Sábado, 29 de Janeiro de 2011
Luis Moreira
Henrique Neto, empresário e ex-deputado do PS, no Público fala-nos de exportações e do BPN: " O governo de José Sócrates não tem, nunca teve, uma visão acertada da economia portuguesa e menos ainda um plano credível e políticas sectoriais para os sectores exportadores"
Henrique Neto é uma autoridade no assunto, toda a vida liderou uma das principais empresas exportadoras na área dos moldes, concorrendo com o que há de mais avançado e inovador no mundo.
"Governo não se preocupa com o baixo valor acrescentado nas exportações, iludindo propositadamente a realidade" diz Henrique Neto. ..." as empresas exportadoras não têm nas actuais condições qualquer alternativa ( preços esmagados) seja pelas dificuldades de crédito, seja porque os impostos e a burocracia não param de crescer para manter um Estado gordo e ineficaz.Isto além de terem de sustentar um sector de bens não transaccionáveis, protegido pelo regime, de grandes empresas igualmente bem instaladas e obesas".
" ...uma parte importante das recentes exportações é gasolina e muitas outras são ar, como as que passam pelo off-shore da Madeira, da ordem dos três mil milhões de euros"..." o governo não é capaz de " conduzir, através da concorrência interna, os grupos económicos do regime a investirem na exportação".
Sem duplicar o valor actual das exportações não conseguiremos resolver as deficiências do nosso modelo económico que é próprio de grandes países beneficiando de um grande mercado interno que Portugal não tem. A AIP já apresentou uma estratégia que enquadra empreendorismo, um ambiente macroeconómico mais favorável, com maior cooperação entre as empresas e o sistema científico, mais concorrência no mercado interno, custos dos factores de produção mais baixos e maior incorporação nacional nos produtos exportados.
"Mas disto Sócrates não fala, seja porque não sabe, seja porque é apenas um vendedor de ilusões, -uma caso perdido- como lhe chamou Jerónimo de Sousa no debate quinzenal"
PS :Sócrates que passou seis anos a falar de megaprojectos que todos viam que não tinham prioridade nenhuma e que, por falta de dinheiro, não se concretizaram, vem agora no meio do aperto disponibilizar mais dois mil milhões de euros a ver se ainda vai a tempo de as empresas exportadoras salvarem a situação. Quando chega o momento da verdade, adeus banca, adeus construção civil, adeus empresas públicas, olá PMEs....
Segunda-feira, 13 de Dezembro de 2010
Luis MoreiraO Governo avança com agenda do crescimento, lançando o
Congresso das Exportações no inicio do próximo ano, e aposta na requalificação urbana.
Os principais pontos da agenda são as exportações, a redução dos custos de contexto (alterações administrativas que facilitem a actividade económica) a requalificação urbana e as mexidas no mercado laboral.
Com as obras públicas travadas a fundo, todo o esforço do sector vai ser dirigido para a requalificação urbana, de mãos dadas com as empresas de construção civil que têm sido as principais beneficiadas com os ciclos de obras públicas que o país tem conhecido. Com um peso excessivo na economia nacional!
Esta agenda aparece assim, como se fosse a coisa mais natural do mundo, quando todos sabemos que o governo anda há pelo menos dois anos a tentar levar em frente os mega investimentos que muitos o aconselharam a não concretizar. Não arrancou com os mega investimentos e perdeu a oportunidade de estar neste momento com um programa avançado de criação de riqueza e de postos de trabalho que, conceda-se, conseguiu numa pequena parte com a requalificação das escolas públicas.
A teimosia é uma virtude se estivermos certos ou tivermos razão mas a margem que a separa da burrice é muito ténue. Muita gente com responsabilidades, especialmente os economistas que em oposição a uma lista pública também de economistas, apoiou as bravatas do governo, mostra que há muita gente disposta a vender a alma por "um prato de lentilhas".
Em relação com a requalificação urbana esperemos que o governo e os parceiros acertem de vez políticas urgentes na área do arrendamento urbano puxando para dentro das cidades gente jovem, o que iria facilitar os transportes de acesso às cidades com todas as vantagens inerentes ambientais, qualidade de vida e as milhares de horas perdidas nos acessos de entrada e saída.
Quanto à flexibilidade laboral resulta da intromissão dos orgãos europeus, politicamente errada, pois em ambiente recessivo não é prioridade nenhuma e contribui para encher a taça de veneno que o liberalismo nos tem obrigado a engolir até à última gota. É, mais ou menos, como os partidos comunistas que dizem que a URSS soçobrou por não ter adoptado suficientemente o socialismo. O PPE, liberal e de direita que domina o parlamento europeu encarrega-se de abrir a cova à pazada, por onde se enfiará a UE e o Euro, um e outro tão laboriosamente construídos.
Face às boas notícias do crescimento das exportações percebe-se bem que o governo se agarre à tábua de salvação do naufrago, tentando surfar a onda vitoriosa para a qual não contribuiu. Mas mais vale tarde que nunca!
Quinta-feira, 21 de Outubro de 2010
Luis MoreiraEnquanto os nossos políticos se afadigam em nos mostrar que o
sacrifício vale a pena, pouco se sabe dos grandes índices
macro económicos em que assenta o
Orçamento. O crescimento do PIB apresentado pelo Governo já veio ser revisto pelo Banco de Portugal em baixa,
indicio seguro que a recessão vem aí e que as receitas não vão chegar ao que o governo inscreveu no orçamento.
Agora já se fala, não no congelamento dos salários, mas no seu corte, e querem-no
estendido aos privados ou, em
contra partida, diminuir os encargos patronais inerentes e assim, baixar o custo factor mão de obra e aumentar a produtividade. A falta de moeda própria para desvalorizar incita à imaginação e o objectivo são sempre quem trabalha, isto é, os que durante as fazes boas menos são favorecidos. Pagam sempre.
O consumo interno cai, o investimento
também, ficam as exportações que portando-se bem serão a salvação. Não consta é que as EDP,
Galp,
TMN, Banca exportem o quer que seja.
Entretanto, com o melhor conhecimento que se vai tendo do orçamento, há certas despesas que aumentam e muito, na Presidência do Conselho de Ministros é um ver se te avias, em publicidade e propaganda há um crescimento de muitos milhões e na representação dos gabinetes também . Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte...lá diz o ditado.
Os Juízes e magistrados estão em pé de guerra, descobriram que levam um corte maior que os políticos (18% estes, 20% os próprios) usam expressões como "roubo" quando se referem à retirada do subsídio da "casa de função" e acusam o governo de estarem a preparar a vingança por casos como a "Face Oculta" que mexeu nos boys e girls e, a preparar lugares bem pagos para os socialistas no Conselho Superior de Magistratura.
A guerra entre corporações faz bem à vista, zangam-se as comadres vamos sabendo do que se trata, é o dinheirinho, o resto são cantigas. A corporação dos professores pela mão do Mário "alucinado" já meteu outra acção nos tribunais, agora por "expectativas goradas", e de acção em acção vai fazendo de conta que pode impedir o quer que seja, o pobre do homem ainda não percebeu que a farra acabou.