Terça-feira, 7 de Junho de 2011

A pensar nas eleições - por Boaventura de Sousa Santos

 

Os jovens acampados são sinais de um novo espaço público onde se discute o sequestro das democracias pelos interesses de minorias poderosas       

Nos próximos tempos, as elites conservadoras europeias, tanto políticas como culturais, vão ter um choque: os europeus são gente comum e, quando sujeitos às mesmas provações ou às mesmas frustrações por que têm passado outros povos noutras regiões do mundo, em vez de reagir à europeia, reagem como eles. Para essas elites, reagir à europeia é acreditar nas instituições e agir sempre nos limites que elas impõem. Um bom cidadão é um cidadão bem-comportado, e este é o que vive entre as comportas das instituições.

 

Dado o desigual desenvolvimento do mundo, não é de prever que os europeus venham a ser sujeitos, nos tempos mais próximos, às mesmas provações a que têm sido sujeitos os africanos, os latino-americanos ou os asiáticos. Mas tudo indica que possam vir a ser sujeitos às mesmas frustrações. Formulado de modos muito diversos, o desejo de uma sociedade mais democrática e mais justa é hoje um bem comum da humanidade. O papel das instituições é regular as expectativas dos cidadãos de modo a evitar que o abismo entre esse desejo e a sua realização não seja tão grande que a frustração atinja níveis perturbadores.

 

Ora é observável um pouco por toda a parte que as instituições existentes estão a desempenhar pior o seu papel, sendo-lhes cada vez mais difícil conter a frustração dos cidadãos. Se as instituições existentes não servem, é necessário reformá-las ou criar outras. Enquanto tal não ocorre, é legítimo e democrático atuar à margem delas, pacificamente, nas ruas e nas praças. Estamos a entrar num período pós-institucional.

 

Os jovens acampados no Rossio e nas praças de Espanha são os primeiros sinais da emergência de um novo espaço público - a rua e a praça - onde se discute o sequestro das atuais democracias pelos interesses de minorias poderosas e se apontam os caminhos da construção de democracias mais robustas, mais capazes de salvaguardar os interesses das maiorias. A importância da sua luta mede-se pela ira com que investem contra eles as forças conservadoras. Os acampados não têm de ser impecáveis nas suas análises, exaustivos nas suas denúncias ou rigorosos nas suas propostas. Basta-lhes ser clarividentes na urgência em ampliar a agenda política e o horizonte de possibilidades democráticas, e genuínos na aspiração a uma vida digna, social e ecologicamente mais justa.

 

Para contextualizar a luta das acampadas e dos acampados, são oportunas duas observações. A primeira é que, ao contrário dos jovens (anarquistas e outros) das ruas de Londres, Paris e Moscovo no início do século XX, os acampados não lançam bombas nem atentam contra a vida dos dirigentes políticos. Manifestam-se pacificamente e a favor de mais democracia. É um avanço histórico notável que só a miopia das ideologias e a estreiteza dos interesses não permite ver. Apesar de todas as armadilhas do liberalismo, a democracia entrou no imaginário das grandes maiorias como um ideal libertador, o ideal da democracia verdadeira ou real. É um ideal que, se levado a sério, constitui uma ameaça fatal para aqueles cujo dinheiro ou posição social lhes tem permitido manipular impunemente o jogo democrático.

 

A segunda observação é que os momentos mais criativos da democracia raramente ocorreram nas salas dos parlamentos. Ocorreram nas ruas, onde os cidadãos revoltados forçaram as mudanças de regime ou a ampliação das agendas políticas. Entre muitas outras demandas, os acampados exigem a resistência às imposições da troika para que a vida dos cidadãos tenha prioridade sobre os lucros dos banqueiros e especuladores; a recusa ou a renegociação da dívida; um modelo de desenvolvimento social e ecologicamente justo; o fim da discriminação sexual e racial e da xenofobia contra os imigrantes; a não privatização de bens comuns da humanidade, como a água, ou de bens públicos, como os correios; a reforma do sistema político para o tornar mais participativo, mais transparente e imune à corrupção.

 

A pensar nas eleições acabei por não falar das eleições. Não falei?

 

Publicado na revista Visão  2 de Jun de 2011

 

                 
publicado por Carlos Loures às 23:00

editado por Luis Moreira às 14:28
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Domingo, 5 de Junho de 2011

Eleições - a opinião de Luis Moreira

Se não há alternativa que haja alternância

 

 

 

 

 

 

Chega de propaganda, de mentiras, de incompetência! Em Democracia é assim, tem todos os defeitos mas tem esta vantagem, com uma varredela tudo pode recomeçar .

 

 

E, quem ganhou e pode fazer maioria na AR vai para o governo, quem perdeu, vai para a oposição tomar um duche de humildade e preparar-se para daqui a uns anos voltar ao governo. É, assim, a democracia. E a maioria aritmética corresponde, sim, à maioria social, o que o PS quer é que, mesmo perdendo, se mantenha no governo. Na oposição vai ter que apoiar as medidas da Troika que ele mesmo assinou.

 

 

O que espero?

 

Que se aproximem eleitor e eleito por forma a existir uma relação de responsabilidade objectiva e pessoal. Esta aproximação, só se fará no quadro de uma democracia participativa para a qual devemos caminhar como uma das prioridades estratégicas por forma, a sair desta política que não cumpre o que oferece para ser eleita. isto é, usando a mentira para alcançar o poder.

 

 

Que se deixe a economia de casino à volta das grandes empresas que operam no mercado interno, com grandes rendimentos para o accionista e para os amigalhaços, e se canalizem os meios financeiros e humanos para a economia que produz bens transaccionáveis, que substituem importações e se exportem. Agricultura, mar, têxteis, novas tecnologias, sector automóvel, Turismo, reabilitação dos centros históricos para permitir a sua ocupação chamando população e criar postos de trabalho.

 

 

Que se tirem dos lugares chave os amigalhaços que impedem que a Justiça funcione.

 

 

Que se defenda o SNS  abandonando-se os caquéticos - universal e gratuito - e se acrescente o "ninguem ficará sem tratamento por razões económicas".

 

 

Que as famílias tenham direito à escolha da escola autónoma e avaliada.O que se sabe hoje da estupidificação em curso na escola Estatal brada aos céus e explica por que se quer manter o sector em circuito fechado.

 

 Que se reforce a participação da sociedade civil na vida nacional e, na inversa, que o Estado saia das nossas vidas em muitas vertentes.

 

 Que se privatizem as empresas que há muito estão nas mãos dos privados e onde o estado faz papel de "pau de cabeleira" assegurando a cobertura de todos os riscos.

 

 Que se mantenha nas mãos do estado a CGD reorientando a sua actividade para apoio da economia real e, não, para os negócios "finos".

 

Que a regulação dos mercados se faça por Reguladores independentes do poder político e dos interesses dos "players", com um mandato insusceptível de ser interrompido por 5 anos.

 

Que se usem os muitos e bons técnicos existentes na Função Pública e se deixe de pagar fortunas aos grandes escritórios de advogados e aos assessores externos.

 

E, gostava que me explicassem. Se crescemos ZERO e pagamos juros da dívida a 5% como é que pagamos os juros e, já agora, a dívida? Fazendo TGVs, aeroportos e mais autoestradas e hospitais, em parcerias- público-privadas onde as vantagens estão todas do lado do privado?

 

Que se crie uma Comissão para analisar as parcerias-publico-privadas e, outra, para assegurar a realização das metas e objectivos da troika.

 

O universalismo na saúde, na educação e na segurança social tem os dias contados. Em vez de cegamente, continuarmos a não ver o inevitável seria bom que se lançassem desde já as bases de sistemas sustentáveis. É bem melhor do que cortar subsídios a crianças, a famílas, a idosos enquanto se mantêm pensões milionárias.(foi o que Sócrates fez enquanto enchia a boca de estado social)

 

Vamos pagar com o empobrecimento de todo um povo! Eis a herança de José Sócrates!

 

E, mais uma vez se viu, que não apareceu qualquer sistema alternativo ao sistema vigente, apesar de todos os seus erros e injustiças.Mas podemos melhorá-lo, e é o que deveremos fazer até que se reunam as condições objectivas para implantar um socialismo democrático de rosto humano, democrático e participativo. A social-democracia do centro e do norte da europa tem muito por onde aprendermos e copiar.

 

Assim, não queiramos estar, novamente, orgulhosamente sós!

 

 

 

publicado por Luis Moreira às 21:30

editado por Carlos Loures às 21:22
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Domingo, 22 de Maio de 2011

Quem quer eleições? - por Boaventura de Sousa Santos

 

Há momentos na história dos países democráticos em que a democracia só pode ser resgatada por via referendária. Isso ocorre quando convergem duas condições: a distância entre representantes e representados atinge proporções muito elevadas e o que está em jogo põe em perigo o bem-estar colectivo muito para além das divisões partidárias. Penso que estas duas condições estão presentes na actual situação política do país.

 

As medidas de austeridade e o modo como foram impostas criaram um fosso de credibilidade muito profundo entre os cidadãos e o PS. Mas, ao contrário do que se pode supor, criaram-no também em relação ao PSD pois este, não só esteve de acordo até há bem pouco tempo com as medidas, como não apresenta (e os portugueses sabem que não pode apresentar) nenhuma alternativa real.                                                  

 

Os portugueses estão chocados não apenas com as medidas de austeridade como sobretudo com o facto de as decisões nacionais terem sido sequestradas por uma Europa, que bem na lógica neoliberal, considera que os países pobres são pobres por culpa própria e não porque foram empobrecidos num sistema de relações sistémicas que lhes foram desfavoráveis. Neste contexto, as eleições são irrelevantes e até podem ser prejudiciais quando se aprofundam as contradições da política europeia e se abre um espaço de manobra que só um governo em plenas funções pode explorar eficazmente a favor do país. Não admira que nem empresários nem trabalhadores estejam interessados em eleições.


Não é preciso ser sociólogo para prever que se se fizesse um referendo hoje, a esmagadora maioria dos portugueses seria contra a realização de eleições. Porque se vão então realizar? Primeiro, porque, na impossibilidade da realização do referendo, competiria ao Presidente da Republica assumir a vontade do país e chamar os partidos à razão. Mas, infelizmente, Cavaco Silva é mais parte do problema do que da solução. Segundo, porque uma pequena fracção da classe política, dentro do PSD, pretende não perder a oportunidade de chegar ao poder, não por mérito próprio, mas pela exploração da fragilidade e desorientação dos portugueses.                                                                                          

 

Que o possa fazer impunemente e até com êxito é a prova da baixa intensidade da nossa democracia. Sempre centrada nos seus próprios interesses e com total desprezo pelos dos portugueses, esta fracção tem a seu favor os seguintes argumentos. O PS é um deserto ideológico e por isso a vulnerabilidade do líder significa a vulnerabilidade do “projecto”. É um partido sem condições para discutir a sua rendição e só a lógica do voto útil o salvará de uma catástrofe. O CDS é um catador de migalhas políticas e estará disponível para tudo, diga o que disserem os seus dirigentes. O Bloco de Esquerda cometeu o erro histórico de pensar que havia em Portugal espaço para mais um partido catalizador do voto de protesto e do ressentimento. De facto, só há espaço para um partido e esse é o PCP, que, aliás, o tem ocupado de modo exemplar. Não foi totalmente por culpa do PS que se perdeu a oportunidade histórica de criar uma verdadeira alternativa de esquerda com vocação de poder.


Os portugueses vão passar por um período em que vão ser objectos da política. Mas, como já sugerido pelas manifestações de 12 de Março, não tardará que venham a reivindicar ser, de novo, sujeitos da política.



Boaventura de Sousa Santos in Público em 22-03-2011




 

 

 

publicado por Carlos Loures às 23:00

editado por Luis Moreira às 23:06
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Terça-feira, 10 de Maio de 2011

Os debates - ideias para o futuro de Portugal - por Luis Moreira

Não se perca tempo a ouvir e a ver os debates dos líderes políticos porque basta ir a um qualquer livro de "marketing" e de comunicação televisiva para se perceber ao que cada um vem.

 

Sócrates, jura que tudo começou há 3 semanas, ía tudo bem, tudo nos carris ( não é piada para o TGV) e o pantomineiro do homem da estação mandou parar o comboio. Foi nestas 3 semanas que começamos a pedir dinheiro a taxas de juro altíssimas, que a economia deixou de crescer, que os salários e pensões foram congelados, que o IRS aumentou, o IVA e todos os outros impostos começaram a trepar.Nada disto aconteceria se o deixassem ao leme.

 

E, para o futuro? O TGV vai continuar e nós temos o dinheiro todo para o pagar, a juros baixíssimos, claro!

 

Portas, faz de conta que nunca esteve no governo mais os seus boys e que não houve uma razia de processos e de suspeições, está pronto a defender a "lavoura" os idosos e as famílias. Está só à espera que as eleições digam com quem vai para o governo a bem de Portugal. Não governa com Sócrates? É preciso ver em que contexto essa afirmação foi proferida.

 

E, para o futuro? Desenvolver a lavoura,  e a peixeirada.

 

Passos Coelho, privatiza, anestesia, luta contra todos os que vão votar, mesmo contra os que vão votar nele, não quer ser visto ao lado de Sócrates mesmo que isso lhe custe o lugar de primeiro ministro. Não governa com Sócrates, por isso ou o PS indica outro membro para líder, ou o povo tem que lhe dar a maioria absoluta. Tem Portas à mão para o que der e vier, tudo a bem da nação.

 

E, Cavaco? Até foi adversário dele, nas Jotas, nada tem a ver com a passagem do PSD pelo BPN...perdão, pelo governo.

 

E, para o futuro? Acabar com o intervencionismo salazarista na economia!

 

Jerónimo, estamos onde sempre estivemos, ao lado do povo trabalhador que não vota em nós, não nos juntamos a ninguém, ir para o governo "é sermos vítimas do abraço de urso", agora, menos gloriosamente, " o grilo falante".

 

E, para o futuro? Aprofundar a intervenção cívica do partido e dos sindicatos independentes.

 

Louçã, prepara-se para uma luta sem tréguas depois da derrota sem retorno nas presidenciais, nacionalisar tudo ao som da "internacional".

 

E, para o futuro? Nacionalisar tudo ao som da "internacional"!

 

PS: com qualquer um deles tu, ó parolo! vais pagar tudo o que eles gastaram "à tripa forra..."

publicado por Luis Moreira às 13:00
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Domingo, 27 de Março de 2011

Demissão do governo - depoimento de José Magalhães

ELEIÇÕES ANTECIPADAS

NÃO ME INTERESSAM PARA NADA

 

 

 

Esta coisa da demissão do senhor nosso Primeiro-ministro, provocada pelo próprio com as atitudes desonestas que são do domínio público, acrescidas das razões indecorosas e de cobiça que assistiram à oposição para tomarem as atitudes que o senhor nosso Primeiro esperava, e ainda, os ditos dos responsáveis máximos da dita oposição após o desfecho anunciado, fizeram-me pensar ainda mais que de costume.

 

Pelo que se entende da situação, iremos ter eleições antecipadas, o que, pensando bem, é coisa na qual não estou minimamente interessado. Nesta já pré-campanha eleitoral vejo o que a mesma virá a ser, e desde já me desinteresso dela. A campanha eleitoral que se aproxima não vai esclarecer ninguém, sendo que unicamente irá servir de pasto para alimentar troca de acusações e insultos pessoalizados. É certo que irei votar quando chegar a altura devida, mas, pelo andar da carruagem, dificilmente terei oportunidade de escolher em quem.

 

No que respeita aos partidos com assento no lado central e no lado direito do Parlamento, as suas direcções, a do PS, a do CDS e a do PSD, à qual se podem juntar os que à volta dela gravitam, são compostas por uma cambada de idiotas servis e manipuladores que ambicionam o poder que lhes dará, a uns, o acesso a não perderem os tachos já conquistados, a outros, o acesso ao 'direito' aos mesmos.

 

No que respeita aos que habitam o lado esquerdo do mesmo Parlamento, as suas direcções, a do PCP e a do BE, acrescidos da parte Verde dos comunistas e também dos que à volta deles se colocam, não passam de um punhado de desqualificados cinzentões que anseiam pelas migalhas miseráveis de um lugar nos poucos assentos destinados aos seus grupos parlamentares, sendo esta uma das maiores razões para não aceitarem a redução do número de deputados da Assembleia.

 

De todos estes, embora todos reclamem para si uma ideologia, só o CDS e o PCP a detêm, sendo que desse ponto de vista, nenhum dos outros existe.

Nestes anos pós-revolução, construímos uma falsa democracia. Os mandantes não a praticam, os menos mandantes também não e os outros quase se limitam a dizer 'yess sir'. O povo não manda, ou porque não quer (está cada vez mais desinteressado e preguiçoso), ou porque o não deixam. Em muitos dos aspectos da vida corrente, vivemos numa ditadura mais assanhada do que aquela em que anteriormente vivíamos, apesar dos rótulos de liberdade que temos em cima de nós. O Estado é o primeiro a derrubar as linhas pelas quais um Estado de direito se deveria reger, e o povo, desinteressado e preguiçoso, já o disse, quer (ou já não pode deixar de querer) que a sua soberania continue a ser praticada indirectamente pelos seus representantes, eleitos sem a existência de círculos uninominais, mantendo assim o 'status quo', o que satisfaz plenamente os que estão na esfera do poder. 

 

O ideal seria podermos mudar este estado das coisas. Mudar o tipo de democracia que temos, mudar o Estado que temos, mudar o tipo de governação que temos, e essencialmente e acima de tudo, mudar a mentalidade que temos.

 

E não é com este espectro político que vamos a caminho dessa mudança, razão pela qual me irá ser muito difícil escolher em quem votar, quando chegar a altura para o fazer.

 

publicado por Luis Moreira às 22:00
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Sábado, 12 de Março de 2011

Eleições antecipadas inevitáveis - por Luis Moreira

Um discurso arrasador onde o Presidente da República avisa que o estado do país é muito pior  que o que nos é apresentado. O Orçamento de 2011 tão laboriosamente negociado com a oposição não aguenta 3 meses, já aí está outro PEC, e não me venham dizer que é incompetência.

 

O governo faz tudo o que lhe é indicado pela UE numa tentativa de controlar os estragos mas nem os juros deixam de crescer (atingiram 8%,) nem os mercados acreditam no governo e na sua capacidade de sair da situação.

 

Sócrates já nem sequer comunica as medidas que toma aos parceiros sociais, nem aos partidos da oposição e, muito menos ao presidente a quem vai atirar-se como "gato a bofe", esticando a corda o mais possível para obrigar a que o tirem de uma situação para a qual não tem soluções.

 

Os buracos e o "lixo" debaixo do tapete estão a aparecer a um ritmo frenético, as medidas de hoje representam 0,8% do PIB exactamente o buraco que os especialistas do BCE que cá estiveram anunciaram em Bruxelas e que Teixeira dos Santos diz desconhecer.

 

A tentativa de incluir o buraco BPN nas contas de 2008 não colhe junto das autoridades financeiras europeias e vai ter que entrar no exercício de 2011. Dito de outra forma as medidas de austeridade ainda não acabaram, vêm aí mais.

 

A economia está em recessão o que explica menor cobrança de impostos e estas medidas vão contribuir para o afundar ainda mais da economia.

 

Há uma distorção completa do programa de governo apresentado aos Portugueses e a sua prática e a proposta política apresentada por Sócrates nas recentes  reuniões do partido mostram que a realidade e a ficção são irmãs unidas pelo cordão umbilical do apego ao poder a qualquer preço.

 

É uma vertigem que vai mergulhar o país no empobrecimento, e na injustiça social, um governo que já não fala nas reformas prometidas e que apoiavam o orçamento, de melhor justiça, emagrecimento das diaposidades do estado, na racionalização dos institutos, fundações, empresas públicas e autárquicas, nos investimentos públicos duvidosos...

 

Tudo se resume a ir ao bolso dos que trabalham e que menos têm!

 

E o que diz a isto o PSD? ( do corta-fitas)

 

O «vasto conjunto de novas medidas de austeridade» e o método de ocultação escolhido traduzem uma «política de facto consumado» por parte deste governo, e evidenciam a sua «total falta de cultura democrática». O governo Sócrates evidencia, por estas subidas de impostos e mexidas nas pensões, na saúde, na educação, a sua «incapacidade» e «despudor ao transferir para os Portugueses o custo dos seus sucessivos erros». Todas essas medidas resultam de uma «obstinada inacção» e «são uma incompreensível insistência no erro».


«O governo está a denunciar o acordo que viabilizou o OE de 2011», a crise financeira e económica exigirá medidas duras ainda por vários anos, mas «este não é o caminho», e ele «não contará com o apoio do PSD». «Se o governo quer seguir por tal caminho, fa-lo-á sózinho, ou com outros, mas não contará com o PSD».


«O governo dispôs e continua a dispôr das ferramentas» para tirar o país da crise em que o lançou;

«O país precisa que o OE2011 seja cumprido» e o PSD mantém a palavra e apoia o OE, mas mais não.


O PSD não apresenta uma moção de censura, mas repõe a bola das culpas no campo do governo - diz que apoiará o cumprimento do OE2011, a que se comprometeu, mas que, sobre novas ocultações e austeridades, «o PSD tomou a sua decisão, cabe agora ao governo fazer a sua escolha.»

 

Os dados estão lançados!

publicado por Luis Moreira às 13:00
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Quarta-feira, 17 de Novembro de 2010

Um vazio intelectual chamado PSD ou Muito barulho por nada

Carlos Loures


Much ado about nothing, é, como se sabe, o título de uma peça do divino Shakespeare. Vi-a há uns bons vinte anos muito bem encenada e representada no Teatro da Cornucópia, dirigido pelo excelente Luís Miguel Cintra. Para o que quero dizer hoje, a história que a peça conta não interessa; aliás nestes últimos dias, talvez influenciado pela realização do Congresso realizado em Viana do Castelo, tenho procurado no teatro a inspiração para as minhas crónicas. Hoje fui buscá-la ao mestre William.

Penso que a cada facto da actualidade deve ser dada a importância que ele realmente tem e para mim (e se fosse só para mim, não valeria a pena escrever este post). Pois o tema que vou abordar é completamente irrelevante. É o tema dos políticos descartáveis, como são agora as fraldas a que o Eça aludia e cuja substituição aconselhava a bem da higiene.

Diz-se (ou melhor há quem garanta) que Passos Coelho será o futuro primeiro-ministro de Portugal. Será ou não será, mas, mesmo que seja, o que irá isso mudar nas nossas vidas? Passos Coelho é um rapaz emproado, muito convencido da própria importância, a quem nunca ouvi uma frase que merecesse a pena reter. Daquela cabeça nunca sairá uma ideia que se aproveite, vaticino eu. Mas, na sua insignificância intelectual, é um dos tais políticos descartáveisque fazem muito jeito a quem, de facto, manda. Quanto mais ideias tivesse, mais empatava o negócio. Essa gente que decide deve estar hesitante entre um Sócrates que já deu boas provas e um outro que demonstra ter aptidão para o cargo. Os eleitores talvez estejam receptivos a mudar, mas há aquela de que em equipa que ganha não se mexe. E Sócrates já provou aos patrões que é um ganhador. Quando decidirem, dão corda aos papagaios da comunicação social e vai disto.
Os eleitores quando forem votar "livremente"´, já estarão devidamente esclarecidos. Porque isto não é uma questão em que entrem as ideias. Os interesses é que interessam. Os deles. Falemos um pouco desse partido que se autodesigna "social-democrata" e de alguns das suas figuras mais mediáticas.

Do Partido Social Democrata, ou do seu antecessor PPD, nunca saiu uma palavra, um conceito, uma ideia. Marcelo Rebelo de Sousa é um comentador arguto, mas previsível. Pacheco Pereira é um homem de cultura, mas que se perde em labirintos que ele próprio constrói. Intelectualmente, Pedro Passos Coelho, fica muito atrás de qualquer deles. Em suma, o PSD é um deserto de ideias. Dirão, e o PS- Perguntarei qual deles? Aquele onde milita Eduardo Lourenço? O de Soares? O de Sócrates? Sobre cada uma destas sensibilidades, tenho uma opinião diferente. Mas o PS foi ontem – hoje estou a falar do PSD.

Sá Carneiro, a figura de proa do partido, o que disse ele de importante? Este discurso de que o vídeo abaixo se refere, é um exemplo de demagogia acabada, palavras de circunstância ditas numa altura em que usar gravata nos transportes públicos dava direito imediato ao apodo de fascista. É apesar de tudo elucidativo sobre o vácuo que já por ali existia - para comunicar tinham de recorrer à linguagem corrente,com frases que tanto podiam vir da esquerda como da direita - nada de próprio, de original. Do CDS e do PPD à extrema-esquerda quem não abrisse uma intervenção com palavras deste género perdia o direito ao uso da palavra. Onde está a genialidade que nos obriga a suportar o nome deste senhor em avenidas e praças de todo o País?

Comícios aparte, citem-me uma frase lapidar (já nem peço um discurso, um livro, porque não gosto de pedir coisas impossíveis). Lugares comuns, frases de sentido banal e de moralidade óbvia na melhor das hipóteses. Um deserto de ideias, repito, o PSD e o pensamento de Sá Carneiro. Nunca percebi a razão do culto. A única explicação reside na sua morte trágica. Hagiograficamente terá valor, mas é pouco em termos de filosofia política.

Por favor, não extraiam desta apreciação negativa elogios aos outros partidos – estou apenas a falar do PSD, não se infira o que não digo. Embora desde já possa dizer o que toda a gente sabe – o PS tem na sua origem algumas bases de filosofia política (o pior é a prática), o PCP também e é mesmo o mais ortodoxo, o BE é a manta de retalhos que tudo cobre – Enver Hodja, Trotsky, Mao, Greenpeace e os touros de morte de Salvaterra; o CDS… O CDS existe fora dos mercados em época eleitoral? Mas estou só a falar do PSD.

Deliberadamente, não me refiro à personalidade do Passos Coelho. Não me interessa. Dará um primeiro-ministro? Claro que sim. Nem bom nem mau, antes pelo contrário – Pedro Sócrates ou José Passos Coelho - mais um para no dia seguinte ao da sua eleição começar a ser atacado por partidos da oposição, sindicatos, professores, médicos, bombeiros voluntários… Os atletas do tiro ao alvo gostam de mudar a fotografia com que exercitam a pontaria. Já aqui tenho por diversas vezes afirmado o desfasamento evidente entre as designações dos partidos, as suas bases programáticas e a sua prática política. Quando eu era pequeno, havia uns brinquedos, creio que da Majora, com rectângulos de madeira – cabeças, troncos e membros que se tinham de colocar no devido lugar para formar as figuras certas. Pois os nossos partidos parecem o resultado desse jogo feito por uma criança estúpida ou maliciosa – a cabeça de um polícia, o tronco de um crocodilo e as pernas de uma bailarina – ou vice versa.

A propósito do pensamento de Alain Touraine sobre o socialismo, falei sobre a discrepância entre a filosofia política do socialismo e a prática política dos partidos europeus que usurparam esse nome. Falando da social-democracia, eu diria que esta (numa definição sintética de enciclopédia) é uma ideologia política de esquerda surgida, como quase todas elas, no século XIX, como eco da grande revolução de 1789 e na sequência do socialismo utópico que afirmava o princípio da igualdade, da fraternidade e da liberdade, mas não encontrara o caminho para atingir tais objectivos.

A social-democracia surgiu da necessidade de encontrar uma transição pacífica da feroz sociedade capitalista da época, com crianças de cinco anos e mulheres grávidas a trabalhar nas fábricas, para uma sociedade socialista, igualitária, fraterna e livre. Era gente marxista, mas que lutava por uma evolução pacífica, democrática e sem traumas, para o socialismo. O berlinense Eduard Bernstein (1850 - 1932) foi o grande pensador revisionista do marxismo e talvez o principal teórico da social-democracia.

Façamos uma pausa e reconheçamos que este desiderato corresponde ao melhor do objectivo fundacional do PS. Mário Soares e companhia eram, pois, teoricamente, pelo menos, social-democratas. A praxis social-democrata diverge da marxista por defender o primado da luta política, sobrepondo-a à igualitarização social e à imposição de reformas económicas bruscas e traumáticas. Uma transição gradual do capitalismo para o socialismo, portanto. Uma espécie de quadratura do ciclo.

O que li na (quanto a mim paupérrima) obra política de Sá Carneiro não foi nada disto, mas sim a defesa de conceitos neo-liberais, a recusa da luta de classes. A recusa da revolução, portanto. Estou a referir-me a Por uma Social-Democracia Portuguesa (1975) que li há mais de 30 anos.

Tudo seria muito bonito, se o capitalismo não fosse um animal feroz, cioso dos seus interesses, ao ponto de destruir cidades com bombas nucleares para os defender. O reformismo gradual preconizado pela social-democracia, o tal socialismo de rosto humano, é uma coisa bonita como o milagre das rosas, mas impraticável. Porém, o que este partido soit disant social-democrático preconiza nem sequer é isso – defende pura e simplesmente o princípio neo-liberal do cada um que se amanhe, nasces pobre, mas amanhã podes ser milionário e por aí fora.

O que acontece ao PSD não me interessa e só o digo por saber que, verdadeiramente, só interessa a quem faz da política carreira profissional. Porque se o PSD ganhar as próximas legislativas nada de importante mudará nas nossas vidas – o novo governo não voltará atrás com nenhuma das medidas erradas que o actual assumiu e acrescentar-lhes-á outras igualmente lesivas dos nossos interesses. O PSD, diga-se, nada tem a ver com a social-democracia. Os social-democratas, os genuínos, queriam atingir o comunismo sem revolução, através de reformas sucessivas que iriam tornando o capitalismo cada vez menos malévolo. Os social-democratas portugueses não querem nada disso – talvez atingir um welfare state democrático, com um mínimo de perturbações sociais (isto para os mais revolucionários).

Muito barulho para nada.

A seguir: A Visita da Velha Senhora


publicado por Carlos Loures às 12:00
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Domingo, 17 de Outubro de 2010

Basileia e as rotas do caos

Carlos Loures

Há meses atrás, publiquei aqui no Estrolabio um texto a que dei o título da obra «A Nave dos Loucos», de Sebastian Brant (1457-1521), um jurista alsaciano de língua alemã, formado na universidade de Basileia.

Foi em 1494 que escreveu Das Narrenschiff ou, em latim Stultifera navis – «nave dos loucos». Nesse artigo dizia, entre outras coisas, como essa obra, considerada menor, influenciou artistas como Bosch ( mostro à direita o seu quadro que tem o nome da obra de Brant), e Dürer, entre muitos outros por essa Europa fora. Coloquei até a hipótese de Gil Vicente se ter nele inspirado para alguns dos seus autos.

Brant metia na Sultifera navis 112 tipos de loucos, representando clérigos, nobres, mercadores, poetas, camponeses e artífices. A cada louco, dedicava um capítulo e não se esqueceu de si mesmo – "O Louco dos Livros" e "Dos Livros Inúteis", que, como ele, amavam a sua biblioteca mais do que o saber que ela lhe oferecia, transformando-o em coleccionador de livros, mas não em pessoa sábia (com livros espalhados por toda a casa, a carapuça também me serve).

Portanto, em cada capítulo retratava um vício humano personificado num louco – o louco da moda, o da avareza, o da discórdia, o da luxúria, o da gula, o da inveja, etc. Sobre todos, predominava a figura de Frau Venere (Vénus). É um poema moralista, abundando as sentenças bíblicas e os aforismos portadores da sabedoria conceptual da Idade Média. Representava-se ali uma viva angústia pela situação da Igreja, onde sopravam os ventos da Reforma da iminente desagregação do Sacro-Império, ameaçado na época por poderosos inimigos internos e externos. A Nave dos Loucos era a «Civitas christiana» à deriva num mar de loucura e de inovações «sacrílegas», resultantes do Renascimento.

Dizia como a narrativa inspirou o romance Ship of fools de Katherine Anne Porter e baseado nesse livro, um filme de Stanley Kramer – num paquete de luxo, em 1933, pessoas de diversos estratos sociais, viajavam do México para a Alemanha – durante a viagem, a situação mudou na Alemanha, Hitler subiu ao poder. Alguns passageiros, judeus por exemplo, vão alegremente a caminho do holocausto.

.Passava depois para a actual política partidária portuguesa e classificava-a de repugnante. Não compreendendo como se podem as pessoas preocupar com os políticos do governo e da oposição, quando quem os manipula são grandes empresários, grandes multinacionais, organizações internacionais. Vinha depois a moralidade da história, dizendo como numa barca cheia de gente alienada, vamos navegando na irremediável direcção do caos. Não seria inevitável, se soubéssemos exigir aquilo a que temos direito, se soubéssemos escolher entre nós os mais capazes de dirigir a barca e de escolher a rota.

Mas vamos elegendo como capitães os servos de poderes afastados da ribalta. Chegados à ponte de comando, perguntam aos patrões como e para onde devem conduzir a barca, pois não são eles os timoneiros da nave que nos conduz ao caos. São marionetas. Rostos e as bocas da corrupção, mas não o seu coração, os seus pulmões. «Uma nave de loucos conduzida por crápulas». - era assim que concluía o artigo.

Decorridos estes três ou quatro meses, o pântano adensou-se – novos escândalos, reais ou não. Temos a sensação de estar a ser governados não pelos poderes constitucionais, mas por entidades ocultas, servidas por jornalistas sem escrúpulos. A nave dos loucos com uma chusma de corruptos aos remos e com crápulas (os do costume e outros) a dar-lhes ordens. Voltemos a Basileia:

Foi ali assinada a Paz de Basileia – conjunto de três tratados de paz celebrados pela França em 1795 com a Prússia, Espanha e o Hessen-Kassel. Os acordos representaram o fim das guerras revolucionárias francesas contra a Primeira Aliança. Mas não foi uma paz duradoura. Foi também em Basileia que, em Agosto de 1897, se reuniram quase 200 representantes de 17 países para participar no Primeiro Congresso Sionista. O escritor judeu Theodor Herzl fez um discurso emocionado e emocionante: “Somos um povo. Todos os povos têm uma pátria. Precisamos de uma pátria nacional para nosso povo. Por isso queremos lançar a pedra fundamental para a casa que um dia vai abrigar a nação judaica”. Pode dizer-se que Israel (e o problema da Palestina) começou em Basileia.

Ainda a propósito de Basileia, lembrei-me de um outro livro, «Os Sinos de Basileia», «Les Cloches de Bâle», de Louis Aragon (1897-1982), o poeta comunista, Aragon foi um dos principais activistas do movimento surrealista que, nos seus primeiros anos, esteve ligado ao marxismo, até que, Breton, figura de proa do movimento abandonou o partido. Aragon ficou no PCF até morrer e, do surrealismo, passou ao realismo-socialista. Resistente destacado durante a ocupação alemã entre 19939 e 1944, além de maravilhosos poemas deixou-nos um ciclo novelístico em seis romances dos quais «Os Sinos de Basileia», é o último. Situado nos anos que antecedem a Primeira Guerra Mundial, conta como três mulheres, muito diferentes entre si, interagem numa situação-limite – Diane, Clara Zetkin e Catherine, que vai das concepções burguesas ao anarquismo e daqui chega ao socialismo.

O romance conduz-nos até Basileia, em cuja catedral se realizou, em Novembro de 1912 um congresso socialista para prevenir o perigo de uma guerra imperialista cuja eclosão se temia a todo o momento. Mais de 500 delegados estavam presentes. Os sinos da catedral que tinham soado durante a manhã, calaram-se e ouviram-se os discursos de oradores inspirados, como Jaurés, que seria assassinado no ano seguinte. «Os sinos ouviam os oradores», diz Aragon.

O manifesto sobre a guerra foi aprovado por unanimidade. Prevenia os povos sobre o perigo do conflito mundial que se avizinhava. Mostrava os objectivos espoliadores da confrontação que os imperialistas preparavam e exortava os trabalhadores de todos os países a travar uma luta decidida pela paz, contra o perigo da guerra, a «contrapor ao imperialismo capitalista a força da solidariedade internacional do proletariado».

Quando começasse a guerra imperialista, o manifesto recomendava aos socialistas que utilizassem a crises económica e política provocada pelo conflito para lutar pela revolução socialista. Os dirigentes da II Internacional – Kautsky, Vandervelde e outros – votaram no congresso pela aprovação do manifesto contra a guerra. Porém, quando a guerra eclodiu, o Manifesto de Basileia, bem como outras resoluções dos congressos socialistas internacionais foram esquecidos por muitos dos mais destacados congressistas que lutaram nos exércitos dos seus países. porque se os sinos de Basileia escutaram as vozes do congresso, os poderes internacionais foram surdos e em 1914 eclodia a I Guerra Mundial. O bem-intencionado Manifesto de Basileia foi esquecido até pela maioria dos seus signatários. Os povos parecem gostar de ser conduzidos por loucos e por crápulas.

Este mundo, esta civilização global, está a globalizar a corrupção, a droga, a miséria, o crime. Portugal está a transformar-se num país violento, onde é perigoso sair à noite nas ruas das nossas cidades. No regime democrático, os marginais aterrorizando os cidadãos pacatos e cumpridores, substituem os agentes da polícia política que, durante a ditadura, os ameaçavam. Aos centros de poder, eleitos por nós, vão chegando marginais de outro tipo que não nos assaltam junto ao multibanco de seringa em punho, mas nos retiram o dinheiro dos bolsos pela chamada «via legal». A Igreja contempla esta realidade, contribuindo com os seus marginais, pedófilos e quejandos, para a abençoar. Pobre gente que somos! Nas próximas eleições lá iremos ordeiramente eleger os timoneiros da nave.

E saberemos escolher entre os piores! A nave dos loucos continua a sua viagem rumo ao caos.


publicado por Carlos Loures às 12:00
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Quinta-feira, 1 de Julho de 2010

Sondagem - a direita vem aí ou é a mesma coisa?



Luís Moreira

PSD - 37% ; CDS -6% ;PS - 32% ; PCP -10%; BE -8%, isto coloca PSD mais CDS à beira da maioria absoluta.Quando o eleitorado se move, vencendo a inércia é para continuar, para além das medidas anti populares e dificuldades que o governo vai ter que enfrentar.

O desgaste do governo é muito sério, estamos numa espécie de limbo, desapareceram,discutem-se as SCUTs o que quer dizer que a factura está a chegar.700 milhões de euros/ano e a partir de 2012, 1 300 milhões/ano, e há três meses o grande desígnio de Sócrates era lançar obras públicas em parcerias público/privadas.

Esta dinâmica é írreversível? Ainda há muitos indecisos mas o descrédito de Sócrates é muito sério, não parece que neste mar de dificuldades que ele teimou em não ver,possa inverter a situação.
publicado por Luis Moreira às 19:30
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