, a partir de 2012, para quase todos os países, excepto para a Finlândia, Áustria e Bélgica. O aumento é particularmente grande para a Espanha (+10 pontos percentuais), Irlanda (+12 p.p.). Quanto à França, Alemanha e Portugal, todos estes países vão todos ver um aumento de cerca de 6 pontos percentuais na relação dívida / PIB.
Temos que ter em mente que estes números tendem a ser subestimados: por um lado, o excedente primário anunciado pelos governos depende das suas previsões de crescimento, que estão desactualizadas (elas foram feitas no final de 2009, antes da crise irlandesa) e que tendem a ser demasiado optimistas, mesmo para os bons tempos, quanto mais para a situação presente. Em segundo lugar, as taxas de juro utilizadas aqui são também susceptíveis de subestimar a taxa de juro real que os estados terão que assumir no futuro [2].Posteriormente, o aumento nos rendimentos dos títulos soberanos vai levar a que o refinanciamento da dívida existente se torne mais dispendioso para quase todos os governos da Zona Euro.
A ameaça de efeitos de repercussão negativa
O modelo keynesiano de referência diz- nos que uma redução da despesa pública, ou um aumento dos impostos tem um efeito adverso sobre a produção, através do multiplicador de despesas do governo. No entanto, parece que esse efeito não é realmente levado em conta na apresentação dos programas de consolidação.
Há duas razões para isso. Em primeiro lugar, os vários governos parecem assumir que eles estão sozinhos a assumir medidas de austeridade. O que queremos dizer com isso?
Júlio Marques Mota
Uma leitura sobre o cinismo, sobre a desonestidade intelectual da Comissão Europeia, sobre as políticas de ajustamento estrutural que a uns e talvez também a outros está a ser imposta, é o texto que aqui vos deixo. E vivam os supostos equilíbrios orçamentais agora teoricamente emergentes, mesmo que estes sejam a garantia dos desequilíbrios sociais que lhe serão consequentes.
Coimbra, 2 de Maio de 2011.
Júlio Marques Mota
Finanças Públicas em 2011: feliz austeridade
Raphael Cottin,28.01.2011
Planos de austeridade: Outono de 2010.
Source:stability programmes, Reuters for updates
É a consolidação dos planos suficiente?
O que é que se entende por suficiente? Existem dois objectivos, um processual e o outro substancial. O objectivo processual é o de se querer voltar a respeitar os limites do Pacto de Estabilidade e Crescimento (sem défice superior a 3% e com um rácio da dívida a descer a uma "taxa suficientemente alta "). O importante é tornarem-se de novo solventes - ou que assim o pareçam - os países que dantes o não eram.
Tabela 2
Table 2 : evolution of debt-to-gdp to 2013. Sources: government's assumptions (fall 2009), Eurostat and own calculations
A avaliação da solvência de um Estado é difícil, porque depende do valor líquido actual, no presente, da sua capacidade futura em gerar receitas fiscais, bem como da trajectória esperada das despesas públicas. O critério oficial do Pacto de Estabilidade e Crescimento é que os países devem ter um ratio da dívida / PIB inferior a 60%, ou que esta relação esteja a descer e a um "ritmo suficientemente alto". Aqui, consideremos uma visão um pouco menos grave e que, antes de considerar a redução da dívida, os países têm, em primeiro lugar, de estabilizar o peso da dívida relativamente ao PIB. Portanto, vale a pena examinar se os pacotes de medidas de austeridade actualmente sobre a mesa são suficientes para alcançar este objectivo - estabilizar a relação dívida / PIB em 2013.
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