Domingo, 10 de Julho de 2011

DIÁLOGO ENTRE COLBERT E MAZARINO DURANTE O REINADO DE LUÍS XIV

(Enviado por Carlos Leça da Veiga)

 

Colbert foi ministro de Estado e da economia do rei Luiz XIV. Mazarino era cardeal e estadista italiano que serviu como primeiro ministro na França. Notável coleccionador de arte e jóias, principalmente diamantes, deixou por herança os "diamantes Mazarino" a Luís XIV em 1661. Alguns ainda permanecem na coleção do museu do Louvre em Paris.

 

 

O diálogo:

 

Colbert: Para encontrar dinheiro, há um momento em que

 enganar (o contribuinte) já não é possível. Eu gostaria, Senhor

 

Superintendente, que me explicasse como é que é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço...

 

 

 

Mazarino: Se se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar à prisão. Mas o Estado... o Estado, esse, é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se... Todos os Estados o fazem!

 

Colbert: Ah sim? O Senhor acha isso mesmo? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criamos todos os impostos imagináveis?

 

Mazarino: Criam-se outros.

 

Colbert: Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.

 

Mazarino: Sim, é impossível. Colbert: E então os ricos?

 

Mazarino: Os ricos também não. Eles não gastariam mais. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.

 

Colbert: Então como havemos de fazer?

 

Mazarino: Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente! Há uma quantidade enorme de gente situada entre os ricos e os pobres: São os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficarem pobres. É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Esses, quanto mais lhes tirarmos mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tiramos. É um reservatório inesgotável

publicado por Carlos Loures às 15:00

editado por João Machado às 01:48
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Domingo, 22 de Maio de 2011

Finanças Públicas em 2011: feliz austeridade - Parte II

Júlio Marques Mota: continuação

 

A Tabela 2 mostra a evolução do rácio da dívida daqueles países de acordo com seu próprio crescimento e com os pressupostos de défice orçamental [1]. É interessante notar que, mesmo sob os pressupostos do próprio governo, para alguns países como a Alemanha, Irlanda e Portugal será praticamente impossível conseguir a estabilização da dívida pública.

 
Uma avaliação mais realista, utilizando as mais recentes previsões do FMI para o crescimento do seu Outlook  é mostrado na tabela 3. Note-se  que nesta tabela se utilizam as previsões dos diferentes estados quanto ao respectivo défice orçamental  para os anos de 2011 a 2013.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Table 3: evolution of debt-to-gdp. Sources : Eurostat, IMF growth forecasts (oct. 2010), stability programs (dec 2009), own calculations

 

Aqui, podemos ver um aumento do rácio da dívida / PIB, a partir de 2012, para quase todos os países, excepto para  a Finlândia, Áustria e Bélgica. O aumento é particularmente grande para a Espanha (+10 pontos percentuais), Irlanda (+12 p.p.). Quanto à  França, Alemanha e Portugal, todos estes países vão todos ver um aumento de cerca de 6 pontos percentuais na relação dívida / PIB.

 

Temos que ter em mente que estes números tendem a ser subestimados: por um lado, o excedente  primário anunciado pelos governos depende  das suas previsões de crescimento, que estão desactualizadas (elas foram feitas no final de 2009, antes da crise irlandesa) e que tendem a ser demasiado optimistas, mesmo para os bons tempos, quanto mais para a situação presente. Em segundo lugar, as taxas de juro utilizadas aqui são também susceptíveis de subestimar a taxa de juro real que os estados terão que assumir no futuro [2].Posteriormente, o aumento nos rendimentos dos títulos soberanos vai levar a que  o refinanciamento da dívida existente se torne mais dispendioso para quase todos os governos da Zona Euro.

 

A ameaça de efeitos de repercussão negativa


O modelo keynesiano de referência  diz- nos que uma redução da despesa pública, ou um aumento dos impostos tem um efeito adverso sobre a produção, através do multiplicador de despesas do governo. No entanto, parece que esse efeito não é realmente levado em conta na apresentação dos programas de consolidação.


Há duas razões para isso. Em primeiro lugar, os vários governos parecem assumir que eles estão sozinhos a assumir medidas de  austeridade. O que queremos dizer com isso?

 

publicado por siuljeronimo às 20:00

editado por Luis Moreira às 16:53
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Sexta-feira, 20 de Maio de 2011

Finanças Públicas em 2011: feliz austeridade - Parte I

Júlio Marques Mota

 

Uma leitura sobre o cinismo, sobre a desonestidade intelectual da Comissão Europeia, sobre as políticas de ajustamento estrutural que a uns e talvez também a outros está a ser imposta, é o texto que aqui vos deixo. E vivam os supostos equilíbrios orçamentais agora teoricamente emergentes, mesmo que estes sejam a garantia  dos desequilíbrios sociais que lhe serão consequentes.

Coimbra, 2 de Maio de 2011.

Júlio Marques Mota

 

Finanças Públicas em 2011: feliz austeridade

Raphael Cottin,28.01.2011

 

 

Planos de austeridade: Outono de 2010.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Source:stability programmes, Reuters for updates 

 

É a consolidação dos planos suficiente?

O que é que se  entende por suficiente? Existem dois objectivos, um processual e o outro substancial. O objectivo processual é o de se querer voltar a respeitar os limites do Pacto de Estabilidade e Crescimento (sem défice superior a 3% e com um rácio da dívida a descer  a uma "taxa suficientemente alta "). O importante é tornarem-se de novo solventes - ou que assim o pareçam - os países que dantes o não eram.

 

Tabela 2

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Table 2 : evolution of debt-to-gdp to 2013. Sources: government's assumptions  (fall 2009), Eurostat and own calculations

 

A avaliação da solvência de um Estado é difícil, porque depende do valor líquido actual, no  presente, da sua capacidade futura em  gerar receitas fiscais, bem como da trajectória esperada das despesas  públicas. O critério oficial do Pacto de Estabilidade e Crescimento é que os países devem ter um ratio  da dívida / PIB inferior a 60%, ou que esta relação esteja a descer  e a um "ritmo suficientemente alto". Aqui, consideremos  uma visão um pouco menos grave e que, antes de considerar a redução da dívida, os países têm, em primeiro lugar, de estabilizar o peso da dívida relativamente ao PIB. Portanto, vale a pena examinar se os pacotes de medidas  de  austeridade actualmente sobre a mesa são suficientes para alcançar este objectivo - estabilizar a relação dívida / PIB em 2013.

publicado por siuljeronimo às 23:00

editado por Luis Moreira em 21/05/2011 às 01:34
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Sexta-feira, 27 de Agosto de 2010

O monstro das finanças públicas

Luis Moreira

Como tenho escrito várias vezes há um monstro insaciável ..." que será indomável enquanto não matarmos o que o gerou, uma sociedade de dependentes que destruiu a rede social" como escreve a Helena Garrido no Jornal de Negócios.

"Não há ataque nenhum ao déficite.Era preciso fechar institutos, organismos e direcções-Gerais" diz Mira Amaral, tambem no Jornal de negócios.

"Os gastos do Estado são um problema crónico de Portugal" escreve Eduardo Catroga no mesmo jornal.

A redução da despesa corrente do Estado só será possível com cortes nos salários da Administração Pública. Isto é, com mão-de-ferro nas Finanças", repete camilo Lourenço.

Como publicamos no Estrolabio, a despesa em vez de descer ou manter-se, subiu 5.6 enquanto a receita cresceu 5.3, isto é, o déficite agravou-se em 473 milhões de euros. Correm notícias que foram propostas admissões de mais 5 000 pessoas na administração pública que o ministro das finanças terá impedido, mas sendo ou não verdade que não foram admitidas, serve para mostrar qual é o espírito que prevalece .

Ainda ontem falei aqui na Educação responsável por 31% do aumento da despesa, mas se lermos os blogues dos professores podemos ver que a lamúria é que não são aumentados há 2,5 anos. Não ponho isso em dúvida, mas só aqui trouxe a questão para se perceber que mesmo sem aumentos, a despesa cresce sempre por via das progressões automáticas na carreira. Ao contrário do que nos querem fazer crer, o aumento dos salários na administração pública nunca são os 2% que cobrem a inflacção, ronda sempre os 5/6% pela tal via das progressões automáticas na carreira .

Estamo-nos a tornar num país inviável, com empobrecimento certo, profundamente injusto, ingovernável pelas muitas e variadas corporações que imobilizam os sucessivos governos.Neste país só há quem tenha vencimento certo e vínculo para toda a vida ou os que nunca terão oportunidade nenhuma, a não ser longe desta terra madrasta.

E não se pode calar esta realidade por muito que custe a quem o escreve e a quem o lê!
publicado por Luis Moreira às 01:00
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