Domingo, 3 de Julho de 2011

Caso DSK - A Justiça americana é rápida e eficaz - por Luis Moreira

A prova da bondade da Justiça americana está neste processo que envolve DSK. A Justiça americana foi  célere e eficaz. Prendeu quando devia prender ( terão sido escusadas aquelas imagens com o DSK algemado), a acusação foi constituída em poucos dias, o tribunal decidiu em primeira instância com prisão e depois para prisão domiciliária com uma alta caução financeira e, quinze dias depois, face ao desenvolvimento das provas orientadas para o processo concedeu a liberdade.

 

A acusação permanece, o Ministério Público americano mantem a acusação, mas mais vale três culpados em liberdade que um inocente na prisão.

 

Numa viragem surpreendente DSK foi ontem libertado, a defesa apresentou provas de contradições no testemunho da vítima, a empregada do hotel que terá sido violada . Há escutas de telefonemas entre a acusadora e membros de gangs que apontam para uma cilada concertada a DSK e, o passado da empregada do hotel não é abonatório.

 

Cyrus Vance, o procurador geral quis fazer do caso um caso exemplar. Para já foi derrotado, mas mostrou que a justiça americana funciona. Um caso destes em Portugal, queima para sempre o arguido, com sorte, só cinco anos depois é que o assunto sobe à barra dos tribunais.Claro, que esta ineficácia tem uma influência decisiva na qualidade da democracia e, até, na capacidade de atracção de novos investimentos e no desenvolvimento da economia.

 

Quem está disposto a investir num país cuja justiça demora cinco anos a tomar uma decisão?

 

Entretanto, DSK e a mulher não perderam tempo e já foram jantar a um restaurante da moda. A imprensa  Francesa, Le Fígaro, adianta que estava outro homem no quarto quando a mulher da limpeza entrou e, que esta, terá perguntado se poderia começar a limpar o quarto julgando que estava vazio. Como se sabe DSK estava no banho.

 

No meio desta trapalhada há que prestar a devida homenagem à  Justiça americana , actuou sem medo do poder do acusado e não teve medo de recuar face às provas apresentadas.

 

PS: e, funciona assim quando não há dinheiro e poder? Lembro-me do presidente Jimmy Carter, antes de tomar posse ter ido conhecer o país real e, também as prisões. Disse: Nas prisões só vi negros e hispânicos!

 

publicado por Luis Moreira às 13:00
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Sábado, 2 de Julho de 2011

É permitido violar as mentirosas - por Manuela Degerine

 

 

Primeiro foi o delírio do concluio. Dominique Strauss-Kahn evocara na última entrevista ao jornal Libération a possibilidade de lhe apontarem algum assédio sexual. Logo metade dos franceses berraram: maquinação! Jack Lang, ex-ministro da Cultura e da Educação, o mais cintilante membro da esquerda caviar, escandaliza-se na televisão: il n'y a pas mort d'homme! (Ou seja: não há drama nenhum!) Indignação pública. Jack Lang fez marcha atrás, quisera dizer que, se não havia homicídio, DSK não devia ser preso. Houve uma manifestação para protestar contra o machismo dos políticos.

 

Todos, na rádio, na televisão, nas famílias, à mesa, no padeiro, ao telefone, na bicha do supermercado, falavam de DSK. Surgiu o embaraço: mamã, o que é uma felação? O humorista François Morel socorreu as famílias com a história do Ursão que queria comer a gazela preta.

 

Sucederam-se a caução, a residência vigiada de DSK, a descoberta da pólvora: o candidato socialista à presidência da república, presidente da câmara numa cidade com bairros problemáticos, é um socialista milionário. Grande debate nacional. O milionário que abusa de uma pobre imigrante. O director do FMI que agride a criada de quarto. O branco que viola a negra. O judeu que não respeita a muçulmana. O velho que estupra uma jovem. And so on.

 

Entretanto numerosos socialistas se declaram candidatos à presidência da república. François Morel faz uma crónica na qual avisa que, quanto aos socialistas, especialistas da derrota improvável, todo o desespero é ainda possível.

 

E agora, outro sismo. Afinal a vítima de DSK terá mentido quando emigrou para os USA e terá até cumplicidade com um traficante de droga. Mais uma vez: o delírio. Por aquela mulher ter mentido antes e depois de ser violada, é como se o acto de DSK não tivesse a menor gravidade. São de imediato entrevistados os amigos de DSK, Jack Lang fala do regresso de DSK, da eleição de DSK... DSK é o novo Edmond Dantès (herói de O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas).

 

Pergunta um auditor perplexo da rádio France-Inter: Então é permitido violar as mentirosas?...

 

Em França parece que sim.   

publicado por Carlos Loures às 16:00

editado por João Machado às 13:34
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Dominique Straus Kahn e o ouro falso - por Octopus

 

Na manhã de 14 Maio, o   dia em que foi preso, Dominique Strauss-Kahn (DSK) tinha sido aconselhado   pelos serviços secretos franceses (DGSE) a abandonar os EUA e regressar   rapidamente à Europa, descartando-se do telemóvel para evitar que pudesse ser   localizado. A delicadeza da informação secreta que lhe tinha sido entregue   por agentes "d...elatores" da CIA justificava tal precaução.

   

Strauss-Kahn tinha   viajado para os Estados Unidos para clarificar as razões que levavam os   norte-americanos a protelar continuamente o pagamento devido ao FMI de quase   200 toneladas de ouro. A dívida, com  pagamento acordado há vários anos, advém   de ajustes no sistema monetário - "Special Drawing Rights" (SDR's).


 

As preocupações do FMI   sobre o pagamento norte-americano ter-se-iam avolumado recentemente. Nesta viagem Strauss-Kahn estaria na posse de informação relevante que indiciava   que o ouro em questão já não existem nos cofres fortes de Fort Knox nem no NY   Federal Reserve Bank.

 

Mas Strauss-Kahn terá   cometido um erro fatal: ligou para o hotel, já da plataforma de embarque, pedindo que o telefone lhe fosse enviado para Paris, o que permitiu aos   serviços secretos americanos agir nos últimos minutos. O resto dos factos são   do conhecimento público.

 

Já em prisão   domiciliária, em Nova Iorque, DSK terá pedido ajuda ao seu amigo Mahmoud   Abdel Salam Omar, um influente banqueiro egípcio. Era muito importante, para   fundamento da defesa, que o egípcio lhe conseguisse obter a informação   privilegiada sobre a "mentira" do ouro, que DSK tinha deixado   "voar" em NY, para justificar a teoria da perseguição.

 

No entanto a   intervenção voluntariosa do banqueiro egípcio saiu gorada. Dias depois Salam   Omar foi igualmente preso nos Estados Unidos, também ele acusado de   assédio sexual a uma empregada de hotel. Relatórios de diferentes serviços   secretos internacionais convergem na conclusão: os factos que motivaram a prisão do egípcio são altamente improváveis, Salam Omar é um muçulmano   convicto e um homem com 74 anos de idade.

 

A inversão de sentido   na história da suite do Sofitel de NY começava aqui a ganhar consistência e   outros factos viriam ajudar.

 

Em Outubro de 2009,   Pequim terá recebido dos EUA cerca de 60 toneladas de ouro, num pagamento   devido pelos americanos aos chineses, como acerto de contas no balanço de   comércio externo. Com a entrega, Pequim testou a genuinidade do ouro recebido   tendo concluído que se tratava de "ouro falso". Eram barras de tungsténio revestido a cobertura de ouro. As 5.700 barras falsas estavam   devidamente identificadas com chancela e número de série indicando a origem -   Fort Knox, USA.

 

 

O congressista Ron   Paul, candidato às eleições presidenciais de 2012, solicitou no final do ano   passado uma auditoria à veracidade das reservas do ouro federal que foi   rejeitada pela administração Obama. Numa entrevista recente, questionado   sobre a possiblidade de ter desaparecido o ouro federal de fort Knox, o congressista Ron Paul gelou os interlocutores respondendo liminarmente:   "É bem provável!"

 

À "boca   fechada" têm vindo, aqui e ali, a escapar informações, a avolumar-se   incertezas sobre as reservas de ouro norte-americanas. Mas as notícias   referentes aos fortes indícios que de o ouro seja apenas virtual têm colhido   uma tímida atenção na comunicação social americana.

 

A "verdadeira   história" por detrás da prisão de DSK, agora pública, consta de um   relatório secreto preparado pelos serviços de segurança russos (FSB) para o   primeiro-ministro Vladimir Putin. Talvez por isso Putin tenha sido o primeiro   lider mundial a assumir publicamente a ideia de que DSK terá sido   "vítima de uma enorme conspiração americana".

 

Estes factos, a   confirmarem-se, em nada ilibam DSK na suspeição que sobre si recai do   eventual crime de assédio sexual a  uma empregada do hotel mas, quem   sabe, essa possa revelar-se como a pequena e ingénua ponta de um grande   iceberg. A ser verdade, os serviços secretos norte-americanos, seguramente   bem informados, terão sabido tirar partido das fraquezas do inimigo-alvo,   aniquilando-o com eficácia cirúrgica - um pequeno crime de costumes, tão ao   gosto do imaginário popular, pode bem ter contribuído para abafar crimes de   contornos bem mais sérios, por eliminação de testemunha ou de prova.

 

Entretanto DSK prepara   activamente a defesa em tribunal arregimentando já um verdadeiro "crack   team" de ex-espiões da CIA, investigadores, detectives e media   advisors. 

 

 
(Texto enviado por um leitor bem informado que prefere guardar o   anonimato.)

  

 

The Times:

 

http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/us_and_americas/article5989271.ece

 

CNN:

http://money.cnn.com/2011/06/24/news/economy/ron_paul_gold_audit/index.htm

 

Fox News:

 

http://www.foxnews.com/politics/2010/08/31/rep-paul-calls-fort-knox-audit-suggests-gold-gone/

 

The Daily Bail:

 

http://dailybail.com/home/is-gold-in-fort-knox-real-ron-paul-demands-official-audit.html

 

View Zone:

 

http://viewzone2.com/fakegoldx.html 

 

American Free Press:

 

http://www.americanfreepress.net/html/fort_knox_conundrum__208.html

 

  

  

 

 

publicado por Carlos Loures às 12:00

editado por João Machado às 11:40
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Quinta-feira, 26 de Maio de 2011

Oh! Calcutá! Sobre Dominique Strauss-Kahn - por Domenico Mário Nuti

A revista francesa Le Point informou que as últimas palavras de Dominique Strauss-Kahn, antes de ser transportado para fora do avião da Air France AF023 para Paris por dois detectives da New York  Port Authority , foram dirigidas a uma das hospedeiras do avião "em voz alta e  descaradamente" e em frente de testemunhas: "Quel beau cul!"

É certo que essa expressão soa melhor em francês do que em Inglês. Camille Clovis Trouille (1889-1975) - um decorador e  pintor menor nos tempos livres , surrealista e anti-clerical - utilizou um trocadilho com esse tipo de expressão francesa  para o título de um quadro seu  sobre as nádegas de uma mulher nua: "Oh! Calcutá! Calcutta! ". E Kenneth Tynan usam ambos, o título e a pintura no seu  show da Broadway de 1969, em que apresentava  extensas cenas de nudez total, que naquele tempo  se  tornou  o mais longo espectáculo em cena  e ainda hoje  é considerado o sexto espectáculo de maior duração na história da Broadway.

No entanto, a observação não é nem agradável nem encantadora, é antes mas grosseira e agressiva. DSK está  sob a alçada da justiça, sub judice,  e os tribunais vão decidir se ele é culpado e de quê.  Mas não pode haver nenhuma dúvida, independentemente da eventual decisão dos tribunais - especialmente se for o caso, que a sua linha de defesa é a natureza de actos sexuais consentidos  com a camareira de Sofitel - que ele é "um homem com um problema que pode fazer ele dificilmente capaz de dirigir  uma instituição onde muitas  mulheres trabalham sob as suas ordens "

 

. Estas são as palavras usadas por uma sua  colega, com quem teve um caso, numa carta que endereçou ao Conselho Executivo do FMI em 2008. Um inquérito público externo para esse caso inocentou DSK porque não  houve "assédio ", mas considerou-se  que ele tinha feito "um erro grave de julgamento". O Fundo não tinha - e ainda não tem - "disposições claras e seguras para se considerarem comportamentos que possam ser considerados de má conduta" e " disposições disciplinares claras " para lidar com isto se isto ocorreu.

Infelizmente, o último erro de DSK o último pequeno erro de julgamento  já teve as mais devastadoras consequências, não só para ele e para a sua família, mas também  para o FMI, que nos três anos e meio do seu mandato, tinha levado a alcançar  um muito maior papel e a uma muito maior escala na governança global durante a maior crise económica mundial desde 1929; para o tratamento da crise da dívida soberana na zona euro e para o futuro do euro, para as eleições presidenciais francesas em que ele era considerado  um favorito que poderia  levar  os socialistas à sua primeira vitória desde a reeleição de Mitterand em 1988.

DSK é um keynesiano, tal como o seu economista-chefe Olivier Blanchard (MIT). Ele convenceu os accionistas do FMI para aumentar em  500 mil milhões de dólares  de capital adicional, portanto, triplicando assim os seus recursos. Na cimeira de emergência dos líderes do G20 em 15 de Novembro de 2008, ele propôs e obteve, um grande estímulo fiscal à  escala global, da ordem de 2% do PIB global, e promoveu igualmente uma expansão monetária Este opôs-se com diversos apelos à  estratégia de saída precoce da luta contra a crise (por exemplo, a estratégia da chanceler alemã Angela Merkel e do presidente do BCE, Jean-Claude Trichet), que ele considerava prematura e, sobretudo, opôs-se à estratégia de saída colectiva  considerada pelo G-8 ocorrida a 8-10 de Julho de Aquila, que teria sido um verdadeiro  desastre.

Foi com ele que se  repudiou  o "consenso de Washington", que havia inspirado as operações do FMI nos anos 1980 na América Latina e na década de 1990 nas economias em transição pós-socialista. DSK   estava bem consciente das questões de sustentabilidade da dívida, mas também estava muito consciente  do impacto de austeridade fiscal sobre a pobreza e sobre distribuição. Sob s sua direcção  houve a preocupação de gradualismo  e para os países clientes sujeitos a  programas de estabilização. Em nome do progresso traçava objectivos bem mais altos do que onde poderia chegar; por exemplo terá sido  a sua  argumentação  para um novo papel  do  FMI como credor em  última instância, que era inadequado, relativamente ao qual  não apresentou nenhum estudo desenvolvido e que  deixou cair.

A sua revolução ficou inacabada. DSK foi reconhecido como um bom diplomata, que sabia ouvir tanto o Norte  como o Sul, em quem os  gregos confiavam , era o único não-alemão, com influência sobre Ângela Merkel.

Ele é praticamente insubstituível. O problema com Christine Lagarde não é o caso Tapie, de que ela poderá  vir a ser ilibada  a  10 de Junho, mas - como Martin Wolf o escreveu  no FT de 25 de Maio - mas sim o "seu conhecimento limitado da economia". DSK na sua carta de renúncia ao cargo de Director Geral do FMI terminava, de forma incongruente, com a expressão "Au revoir".  Infelizmente, DSK  claramente queria dizer "Adeus".

Mário Nuti, OH, Calcutà, Maio de 2011, Roma..

publicado por Luis Moreira às 13:00

editado por Carlos Loures às 14:25
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