publica-se às 3ªs e 6ªs
coordenação Pedro Godinho
Um texto escrito em reintegrado é um texto escrito em galego; portanto, em termos gerais, nom precisamos dum novo código de leitura. Existem, no entanto, umha série de grafias às quais devemos prestar atençom:
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Ortografia galego-portuguesa | Ortografia galego-castelhana | Exemplo |
nh | ñ | caminho → camiño |
lh | ll | orelha → orella |
ç | z | força → forza |
-m | -n | nom → non |
mh | nh | umha → unha |
ss | s | possível → posíbel |
j | x | janeiro → xaneiro |
ge,gi | xe,xi | geral → xeral |
* Para além do acento agudo (') existe o acento grave (`) que só se usa na contracçom à (a+a) e o circunflexo (^), que segue as mesmas regras de colocaçom que o primeiro, mas que indica que a vogal é fechada:
Tabela de pronunciaçom completa
Para além de aplicarmos as pautas de leitura estabelecidas na pergunta “como se lê um texto reintegrado (AGAL)?, devemos acrescentar mais algum pormenor relacionado fundamentalmente com as terminaçons “-ão”, “-ões” e “-ães”. Estas terminaçons podem ser lidas sem alterar a nossa fala habitual:
A respeito da morfologia verbal, nalguns casos mui diferente da maioritariamente utilizada na Galiza, nom existe um único critério de leitura, havendo pessoas que as adaptam e pessoas que nom (“fez-fijo”, “disse-dixo”…).
O reintegrado nom se fala. Escreve-se. Porém, é verdade que popularmente se ouve às vezes “que alguém fala reintegrado”. A razom é que, em geral, as pessoas reintegracionistas costumam cuidar mais o seu galego, evitando castelhanismos e mesmo usando palavras ou estruturas que, sendo galegas, nom tenhem nos dias de hoje umha grande circulaçom ao nível coloquial:
Ainda, muitas pessoas reintegracionistas para substituir castelhanismos de recente introduçom na Galiza apoiam-se no português, como nos casos de cartaz1), bolacha2) ou lareira3). Porém, o traço mais caraterístico do 'falar reintegrado' é, sem dúvida, a terminaçom -çom, que nos últimos dous séculos foi substituída massivamente das falas por -ción, e muitos reintegracionistas esforçam-se em restaurá-la. Nom obstante, também há muitas pessoas lusistas que preferem falar igual que sempre, e nom por isso se pode dizer que 'nom falem reintegrado'.
A resposta é evidente: usando-o.
Para muitas pessoas, um dos principais motivos para nom avançar para o reintegracionismo é o primeiro impacto. E a verdade é que dá um pouco de medo ver todos esses símbolos novos aplicados ao que sempre escrevemos de outra maneira.
Porém, é muito mais fácil do que se pensa, porque simplesmente chega com aplicar umhas novas regras ortográficas, bastante fáceis de sistematizar, ao nosso galego de sempre, e já estamos a escrever em reintegrado. Para isso, temos muitíssimos materiais de apoio, sobretudo na Internet, desde dicionários e prontuários galegos e portugueses (conforme se se preferir escrever em AGAL ou em padrom lusitano) a guias didáticos mais simples para as pessoas poderem usar o essencial deste modelo da escrita.
Do nosso ponto de vista, de facto, o importante é isto último: basta as pessoas saberem usar o nh, o lh, o -m final, o g/j/x, o s/ss, o b/v e os acentos, para estarem a empregar um maravilhoso galego. O que a partir daí as pessoas quigerem avançar, à medida que forem entrando em contacto com outros textos, bem-vindo seja.
As formas singulares das palavras que nas falas galegas acabam em -ám (cam), -ao/-am (irmao/irmám), e -om (coraçom) tenhem diferentes plurais segundo a zona da Galiza. Na ocidental conservam a nasalidade (cans, irmáns, coraçons) perdida na central (cás, irmaos, coraçôs). Na oriental, apesar de terem perdido a nasalidade em quase todas as comarcas, mantém-se a pronúncia mais conservadora: caes [ájs], irmaos [áws] e coraçoes [ójs]. A atual representaçom escrita destas terminaçons coincide com a medieval galego-portuguesa, isto é, com as formas orientais nasalizadas (cães, irmãos, corações).
Em galego reintegrado, há quem prefira usar as terminaçons ocidentais (por serem as mais usadas no galego literário e institucionalizado actual) e quem prefira usar as comuns com Portugal e Brasil, mais conformes às orientais galegas.
1) cast. cartel
2) cast. galleta
3) cast. chimenea
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