Caro (a) Colega
Conforme temos vindo a noticiar vai realiza-se em Lisboa, de 19 a 21 de Outubro próximo, o IV Congresso Nacional dos Economistas.
Como é habitual, os Membros da Ordem são convidados a apresentar trabalhos que visem o tema deste Congresso "Portugal 2020 - O nosso País no contexto global", os quais serão depois apreciados e seleccionados pelos Membros da Direcção da Ordem para apresentação pública durante o Congresso.
Todos esses trabalhos deverão ser remetidos à Ordem até 1 de Junho próximo, seguindo as seguintes orientações:
Tema
Os membros da Ordem são convidados a apresentar trabalhos sobre a temática do congresso: "Portugal 2020 - O nosso País no contexto global".
Formato
O texto dos Trabalhos não deverá exceder 25 páginas (parágrafos a um espaço e meio; letra times new roman, tamanho 12), incluindo um resumo no máximo de uma página e a identificação do(s) autor(es).
Recepção dos Trabalhos
Os proponentes devem enviar os seus Trabalhos, até ao dia 1 de Junho de 2011, por email, para geral@ordemeconomistas.pt .
Selecção
Os Trabalhos serão apreciados pela Direcção que seleccionará até ao máximo de cinco, para apresentação pública no IV Congresso Nacional dos Economistas.
Esclarecimentos
Quaisquer dúvidas ou esclarecimentos adicionais podem ser obtidos através dos nossos serviços, preferencialmente através do email: geral@ordemeconomistas.pt .
Poderá consultar a sinopse e o programa provisório no portal da Ordem.
Com os melhores cumprimentos,
FALSA EVIDÊNCIA N.º 10: A CRISE GREGA POSSIBILITOU FINALMENTE AVANÇAR PARA UM GOVERNO ECONÓMICO E PARA UMA VERDADEIRA SOLIDARIEDADE EUROPEIA
A partir de meados de 2009, os mercados financeiros começaram a especular sobre a dívida dos países europeus. Globalmente, a forte subida das dívidas e dos défices públicos à escala mundial não resultou (ainda) em aumentos das taxas de longo prazo: os operadores financeiros acreditam que os bancos centrais vão manter durante muito tempo as taxas monetárias reais em valores muito próximos de zero, e que não há, nem o perigo de inflação, nem o risco de um grande país entrar em situação de incumprimento das suas dívidas. Mas os especuladores viram bem as falhas na organização da zona euro. Enquanto os governos de outros países desenvolvidos podem sempre ser financiados pelo respectivo Banco Central, os países da zona euro renunciaram a esta opção e estão totalmente dependentes dos mercados para financiar os seus défices. Em resultado, a especulação pôde desencadear-se sobre os países mais frágeis da zona: Grécia, Espanha, Irlanda.
As autoridades europeias e os governos nacionais têm sido lentos na resposta, não querendo dar a impressão de que os países-membros tinham direito a apoio ilimitado dos seus parceiros, e querendo castigar a Grécia, culpada de ter escondido — com a ajuda do banco Goldman Sachs — a dimensão dos seus défices. No entanto, em Maio de 2010, o BCE e os países-membros tiveram de criar de emergência um Fundo de Estabilização, para sinalizar aos mercados que dariam aquele apoio ilimitado aos países ameaçados. Em troca, estes tiveram que anunciar programas de austeridade orçamental sem precedentes, que os vai condenar a um abrandamento da actividade económica a curto prazo e a um longo período de recessão. Sob pressão do FMI e da Comissão Europeia, a Grécia deve privatizar serviços públicos e a Espanha deve flexibilizar o mercado de trabalho. Mesmo a França e a Alemanha, que não são objecto de especulação, anunciaram medidas restritivas.
No entanto, a procura não é, de forma alguma, globalmente excessiva na Europa. A situação orçamental é melhor do que a dos Estados Unidos ou da Grã-Bretanha, possibilitando margem de manobra orçamental. É necessário reabsorver os desequilíbrios de forma coordenada: os países do norte e do centro da Europa, com excedentes comerciais, devem empreender políticas expansionistas — salários mais elevados, mais despesas sociais... — para compensar as políticas restritivas dos países do Sul. A política orçamental não deve ser globalmente restritiva na zona euro enquanto a economia europeia não se aproximar, a um ritmo satisfatório, da situação de pleno emprego.
Mas os defensores da política orçamental automática e restritiva na Europa estão hoje, infelizmente, com mais força. A crise grega permite fazer esquecer as origens da crise financeira. Aqueles que concordaram em apoiar financeiramente os países do Sul querem impor, em troca, um endurecimento do Pacto de Estabilidade. A Comissão Europeia e a Alemanha querem impor a todos os países-membros que inscrevam nas respectivas Constituições o objectivo de equilíbrio orçamental e que as respectivas políticas orçamentais sejam controladas por comissões de peritos independentes. A Comissão Europeia quer impor aos países uma longa cura de austeridade, para que a dívida pública volte a ser inferior a 60% do PIB. Se há um passo rumo a um governo económico europeu, é para um governo que, em vez de afrouxar o grilhão da finança, vai impor austeridade e um aprofundamento das “reformas” estruturais, em detrimento da solidariedade social em cada país e entre os diversos países.
A crise proporciona às elites financeiras e aos tecnocratas europeus a tentação para porem em prática a “estratégia de choque”, aproveitando a crise para radicalizar ainda mais a agenda neoliberal. Mas essa política tem poucas possibilidades de sucesso:
O Professor Júlio Marques Mota, apresenta o texto com estas palavras:
Um manifesto, mais um manifesto, dirão os distraídos da crise que nos atinge, possivelmente porque não estão aterrados com a catástrofe que passo a passo a Comissão Europeia, os Grandes Operadores Financeiros, as Agências de rating, os Grandes Reguladores que só produzem desregulação, mas curiosamente menos as Instituições Internacionais, aterrados com o que nos vão criando, cercando, aniquilando. Aterrados , é o termo que qualquer pessoa minimamente consciente da situação presente e das perspectivas futuras utiliza para caracterizar o seu estado de alma, de emoção, de indignação, tal é o cinismo do discurso oficial e de qualquer governo, dito à esquerda ou à direita, pois todos eles já só aprenderam a andar na mesma direcção e a estar face ao erário público da mesma maneira, tal é o despudor das políticas económicas e sociais concebidas, tal é a indiferença face aos efeitos nefastos sobre as gerações presentes, tal é o desprezo quando ao futuro das gerações futuras que de futuro terão muito pouco se tudo assim continuar. E é disso que aqui se fala, neste manifesto.
A demagogia já é tanta que se não se desmonta o discurso oficial no que tem de subliminar qualquer dia começa-se a olhar para o funcionário público com na Alemanha do Hitler se olhava para alguém que se suspeitava ser judeu: alguém a abater! Caricatura, bem o espero, certo de que o é apenas ainda e com a esperança que não passe disso mesmo. Forçado este texto-pensar.
Um texto claro a explicar que não há outra atitude que não seja a de se estar aterrado, mas cuidado, aterrado sim, mas bloqueado não. Não há machado que corte a raiz ao pensamento, disse o poeta, não há bloqueio que destrua a nossa capacidade de indignação, não há repressão que nos corte a capacidade de reflexão. Por mais Bolonhas que os Marianos Gagos , em Portugal, Valérie Pécresse em França ou outros por esta Europa fora e são muitos, possam determinar, por mais planos de austeridade que os Teixeira dos Santos ou as Elena Salgado , de Portugal, Espanha ou qualquer outro país na Europa onde agora há muitos assim, façam votar nos seus respectivos Parlamentos , por mais Santos Silva ou Alain Minc que o argumentário saibam criar para esta política criminosa virem a justificar, não haverá nunca hipótese de destruir a nossa capacidade de nos revoltar, de outro mundo desejar.
Só não entendo por que é que não se verifica o que aprendi a ler livros para crianças, ou seja, que quando se mente e mente muito o nariz cresce desmesuradamente. Com as mentiras que assistimos, montados no nariz de qualquer ministro e de qualquer país chegaríamos ao céu. Imperdoável, afinal quem anda a mentir às nossas crianças, somos nós, afinal. Imperdoável, pois.
Um texto a ler, a reflectir, para não se deixar iludir .
Júlio Mota
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