London Boulevard é um filme baseado no romance homônimo de Ken Bruen. Dirigido e escrito por William Monahan, é interpretado por Keira Knightley, Colin Farrell, David Thewlis, Anna Friel e Ray Winstone. Foi lançado no Reino Unido em 26 de Novembro de 2010.
A historia de um homem acabado de sair da prisão que tenta sobreviver num mundo de violência, drogas e álcool. Os amigos são do meio e ajudas vindas deles é mais do mesmo. A família representada por uma irmã, drogada e alcoólica, é mais um fardo que tenta suportar.
Encontra um emprego e os braços da paixão numa actriz acossada pela imprensa e pela ausência de um marido que, aliás, não se chega a ver.
E, como convém, o nosso homem acaba as mãos de quem poupou (como acontece quase sempre no cinema e na vida).
O filme não é fácil, é feito de pormenores, de frases que passam despercebidas aos mais atentos. Ouça esta música e murmure as palavras da canção. O filme está, genialmente, contido nelas.
Casados há vários anos e com uma filha, Cindy e Dean passam por um momento de crise, vendo o relacionamento ser contaminado por uma série de incertezas. Dispostos a seguir em frente, os dois tentam superar os problemas, buscando no passado e no presente os motivos que o mantiveram unidos até este momento e os fizeram apaixonarem-se um pelo outro.
Realizado por Derek Cianfrance
Com Ryan Gosling, Michelle Williams, Faith Wladyka
A estreia oficial de Derek Cianfrance como realizador ficcional correu muitíssimo bem porque este seu “Blue Valentine” é um excelente filme realista e sem moralismos sobre as dificuldades que muitos casais enfrentam para manter um relacionamento estável e feliz quando o amor não existe, um filme nada trivial ou banal que convenceu a crítica mundial com a sua fantástica história que se centra em Cindy (Michelle Williams) e Dean (Ryan Gosling), um casal emocionalmente instável que se encontra à beira do divórcio mas que tenta salvar o seu casamento com uma noite romântica, sem a sua filha, num motel, no entanto, essa noite acaba por se revelar um verdadeiro desastre que os afasta ainda mais um do outro.
Enviado por Júlio Marques Mota
Coimbra, 2 de Março de 2011
Caros Colegas
O grupo de docentes da FEUC dinamizador e organizador do Ciclo Integrado de Cinema, Debates e Colóquios na FEUC, este ano intitulado Reflexões sobre a economia global em crise: migrantes, cidades, mercados, governação, vem com o presente texto dar a conhecer o programa da quarta sessão do Ciclo com o tema específico As velhas e novas cidades na economia global, que se realizará a 2 de Março de 2011. Esta sessão está incluída na XIIIª Semana Cultural da Universidade de Coimbra sendo constituída por uma sessão de cinema seguida de debate no Teatro Académico Gil Vicente sobre o tema referido. Contará com a presença de Arquitecto João Cardielos FCT-UC), António Gama (FLUC) e Engenheiro Álvaro Seco (FCTUC).
A importância do tema e do filme levou-nos à elaboração de uma brochura especial que será distribuída no TAGV com textos sobre o filme e sobre a dinâmica das cidades na economia global, onde apresentaremos dois textos de Jacques Donzelot que, lamentavelmente e por motivos de força maior, não pode estar pode estar presente nesta sessão.
Programa
21H,15 min
Do tempo e da Cidade, (Of time and the city), de Terence Davies
Documentário (2008)
Debate com :
Arquitecto João Cardielos, António Gama e Álvaro Seco.
Sem outro assunto e certos da vossa atenção que antecipadamente agradecemos, as nossas saudações académicas.
Pela Comissão organizadora
Júlio Marques Mota
Sobre o filme
Do Tempo e da Cidade (Of time and the city), Terence Davies, 2008
Philippe Pilard
Luis Moreira
Filme dos irmãos Coen e está tudo dito. E com a apreciação de João Lopes também fica dito o resto. E sabem que há 40 anos tivemos este filme com John Wayne ?
No princípio era John Wayne. O “True Grit” original, que deu ao “Duke” o seu único Óscar, em 1969, poderia ser uma sombra pesada para um realizador que ousasse fazer um “remake” deste clássico dos westerns. Mas estes são os irmãos Coehn (“Fargo”) e este “True Grit” não é sequer um “remake”.
Com este filme nasce uma estrela, uma jovem actriz que arranca uma interpretação de grande nível, ela está em todas as cenas do filme, foi nomeada para "a melhor actriz secundária", mas secundária é que ela não é, talvez a Academia de Hollywood lhe queira dar mesmo o prémio e evitou-lhe o confronto com actrizes "veteranas" não a nomeando para "a melhor actriz principal".
O filme é uma adaptação do livro "True Grit", de Charles Portis, que em 1969 deu origem ao filme "A Velha Raposa", de Henry Hathaway e cujo protagonista era John Wayne.
O humor que acompanha todo o filme, principalmente na interacção de Hailee Steinfeld ( a jovem actriz) com Jeff Bridges e Matt Damon é do melhor. Um filme de dois grandes realizadores entregue a grandes actores!
E sabem quem é o produtor? Steve Speilberg!
Luis Moreira
Jamie (Jake Gyllenhaal) vive a vida com um optimismo contagiante. São os anos 90 e, nos Estados Unidos, parece que qualquer um pode enriquecer de qualquer forma. Por isso, ao contrário do que a família deseja - que siga os passos do pai na medicina -, Jamie prefere tentar a vida como vendedor. Primeiro de electrodomésticos e depois como delegado de informação médica pela Pfizer, convencendo os médicos a prescreverem Zoloft em vez do famoso Prozac. E, pelo caminho, vai conquistando tudo o que é mulher à sua volta.
Até se cruzar com Maggie (Anne Hathaway), uma jovem que cultiva a sua independência e liberdade de espírito. A atracção entre os dois é inevitável. E quando Jamie falha sexualmente com Maggie, terá a revelação da sua vida: o Viagra, acabadinho de chegar ao mercado e que promete resolver a sua vida sexual e também a profissional. Mas nem tudo será perfeito: assim que sente a relação a tornar-se mais séria, Maggie, a enfrentar o processo degenerativo da doença de Parkinson, decide afastar-se. A partir da autobiografia de Jamie Reidy, "Hard Sell: The Evolution of a Viagra Salesman", é dirigido por Edward Zwick ("Estado de Sítio", "O Último Samurai"). Gyllenhaal e Hathaway foram ambos nomeados para o Globo de Ouro pelos seus papéis. [cinecartaz.publico.pt]
Uma comédia com um enredo mais que visto, mas que se (re)vê muito bem. Dois jovens e talentosos actores. Anne Hathaway ( como eu sofro...) acelera o coração a qualquer um com ou sem viagra!
Luis Moreira
Realizador: Darren Aronofsky. Elenco Natalie Portman, Mila Kunis, Vincent Cassel.
A procura sem limites da perfeição na arte é uma forma de loucura? É preciso ter a alma negra para dançar na perfeição o "Cisne Negro"? É preciso ser uma pessoa boa e bem formada para poder extrair toda a emoção do "Cisne Branco"? Onde pára a realidade e começa o acto de representar?
No ambiente do " ballet" essa forma de interpretação que exige uma dávida total, extraordinariamente bela, onde se misturam as emoções à perfeição dos corpos, passando pela música e pelos "décores", este filme toma posse dos expectadores, a barreira invisivel é quebrada e as emoções andam à solta pela mão de uma interpretação arrebatadora de Natalie Portman ( como sofro a ver estas mulheres...)
Vincent Cassel ( o atrasado que num filme menor que realizou, os filmes dele são todos menores, colocou a Souvigné a fazer-lhe um "blowjob", o bandido) faz o papel de quem puxa até à exaustão a sua estrela, nada lhe importando a pessoa, conseguindo o contraponto a bom nível e, irreconhecível, a Wynona Ryder, na estrela que vê chegar o fim da carreira.
O drama por trás do grande palco, do grande espectáculo, do grande público...
O prémio de melhor actriz irá para Natalie Portman?
Todos os que estiveram entre a vida e a morte sentiram uma paz, uma luz, a vida que tiveram a correr perante os seus olhos como num filme ! O que acontece quando ainda não se largou a vida e se está próximo de mergulhar na morte? Não há medo, um corpo que flutua e a consciência que a alma se separa e se eleva harmoniosamente.
Muitos de nós viveram momentos marcantes que nos condicionaram a vida para sempre.
Mais um filme de Clint Eastwood, o actor dos filmes Farweste "spagetti" e que se tornou num realizador extraordinário, embora este HereAfter não seja um dos seus melhores filmes. Mas é um filme muito interessante. A não perder! E claro há o Matt Damon.
Realizador: Clint Eastwood. Elenco Cécile De France, Thierry Neuvic, Jessica Griffiths. A drama centered on three people -- a blue-collar American, a French journalist and a London school boy -- who are touched by death in ...
www.imdb.com/title/tt1212419/ - Em cache - Semelhante
coordenação de Augusta Clara de Matos
Quem Conta Um Conto...de Cinema
Antes de lerem este conto da escritora madeirense de prosa encantatória, deliciem-se com estes sons:
Ana Teresa Pereira O Ponto de Vista das Gaivotas
Segundo Orson Welles, «o que conta é a poesia».
Lembro-me dessa frase a propósito de um filme pouco conhecido de Alfred Hitchcock: Nightmare de 1947.
Na filmografia do autor, o filme segue-se a Notorious e antecede The Paradine Case. Foi a única vez que ele dirigiu Humphrey Bogart (no mesmo ano em que este protagonizou Dead Reckoning, The Two Mrs Carrolls e Dark Passage).
Ao que parece, Hitchcock pensou primeiro em James Stewart. Mas, como ele próprio reconheceu, «James Stewart nunca faria o papel de assassino». Quanto a Ingrid Bergman não houve qualquer dúvida — Nightmare é um prolongamento da magia nocturna de Notorious...
O filme baseia-se num conto de Daphne du Maurier (Rebecca, The Birds). O argumento foi entregue a Ben Hecht, que escrevera o de Spellbound e o de Notorious, o que explica as referências psicanalíticas — o tema do duplo, a atmosfera uterina (é como se estivéssemos debaixo de água o tempo todo).
No plano inicial há uma igreja e uma pequena multidão que esconde parcialmente os noivos que acabaram de sair. Destaca-se a figura de Alfred Hitchcock com uma máquina fotográfica encostada ao rosto.
O plano seguinte mostra-nos uma mão segurando a fotografia. O rosto sorridente de Bogart, a expressão melancólica de Ingrid Bergman com flores brancas no cabelo. A câmara recua um pouco e vemos a mulher que segura a foto. Nesse momento uma mão pousa no seu ombro e ela volta-se soltando um pequeno grito.
Estamos numa sala funda e apercebemo-nos vagamente do som do mar. Bogart diz que é tarde, que devem ir dormir. Ingrid murmura «Yes, it's very late...» Não há qualquer menção à fotografia ou ao medo visível no rosto dela.
E então vemos a casa do exterior. Está situada sobre os rochedos, mesmo junto ao mar. Tem uma estranha semelhança com a igreja que víramos no início (há também uma torre de pedra...). Ouvimos as ondas, o vento, os gritos das gaivotas — a música de Bernard Herrmann e os diálogos são uma pequena parte da banda sonora (a história é visual, uma sucessão de imagens, uma experiência interior, quase abstracta...). Há duas ou três luzes acesas. Apagam-se uma a uma. Depois acende-se uma luz na torre.
Sentimos que a protagonista (nunca saberemos o seu nome...) tem medo daquele lugar, como uma criança que acorda num quarto desconhecido. A atmosfera é inquietante — aproxima-se uma tempestade...
Quando vemos a casa há sempre nevoeiro (nevoeiro que existe mesmo dentro da torre) e temos a impressão de estar a olhar para uma velha gravura (o que faz sentido porque o realizador utilizou uma maqueta em todas as cenas exteriores).
Há outra mulher na história — a governanta, a bruxa má presente em tantos filmes de Hitchcock. O que é estranho é que neste ele escolheu uma actriz pouco conhecida que se parece vagamente com Ingrid Bergman, de forma que quando as vemos de longe é fácil confundir uma com a outra.
Quando a protagonista diz ao marido que quer visitar a torre ele recusa. O único acesso é pelos rochedos, que são demasiado perigosos naquela altura do ano. Além disso, «there are only bats and ghosts...»
Como no conto do Barba Azul, a jovem espera que ele se ausente para explorar o local proibido.
É impossível esquecer a imagem de Ingrid Bergman nos rochedos, o vestido molhado, os cabelos revoltos pelo vento, tentando encontrar o caminho para o outro lado da casa. A espuma branca das ondas, os gritos das gaivotas. Mas quando chega à torre tudo parece imobilizar-se. Abre a porta e sobe lentamente as escadas (nas suas entrevistas a Truffaut, Hitchcock diz que o filme era somente a história de alguém que sobe e desce umas escadas).
No quarto da torre há gravuras, livros, uma velha mesa de trabalho. Um homem encostado à janela fuma um cigarro.
A jovem diz o nome do marido.
Quando o homem se volta, o rosto é o que conhecemos. E ao mesmo tempo é outro...
Bogart diz que é o irmão do dono da casa, mas acrescenta que é natural que ela os confunda porque «I’m wearing his clothes».
A partir desse momento é como se a personagem de Ingrid Bergman também se desdobrasse. Em casa tem um ar adormecido, move-se como um autómato, responde com monossílabos às palavras do marido e da governanta.
Mas depois vemo-la, mais bonita do que nunca, correndo pelas rochas (a ameaça de tempestade parece estar suspensa e há até um pouco de sol; o mar está calmo), apanhando flores brancas que crescem entre os rochedos e que irá dispor num velho jarrão no quarto da torre. Os longos beijos, as conversas sem importância, Bogart lendo em voz alta versos de Shakespeare
«For thy sweet love remember'd such wealth brings,
That then I scorn to change my state with kings»
ou páginas estranhas que se supõe terem sido escritas por ele.
Há uma noite em que a tempestade a impede de voltar Enrosca-se nos braços dele como numa concha, com medo da chuva e de algo de indizível que está do outro lado da parede.
Regressa ao amanhecer, uma figura leve, vestida de branco, com um casaco preto pelos ombros e pétalas nos cabelos (tudo é circular, voltamos à igreja, às flores no cabelo do dia do casamento...).
A luz da biblioteca está acesa. Um homem de roupão encontra-se sentado junto à lareira.
Durante alguns minutos falam de coisas absurdas, como se nada tivesse acontecido, depois ela diz que vai deixá-lo. Bogart sorri com indiferença: «You will never leave this place...» Com um gesto brusco puxa-a para si e beija-a na boca. Depois as suas mãos rodeiam-lhe o pescoço.
A tempestade aumenta lá fora, uma gaivota roça o vidro da janela...
O corpo da jovem caído no tapete junto à lareira. O homem passa as mãos pelo rosto, como se voltasse de muito longe.
Então damo-nos conta de que houve uma testemunha da cena. A governanta está encostada à porta com um ramo de flores brancas nos braços (e por instantes temos a impressão de que é Ingrid Bergman que se ergueu «de entre os mortos»). Ela entra na biblioteca e põe as flores numa jarra.
Bogart passa pela governanta sem a ver. A câmara segue-o num longo travelling pelos corredores sombrios (é a primeira vez que vislumbramos as entranhas da casa).
Ele parece caminhar durante muito tempo até que abre a porta de uma divisão escura. Acende a luz e, afastando uma velha tapeçaria (que representa quatro figuras sem rosto), abre outra porta.
Então percebemos que está na torre.
E o filme termina com o vulto cansado de um homem que sobe a escada de caracol. Depois, a casa vista do exterior. As ondas. Um grande plano das flores brancas que crescem nos rochedos.
Truffaut tentou estabelecer um paralelo entre Nightmare e Rebecca. Alguns elementos são comuns — a casa isolada, a governanta e acima de tudo a atmosfera irreal, de conto de fadas. Se Rebecca é uma versão de Cinderela, Nightmare tem muito a ver com o Barba Azul e com a Bela e o Monstro.
Hitchcock acrescentou: «Sim, é uma velha história, um conto de fadas, talvez... É acima de tudo, literalmente, um pesadelo.»
Mas um pesadelo de quem?
Porque nem sabemos claramente quantas personagens tem a história (seres sem alma que não se distinguem uns dos outros...). Se o final parece indicar que não existem dois irmãos mas sim um único homem (nunca o saberemos de facto), a parecença da governanta com Ingrid Bergman quase sugere que há uma única mulher...
Qual dos dois sonha?
E, se quatro personagens podem ser duas, talvez duas possam ser uma só.
Talvez só exista um sonhador na casa sobre os rochedos, talvez só haja uma presença nos quartos abandonados, na torre de pedra batida pelas ondas. Qual deles...
Ou talvez não exista ninguém.
Um sonho sem sonhador.
Quase o vazio.
Uma simples maqueta.
O mar.
Gaivotas.
E as flores brancas que crescem entre os rochedos.
(in Contos de Ana Teresa Pereira, Relógio d’Água)
Luis Moreira
As nossas maiores fragilidades são também os nossos pilares? A desconfiança, o ciúme, a ingratidão, a traição só têm significado com quem gostamos. Os outros que nada nos dizem não nos podem atingir.
Um filme com excelentes actores, uma Julianne Moore portentosa e um Liam Nielson no seu melhor, à volta de um enredo onde a verdade não é o que parece e a mentira é o instrumento que tudo munipula. Mas quem falha são os que se amam, deixam que entre eles se insinue a desconfiança.
Quem manipula acaba na teia que urdiu o que nem sempre é verdade na vida real.
Uma história contada por linhas tortas...
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