Segunda-feira, 6 de Junho de 2011

As Lendas da Eva e as Eleições

 

 

Eva Cruz  Conta a lenda...

 

(Adão Cruz)

 

 

Já que ando em maré de lendas, aproveito esta para fazer o meu comentário ao resultado das eleições.

 

Gostaria de a fantasiar, mas a realidade não admite fantasias.

 

Conta a lenda que numa aldeia longínqua, no sopé do monte, onde o sol nasce cedo e cedo se deita, quando os animais falavam, os galos cantavam assim: Aqui passa-se fome, aqui passa-se fome!

 

Noutro lugar em frente, apesar de mais soalheiro e mais abrigado, onde os animais julgavam haver mais cereais ou ervas para comer, os galos respondiam com uma cantilena que ia dar ao mesmo: Aqui também, aqui também.

 

Perto havia uma azenha, movida pelas águas do ribeiro que corria no pequeno vale que dividia os dois lugares. O moinho compreendia a lamentação dos galos. Por falta de cereal, não caía, há muito, um grão da moega sobre as mós e debalde elas chiavam a moer em falso: Sempre assim foi, sempre assim foi.

 

Ora, isto era no tempo em que os animais falavam pelos homens, e os galos têm, ao que parece, menos miolos.  

 

Gosto muito dos moinhos e retenho no ouvido a canção de água e pedra da minha infância mas gostava de escrever na flor da farinha: Isto há-de mudar, isto há-de mudar.

 

 

Na flor da farinha do seu imaginário, partilhando do mesmo sonho, o meu irmão, o Adão, escreveu, um dia, este lindo poema:

 

(José Magalhães)

 

 

Se eu soubesse dar às palavras que tenho dentro de mim o cantar deste regato

Se entre as pedras do meu leito saltitassem estas águas que me fizeram criança

Se fosse menino este chão que tenho dentro de mim numa caixinha de esperança

E de sonho fosse o moinho que mói o trigo da ilusão

não queria outro moinho para a farinha do meu pão.

 

 

 

De repente, as velhas mós começaram a rolar e a farinha a cair. Levadas pelo tempo e pelo vento as mãos pequeninas lá voltaram a escrever: Isto há-de mudar, isto há-de mudar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por Augusta Clara às 19:00
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Não falo mais em eleições. Acabou - Adão Cruz

Adão Cruz  Não falo mais em eleições. Acabou

 

 

Apenas queria reforçar a ideia de que o povo não tem remédio e a sua cegueira é irrecuperável. Falar da soberania popular é ridiculamente irónico. Que se lixe tal povo. Aqui deixo duas inequívocas notas que hoje me foi dado ler:

 

(O que se passou) Paulo Rato: - O bom povo, que vê futebol e telenovelas e até assiste a debates políticos onde nada de substancial se discute, votou na sua própria fome, miséria e desespero: formataram-no para tal e cumpriu.

 

(O que nos espera) Manuel António Pina: - Recessão, pobreza, despedimentos fáceis, destruição do SNS, da escola e da segurança social públicas, desoneração das empresas de qualquer responsabilidade social através de uma gorda redução da TSU que aumentará exponencialmente o número de Ferraris nas estradas das regiões mais deprimidas do país, e redistribuição em “apoios” à banca, dos recursos sociais afectados aos mais desfavorecidos.

 

 Quanto mais me bates mais gosto de ti.

 

Hão-de torcer a orelha mas não deitará sangue.

 

Hão-de berrar mas ninguém os ouvirá.

 

Hão-de chorar mas ninguém lhes limpará as lágrimas.

 

Hão-de rezar mas Deus estará surdo.

publicado por Augusta Clara às 16:00
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Nota de trabalho sobre eleições - por Júlio Marques Mota

Nota de trabalho sobre eleições

O governo caiu e a seguir marcaram-se as eleições. As eleições para quê? Para decidir o quê? Para decidir, não, para escolher quem vai cumprir um programa que alguém de fora nos veio cá, pela força, estabelecer. As eleições, alguém as venceu, mas pela parte que me toca continuo a achar que foi o povo que para já estas perdeu.

 

O povo perdeu-as por uma simples razão:

 

Perdeu-as, porque foi obrigado a aceitar que não tinha nada por onde optar, pois estava já tudo decidido bem antes e em seu nome.
Perdeu-as, porque depois foi votar para bem poder escolher e também aqui é que opção não tinha nenhuma a fazer.
Perdeu-as, porque tinha que escolher entre dois pratos rigorosamente iguais, um prato a ser servido por alguém de cabeça vazia de ideias quanto a projectos nacionais, mas com alguns sentimentos pessoais sérios pelo meio, e falo de Passos Coelho; o outro prato a ser servido por alguém cuja arte de fingimento é tal que até capaz é, e bem, de se passar por vítima do sistema que milimetricamente realizou e aplicou com muita arte; certamente fingir-se-á de vítima e é capaz de o fazer com tanta arte que até das mãos do povo o prato é capaz de fazer desaparecer, e este segundo dá pelo nome de Sócrates.
 

Perdeu-as, porque tinha de escolher entre a simplicidade de um que nada tem para oferecer, Passos Coelho, e o espectáculo da magia do outro, Sócrates, mas para nada deste vir a receber,  e assim não  há aqui verdadeiramente nenhuma opção.
….
Estes dois candidatos para servir o mesmo prato confeccionado pela Troika, desde longa data e numa fábrica chamada neoliberalismo, têm ambos de comum o serem licenciados mas de segunda ou terceira ordem, de uma Universidade que quase pode ser uma qualquer com um diploma adquirido com um fim-de-semana ou de horas vagas talvez, que à noite os cursos superiores por esta via também se fazem em Portugal, desde que se pague para lhes validarem as competências, o que bem acontece desde o governo de um dos beneficiários e sob a tutela de Mariano Gago. Não é por acaso que se torna muito mais difícil trabalhar do que um qualquer curso poder naquelas condições vir a tirar. Fica tudo, ficam todos ao mesmo nível.

 

Aprenderam de modo equivalente, servirão à mesa de modo não muito diferente

 

Mas quem de imediato não fica melhor é o povo português que entretanto votou para lhe continuarem a dar cabo da vida como o têm feito até agora. A consequência é portanto que o próximo governo terá rapidamente que cair e é isso que o povro vgerdadeiramente quer.

 

Poder-me-ão dizer ou contra-argumentar que com estas eleições se trata mais de um acto de resistência do nosso povo que estaria consciente da não opção que lhe levaram a escolher, do que de uma derrota, um pouco a lembrar uma história que se conta de Niels Bohr, um dos maiores físicos do século XX, um dos pais da física moderna, da física quântica. Hipótese que posso aceitar e até defender. E esta história que deste cientista se conta é simples e cada um que dela faça a  leitura que quiser. Um dia, um cientista seu amigo foi visitá-lo à sua casa de campo. Toca a campainha. Niels Bohr abre-lhe a porta. Entra, diz. Mas o amigo, por necessidade da nossa história e para evidenciar o caricato da mesma, não deixava de estar imóvel, especado, à porta. Então não entras, pergunta Niels Bohr. Não, por causa desse amuleto contra os maus espíritos e aponta para uma ferradura fixa, pregada, na porta. Como é possível, tu, um grande físico, diz-lhe este seu amigo, cientista também ele, acreditares nestas patranhas? Oh homem, está aqui, por acaso, eu não acredito nisto. Se não acreditas, porque é que está aqui, diz-me, oh, Niels? Olha, se calhar, porque me disseram que isto funciona, mesmo que a gente não acredite nisso. Talvez por isso mesmo, nem sequer sei bem.

 

Ninguém de bom senso vai acreditar que Niels Bohr acreditava nos maus espíritos, que acreditava que o amuleto funcionava mesmo que ele não acreditasse em amuletos. Estava lá, se calhar, porque …. E eu diria, se calhar estava lá porque era moda na época e naquela região decorar a porta com coisas deste tipo, ou estava lá, porque quando comprou a casa, já lá estava, ou porque queria ironizar com aqueles que nestes feitiços acreditam.

 

Com as nossas eleições e com o povo português, poderemos admitir que temos uma situação equivalente à ferradura da porta de Niels Bohr. O povo, este foi votar para não se demitir das suas funções, foi votar para escolher o governo mesmo sabendo que, neste caso, não teria escolha, mas assim confirmou que não abdica de, logo que possa, poder decidir e votar em verdadeira liberdade, liberdade esta futura e não presente que podia estar a arriscar se não fosse votar. E da mesma forma que Niels Bohr que não acreditava em amuletos, mas que o deixa lá estar para a porta não ter que estragar, também o povo português que não acredita nestas eleições, vai votar, porque elas funcionam, mesmo que não acredite nelas. Como?

 

Note-se que o povo português obviamente, dentro dos seus quadros mentais não se sentia, não se sente livre, pois não há liberdade, onde acha que não há opções a escolher. Se nada há para escolher é-se então livre em quê? Em não ser livre! Nem isso. Sabia-o, sabe-o, o povo sabia e sabe que se não fosse votar, a abstenção maciça, a futura liberdade de escolher bem podia estar a comprometer. É nesse sentido que entendemos estes resultados e nesse sentido, o povo ganhou e são os políticos vencedores que afinal, as próximas vão perder. E o próximo governo que venha então rapidamente a cair, é pois a necessária e urgente solução.

 

E como sou professor de vocação estou consciente de que o governo Sócrates destruiu completamente a estrutura do ensino, pedra a pedra, do primário ao secundário, do secundário ao superior, como se por tudo isto tenha passado um tsunami, seja no superior com Mariano Gago, a formar licenciados não empregáveis sequer, seja no ensino secundário com as reformas da “santa” Maria de Lurdes Rodrigues ou de Isabel Alçada, sua clone disfarçada, a formar os analfabetos, futuros diplomados em ignorância, amanhã, Estou consciente de tudo isto, mas como sou um eterno crédulo daqui mando dois bilhetes postais, dois posts, na linguagem de hoje, para aqueles que destas áreas de ensino se hão-de encarregar, dois bilhetes escritos por gente seriamente no terreno, a ilustrar e a criticar o caminho pelo qual os futuros responsáveis do ensino em Portugal não podem nem devem caminhar: e a estes responsáveis, apetece-me dizer-lhes, depois de os lerem, dizer-lhes bem alto: oh, estúpidos, olhem que é sobre o futuro que a juventude terá que ser capaz de vir a fazer que, oh futuros ministros, vos estou agora a escrever .


Bilhete Postal n.º1: Ensino de base

 

Cuidado, a escola está ficar com menos meios
Thibault Gajdos
Le Monde

publicado por Luis Moreira às 11:00
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Eleições - a opinião de João Machado

O rescaldo das eleições de 5 de Junho de 2011

 

Conhecidos os resultados eleitorais, verifica-se a esperada vitória da direita. Não se sabe se vai haver coligação, pessoalmente vaticino que sim. Há que agradar às instâncias internacionais, que têm insistido na necessidade de uma maioria absoluta, ao Presidente da República, que é um senhor com uma visão aritmética da política, e aquietar o buliçoso líder do CDS/PP, que aprecia muito os bancos do poder. Veremos. E há sempre a hipótese, remota é verdade, de uma coligação PSD/PS. Se Sócrates não continuar á frente do PS, talvez seja mais fácil. De qualquer modo, a gente já viu cada uma …

 

A taxa de abstenção foi muito elevada. Mesmo levando em conta o estado lamentável dos cadernos eleitorais, foi excessiva. Obviamente que se deve a causas diversas. É em qualquer caso muito mau sinal. Uma pergunta para os que não vão votar por acharem que as forças políticas existentes não correspondem ao seu pensamento. Porque não tentam criar forças políticas que melhor representem o seu pensamento? Não é assim tão difícil. E a democracia não resume ao parlamento, é verdade. Nem às autarquias. É muito para além disso. Mas não participar nas eleições também não ajuda.

 

O novo governo vai aplicar os acordos com a troika. A esquerda terá de o contrariar, como é sua obrigação. Problema: onde se vai colocar o PS? Com Sócrates à cabeça? Sem ele? Será diferente sem ele?

publicado por João Machado às 01:30
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Domingo, 5 de Junho de 2011

Eleições - a opinião de Pedro Godinho

 

Não me digas que não me compreendes

Quando os dias se tornam azedos

Não me digas que nunca sentiste

Uma força a crescer-te nos dedos

E uma raiva a nascer-te nos dentes

Não me digas que não me compreendes

    (Sérgio Godinho, Que força é essa)

 

 

Tanto entusiasmo, tanta energia, tanta entrega, tanta participação. A procurar soluções para os problemas, de forma subsidiária – acção local – e solidária – a comunidade e os indivíduos em consonância. Assim éramos nós, portugueses, após o 25 de Abril de 1974.


E as eleições, também, foram um exercício de liberdade e democracia. Os programas eram lidos e discutidos, os partidos e candidatos apresentavam as suas ideias, perspectivas e soluções, que eram sujeitas a animado debate. As palavras tinham um sentido e cada um dizia ao que vinha. Até os revolucionários insurreccionistas, contrários às eleições burguesas, se empenharam em prol da abstenção ou voto nulo.


Nas Contituintes de 1975 votaram 92% dos eleitores inscritos. Nas legislativas de 1976 votaram 84% dos eleitores. Nas legislativas de 2009 votaram 60% dos eleitores. Nas eleições de hoje os números indicam um equivalente nível elevado de abstenção (Sem que isso incomode os partidos que continuam a garantir a sua eleição).


Porque nos desiludimos? O que afastou as pessoas comuns da vontade de serem parte da política e, portanto, da determinação do destino – seu e da sua comunidade?


Os partidos. Não por serem partidos, mas por terem sido tomados por aqueles para quem vale tudo para subirem na vida e tornarem privado o que é comum. E transformaram os partidos em nós duma rede de gestão de clientelas, de alto a baixo, suportados numa lógica de troca de favores e influências de modo a beneficiar os que, em contrapartida, os sustentem, independentemente do que digam ou façam – com o mesmo sectarismo dos clubes de futebol.


Por isso é tão importante para os acólitos que ganhem os “nossos”, para tomarem o lugar dos “outros”. Por isso, para os não-alinhados são todos os mesmos e deles queremos é distância sanitária. E a diferença entre um Sócrates e um Passos (confortavelmente, podiam trocar de partido e discurso sem que isso os afectasse, porque só lhes interessa ser o manageiro) está apenas em qual dos clubes tem poder para aceder ao pote e partilhá-lo com associados, amigos e correlegionários.


E assim nos distanciamos e deixamos de acreditar que a coisa tem solução. Uma das personagens de Saint-Exupéry, em Voo Nocturno, diz que: “na vida nunca há soluções. Há forças em movimento: o que é preciso é criá-las e as soluções aparecem.” As actuais forças em movimento são são positivas, pelo que as soluções também não o podem ser.


Há que criar outras. O actual quadro político-parlamentar terá de implodir para se regenerar. São necessários mecanismos constitucionais e institucionais de contra-peso e que impeçam o monopólio da decisão por directórios acoitados em partidos. A democracia tem de criar espaços para que seja o povo quem mais ordena.


E para não ficarmos à espera de Godot, entre o que há e a Revolução tem de poder existir algo, diferente mas democrático.

 

Que força é essa

que força é essa

que trazes nos braços

Que só te serve para obedecer

que só te manda obedecer

Que força é essa, amigo

que força é essa, amigo

Que te põe de bem com os outros

e de mal contigo

Que força é essa, amigo

que força é essa, amigo

    (Sérgio Godinho, Que força é essa)

 

 

publicado por Pedro Godinho às 23:00
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Terça-feira, 31 de Maio de 2011

A Fundação Mário Soares convida - ELEIÇÕES E SISTEMAS ELEITORAIS NO SÈCULO XX PORTUGUÊS

publicado por Carlos Loures às 09:00

editado por Luis Moreira em 28/05/2011 às 01:29
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Domingo, 15 de Maio de 2011

As eleições vistas por Raúl Iturra

 

A ILUSÃO DE GANHAR A CORRIDA ÀS LEGISLATIVAS

 

…A Ilusão da Vitória…

         

Portugal é pequeno territorialmente, com uma extensão de 92 389 Km², tem uma população de 10 623 032 habitantes (dados 2007).

 

A governação do País é Parlamentar. Como corresponde: a Assembleia dita as leis, que o Presidente da República sanciona e pública, ou, se não estiver de mãos dadas com o conteúdo da lei, pode vetá-la e, assim sendo, esta será sujeita, no Parlamento, a revisão.

 

Por ser um país pequeno, os políticos reúnem-se em pequenos grupos que têm assento na Câmara legislativa. Não conheço nenhum país onde não haja opiniões diferentes quanto às formas de investimento, finanças e indústrias. A nossa República caracteriza-se pela falta de maquinaria transformadora de bens em estado bruto, para bens manufacturados. É esta a causa da pobreza no nosso país. O Porto do Galo, assim denominado pelos romanos que o invadiram há mais de dois mil anos, passou a Portu-cale e, depois, a  Portugal. A única cidade a norte do Tejo que merecia o nome de "Portus" era realmente aquela que veio a ter o nome de Porto que foi a mais importante do País até muito depois daquela época. Portus Cale, nome latino, também atribuido pelos romanos, por extensão, deu o nome ao condado Portucalense e depois ao país Portugal.

 

Há debates sobre o nome. O único porto do território situava-se onde hoje se ergue a cidade do Porto, enquanto Portugal era o Condado Portucalense da família do Imperador das Astúrias, O Rei Sábio. Desta família nasceu o primeiro rei de Portugal, Afonso I ou Afonso Henriques, filho de D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa de Leão, condes de Portucale, um condado dependente do Reino de Leão.  

Porque repito uma histíria tão bem conhecida?

 

Para lembrar que estamos numa corrida para escolher um novo governo e que este novo governo deve saber a ciência de organizar o mando. Ciência normalmente desconhecida entre nós. Desde  o nascimento de Portugal, o filho Afonso entrou em conflicto com a sua mãe, mandou-a de volta para Leão e mudou o nome de Condado de Portucale para o de reino de Portugal.

 

Parece-me que desde esse primeiro dia de 1139  ao nascer o rei, e com os conselhos de Dona Urraca, Rainha da Galiza,  as batalhas entre mouros e cristãos nunca mais acabaram, até que na Batalha de Ourique, os hispânicos foram corridos do Alentejo e Badajoz e os marroquinos para o seu reino de Marrocos. E ficamos sós para lutar entre nós.

 

De resto, a história é conhecida, o candidato socialista, que é bem mais neo liberal, está certo de ganhar enquanto o seu rival do Partido Liberal, Pedro Passos Coelho, também.

 

Apostas? Nem por isso. Eu quero votar pelos socialistas marxistas leninistas, como fiz com Allende, e não encontro nenhum por estas bandas. Os que o foram, passaram a a ser neoliberais, com a capacidade de escolher como entendem.Vamos ter um empate técnico, mas mais um voto de um dos mais importantes partidos do país, fa-lo-há triunfar. Em minha opinião, tanto faz. São, em geral, tão parecidos! Acabado já o 25 de Abril, não interessa mais nada que as finanças e sair do fundo do túnel da falência, que nos faz passar fome e doenças. Como vamos viver? Com a Nossa Senhora de Fátima, os Santos Pastorinhos, a Beata Lúcia e o Beato Wojtila…. Pelo amor de Deus….opina este homem sem fé e os seus amigos. A votar, que é necessário...Não há desculpas, há penalidade…

 

Raúl Iturra, ao pé de Fátima, para se salvar dos esconderijos dos coelhos e dos enganos do, em outros tempo, inteligente filósofo Sócrates…inteligência perdida nestes dias…

publicado por Carlos Loures às 23:00

editado por João Machado em 14/05/2011 às 14:01
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Quinta-feira, 12 de Maio de 2011

As eleições vistas pela Augusta Clara

 

Iniciamos hoje a publicação das respostas dos colaboradores do nosso Estrolabio à sugestão feita para se pronunciarem sobre a situação política e as eleições. A Augusta Clara foi a primeira e a única, até à data, a pronunciar-se mas só sobre as eleições, diz ela, porque a situação política tem mais que se lhe diga do que o acto estritamente eleitoral.

 

 

 

 

 

 

 

publicado por João Machado às 23:00

editado por Augusta Clara às 20:16
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Quinta-feira, 14 de Abril de 2011

O candidato - Quino

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por Carlos Loures às 15:00

editado por João Machado às 00:32
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Sexta-feira, 1 de Abril de 2011

APE - Associação Portuguesa de Escritores - Novos Corpos Gerentes

 

 

 

Associação Portuguesa de Escritores

 

Na Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Escritores, realizada em dia 28 de Março, foi o seguinte o resultado da eleição  dos novos corpos gerentes para o triénio de 2011 a 2014:

 

ASSEMBLEIA GERAL:

Efectivos

Presidente –

Mário Cláudio

Vice-Presidente –

Lídia Jorge

1.º Secretário –

Luís Vendeirinho

2.º Secretário –

Annabela Rita

 

 

 

Suplentes

 

Leonoreta Leitão

 

Fernando Dacosta

 

 

DIRECÇÃO:

Efectivos

Presidente –

José Manuel Mendes

Vice-Presidente –

José Correia Tavares

Vice-Presidente –

Luís Rosa

Secretário-Geral –

Fernando Miguel Bernardes

Tesoureiro –

José Manuel de Vasconcelos

1.º Secretário –

Luís Machado

2.º Secretário –

Paula Cristina Costa

Vogal –

Vergílio Alberto Vieira

Vogal –

Teresa Martins Marques

 

 

 

Suplentes

 

Ana Eduarda Santos

Emília Ferreira

 

José António Gomes

 

José do Carmo Francisco

 

Júlio Moreira

 

Luís Souta

 

Margarida Fonseca Santos

 

Serafina Martins

 

Silvina Rodrigues Lopes

 

 

CONSELHO FISCAL:

Efectivos

Presidente –

Domingos Lobo

Secretário –

Fernando Jorge Fabião

Relator –

Graça Pires

 

 

 

Suplentes

 

Sérgio de Sousa

 

António Ferra

 

 

 

 

 

Ilustração 1

 

___________________________________________
APE
* info@apescritores.pt   | www.apescritores.pt

((Tel.) +351 21 39718 99

7(Fax) +351 21 397 23 41

+ Rua de S. Domingos à Lapa, 17
     1200-832 Lisboa, Portugal

 

 

 

publicado por João Machado às 10:30
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Domingo, 20 de Março de 2011

O Sporting - O futuro de um grande clube - por Luis Moreira

A repartição do número de votos segundo os anos de sócio tem efeitos muito perversos neste grande clube. Cálculos por alto fazem perceber que cerca de 2 000 sócios fazem pender a balança para um determinado candidato quando o clube tem cerca de 40 000 sócios pagantes. Isto é um entrave à inovação, à modernização do clube, pois não serão pessoas com 80 e mais anos (por maior estima e apreço que mereçam) que estarão com espírito aberto numa actividade tão competitiva como é o futebol profissional.

 

Trata-se de um alçapão onde o Sporting vai definhando, até porque para mudar os estatutos vão ser necessários 75% dos votos o que quer dizer que são os mesmos sócios que têm na mão a possibilidade de (não) mudar.

 

Depois do Projecto Roquette que lançou o Sporting em dezassete anos de instabilidade, derrotas e na falência financeira, em que os Presidentes passam o testemunho dentro do mesmo grupo de pessoas que são as responsáveis pela falência do clube, a campanha para a presidência deste ano, após os 90% dos votos que elegeram Bettencourt (nem na Coreia do Norte se ganha com 90% dos votos) ganhou uma vivacidade e um desassombro absolutamente necessários para que se discutam os verdadeiros problemas do clube.

 

Claro, que a lista da continuidade lá está, agregrando os mesmos "rolhas" que flutuam em todas as condições e que não têm suficiente sportinguismo para deixar que outros tragam novas ideias e outra competência.

 

Aparecem as promessas de dinheiro, de treinadores e de jogadores, mas verdadeiramente importante é que chega de continuidade com os mesmos de

sempre. Olhem para o estado do clube e tirem as suas conclusões. Por uma vez mostrem o Sportiguismo que tanto apregoam!

 

 

 

 

 

 

publicado por Luis Moreira às 13:00
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Quarta-feira, 16 de Março de 2011

Aleluia, Tudo Vai Mudar Para Melhor

AGORA É QUE VAI SER

 

O PEC 4 não vai passar.

Está iminente a queda do governo.
O senhor José vai-se embora.
O senhor Presidente da República vai ficar com uma batata quente nas mãos, e nós bem sabemos o quanto ele detesta queimar-se, ou mesmo chamuscar-se, por pouco que seja. De qualquer das formas, vamos ficar, dentro de dias, a saber se temos ou não um Presidente à altura dos acontecimentos.
O senhor Silva vai ter de decidir se quer um governo de sua iniciativa, se quer tentar um bloco central ou se vai partir para eleições.
Neste último caso, qualquer um pode ganhar, seja ele o actual partido do poder ou o outro que quer ir para o lugar dele, já que os outros são pequeninos demais para que se equacionem.
Depois disso, e de se saber quem irá ganhar, precisa, o senhor Presidente, de decidir quem vai governar.
Poderá ser o actual partido da oposição, com ou sem a muleta do senhor Portas, caso os votos do povo cheguem para que, juntos, façam uma maioria.
Poderá de novo equacionar-se a hipótese de um 'bloco central', se os votos de cada um não chegarem para nada.
Poderá ainda ser o actual nosso Primeiro a ganhar.
E se for assim, se o senhor voltar a ganhar, como vai ser? Voltamos à estaca zero?
Se o actual governo cair, de uma coisa poderemos todos ter a certezinha absoluta. Seja qual for a solução encontrada pelo senhor Presidente, e sejam quais forem os resultados que se obtenham, Portugal vai mudar. E vai mudar para melhor, claro. E, se forem outros diferentes dos actuais governar o nosso País, a mudança vai ser mais rápida e 'mais melhor'.
Se calhar vamos ter o FMI ou outro qualquer organismo a ajudar a acabar com esta chuchadeira, mas isso não será mal algum já que rapidamente iremos verificar que o desemprego começa a desaparecer, os ordenados a subir, a inflação a descer, a Justiça a funcionar, a Saúde de vento em popa, e as desigualdades a desaparecerem. Em muito pouco tempo, dias até, tudo vai mudar, e vamos voltar a ser felizes.
 
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publicado por atributosestrolabio às 18:00
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Segunda-feira, 7 de Fevereiro de 2011

O abandono da luta contra as desigualdades explica o falhanço dos socialistas europeus - por Bo Rothstein,

(Enviado por Júlio Marques Mota)

 

A dolorosa derrota socialista e social-democratas nas eleições europeias continua a ser, sobretudo, um mistério. A mais óbvia razão para que a esquerda devesse ter saído vitoriosa é, naturalmente, o fracasso da ideologia neoliberal segundo a qual os mercados funcionam melhor sem regulamentação. O colapso do sistema financeiro, ajudou a que todos  compreendessem  que esta ideologia dominante durante mais de um quarto de século está agora ultrapassada.


O programa tradicional socialista - economia keynesiana e regulamentação dos mercados – em condições de recolher votos, deveria ter logicamente conduzido à vitória eleitoral da formação de esquerda. Mas não foi isto que aconteceu. A razão para este paradoxo está, simplesmente, no facto de os líderes da direita na Europa, por exemplo, o Presidente francês, a chanceler alemã e os primeiros-ministros da Suécia e da Dinamarca terem começado imediatamente a empenharem-se nesta via quando a crise atingiu o seu país e ultrapassaram assim os socialistas tendo-lhes deixando pouco espaço de manobra.


É ainda mais difícil de compreender o fracasso da esquerda quando se sabe que todos os trabalhos de investigação em epidemiologia social são hoje concordantes em considerar em que as desigualdades sociais e económicas ameaçam globalmente o bem-estar da sociedade. De acordo com os trabalhos de Richard Wilkinson e Kate Pickett, amplamente divulgados, por exemplo, quanto mais uma sociedade é inigualitária mais os problemas sociais são numerosos e devastadores. Um dos mais interessantes apontamentos do seu último livro, The Spirit Level (Penguin Books), é que a desigualdade não afecta apenas os menos abastados estratos da sociedade, mas também a classe média.


Por exemplo, é sabido que as crianças cujos pais têm um bom nível de instrução tem muitas mais possibilidades de terem sucesso na escola. No entanto, esses estudos mostram que, mesmo entre crianças de famílias com mais formação, as crianças que vivem nos países de mais igualdade são mais cultas. Do mesmo modo, o risco de ser atingido por um a doença mental é cinco vezes maior nos países da OCDE com mais desigualdade do que nos outros. Para todas as classes sociais, a esperança de vida é maior nas sociedades mais igualitárias.



Wilkinson e Pickett mostram que a esperança de vida, a mortalidade infantil, o baixo peso ao nascer, e a auto-avaliação da saúde têm sido muitas vezes mais desfavoráveis em sociedades de maior desigualdade . A lista poderia alongar-se. A raiz do problema é que não só os pobres, mas toda gente parece ter interesse para viver em sociedades de menor desigualdade quando se trata de saúde e bem-estar. Do mesmo modo, a desigualdade no local de trabalho é um dos principais males sociais. A falta de responsabilidade e de meios de acção no local de trabalho é claramente prejudicial para a saúde e reduz a expectativa de vida por vários anos.



Pode acrescentar-se que o programa neoliberal, em que o aumento das desigualdades se iria traduzir num maior crescimento económico, tem-se revelado incorrecto. Mesmo excluindo a Noruega, rica em petróleo, os outros três países nórdicos, que têm programas de protecção social comparativamente alargados, e elevados níveis de tributação, têm bons resultados em termos de crescimento económico.

O enigma continua pois a ser total : porque é que os partidos de esquerda foram pois incapazes de questionar politicamente estes resultados eleitorais ? A redução das desigualdades económicas sociais nos diferentes sistemas de protecção social, de serviços sociais e de qualidade do ensino público aparecem agora como a factura que se faz pagar. Isto tem sido, tradicionalmente, a estratégia da esquerda e as críticos desta ideologia feita pelos neoliberais já não pega, hoje. Perante o colapso dos mercados financeiros, a derrota da ideologia neoliberal e perante os muitos estudos a evidenciarem as vantagens de uma maior igualdade social e económica, a esquerda deveria ter simplesmente ganho as eleições.

A razão para esta falhanço não é tão óbvia. Uma possibilidade é o abandono pela esquerda na Europa do seu mais antigo e mais próximo aliado, o projecto de uma política baseada na ideia das Luzes "em simultâneo com a sua ideia da existência de" o homem universal "e assim da ideia dos direitos humanos universais. Em vez disso, as prioridades políticas dos partidos de esquerda tornaram-se dominadas por um pensamento post-modernista, anti-empirista e intelectualmente obscuro. Este pensamento parece incapaz de imaginar que uma política pode ser baseada numa combinação de visões ideológicas do que é normativamente bom  e de estudos empíricos sobre o que é possível concretizar na realidade.



Da mesma forma, a esquerda abandonou amplamente a ideia de uma política baseada nos direitos humanos universais, e foi ultrapassada pelo chamada " política identitária ". Em vez de prosseguir uma política "para todos", a esquerda tornou-se um conglomerado de forças que se cansa a fazer sublinhar os interesses dos diversos grupos cujos membros se sentem oprimidos por causa da sua identidade comum e marginalizados, quer se trate de raça, religião, orientação sexual, género, interesses culturais, problemas de deficiência física e mental, etc.



Quase por definição, a política identitária é anti maioritária e é factor de divisões. Assim, este tipo de política cria, de facto, uma maioria contra ela própria, uma vez que se apoia numa ideologia que coloca em primeira linha a mobilização política contra a maioria. Também é muito difícil construir uma maioria política sobre a "adição" das políticas identitárias, uma vez que, na realidade, estes grupos têm muito pouco em comum.

Assim, os homossexuais têm pouco a partilhar com a maioria dos imigrantes do Médio Oriente, que, por sua vez, tem poucas possibilidades de alargar as suas exigências às políticas formuladas por pessoas que sofrem de obesidade, por exemplo. As injustiças e a marginalização sentida pelos diferentes grupos são específicas para cada grupo, e não podem ser generalizadas para outros grupos.


A consequência prática é que a prioridade acordada anteriormente pela esquerda aos programas sociais universais, foi substituída por programas direccionados aos "grupos identitários" específicos. Assim, a política de esquerda, em vez de juntar, de unir, tornou-se anti maioritária. Em conclusão, a viragem post-modernista do pensamento político da esquerda tem marginalizado o seu projecto político tradicional, e foi isto que a levou a esta surpreendente derrota.

 

 

Bo  Rothstein, L’abandon de la lutte contre les inégalités explique l’échec des socialistes européens, Le Monde 27 de Junho de 2009

publicado por Carlos Loures às 21:00
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Terça-feira, 25 de Janeiro de 2011

Cinzas desta eleição (Adão Cruz) (Ilustração de Adão Cruz)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Deu cabo deste país

Todo podre esburacado

E o povo ainda lhe diz

Sim Senhor muito obrigado.

 

Mais uma vez deu em nada

Nossa esperança e ilusão

Sempre a mesma cavacada

A escavacar a nação.

 

Foi tudo por água abaixo

S’alguma coisa inda houvesse

Só o povo fica sem tacho

Tem aquilo que merece.

 

Este povo é cegueta

Não vê nada para a frente

Não vai lá nem á marreta

Nem é povo nem é gente.

 

Não é povo nem é nada

Este rebanho dolente

Mesmo morto à paulada

Corre feliz e contente.

 

Nada mais tem a perder

A gente desta nação

Não vale a pena viver

Quando se perde a razão.

publicado por João Machado às 16:15
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Segunda-feira, 24 de Janeiro de 2011

Cinzas desta eleição (Adão Cruz) (Ilustração de Adão Cruz)


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Deu cabo deste país

Todo podre esburacado

E o povo ainda lhe diz

Sim Senhor muito obrigado.

 

Mais uma vez deu em nada

Nossa esperança e ilusão

Sempre a mesma cavacada

A escavacar a nação.

 

Foi tudo por água abaixo

S’alguma coisa inda houvesse

Só o povo fica sem tacho

Tem aquilo que merece.

 

Este povo é cegueta

Não vê nada para a frente

Não vai lá nem á marreta

Nem é povo nem é gente.

 

Não é povo nem é nada

Este rebanho dolente

Mesmo morto à paulada

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